Mais 'fina', Tandara comemora seus 25 anos com nova chance na seleção

Chateada por ficar 5 meses fora do time e perder uma oportunidade de ser titular, maior pontuadora da última Superliga se vê em crescimento intenso

Por Gabriel Fricke Saquarema, RJ

 

Com várias lesões, Tandara estava fora da seleção
brasileira desde junho (Foto: Divulgação)

 

Maior pontuadora da última Superliga pelo Sesi-SP com 417 pontos e da atual com 87, campeã olímpica em Londres 2012 e ouro no Pan de Guadalajara 2011, fora as participações vitoriosas pelas seleções de base e duas pratas no Grand Prix de Macau (2011) e de Ningbo (2012). Essas são as credenciais da ponta Tandara Caixeta, que completou 25 anos nesta quarta-feira com um presente de aniversário bastante especial: o retorno ao elenco do Brasil, comandado pelo técnico José Roberto Guimarães, seu treinador também no Campinas, para a disputa da Copa dos Campeões, no Japão.

A atleta está fora desde junho por conta de uma série de lesões como bursite, tendinite e uma fissura. Ela usou o período de cinco meses sem atuar pela seleção brasileira para aprimorar a parte física. Resultado? Eliminou gordura e ganhou massa. Visivelmente “mais fina”, Tandara precisou de muita força para conseguir superar a ausência no Grand Prix e do Sul-Americano, vencidos pelo Brasil em 2013. Afinal, segundo ela, seria sua chance de ser titular da experiente Sheilla, já que Zé Roberto disse que iria priorizar as atletas mais jovens naquele momento.

- Foi muito difícil abrir mão do Grand Prix e do Sul-Americano. Eu tentei demais, tentei mesmo. Fiquei muito chateada, mas tive que abrir mão para cuidar. Foi a melhor opção para eu não precisar de cirurgia. Acho que sequei porque foquei na parte física e cuidei da alimentação. Foi complicado porque era o ano em que quem iria jogar mais no começo eram as mais novas. Fiquei louca. Tentei voltar duas vezes, forçava, doía de novo. Chegou uma hora em que botei na cabeça que não ia adiantar. Cada vez que eu forçasse ia ficar uma, duas semanas sem tocar na bola. E aí eu entendi que uma hora ou outra iria vir a chance. Eu aprendo só de olhar a Sheilla em quadra pela jogadora que ela é – contou Tandara, acrescentando que o mais difícil foi quando a seleção foi jogar uma etapa do Grand Prix em Campinas.

 

Tandara comemorou aniversário com as colegas de 

seleção brasileira (Foto: Reprodução Instagram)

 

- Eu nem fui. Aliás, eu só fui em um jogo. Não queria assistir nem pela TV. Eu sabia que as meninas estavam jogando e pensava: 'Nossa, eu tinha que estar lá' – disse, em referência aos três jogos na cidade, contra Polônia, Estados Unidos e Rússia.

Agora, Tandara está “voando”. Segundo ela, está até difícil de entender a crescente que vive. O ambiente do Campinas e o convívio com a comissão liderada por Zé Roberto explicam bastante do momento da ponta. A atleta está tão realizada que nem se importou em passar o aniversário em Saquarema, concentrada no Centro de Treinamento Aryzão, na semana preparatória para a Copa dos Campeões.

- Passei o aniversário aqui. Claro que queria estar com a minha família, mas não há lugar melhor para comemorar depois de ficar esses cinco meses fora. Já foi meu presente de aniversário. Me recuperei e estou voltando a vestir a camisa da seleção. Ainda vou viajar com elas para o Japão. Estou bastante feliz. Eu acho que a equipe que estou jogando, o Campinas, é maravilhosa, excepcional, um clima excelente entre jogadoras e comissão técnica. Estou juntando meu momento de felicidade de voltar para a seleção com o do clube, estou em uma crescente grande. Eu mesma não estou entendendo porque está tudo acontecendo tão rápido, tão intenso – concluiu a jogadora de 25 anos.

 

Jogadora defenderá o Brasil na Copa dos Campeões, 

de 12 a 17 de novembro (Foto: Divulgação)

 

A Copa dos Campeões acontece de 12 a 17 de novembro, no Japão. O Brasil estreia contra os Estados Unidos e pega a Tailândia, em Nagoya. Depois, a seleção vai para Tóquio e encara a República Dominicana, a Rússia e, por fim, as anfitriãs japonesas. Com exceção das dominicanas e do Japão, todas as outras seleções são campeãs continentais. Apesar de ser considerado essencial para fechar um ano perfeito depois de quatro títulos (Montreux, Alassio, Grand Prix e Sul-Americano), a competição não vale vaga para nenhum outro campeonato.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/11/mais-fina-tandara-comemora-seus-25-anos-com-nova-chance-na-selecao.html