quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

São Paulo entra em acordo e espera assinar com Thiago Mendes na sexta

Após reunião longa, clube define termos para contratar volante e deve levar a melhor sobre o Palmeiras, que também havia feito proposta. Goiás fala em R$ 6,1 milhões


Por
São Paulo

 
O São Paulo espera definir a contratação do volante Thiago Mendes, do Goiás, na manhã desta sexta-feira. Durante a tarde desta quinta, a diretoria entrou em acordo com seu empresário e deixou a negociação bem definida, restando detalhes burocráticos. A chegada do jogador à capital paulista deve definir a situação. Aos 22 anos, ele chamou atenção durante o Campeonato Brasileiro e também está na mira do Palmeiras, primeiro a fazer uma proposta oficial.

Thiago Mendes - volante do Goiás (Foto: Reprodução / PFC)
Thiago Mendes jogou pelo Goiás, no Morumbi, 
em 2014. Em 2015, deverá ser do time da casa 
(Foto: Reprodução / PFC)


Até quarta-feira, somente o Verdão e um clube da Ucrânia haviam formalizado uma oferta pelo atleta. O São Paulo entrou na jogada com força e a tendência é que seja o vencedor. O empresário Meer Kaufmann passou o dia no CT da Barra Funda. Sua empresa, a Liga Participações, detém 20% dos direitos econômicos de Thiago Mendes. À Luppi Participações pertencem 40%, mesmo "pedaço" que o São Paulo deve adquirir do Goiás.

O presidente Sergio Rassi afirmou que o Goiás irá receber R$ 6,1 milhões à vista, e que estava nas mãos do jogador decidir se defenderia São Paulo ou Palmeiras a partir de 2015.


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A disputa relembra um ano acirrado com o vizinho, que começou com a contratação do atacante Alan Kardec, após o Palmeiras não entrar em acordo financeiro para renovar seu contrato. O volante Wesley, cujo vínculo atual termina em março, será o próximo a trocar o Verdão pelo Tricolor, que está próximo de anunciar Thiago Mendes.

- Não disputamos nada com o Palmeiras. Contratei um jogador (Alan Kardec) porque eles não pagaram o que ele queria, e eu paguei. O Wesley é jogador do Palmeiras. A única coisa que o São Paulo disputa com o Palmeiras é o Paulista e o Brasileiro - disse o presidente Carlos Miguel Aidar na quarta-feira.

O presidente Paulo Nobre até pediu que o volante Amaral, companheiro de Thiago no esmeraldino e primeiro reforço para 2015, tentasse convencê-lo a jogar no Verdão. Mas o apelo da Luppi, que já é parceira do São Paulo nos direitos do zagueiro Rafael Toloi, foi mais forte. Na visão da empresa, atuar no Morumbi pode influenciar mais em sua valorização. 

Thiago Mendes é volante, mas também atua como meia, mais aberto pelo campo. Caso o negócio se concretize, ele será o terceiro reforço do São Paulo, depois do lateral-direito Bruno e do lateral-esquerdo Carlinhos, ambos vindos do Fluminense.


FONTE:
http://glo.bo/1wITlf1

Por que caiu? Caiu por quê? Dossiê Botafogo IV: A queda e o buraco

Demissões desastradas, empresa da família, contrato com comissão misteriosa e o rebaixamento à Série B: o melancólico fim de mandato de Maurício Assumpção


Por
Rio de Janeiro


Header BOTAFOGO - Por que caiu? Caiu por quê? (Foto: Infoesporte)



Na quarta e última reportagem da série, o GloboEsporte.com conta os últimos capítulos da novela que levaram o Botafogo ao rebaixamento em 2014. A falta de autoridade dos dirigentes, a descoberta das comissões de patrocínio para a empresa da família do presidente Maurício Assumpção, a desestruturação do elenco, a demissão desastrada de jogadores, o estranho contrato de empréstimo, as crises de relacionamento e a mais previsível das quedas à Série B do Campeonato Brasileiro.


       CAPÍTULO I

       CAPÍTULO II

      CAPÍTULO III

      CAPÍTULO IV
Dossiê Botafogo Gabriel  (Foto: Editoria de Arte)Dossiê Botafogo


1 – Caso Romar
No dia 30 de julho de 2014, o GloboEsporte.com revelou que a Romar Representações, empresa da família do presidente Maurício Assumpção, recebia comissões do principal contrato de patrocínio do clube, o da Viton 44. O presidente admitiu que o contrato existia, mas disse que não recebia nada da empresa.
– Eu, Mauricio Assumpção de Souza Junior, não tenho participação na Romar Representações LTDA e sequer recebi qualquer valor oriundo da empresa.
Maurício disse não ver "conflito ético" no contrato. A revelação pegou mal entre os jogadores e caiu como uma bomba no clube. Uma reunião no Conselho Deliberativo discutiu a possibilidade de impeachment do presidente, mas Carlos Augusto Montenegro disse que a ideia era inviável por causa dos prazos eleitorais.


documentos Botafogo financeiro (Foto: Reprodução)
documentos Botafogo financeiro (
Foto: Reprodução)


Foi instalada uma "comissão de crise" para tentar intervir na gestão. Assumpção a ignorou e continuou a tocar negociações do clube, tentando obter recursos das mais diversas formas. No dia 31 de julho, o goleiro Jefferson publicou em seu Instagram um vídeo e brincou.
– Já não estava muito bom, poderia melhorar, mas agora piorou.
Fora de campo, os problemas não paravam. O empresário Eduardo Uram entrou na justiça contra o Botafogo - executando Chico Fonseca e Assumpção  - por causa de um empréstimo ligado à transferência de Rafael Marques.


2 – A visita da saúde
Motivados pelas promessas de pagamento dos cardeais, o time respirou em agosto e conseguiu vitórias importantes. Na Copa do Brasil, após perder em casa para o Ceará, conseguiu uma virada milagrosa nos minutos finais em Fortaleza (relembre no vídeo abaixo). No Brasileiro, derrotou a Chapecoense e o Santos no Maracanã e se afastou do temido Z-4 no fim do primeiro turno. Fez bons jogos contra Atlético-MG e São Paulo, mas foi prejudicado por expulsões infantis (de Dankler e Airton).



E perdeu para o Inter em Porto Alegre num jogo em que Wallyson desperdiçou dois gols feitos quando a partida estava 0 a 0. A equipe jogava até bem, mas pecava em detalhes. No dia 17 de setembro, vencia e controlava o jogo contra o Bahia quando Ramirez e Sheik foram expulsos no início do segundo tempo. Os baianos, com dois a mais, viraram no finzinho (relembre no vídeo abaixo). O time ainda conseguiu vencer o Goiás no dia 25 por 1 a 0.




3 – Jefferson bate
Quatro dias depois de vencer o Goiás, o Botafogo enfrentou o Grêmio e não jogou bem. Foi dominado e perdeu no Maracanã. A irritação dos jogadores era imensa. A promessa dos cardeais não estava sendo cumprida. Os únicos dirigentes que "apareciam" eram o vice administrativo André Silva e o diretor Wilson Gottardo. No fim da partida, irritado, Jefferson deu entrevista detonando a diretoria.
– Estamos sozinhos. Não tem diretoria, não tem apoio. Estamos só nós, jogadores, a comissão técnica e a torcida.
A declaração era um recado para os "cardeais", mas Maurício Assumpção ficou irritadíssimo. E resolveu voltar a apitar no futebol. Para fazer isso, ele precisaria afastar as lideranças do grupo. Mas o clube jogaria três dias depois contra o Santos pela Copa do Brasil, e ele resolveu esperar.


4 – Edílson, Sheik e o descompromisso
Assumpção ouvia histórias pouco abonadoras sobre Edílson e Sheik. A diretoria acreditava que o lateral-direito estava fingindo continuar lesionado para não jogar. Sheik aparecia mais fora de campo do que dentro. Suas declarações contra a CBF tinham, na avaliação dos cartolas, enfraquecido o clube politicamente.
– Ele quer ser suspenso para ganhar sem trabalhar – comentavam.
Consideravam também que Sheik tinha forçado a expulsão contra o Bahia para não ir de ônibus a Criciúma. E não faltava veneno. Membros da diretoria acreditavam que o jogador só tinha aceitado ir para o Botafogo para reduzir seus gastos com fretamentos de jatinho para ir de São Paulo para Angra.

Emerson, Botafogo X Bahia (Foto: Getty Images)
Após expulsão contra o Bahia, Emerson ataca 
a CBF para a câmara de televisão 
(Foto: Getty Images)


5 – A demissão desastrada
O Botafogo perdeu para o Santos por 3 a 2 no dia 1º de outubro, uma quarta-feira. Sheik saiu no primeiro tempo após sofrer uma entrada dura (em falta não marcada). O time correu muito e não jogou mal, mas duas falhas individuais de Gabriel e Jefferson determinaram o resultado. Assumpção achou que tinha chegado a hora de agir. Alegando deficiência técnica, demitiu Bolívar, Julio Cesar, Edílson e Emerson Sheik. Marcelo Mattos também seria mandado embora, mas como sua rescisão seria muito cara (acima de R$ 2 milhões), foi poupado. Mancini colocou seu cargo à disposição. O presidente não aceitou.
– Você não tem culpa, e vou contigo até o fim – disse.
Bolívar estava pagando a conta dos problemas anteriores. Gottardo tinha brigado com Edílson por conta da lesão e do tratamento do lateral. Júlio César era considerado "maria-vai-com-as outras". Assumpção acreditava que o clima ficaria mais respirável sem o quarteto - pois a raiva dos jogadores com a diretoria era canalizada por eles.
- O ambiente estava muito pesado. Nem culpo os caras... foram muitas promessas não cumpridas, coisas que não aconteciam, frustração em cima de frustação. E o Bolívar reclamava sempre. Todo dia. Eles saindo... ficou mais leve - disse um membro da diretoria.
Mais leve - mas não necessariamente melhor. A quebra na liderança fraturou um time já moral e financeiramente estraçalhado e lançou jovens como Dankler, Andreazzi, Matheus Menezes e Murilo na fogueira.
Jefferson seria outro candidato a sair. Mas como ídolo e titular de Dunga, seria impossível dispensá-lo. Era importante, porém, aproveitar a viagem do goleiro com a seleção brasileira para a China naquela semana. Isso impediria alguma revolta do elenco com as demissões. De quinta para sexta-feira, quando o Botafogo se preparava para o crucial confronto direto contra o Vitória, em Salvador, Assumpção agiu. Avisou a Mancini e Gottardo, pedindo que os atletas fossem demitidos.


6 – Impacto moral
O modus operandi da demissão deixou o elenco em estado de choque. Um e-mail foi enviado para Emerson Sheik, Bolívar, Julio Cesar e Edílson na madrugada de sexta, dia 3 de outubro. Na manhã seguinte, porém, os quatro foram ao Engenhão treinar. Ao vê-los, Mancini avisou a Wilson Gottardo:

– Eles vieram, Gottardo. Estão aí.
A rouparia não tinha sido avisada das demissões e disponibilizou os uniformes de treino para os atletas. Bolívar, Edílson e Julio Cesar se arrumaram. Gottardo encontrou o trio no departamento médico e disse que eles não deveriam subir para o campo. Os jogadores conversaram entre si e decidiram ir. A preocupação deles era trabalhista: queriam provar que tinham ido treinar para evitar uma eventual "justa causa" do clube.

O gerente achou que eles não subiriam. Quando subiram, o circo se armou. Gottardo quis tirá-los do campo, e houve discussão. Emerson, que chegara atrasado, se juntou ao grupo. Subitamente, uma Kombi entrou em campo para levar embora os demitidos. Os outros jogadores ficaram atônitos. Sem clima algum, Mancini pediu apenas que o grupo corresse com o preparador físico Moraci e fizesse um treino sem responsabilidade.



A decisão, justificada por Assumpção no mesmo dia, em entrevista coletiva, foi um desastre em todas as direções. O elenco, que já era limitado, se enfraqueceu. O time deixou de ter reserva nas duas laterais. Na zaga, teve que apostar em jogadores com pouca ou nenhuma experiência – como Dankler e Matheus Menezes. Pior: financeiramente, a decisão ainda ampliou a dívida do clube, que será obrigado a arcar com as rescisões de Bolívar, Edílson e Júlio César, além de eventuais danos morais.
Ainda pior foi a situação de Emerson. Metade de seus salários de R$ 620 mil era paga pelo Corinthians. A outra metade? Também, mas graças ao que o Botafogo "teria ganho" na negociação de Lodeiro. Ou seja, o clube já havia pago por Sheik até o fim do ano. Poucos dias depois da demissão, Sheik publicou um vídeo irônico no Instagram em que claramente debochava da diretoria (confira abaixo). E no dia 15 de outubro, os quatro concederam uma entrevista coletiva para dar suas versões. Não disseram muita coisa.



7 – Derrotas em sequência
Traumatizado com as demissões, o elenco viajou para Salvador para o confronto direto contra o Vitória. Régis, vindo da Portuguesa, estreou na lateral direita. O Botafogo fez um bom primeiro tempo, desperdiçou chances e perdeu o jogo na segunda etapa em duas falhas de Dankler, o substituto de Bolívar.
– O presidente disse que Bolívar era lento e falhava, mas era ele quem fazia o sistema defensivo funcionar – comentaria Mancini.
– Ele rebaixou o Botafogo com essas demissões – disse depois Montenegro. 
– O Maurício fez isso para poder voltar a frequentar o futebol. Com os caras lá, ele não tinha condições de ir – diz um diretor.
Com a saída dos demitidos, Maurício Assumpção voltou a comparecer aos treinos. Mas não aos jogos.

Maurício Assumpção presidente Botafogo (Foto: Agência Estado)
Após demitir Sheik, Bolívar, Edilson e Julio Cesar, 
Assumpção voltou a aparecer nos treinos 
(Foto: Agência Estado)


8 – Jefferson x Gottardo
Outro desentendimento ocorreu antes da partida de volta contra o Santos pela Copa do Brasil. Jefferson e Gottardo se falaram pelo WhatsApp quando o goleiro estava na China, e o camisa 1 não entendeu que o diretor queria que ele jogasse a partida contra o time paulista em São Paulo. Jefferson jamais disputou partidas quando, na Seleção, viajou no dia de volta. Sempre disse que goleiro "precisa de reflexo" e não se sentia confortável. Ao desembarcar no Rio, foi para o clube treinar e recebeu mensagem de Gottardo dizendo que ele deveria estar em São Paulo. Jefferson disse que não tinha entendido.
Gottardo disse a Mancini que Jefferson tinha faltado. O técnico deu entrevista antes do jogo ao SporTV dizendo que o goleiro deveria estar ali. Logo após o jogo, porém, falou com Jefferson e disse que tinha sido informado erradamente por Gottardo. Irritadíssimo, o dirigente deu entrevista para a Fox Sports dizendo que o capitão da equipe tinha falha de caráter. Jefferson devolveu em coletiva, dizendo que Gottardo tinha sido covarde. O dirigente e ex-zagueiro rebateu: "Não jogar talvez tenha sido um ato de covardia." No dia seguinte, Maurício Assumpção foi ao Engenhão e se reuniu a portas fechadas com os dois.
Enquanto a reunião ocorria, cerca de 20 membros de uma torcida organizada invadiram o estádio e chegaram até o departamento médico, onde dois jogadores faziam tratamento.
– Cadê o Gotttardo? Cadê o Maurício? Viemos pegar eles.


Por sorte, a reunião do presidente com o goleiro e o diretor era numa sala distante. Os torcedores foram conduzidos até a sala de imprensa, onde conversaram com jogadores e membros da comissão técnica. A conversa ficou tensa (assista ao episódio no vídeo acima) e quase houve briga envolvendo um torcedor e Carlos Alberto (confira no vídeo abaixo), mas a situação foi contornada.



9 – Laterais
No fim de 2013, o Botafogo tinha três bons laterais-direitos: Edílson, Lucas e Gilberto. O clube resolveu emprestar Gilberto ao Internacional, fixando o passe em 3 milhões de euros (o Alvinegro tem direito a um percentual disso). Lucas saiu em agosto, amparado pela Justiça. Edílson foi demitido. E o titular da lateral direita virou Régis - que veio no meio do campeonato da Portuguesa e tem contrato até setembro de 2015. O clube até tentou trazer Gilberto de volta, sem sucesso. Na lateral esquerda, Junior Cesar virou titular sem reserva. Mancini teve que escalar o ex-junior Guilherme na Copa do Brasil, contra o Santos.  Deu muito errado e improvisou Sidnei contra o Fluminense. No fim do ano acabou jogando com outro ex-junior, Fabiano, também improvisado.


10 – Números
Após as demissões, o Botafogo fez 12 jogos no Brasileirão. Duas vitórias, um empate e nove derrotas. Marcou seis gols e tomou 17. Nos 25 jogos anteriores, o clube havia feito 25 gols e sofrido 31. Ou seja, a média a favor caiu de 1 para 0,5 por partida. E a média de gols sofridos aumentou de 1,2 para 1,4 por jogo. Pela Copa do Brasil, o time fez uma partida após as dispensas: foi goleado pelo Santos por 5 a 0.
– Nosso time e nosso elenco não eram para cair. Caímos fora de campo. Nunca vi no futebol tanta desorganização e tanta falta de comando. E tanta negatividade. Foi o rebaixamento mais justo que já vi - disse um funcionário antigo do clube.


11 – Mancini x Gottardo
O técnico Vagner Mancini esteve perto da demissão durante a reta final da campanha do time. O vice André Silva e Wilson Gottardo julgavam necessário tentar dar um gás novo ao clube. A degola iria acontecer após o jogo contra o Corinthians, em Manaus, mas Mancini foi salvo pela vitória. Só que ficou sabendo e decidiu confrontar Gottardo.
– Eu sei que você pediu a minha saída.
Gottardo desconversou.
– Não foi isso.
Mancini insistiu.
– Pediu e falou no Paulo Autuori para me substituir.
O gerente de futebol explicou que havia sido um mal-entendido.
– Não foi bem isso. Eu só cogitei o Paulo como uma possibilidade caso você saísse.
O clima entre os dois azedou de vez.


12 – Comissão não
Maurício e Landau tentaram obter recursos para pagar salários de toda forma. Uma das últimas cartadas foi tentar renovar com a Viton 44 para 2015. A primeira tacada era propor renovação por três anos a R$ 25 milhões por temporada. Mas uma pendência judicial entre Viton e o Banco Modal, responsável por inúmeras antecipações ao clube, complicou a negociação. Tentando resolver as pendências, Maurício e Landau foram até o Modal. Um dos sócios do banco não perdoou.
– Eu vou antecipar para pagar comissão à sua família?
Em visita a Viton para tentar sanar o problema, diretores ainda ouviram uma descompostura de Neville Proa, dono da empresa:

– Com vocês não quero falar... vocês acabaram com o Botafogo.

Nos bastidores, Neville soltava cobras e lagartos sobre a diretoria. Após o fim do mandato de Assumpção, o dono da Viton disse em entrevista ao jornal O Globo que "infelizmente ocorre de encontrar esses sem-vergonha, esses safados, como tem um monte no Brasil". Assumpção respondeu dizendo ao Extra que Neville tinha tido um lapso de memória e estava recorrendo a calúnias.


13 – Os intermediários mutantes
A busca desesperada por recursos gerou um empréstimo de R$ 3 milhões colhido junto a um trio de empresários paulistas – que o GloboEsporte.com descobriu e provocou uma crise dentro do clube. O clube pagou R$ 300 mil de comissão pelo empréstimo alegando oficialmente que isso foi um pedido do empresário Thiago Ferro. Ferro e seus sócios negaram – e mostraram os contratos que diziam textualmente que a comissão era uma ordem do Botafogo.
Assim que o primeiro intermediário, o advogado César Reis, foi contactado pela reportagem, ele devolveu a comissão, que foi repassada para outro. Isso depois de dizer à reportagem que tinha recebido o dinheiro a pedido de Sidnei Loureiro. Loureiro disse que o intermediário tinha "se confundido". O Botafogo, em resposta ao GloboEsporte.com, disse oficialmente que desconhecia o advogado: "O Botafogo desconhece o Sr. César Reis, cujo nome não consta na versão final do contrato, assinada pelo clube e por todos os envolvidos"
O segundo contrato só ficou pronto nas últimas semanas da gestão Assumpção. Nele está de novo expresso que o pagamento de comissão ao intermediário (agora a advogada Michele Gusman) foi um pedido do Botafogo. O caso está sendo investigado pelo Conselho Fiscal do clube. Para tentar entender o assunto, veja a cronologia no fim desta reportagem.

Documentos_CONTRATOS-BOTAFOGO_01 (Foto: Infoesporte)
Contrato aponta pagamento de 
comissão para advogado de 
ex-gerente de futebol do 
Botafogo (Foto: Infoesporte)


Os prestadores de serviços do futebol, com vencimentos atrasados há cinco meses souberam que, além dos R$ 300 mil de comissão, Assumpção tinha pago a Romar R$ 300 mil com os R$ 2,7 milhões que entraram no clube. Gottardo pediu ao presidente que não pagasse rescisões, pois os prestadores de serviço estavam atrasados e, ainda assim, trabalhando.
– Os PJs ficaram indignados porque os R$ 600 mil pagariam, naquele momento, dois meses deles – explicou um dirigente.
Assumpção ignorou e preferiu pagar não apenas a Romar, mas também a rescisão de Sidnei Loureiro e de três outros profissionais. Com a quantia teria sido possível quitar FGTS s salários de Gabriel e Daniel até dezembro, por exemplo. O volante e o meia-atacante entraram na Justiça em dezembro pedindo rescisão unilateral de contrato, amparados pelo atraso de mais de três meses de seus vencimentos e depósitos de FGTS.


14 – "Faltava tudo"
Em campo, as más notícias não paravam. Para destruir de vez o ataque do clube, Mancini perdeu Rogério e Wallyson por lesão na mesma semana, antes do jogo contra o Atlético-PR em casa. Com Zeballos e Ramirez em baixa, Mancini resolveu apostar em Carlos Alberto, Jobson, no jovem Murilo e em Bruno Corrêa. Não funcionou. Nova derrota. O time, depois da perda dos atacantes, só fez um gol – e contra – marcado pelo zagueiro Léo, do Cruzeiro, no Mineirão.
Os jogadores se sentiam abandonados. A falta de recursos era tamanha que, a cada rodada fora de casa, a agência de viagens ameaçava não deixar o clube ir de avião. No vestiário, a reclamação era constante em relação à falta de alguns materiais, como gelo e remédios.
– Isso aqui está pior do que clube pequeno – reclamou um funcionário.
– Ninguém tem noção do que passamos no Botafogo. Eu nunca tinha visto nada parecido. O time até tem uma boa estrutura física, mas parecia que faltava tudo – disse Vagner Mancini.


15 – O rebaixamento
Carlos Alberto e Jobson só chamaram a atenção ao perder oportunidades claras quando os diante de Fluminense, no Maracanã, e Figueirense, em São Januário, ainda estavam empatados – o Botafogo acabou perdendo os dois por 1 a 0. Os resultados deixaram o time em situação crítica. O desespero era tamanho que até o atacante Maikon, contratado por Gottardo, foi chamado para ficar no banco contra a Chapecoense.
Com um ataque formado por Bruno Correa, Jobson e Murilo, o time não se encontrou e foi derrotado após levar um gol novamente pelo setor direito. O elenco esfacelado não tinha mais opções. A moral era nenhuma. As chances matemáticas terminaram em nova derrota, desta vez para o Santos, na Vila Belmiro. Na reta final, o time acumulou seis derrotas seguidas e caiu para a Segundona uma rodada antes do fim do campeonato.
Poucos dias antes, no dia 25 de novembro, Carlos Eduardo Pereira foi eleito presidente. Durante a eleição um adesivo foi distribuído chamando Assumpção de "pior presidente da história".

Jogadores do Botafogo contra o Santos (Foto: Michel Filho / Agência o Globo)
Gabriel (sem camisa) chora após a derrota que 
selou a queda à Série B (Foto: Michel 
Filho / Agência o Globo)


16 – Melancólico adeus
Entre julho e agosto, o diretor executivo do clube, Sérgio Landau, e o diretor comercial, Airton Mandarino, se tornaram demissionários. Alegaram que, como não recebiam vencimentos por falta de recursos, se afastaram voluntariamente. Mas continuaram indo ao clube e operando em busca de contratos. Landau trabalhava para assinar o contrato de cogestão proposto pela Odebrecht para o Engenhão e também um contrato do cartão de consumo do estádio.

Adesivo distribuído nas eleições do Botafogo apontam Mauricio Assumpção como o pior presidente da História do clube (Foto: Fred Gomes)
Adesivo distribuído nas eleições do Botafogo 
apontam Assumpção como o pior presidente 
da história (Foto: Fred Gomes)


Em setembro e outubro, os departamentos financeiro e jurídico conseguiram com gestões junto a Globo Esportes e aos irmãos Moreira Salles pagar três parcelas do REFIS: mais de R$ 10 milhões. Os Moreira Salles avisaram que não iriam pagar a quarta e a quinta parcelas, que venceriam em novembro e dezembro. A participação de Assumpção e Landau nessas negociações foi muito pequena.
O presidente terminou seu mandato de forma quase clandestina. Nos últimos meses se dedicou muito às divisões de base, sempre em contato com o gerente Ney Souto. Tanto que não compareceu a nenhum jogo do profissional na reta final do rebaixamento. Mas, no sábado, véspera do jogo decisivo contra o Santos,  foi ver a final da Taça Otavio Pinto Guimarães de juniores em Nova Iguaçu (o Botafogo perdeu para o Flamengo por 3 a 1). E, para terminar, não compareceu no clube no dia da eleição, nem mesmo passou o cargo para seu sucessor, Carlos Eduardo Pereira. Depois de se despedir de jogadores e funcionários, Maurício Assumpção foi embora com poucas palavras.

Mauricio Assumpção, Botafogo (Foto: Raphael Zarko)
Assumpção deixa o Engenhão após se despedir 
de jogadores e funcionários (Foto: GloboEsporte.com)



17 - O tamanho do buraco
Em seis anos de mandato, Maurício Assumpção pagou cerca de R$ 134 milhões em dívidas de presidentes anteriores. Foi o presidente alvinegro que mais pagou dívidas em termos absolutos. Apesar disso, segundo uma estimativa do departamento financeiro, deixou o clube produzindo ainda mais débitos. Essa estimativa prevê que a dívida produzida entre 2009 e 2014 possa alcaçar até R$ 200 milhões, sendo que mais de metade disso será débito fiscal. Ou seja, de impostos e encargos não recolhidos.
O departamento financeiro fez um estudo que mostra que Maurício produziu mais dívida fiscal do que os antecessores. Segundo esse estudo, o buraco do Botafogo com a Receita hoje é de R$ 434 milhões, dividido assim por presidentes (de forma aproximada):

1. Maurício Assumpção (2009-2014) – R$ 117 milhões
2. Bebeto de Freitas (2003-2008) – R$ 66 milhões
3. Mauro Ney Palmeiro (2000-2002) – R$ 61 milhões
4. José Luís Rolim (1997-1999) – R$ 92 milhões
5. Carlos Augusto Montenegro (1994-1996) – R$ 66 milhões
6. Gestões anteriores – R$ 32 milhões
Mas a dívida fiscal é só parte do problema. Ainda não é possível precisar o tamanho dos buracos trabalhista e financeiro. A estimativa do financeiro é que seja grande, aproximando-se dos R$ 100 milhões por conta de empréstimos e rescisões.

– Tem um monte de empréstimo vencendo este ano e no ano que vem. Algo em torno de R$ 100 milhões. Como esse empréstimo inacreditável do fim de mandato que vence em fevereiro e dá o patrocínio de camisa e os recebíveis do Dória como garantia. Sendo que o clube já vendeu tudo o que tinha do Dória e ainda tem que pagar a comissão dos intermediários - que são os mesmos caras que emprestaram essa grana. No lado trabalhista, são seis meses de salário em atraso. Vários profissionais mandados embora que não receberam rescisão. Só naqueles três jogadores demitidos o clube vai perder alto. O Bolívar tinha renovado por R$ 360 mil até dezembro de 2015 e vai buscar isso tudo na Justiça – diz um analista que teve acesso aos números do clube.
Há empréstimos com a Odebrecht, comissões a pagar, o caso da dívida do caso Elkeson e muito mais. Um membro da nova diretoria resumiu a ópera.
– Ainda não sabemos onde está o fundo do poço.


18 – Um ano em perspectiva
Em 11 de fevereiro de 2014, o Botafogo derrotou o San Lorenzo por 2 a 0, estreando bem na fase de grupos da Libertadores diante de 32 mil alvinegros no Maracanã. Neste sábado, dia 20, o time argentino vai disputar a final do Mundial de Clubes contra o Real Madrid no Marrocos.
O Botafogo está rebaixado para a Série B, e os únicos jogadores que atuaram diante do mosaico "O Gigante voltou" e ainda permanecem no clube são o goleiro Jefferson e o volante Marcelo Mattos.


FONTE:
http://glo.bo/13E4t1U

Léo Moura se reúne com empresário e indica saída do Fla: "Direcionar futuro"

Lateral-direito publica foto de encontro com Eduardo Uram e escreve em tom de despedida: "Certas coisas na vida nem sempre acontecem da forma que planejamos"


Por
Rio de Janeiro


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A novela da renovação ou não de Léo Moura com o Flamengo está perto do último capítulo. E talvez com final não muito feliz para o lateral-direito, que completou nove anos no clube e está no top 10 dos jogadores que mais vestiram a camisa rubro-negra, com 511 partidas. Porém, o ciclo do atleta de 36 anos na Gávea pode ter terminado. Na tarde desta quinta-feira, ele se reuniu com o empresário Eduardo Uram para "direcionar" seu futuro e escreveu numa rede social em tom de despedida.

- Ao longo de todos esses anos essa pessoa fantástica e competente sempre direcionou minha carreira de forma brilhante, hoje estamos aqui mais uma vez juntos para direcionar o meu futuro... E certo que Deus também está no controle. Certas coisas na vida nem sempre acontecem da forma que planejamos, mas estamos sempre preparados para ultrapassar qualquer barreira - publicou Léo na legenda da foto com Uram no Instagram.

Léo Moura (Foto: Instagram)
Com cabelo pintado, Léo Moura posa ao lado 
do agente Eduardo Uram: encontro para 
direcionar futuro (Foto: Instagram)


Desde 2012, Léo Moura vem sendo tema de novelas sobre renovações de contratos de no máximo um ano de duração. Até agora os capítulos finais foram felizes para o lateral, que nunca escondeu o desejo de encerrar a carreira no clube. Nesta temporada, o prolongamento do vínculo parecia estar encaminhado, e o jogador chegou a dizer após a partida com o Coritiba, no dia 16 de novembro, que só faltava assinar. Porém, a negociação emperrou, e seu empresário demonstrou preocupação, alegando que ainda não havia recebido o documento.

Internamente, o caso de Léo Moura vem sendo discutido constantemente. Há a preocupação com o rendimento do atleta. Antes do fim da temporada, o preparador físico do Fla, Antonio Mello, admitiu o peso da idade avançada do lateral, mas respaldou uma possível renovação alegando que há maneiras de se driblar o desgaste e que o jogador ainda responde fisicamente. Em 2014, ele alcançou mais uma vez a marca de 50 jogos em uma temporada - foi a oitava vez em 10 anos que conseguiu o feito vestindo a camisa rubro-negra.


Mas o prestígio do lateral com a torcida já não era mais o mesmo. Em enquete realizada pelo Globoesporte.com, a maioria respondeu que a diretoria não deveria renovar o seu vínculo.
Foram 3.511 respostas em três dias de votação. Destes, 79,61% (2.795) marcaram que não, e 20,39% (716), que sim.

A pedido do técnico Vanderlei Luxemburgo, Pará chegará ao Flamengo para a assumir a posição no próximo ano. O presidente do Grêmio, Fábio Koff, indicou que o lateral-direito será incluído em negociação para sanar débito por compra de Rodrigo Mendes, em 2000.



FONTE:
http://glo.bo/1ALLb4G

Argentinos viram atração no Marrocos e "preveem" gol de mão na fina

Torcedores do San Lorenzo tomam conta de Marrakesh e têm reforço de portugueses para a decisão do Mundial de Clubes contra o Real Madrid


Por
Marrakesh, Marrocos

 

Em meio ao som das flautas e dos tambores, das motos barulhentas, dos vendedores insistentes, é possível ouvir um sotaque diferente na praça Jemaa el Fnaa, na parte antiga de Marrakesh, um dos principais pontos turísticos da cidade. O ritmo e o canto são constantes, ecoam paixão e otimismo: são torcedores do San Lorenzo, presentes em bom número no Marrocos para acompanhar sua equipe no Mundial de Clubes.

- Está chegando o Ano Novo, está chegando o Natal; viemos ao Marrocos para sermos campeões mundiais – cantavam os fanáticos reunidos na praça nesta quinta-feira, um dia depois da vitória por 2 a 1 sobre o Auckland, que garantiu o San Lorenzo na decisão do torneio.

Os argentinos tomaram conta da Medina de Marrakesh, como é chamada a parte antiga da cidade. Lá, penduraram faixas e caminham tranquilamente entre os locais. Não é raro ver grupos diferentes se cruzando, se cumprimentando e trocando palavras de encorajamento. Assim como é comum encontrar ambulantes vendendo apetrechos do Real Madrid, o time favorito dos marroquinos.

No próximo sábado, são esperados sete mil torcedores para empurrar o San Lorenzo na final contra o Real Madrid. Se depender da confiança deles, é bom Cristiano Ronaldo e companhia se cuidarem.

- Nós vamos ganhar do Real Madrid. Vai ser 1 a 0, gol de mão, igual ao de Maradona. Kalinski vai fazer o gol – profetizou Rafa Ortega.


Torcida San Lorenzo Medina de Marrakesh com torcedores do San Lorenzo (Foto: Felipe Schmidt)
Torcida do San Lorenzo toma conta da Medina 
de Marrakesh (Foto: Felipe Schmidt)


Entre os torcedores, há até mesmo fãs europeus. Um exemplo são os portugueses Francisco Martins e Rafael Ralha, que vieram do Porto e chegaram a Marrakesh na última segunda-feira para acompanhar o San Lorenzo. Ralha era um dos mais animados na praça: por diversas vezes, aparecia na sacada de seu quarto num hotel para exibir a bandeira do clube e cantar.

- Assisto ao San Lorenzo há 14 anos, mas há sete é que me fascinou, por essa festa do futebol. Em Portugal não se vive mais esta situação. Em 2010, decidi ao estádio do San Lorenzo, em Buenos Aires, depois fui no ano passado para ver o título argentino – contou Ralha.

Nem mesmo o fato de ter o compatriota Cristiano Ronaldo do outro lado foi capaz de alterar a paixão do português.

- O Cristiano Ronaldo é o que é, é o melhor jogador do mundo, é português, mas não joga no San Lorenzo. O San Lorenzo é um sentimento que não há igual. O Real Madrid é um sentimento monetário, financeiro. Compra tudo, compra o que quer, mas... Não é grande coisa. Não tem paixão.

O duelo entre o dinheiro do Real Madrid e a paixão do San Lorenzo ocorre neste sábado, às 17h30 (de Brasília), no Grand Stade de Marrakesh, e vale o título do Mundial de Clubes. O SporTV transmite o jogo ao vivo, enquanto que o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.


Mosaico Torcida San lorenzo MEDINA AZULGRANA (Foto: Felipe Schmidt)
Torcida toma conta das ruas da 
cidade (Foto: Felipe Schmidt)


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Trio do Figueira pega gancho pesado do STJD por correria atrás de árbitro

França pega pena mais pesada de oito jogos, enquanto Thiago Heleno ganha gancho de seis partidas e Nirley, duas; punição é válida em competições nacionais em 2015


Por
Florianópolis


A confusão na partida contra o Internacional, na última rodada do Brasileirão 2014, custou caro a três jogadores do Figueirense. O trio Thiago Heleno, Nirley e França foi punido, na tarde desta quinta-feira, no pleno do STJD, e terá que pagar suas punições no Campeonato Brasileiro ou na Copa do Brasil de 2015, competições da CBF. O primeiro pegou seis jogos, o segundo, oito partidas de suspensão, e último, um gancho de dois jogos, e todos desfalcam o time alvinegro caso estejam no clube catarinense na próxima temporada - a punição é válida aos atletas, independente do time em que estiverem.

Confusão - Figueirense x Inter (Foto: Renan Koerich)
Confusão no final de Figueirense e Inter custou 
caro para três atletas catarinenses 
(Foto: Renan Koerich)


Além disso, o Figueirense, como clube, foi punido por conta dos sinalizadores da torcida do Internacional, acendidos nas arquibancadas do Orlando Scarpelli. O time catarinense terá que pagar R$ 10 mil, assim como o clube gaúcho.


O advogado do clube catarinense, no Rio de Janeiro, Renato Brito, compreende que conseguiu amenizar aquilo que estava previsto para os atletas, pois tanto Thiago Heleno como França poderiam ter que pegar 180 dias de suspensão – sem restrição de competições -, pois estavam enquadrados em uma possível punição máxima do artigo 258.

O caso mais complicado é o do volante França. Pela expulsão, no campo de jogo, o jogador foi absolvido, mas por ter demorado para deixar o gramado foi punido com uma partida. Foram mais dois jogos por ter invadido o campo depois do término do jogo, mesmo expulso. Para finalizar, pegou mais cinco partidas diante da tentativa de agressão ao árbitro.


Rafael Moura, Figueirense x Internacional (Foto: Cristiano Andujar / Getty Images)Rafael Moura segura França depois da partida (Foto: Cristiano Andujar 
/ Getty Images)


Thiago Heleno também teve uma pena considerada alta. O jogador está suspenso por seis jogos, com pena máxima do artigo 258, “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código”. O zagueiro estava enquadrado no artigo 258-B, por agressão física, com pena de suspensão em até 180 dias. Porém, o artigo foi desqualificado para o 258.

Nirley sofreu um gancho de dois jogos de punição. Enquadrado no artigo 254-A, pela expulsão após tentativas de cabeçadas no atacante Wellington Paulista, do Inter. Pegou a pena mínima por ter “tentado” e não de fato agredido o rival – de quatro, a máxima, passou para dois jogos de suspensão. A decisão do STDJ cabe recurso, e o advogado do Figueirense, Renato Brito, garantiu que esta medida será tomada. O recurso só deve ser julgado em 2015.

- Vamos recorrer, pois acreditamos que temos chances razoáveis de diminuir estas penas. Achei um julgamento pesado, não queria a absolvição, pois entendo que não era o caso, mas foi um pouco melhor até diante daquilo que poderia ter sido, com uma punição de até 180 dias de suspensão – explicou ao GloboEsporte.com, Renato Brito.



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Colombiano Mendoza assina contrato por quatro temporadas com o Timão

Após atuar na Índia, atacante fecha com o Corinthians e chega no dia 5 de janeiro


Por
São Paulo

 
stiven mendoza Chennaiyin india (Foto: Divulgação/ISL)Mendoza assinou contrato com o Corinthians por quatro 
temporadas (Foto: 
Divulgação/ISL)


O Corinthians acertou nesta quinta-feira a contratação do atacante Stiven Mendoza. O colombiano, de 22 anos, assinou contrato por quatro temporadas com o Timão e se juntará ao grupo no dia 5 de janeiro, data da reapresentação dos jogadores para o início da pré-temporada. Os valores da negociação não foram revelados.

Depois de uma tentativa fracassada de se transferir para o Parma, da Itália, Mendoza foi atuar pelo Chennaiyin, da Índia, mesma equipe do brasileiro Elano e dirigida pelo ex-zagueiro italiano Marco Materazzi. Ele chegou ao clube em outubro e participou de nove partidas do torneio local, marcando quatro gols, mas encerrou a temporada lesionado.

O colombiano foi indicado ao Timão por empresários e passou a ser observado via DVD. Os dirigentes alvinegros se encantaram pela velocidade e habilidade do jogador com a perna esquerda. Os dirigentes acreditam que teriam dificuldades em encontrar uma peça semelhante no mercado interno e por um preço baixo.

O Corinthians quer ter muita paciência com Mendoza. A diretoria considera o jogador uma nova "joia" e pensa em um plano de adaptação, sem que ele tenha de mostrar resultados imediatos ou seja usado como titular imediatamente. O atacante terá acompanhamento até fora de campo para se acostumar com o novo país.

O Timão conta agora com quatro jogadores estrangeiros. Além do colombiano, o elenco conta com o meio-campista uruguaio Lodeiro, o centroavante peruano Guerrero e o atacante paraguaio Romero.


Mendoza é o primeiro jogador a assinar contrato com o Corinthians para a próxima temporada. O clube está apalavrado com o volante Cristian e o lateral-direito Edilson. Nos próximos dias, o Timão espera acertar com o atacante Leandro, destaque da Chapecoense no Brasileirão. Restam detalhes contratuais.


FONTE:
http://glo.bo/1GVvk5v

Empresário de Pato nega interesse da Fiorentina: "Ninguém nos procurou"

Gilmar Veloz diz que atacante vai cumprir o contrato de empréstimo com o São Paulo até o fim e só vê possibilidade de negociação se o Tricolor não quiser mais o jogador


Por
São Paulo

 
Alexandre Pato em treino do São Paulo (Foto: Ale Cabral / Agência Estado)Alexandre Pato em treino do São Paulo (Foto: Ale Cabral / Agência Estado)


Alexandre Pato vai continuar no São Paulo em 2015. O empresário Gilmar Veloz negou que tivesse sido procurado pela Fiorentina, da Itália, para negociar o atacante. Segundo o agente, o jogador cumprirá o contrato com o Tricolor até o fim. A não ser que o Tricolor não queira.

– Ninguém nos procurou. Quando aceitamos ir para o São Paulo colocamos que iríamos respeitar o empréstimo de dois anos. Não vamos fazer nada além do que está escrito, exceto se houver uma liberação. O jogador nunca vai pedir para ir embora – afirmou Veloz, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Segundo a imprensa italiana, a Fiorentina vê em Alexandre Pato a chance de reforçar seu setor ofensivo. Enquanto os italianos Giuseppe Rossi e Bernardeschi estão machucados, o alemão Mario Gomez ainda rende abaixo das expectativas. Com a provável negociação do esloveno Ilicic em janeiro para o Bayer Leverkusen, o dinheiro arrecadado poderia ser reinvestido na aquisição do brasileiro.

Em baixa no Corinthians no início do ano, Pato foi envolvido em uma troca por Jadson, do São Paulo. No acordo, o Timão arca com 50% dos salários do jogador e tem de comunicar ao Tricolor caso queira negociá-lo. Até agora, os clubes garantem que não foram procurados por outras equipes.

Caso haja o interesse, os valores vão variar na virada deste ano. A multa rescisória de € 15 milhões (R$ 49 milhões) é válida até o fim de 2014 – 10% seriam repassados ao clube do Morumbi. A partir de janeiro, cai para € 10 milhões (R$ 33 milhões), sem porcentagem do rival.

Pato, de 25 anos, viveu um bom momento com a camisa tricolor ao longo de 2014, mas caiu de rendimento na reta final, sobretudo depois de sofrer uma lesão muscular na coxa esquerda que o afastou dos gramados por um mês. Quando voltou, virou reserva e não se destacou. Em 44 partidas, marcou 12 gols.


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TCU alerta para risco de aumento nos gastos nas obras do Parque Olímpico

Órgão fiscalizador recomenda entidades responsáveis pela gestão dos recursos sobre riscos de aditivos nos contratos para a construção das arenas do Rio 2016


Por
Rio de Janeiro
 
Novo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os gastos com as obras dos Jogos Olímpicos de 2016 fez um balanço das ações realizadas este ano e programadas para 2015. Um dos riscos apontados é a possibilidade do aumento dos gastos nas obras do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, com aditivos nos contratos. Em função disso, o Tribunal fez determinações, recomendações e alertas aos gestores responsáveis, como a Casa Civil, Ministério do Esporte, Ministério do Planejamento e Gestão e Comitê Rio 2016.

Segundo o ministro Aroldo Cedraz, novo presidente do TCU e responsável pelo relatório, a atuação preventiva dos tribunais de contas é fundamental para que os projetos ocorram dentro dos prazos planejados, da legalidade, legitimidade, economicidade e transparência.

instalações do Parque Olímpico Rio 2016 (Foto: André Durão)
Parque Olímpico, em dezembro: TCU teme 
aditivo nos contratos nas obras 
(Foto: André Durão)


- É preciso ter sempre em mente que o objetivo maior das nossas ações é orientar e evitar que irregularidades sejam cometidas e que o dinheiro público seja perdido, ou mesmo que as obras necessárias não sejam realizadas a tempo certo. As ações preventivas são capazes de aprimorar a função estatal, além de evitar danos à sociedade que muitas vezes nem são passíveis de reparação – disse Cedraz.

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 têm investimento estimado em R$ 37,5 bilhões em recursos públicos federais, estaduais e municipais e provenientes da iniciativa privada, para a execução de obras de infraestrutura urbana e esportiva, além de despesas para a realização do evento.
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financiamentos públicos serão fiscalizados

Em 2015, o TCU deverá fiscalizar as renúncias de receitas previstas na Lei 12.780/2013, que concede desonerações de tributos para operações e pessoas jurídicas ligadas aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Além do acompanhamento do que já foi fiscalizado, o TCU planeja verificar a regularidade dos financiamentos concedidos pelas instituições financeiras federais, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a definição do legado social dos projetos e acompanhar as ações em andamento nas áreas de segurança e esporte de alto rendimento.

instalações do Parque Olímpico Rio 2016 (Foto: André Durão)
instalações do Parque Olímpico Rio 2016 
em dezembro (Foto: André Durão)


Em 2014, após a publicação da Matriz de Responsabilidades dos Jogos, o TCU traçou um plano para avaliar aspectos como adequação e eficácia da estrutura de governança dos Jogos; cumprimento do cronograma de execução das obras; regularidade da contratação e execução das obras de instalações esportivas; implantação das obras de mobilidade urbana; eficácia do desenho e da implementação das ações de segurança pública e defesa para os Jogos; formação e treinamento de atletas de alto rendimento; e legado dos Jogos. Entre os trabalhos, estão as fiscalizações em obras de construção de linhas de alimentação de energia do Parque Olímpico da Barra e do Complexo Esportivo de Deodoro, nas obras de construção do Centro Olímpico de Tênis, do Velódromo Olímpico, do Centro de Handebol e do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos.


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Congresso faz "gambiarra" para ajudar clubes com dívidas, diz jornal

"Correio Braziliense" noticia que políticos fazem contrabandolegislativopara incluir em MP emenda sem contrapartidas às agremiações

Por  
Rio de Janeiro




Após ser aprovada pela Câmera dos Deputados, uma medida provisória dotada de emenda que trata da renegociação das dívidas dos clubes de futebol foi aprovada também pelo Senado, nesta quarta-feira. A manobra do Congresso, segundo o jornal “Correio Braziliense”, não passa de uma gambiarra. Isso porque o texto isenta as agremiações de contrapartidas e dá 20 anos para o pagamento dos débitos com o governo (assista ao vídeo).

A MP em questão é a 656/14 e trata da importação de aerogeradores, sem qualquer relação com o futebol, segundo o jornal. A publicação diz que o texto abre brechas para que os clubes driblem os cofres públicos. O apresentador André Rizek destacou que a manobra é chamada de “contrabando legislativo”.

- Isso tem um nome que é chamado nos bastidores do Congresso. É contrabando legislativo. Assim que os deputados se referem a medidas como essa. Ou gambiarra. O que soa estranho é os clubes não terem nenhuma contrapartida. É uma forma de se falar “clubes, podem continuar gastando mais do que arrecadam, porque uma hora ou outra nossos, políticos vão perdoar o que fizerem.

Jornal diz que políticos fazem contrabando legislativo para ajudar clubes (Foto: Reprodução SporTV)
Jornal diz que políticos fazem contrabando 
legislativo para ajudar clubes (Foto: 
Reprodução SporTV)


A medida ainda pode ser vetada pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que o projeto ainda em discussão no Congresso, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), ou o antigo “Proforte”, seja aprovado. Nele, as renegociações das dívidas são acompanhadas de contrapartidas a serem cumpridas pelos clubes, como punição àqueles que voltarem a adquirir débitos e apresentação de certidões negativas de débito para se receber os benefícios.

O jornalista Fábio Seixas criticou o Congresso Nacional por tentar enganar os brasileiros, incluindo um tema ainda em discussão em uma medida provisória.

- Que se publique e não se faça de maneira contrabandeada dentro de uma “MP” de importação de aerogeradores. Imagina o que não se passa dentro dessas “MPs” na calada da noite! Esse Congresso é vergonhoso.


FONTE:
http://glo.bo/1GUGEPn

Bota realiza pré-temporada no Cefat, em Várzea das Moças, Niterói

Jogadores vão iniciar o trabalho no local no dia 8 de janeiro. Centro de treinamento já é utilizado pelas divisões da base do clube


Por
Rio de Janeiro

 
O Botafogo fechou nesta quinta-feira a programação de sua pré-temporada, que será realizada a partir do dia 8 de janeiro no Cefat (Centro de Formação de Atletas TROPS), na localidade de Várzea das Moças, Niterói. O local tem sido utilizado pelas divisões de base, inclusive para jogos, e é visto como um possível CT para a garotada no futuro. Será a primeira vez, no entanto, que os profissionais vão utilizar as instalações.

O Cefat é uma opção mais viável financeiramente diante da grave crise financeira que o Bota enfrenta. O dono é empresário e ex-vice de patrimônio do Botafogo, Marcos Antônio Tristão, e é administrado por sua filha, Vanessa Tristão. Durante sua apresentação, na quarta-feira, o técnico René Simões havia falado sobre o local, mas sem citar o nome.

- Estamos visitando um local, parece excepcional. Vamos dar uma olhada, tem tudo para ser o escolhido. Já temos data, está muito bem encaminhado. Apesar der ainda estarmos discutindo algumas coisas - afirmou René.

O centro de treinamento conta com dois campos oficiais (105m x 68m), arquibancada para até 1.000 pessoas, bar, campo auxiliar para aquecimento e treinamentos (50m x 25m), caixa de areia, quatro vestiários para atletas, dois vestiários para árbitros, uma sala de palestras, piscina, alojamento para até 68 pessoas e estacionamento para 100 veículos.


Cefat, CT do Botafogo - 2013 (Foto: Flickr do Botafogo)
Cefat é utilizado regularmente pelos atletas das 
divisões de base do Bota  
(Foto: Flickr do Botafogo)


FONTE:

Por que caiu? Caiu por quê? Dossiê Botafogo III: surrealismo e descontrole

Orçamento que contava com premiação de todos os torneios do ano, aumentos para a "turma da praia", adeus de Seedorf e fiasco na Libertadores: a queda se desenha


Por
Rio de Janeiro


Header BOTAFOGO - Por que caiu? Caiu por quê? (Foto: Infoesporte)


A terceira reportagem da série começa no fim de 2013, quando a falta de planejamento do Botafogo transbordou. O Departamento de Futebol resolveu ignorar solenemente os pedidos de contenção de despesas do financeiro. Em vez de cortar custos, o futebol resolveu aumentá-las e produziu um orçamento surrealista. Em janeiro, os salários já estavam em atraso e a volta do clube à Libertadores virou um pesadelo.

       CAPÍTULO I



       CAPÍTULO II



      CAPÍTULO III

Dossiê Botafogo Libertadores (Foto: Editoria de Arte)Dossiê Botafogo

      CAPÍTULO IV

Dossiê Botafogo Gabriel  PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 18/12



1 - O orçamento surreal
Apesar do caos financeiro, a vitória no estadual e a vaga na Libertadores deram argumentos para que o departamento de futebol vendesse sucesso. O Botafogo, afinal, tinha voltado à Libertadores depois de 18 anos. Em vez de assumir os erros, Sidnei e Chico resolveram dobrar a aposta e produziram um orçamento que beirava o inacreditável. Previram premiações para todos os títulos do ano: estadual, Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial.
– Fui no Corinthians pegar o orçamento deles do time campeão do mundo. Os caras conseguiram fazer um orçamento maior que aquele – comentou um dirigente.
Em e-mail enviado a vários diretores, o diretor executivo Sérgio Landau reclamou que o orçamento enviado pelo futebol previa gastos mensais de R$ 11,7 milhões. Só em salários e direitos de imagem, a previsão mensal era de R$ 7 milhões. O departamento financeiro tinha informado ao departamento de futebol e ao presidente, em outubro, que o clube estava quebrado e com aquele orçamento seria bem pior. As despesas do futebol precisariam ser reduzidas para R$ 3,7 milhões. Foi ignorado.
– O presidente de fato do primeiro mandato foi o Landau. No segundo, Sidnei fez a cabeça do Maurício para assumir de fato e esvaziar o Landau. O futebol não respondia a mais ninguém.
O Conselho Fiscal rejeitou o orçamento surrealista e exigiu um novo. Landau avisou que, mesmo se os gastos ficassem em R$ 3,7 milhões, o clube precisaria captar R$ 40 milhões no mercado. Anotou ainda que as despesas do futebol no último trimestre de 2013 tinham ficado numa média de R$ 5 milhões.


Botafogo orçamento clube (Foto: Vicente Seda)
Orçamento do Botafogo previa premiação para 
todos os campeonatos da temporada 
(Foto: Vicente Seda)


2 - Reajustes 
O Departamento de Futebol não apenas ignorou a recomendação de corte de custos, como resolveu aumentá-los. Entre dezembro e janeiro, um festival de aumentos trouxe alegria para antigos e novos membros da comissão técnica. Em dois casos, funcionários criaram empresas e passaram a ganhar via CLT e como prestadores de serviço, situação que o departamento jurídico alertou que era ilegal.
Isso gerou um desconforto em Landau, que havia criado um comitê de gestão responsável por normatizar as alterações salariais. Como o presidente autorizava tudo o que o futebol fazia, Landau acabou com todos os comitês. Irritado com o Futebol e adoentado, o vice financeiro, Carlos Alberto Calumby, também pediu exoneração. Chico Fonseca assumiu também a vice-presidência financeira.


Sérgio Landau, diretor executivo do Botafogo (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
Sérgio Landau em coletiva: fim dos três comitês 
após reajustes (Foto: Satiro Sodré / AGIF)


3 – "Gente de cinza" 
Nada menos que 18 profissionais foram demitidos entre 2013 e 2014. Em janeiro, o departamento médico foi demitido, junto com o fisioterapeuta Altamiro Bottino, o fisioterapeuta Alex Evangelista e o analista de desempenho Marcelo Xavier. Os ex-técnicos dos juniores Anthoni Santoro e Jair Ventura também entraram na barca. Criou-se uma flagrante divisão entre “o pessoal da base” e os profissionais restantes na comissão técnica – como o preparador de goleiros Flavio Tenius, que havia resistido por conta de sua ligação com Jefferson.
– Eles chegaram da base com marra achando que sabiam tudo porque ganharam um campeonato de juniores. E não sabiam nada. Não sabiam que profissional é diferente – disse um membro da comissão técnica.
Ainda em janeiro, Loureiro promoveu uma série de contratações. A comissão passou a ter três auxiliares-técnicos: Eduardo Barroca e Flávio Oliveira e um dos fiéis escudeiros de Loureiro, o preparador de goleiros Christiano Fonseca. Outros homens de confiança de Loureiro, Marcos Pinheiro (o Mineiro) e Cláuber Antunes, também foram promovidos para o profissional. Apesar das demissões, a comissão técnica continuava inchada.
– Tinha mais gente de cinza (comissão) do que de azul (jogador) no campo – comentou um dirigente.



Jefferson e Flavio Tenius botafogo treino (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Flavio Tenius treina Jefferson: preparador 
resistiu por ligação com o goleiro (Foto: 
Thales Soares / Globoesporte.com)


4 – Praia rica
A rubrica "Pessoas Jurídicas" do orçamento de futebol traz uma noção da quantidade de aumentos ocorridos entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.O clube gastou R$ 291.050 em dezembro com PJs do futebol. Apesar da recomendação de corte de custos, em janeiro esse número pulou para R$ 481.474 em janeiro. Em abril chegou a R$ 595.288.

Os aumentos da chamada "turma da praia" entre 2009 e 2014 chamaram atenção. Eduardo Hungaro, que chegara ao clube em 2009 ganhando R$ 2 mil, saltara para R$ 27 mil e em janeiro de 2014 passou a R$ 65 mil já como PJ (porque virou treinador - em sua defesa, diga-se que certamente era um dos salários mais baixos da série A). Christiano Fonseca pulara de R$ 2 mil para R$ 18 mil. Ele e Ney Souto passaram a ganhar via CLT e também via PJ. Mineiro pulou de R$ 1,5 mil e passou a ganhar R$ 6 mil como auxiliar de coordenação administrativa. Felipe Arantes começara com R$ 2 mil e em 2014 já ganhava R$ 9,5 mil no cargo de auxiliar-técnico. Seu irmão, Bernardo, tinha pulado de R$ 5 mil para R$ 21 mil.
Mas os aumentos não ficaram apenas para os praianos. O analista de desempenho Alfie Assis, que era responsável pelas apresentações em Power Point da base, entrou no clube em 2009, como estagiário, ganhando R$ 150. Em 2014, já como profissional, tinha vencimentos de R$ 5.914. Um aumento de mais de 3.000% em cinco anos num clube sem recursos.


Eduardo Hungaro Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress)
Eduardo Hungaro comanda treino: do salário 
inicial de R$ 2 mil a R$ 65 mil em janeiro de 
2014 (Foto: Vitor Silva/SSPress)


5 - Ilha da fantasia
A situação financeira do clube só piorava. O clube tinha dívidas imensas com os empresários Eduardo Uram e Carlos Leite. Devia também ao fundo do banco BMG e buscava empréstimos de toda sorte. O fluxo de caixa já era negativo e as penhoras tornavam a gestão praticamente impossível. O departamento financeiro fazia malabarismo para conseguir recursos e antecipações. Enquanto isso, o Futebol aumentava seus gastos. Em dezembro de 2013, a vice-presidência de futebol gastou R$ 4,9 milhões. Em janeiro, os gastos pularam para R$ 5,6 milhões. Em fevereiro chegaram a R$ 5,8 milhões.


Empresario carlos leite (Foto: Janir Júnior)
Carlos Leite em sua empresa: Botafogo acumula 
dívidas imensas com o empresário 
(Foto: Janir Júnior)


6 – Adeus de Rafael Marques e Seedorf
Se o time já se enfraquecera em 2013, o início de 2014 foi ainda pior. Seedorf parou de jogar e foi ser técnico do Milan. Sidnei Loureiro confidenciou ao repórter Thales Soares.
– Já sabíamos que o Seedorf ia parar. Por isso nos planejamos antes e trouxemos o Jorge Wagner.
Outro que saiu foi Rafael Marques. Antes criticado por Montenegro e Loureiro, ele tinha se tornado um dos principais jogadores do time em 2013. Foi autor do gol do título estadual. Acabou indo para a China.
– Eu não queria sair, mas todo mundo está saindo e eles não vão pagar ninguém – confidenciou Rafael a um amigo.
Além de Jorge Wagner, o clube foi atrás de reforços. Sem caixa e devendo a empresários, o clube aceitou ofertas como os gêmeos Alex e Anderson, encaixados por Eduardo Uram. E uma série de jogadores em baixa foram contratados. Chegaram os argentinos Ferreyra e Bolatti, Wallyson, Junior Cesar, Airton e Rodrigo Souto. Todos, sem exceção, estavam na reserva de seus times.


Seedorf botafogo despedida (Foto: Satiro Sodré / SSPress)
Seedorf se emociona na despedida do Botafogo: 
meia optou por virar técnico no Milan 
(Foto: Satiro Sodré / SSPress)


7 – O gigante voltou
A temporada começou com uma derrota. Com Rodrigo Souto como titular e Ferreyra no ataque, o time perdeu para o Deportivo Quito na altitude por 1 a 0. No jogo de volta, mais de 50 mil alvinegros encheram o Maracanã, fizeram um belíssimo mosaico e o time derrotou os fraquíssimos equatorianos por 4 a 0 – com dois gols de Wallyson.
O time se classificou para a fase de grupos – o que valeria a premiação de R$ 200 mil para o treinador Eduardo Hungaro. E estreou bem contra o San Lorenzo, vencendo o time argentino por 2 a 0 também no Maracanã. Mas a partir daí o time fraquejou. Fora de casa empatou com os  chilenos do Unión Española e perdeu no fim para o Independiente del Valle.
Depois de vitória suadíssima contra os equatorianos em casa, o time precisava apenas da vitória contra o Unión para garantir a vaga nas oitavas de final. Irritados com o atraso de salários e promessas não cumpridas, os jogadores ameaçaram entrar em greve antes da partida contra o Union Española, no Maracanã. O clube dominou mas acabou perdendo num pênalti mal assinalado. A classificação passou a depender de um empate contra o San Lorenzo na Argentina. Em Buenos Aires, o time foi atropelado por 3 a 0.
Os dirigentes culparam a “postura dos atletas” pelas derrotas – mas sem recursos e com 100% das receitas penhoradas, que punições seriam possíveis?


torcida Botafogo mosaico Maracanã (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Torcida do Botafogo faz mosaico gigante: alegria 
pela volta à Libertadores (Foto: Alexandre 
Cassiano / Agência O Globo)


8O pior estadual da história
A “turma da base” convenceu Hungaro a escalar o time reserva no estadual e priorizar a Libertadores – contra o conselho dos outros membros, como Barroca. Se time titular já era fraco, o reserva era péssimo. Sem talento nem organização, o Bota fez a pior campanha de sua história. Ficou em nono lugar com 17 pontos – atrás de Cabofriense, Boavista, Macaé, Friburguense e Nova Iguaçu. Em 15 jogos teve quatro vitórias, cinco empates e seis derrotas. Fez meros 16 gols e tomou 17 – saindo do Estadual com saldo negativo. Com o duplo fracasso, a pressão sobre Eduardo Húngaro se tornou insuportável.


João Carlos comemora, Botafogo x Macaé (Foto: Carlos Moraes/Agência Estado)
Botafogo perde para o Macaé no Carioca 2014: 
pior campanha da história (Foto: Carlos 
Moraes/Agência Estado)


9 – Corte seletivo
Em abril, a tensão no futebol era imensa. Os salários seguiam em atraso e os jogadores começavam a se desesperar. Pressionado por Landau e pelo financeiro, o departamento teve que cortar custos. Loureiro demitiu vários auxiliares que tinha contratado em janeiro, como Barroca e Flavio Oliveira. Para atingir Jefferson, dispensou Flavio Tenius, trazendo para seu lugar o ex-treinador do Fluminense e do Grêmio Victor Hugo, ligado a Christiano Fonseca.
Esses cortes, porém, não atingiram os homens próximos de Loureiro: o próprio Fonseca, Cláuber e Mineiro. Todos continuaram empregados. E Duda Hungaro, mesmo rebaixado, continuou ganhando o mesmo salário.
– Ele ganha R$ 65 mil pra carregar prancheta – dizia um membro da diretoria.
Eliminado do estadual e da Libertadores, o clube contratou Vagner Mancini para o Brasileiro. E trouxe dois auxiliares: Mauricinho e Régis. Com isso, Christiano Fonseca também foi rebaixado. Deixou de ser auxiliar técnico e virou novamente preparador de goleiros. Ou auxiliar de prepardor de goleiros, já que Victor Hugo tinha sido contratado para o cargo. Mas seu salário foi preservado.


San Lorenzo x Botafogo (Foto: Juani Roncoroni/Agência Estado)
Botafogo perde o San Lorenzo na Argentina e 
é eliminado da Libertadores (Foto: Juani 
Roncoroni/Agência Estado)


9 – O amistoso que não foi
Sem resultados no campo, Loureiro voltou suas baterias para os executivos do clube. Internamente, dizia aos jogadores que o financeiro prometia recursos que nunca chegavam. O diretor Marcelo Murad viajou para a Argentina para ver o time ser eliminado da Libertadores contra o San Lorenzo, e o clima ficou tenso, porque jogadores reclamaram de sua presença.
O clube acertou um amistoso por R$ 150 mil contra o Botafogo-PB. O dinheiro seria usado para pagar uma intertemporada em Saquarema, no CT da seleção de vôlei. Os jogadores informaram que não iriam jogar na Paraíba. Loureiro e Assumpção resolveram demitir Bolívar, considerado o líder da insurreição. Informaram ao empresário do atleta.
Bolívar, que ganhava R$ 100 mil mensais, tinha renovado por R$ 360 mil em dezembro de 2013, algo que havia assustado o departamento financeiro. Quatro meses depois seria demitido?
– Eles disseram que querem me mandar embora. Vamos ver se é isso mesmo – disse Bolívar.
Os jogadores se reuniram e convocaram uma reunião com o presidente e a diretoria no Engenhão.
– Se ele sair, sai todo mundo – disse um dos líderes do elenco.
Desmoralizados, os dirigentes engoliram em seco e tiveram que chamar o jogador de volta. Não havia dúvidas sobre quem mandava no vestiário.


Bolívar água Botafogo (Foto: Satiro Sodré / Botafogo)
Bolívar se refresca: demitido e chamado de volta 
após cancelamento de amistoso (Foto: Satiro 
Sodré / Botafogo)


10 – Landau x Loureiro
O clima entre Sidnei Loureiro e Sérgio Landau ficou insustentável. Nos bastidores, os dois se metralhavam mutuamente. Loureiro tinha escolhido a única briga que não podia ganhar. Landau era o executivo de confiança de Assumpção, com uma teia de relações que ia da CSM (ex-Golden Goal), operadora do sócio-torcedor do clube, até os donos das novas arenas do futebol brasileiro – em especial a Odebrecht, principal empresa do Consórcio Maracanã.
Sem moral com os jogadores e com o time em frangalhos, Loureiro percebeu que ficaria com a conta do fracasso. No meio de julho deixou o clube. E saiu atirando. Em entrevista gravada ao GloboEsporte.com, Loureiro disse que o Futebol tinha cumprido as metas pedidas pelo financeiro, tendo cortado 30% das folhas dos jogadores e da comissão técnica. E bateu firme no diretor executivo Sérgio Landau e no diretor financeiro Marcelo Murad.
– Eles prometiam, mas o dinheiro nunca chegava.
Landau ficou enlouquecido. No dia 25 de julho, mandou um e-mail desabonador para Assumpção cobrando providências e disse que iria processar Loureiro. Na mensagem, ele rebateu ponto a ponto as declarações do ex-gerente. Disse que, ao contrário de cortar, os gastos do futebol foram de R$ 6.052.000,00 em média no primeiro quadrimestre de 2014 - muito acima dos recomendados R$ 3,7 milhões e 64% acima do que fora aprovado pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo do clube. Mais: disse que uma das causas do desvio orçamentário do departamento de futebol foi o aumento que Sidnei deu a si mesmo – de R$ 42 mil para R$ 65 mil entre 2013 e 2014.
Segundo Landau, o ex-gerente promovera uma “verdadeira sangria nos cofres alvinegros” ao conceder aumentos generalizados no departamento "contrariando o que determinava o departamento financeiro". O e-mail disse também que Sidnei não tinha “qualquer histórico de sucesso no futebol profissional” e que "reconhecidamente não tinha moral alguma com jogadores". E bateu forte:
"Embora fosse clara a falta de capacidade do ex-gerente para o exercício de função tão relevante para o Botafogo, jamais poderia esperar que a menos de um ano do término deste mandato, durante o momento mais crítico da atual gestão, ele simplesmente colocasse seu cargo à disposição, sob o argumento de estar fazendo isso em benefício do Botafogo, quando todos sabem que, na verdade, ele sempre teve sua presença e autoridade contestada pelos profissionais do futebol. Lembro que na comemoração do título de 2012 o nosso técnico citou o nome de vários colaboradoes e nunca o dele"
O diretor-executivo foi mais longe: afirmou ser contra o pagamento da multa rescisória de Loureiro.


Sidnei Loureiro Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)
Sidnei Loureiro, em entrevista ao GloboEsporte.
com: fortes críticas após sair do Botafogo 
(Foto: Gustavo Rotstein)


11 – A sinuca de Assumpção
O e-mail de Landau deixou Assumpção em situação difícil. Ele não podia brigar com Landau, seu grande parceiro no clube. Mas também tinha lealdade a Loureiro. O presidente resolveu sair pela tangente. Deu entrevista para a Rádio Globo dizendo que tinha, sim, demitido Loureiro – o que garantiria o pagamento da multa rescisória. Fez elogios ao trabalho do ex-gerente, mas disse que não concordava com suas críticas ao financeiro.
Meses depois, em setembro, em entrevista ao Esporte Espetacular, Maurício Assumpção diria que o departamento de futebol tinha feito um orçamento realista para o ano. Sua declaração literal.
– Sabendo dos problemas que iríamos enfrentar por conta da questão do Ato Trabalhista e das penhoras fiscais, fizemos um orçamento do futebol melhor que o de 2013. Em novembro de 2013, o orçamento do futebol, que contempla base e profissional, era de R$ 6,8 milhões. Em março de 2014 caiu para R$ 3,6 milhões. E precisávamos de um time melhor do que tinha, pois estávamos disputando a Libertadores. Sabíamos que não podia fazer isso.
Esses números de Maurício tinham um problema: eram diferentes dos reais. O departamento de futebol gastou R$ 4,8 milhões em novembro de 2013. Em março de 2014 o gasto foi de R$ 5,6 milhões. Ou seja, R$ 800 mil a mais mesmo com as saídas de Oswaldo, Seedorf, Rafael Marques e Renato.


Maurício Assumpção presidente Botafogo (Foto: Satiro Sodré)
Maurício Assumpção: sinuca de bico após 
desentendimento entre Landau e 
Loureiro (Foto: Satiro Sodré)


12 – Gottardo
Sidnei Loureiro ficou um ano e quatro meses à frente do futebol profissional e pode botar no currículo o estadual de 2013 e a vaga na Libertadores de 2014. Para o seu lugar, Assumpção contratou Wilson Gottardo. O ex-zagueiro, capitão do time campeão brasileiro em 1995, chegou falando que os atletas tinham que esquecer os problemas financeiros.
– Em 1995, fui campeão com cinco meses de salários atrasados.
Os jogadores odiaram a declaração. Gottardo tentou convencer Jefferson a ser uma espécie de “líder positivo”, dizendo que deveria ser exemplo. Jefferson não gostou muito, mas disse que iria tentar.


Wilson Gottardo Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Wilson Gottardo volta ao Botafogo como dirigente: 
declaração pega mal com os jogadores 
(Foto: Vitor Silva / SSPress)


13 – O sumiço dos uniformes
Mais de mil peças de uniformes desapareceram do estoque do clube. Em um áudio que circulou pelo WhatsApp, um funcionário pedia a outro para esconder uma caixa.
– O André está indo aí conferir. Esconde aquela caixa que tem as minhas camisas por favor – dizia a voz na gravação.
André, no caso, era André Silva, que levou o caso até o presidente Maurício Assumpção. Ninguém foi punido. Contra o Criciúma, o time quis usar camisas pretas, mas no almoxarifado não havia mais nenhuma delas. Isso gerou um corre-corre interno, e dois dias antes da partida uma caixa com os uniformes pretos reapareceu. Os jogadores entraram em campo com eles, que teriam sido recuperados graças a contatos com "milicianos". Um dos funcionários que "recuperou" as roupas era justamente o dono da voz da gravação que circulou no clube.
– Se ficássemos aqui mais um ano, eu comprava um apartamento – ele costumava dizer aos amigos.


Rodrigo Souza Criciúma x Botafogo (Foto: Getty Imagens)
Botafogo quase não consegue usar camisa preta 
contra o Criciúma após sumiço (Foto: Getty Imagens)


14 – O breve apoio dos cardeais
Em julho, o futebol tinha virado um deserto de dirigentes. Com a saída de Sidnei Loureiro, Chico Fonseca desapareceu. Quem passou a tocar o dia a dia foi o vice administrativo, André Silva, ao lado do recém-contratado Gottardo – que ainda tentava encontrar algum clima.
Os cofres alvinegros estavam vazios e não havia perspectiva de receita. Os atrasos já chegavam a cinco meses em imagem e três na CLT – sem falar no FGTS. O clube tentava estratégias, como recorrer ao apoio do Sindicato de Atletas. Mas este tem as suas regras próprias de pagamento. Ao receber, priorizava atletas de acordo com o salário, de cima para baixo. Isso deixou Lucas fora de um dos pagamentos – e o lateral-direito, irritado, deixou o clube via justiça.
André Silva pediu ajuda a Montenegro e ao executivo Durcésio Mello, que se preparava para se candidatar à presidência. Ambos trouxeram a promessa de pagar os salários futuros. Houve uma reunião dos cardeais com os atletas, e a promessa alegrou o ambiente. O clube engatou alguns bons resultados e se afastou do Z-4. Mas os cardeais pagaram apenas o mês de julho. Em agosto, o dinheiro já não entrou. E o clima começou a azedar de vez.


Lucas Botafogo e Lucas Silva Cruzeiro Série A (Foto: Agência Getty Images)
Lucas, em ação contra o Cruzeiro: lateral deixou 
o Botafogo após acionar Justça por salários 
(Foto: Agência Getty Images)



AMANHÃ: DOSSIÊ BOTAFOGO IV - Descontrole, demissões e rebaixamento


FONTE:
http://glo.bo/13yE4m7