CAMPEONATO CARIOCA DE FUTEBOL DE 2009
Na 1ª partida da decisão do "Cariocão" 2009, Botafogo e Flamengo empataram em 2x2 num jogo bastante emocionante, com alternância de supremacia de ambas as equipes.
O Flamengo iniciou o jogo a todo vapor parecendo querer decidir o embate o quanto antes, e o Botafogo que parecia jogar retrancado ameaçava nos contra-ataques, a exemplo do acontecido na partida anterior na decisão da Taça Rio. O domínio do rubro negro era improdutivo, com poucas chances de gol, até que num dos seus ataques numa dividida entre Alexandro e Juan, o arbitro Rodrigues Nunes de Sá, marca penalti contra o Botafogo, muito contestado pelo defensor botafoguense, tendo o próprio Juan convertido a cobrança fazendo 1x0. Dai em diante só restou ao Botafogo partir para o ataque, com o Flamengo recuando, dando espaços e parando o armador alvi-negro Maicosuel em sucessivas faltas cometidas pelo defensor Willians, sequer recebendo o cartão amarelo. Numa delas, próximo a área do Flamengo, o mesmo Maicosuel em jogada ensaiada com Juninho, iludiram a barreira armada pelo goleiro Bruno, com Juninho decretando o empate que já era merecido a esta altura da contenda. Daí em diante só deu o ataque do Fogão, e mais uma vez Maicosuel o melhor em campo sofreu nova falta do mesmo Willians que mais uma vez teve a complacência do Juiz que não lhe aplicou o merecido amarelo.
Na cobrança o armador do Botafogo lançou a bola na cabeça de Reinaldo, que antecipando-se aos defensores contrários desviando-a para o fundo das redes, passando a frente do marcador.
Para o 2º tempo o Botafogo voltou com o lateral Gabriel, no lugar de Eduardo, que fizera uma boa partida, e continuou mandando nas ações, e sendo seus ataques com Maicosuel e Reinaldo, parados com faltas grotescas, e numa delas após um drible sensacional de Maiconsuel em Juan, este lhe aplicou uma violenta pernada, e com o adversário caído o ameaçou com o dedo em riste, recebendo apenas o cartão amarelo, do "complacente" arbitro.
Depois dos 19 minutos, Maicosuel e Reinaldo tiveram que abandonar a partida, de tanto apanhar dos defensores rubro-negros, tendo o 1º sofrido uma distensão muscular, e o 2º uma violenta pancada no tornozelo, e seus substitutos tiveram atuações abaixo do esperado pelo técnico do Botafogo Nei Franco, sobrecarregando sua defesa.
O Flamengo substituiu o ala Leonardo Moura, que saiu vaiado por sua torcida, e o treinador Cuca se aproveitou para tornar seu time mais ofensivo, passando a dominar a partida até achar o gol de empate, em mais um lance de infelicidade do zagueiro botafoguense Emerson, com a bola desviando em seu corpo para iludir o jovem goleiro Renan que nada pode fazer.
Mais uma vez o Borafogo foi tremendamente prejudicado em uma decisão, desta vez por um juiz de nome Rodrigo Nunes de Sá, não expulsando o atleta Juan, por sua falta violenta e posterior "cafagestagem", agredindo verbalmente o colega Maicosuel após receber um lindo drible. Se aqui ainda estivesse, o consagrado Juiz e comentarista de arbitragem Mario Vianna (com 2 enes), o teria chamado de "soprador! de apito. Até o conhecido jornalista Renato Maurício Prado, fanático torcedor confesso do Flamengo declarou que o Juan tinha que ter sido expulso de campo.
Já o Presidente da Comissão de Arbitragem do Rio de Janeiro, Sr. Jorge Rabelo comentando a atuação de seu comandado, disse que seu pupilo tinha que ter expulsado o jogador do Flamengo, dizendo também acreditar que ele tenha visto a agressão, não querendo aplicar a severa punição, e ainda paradoxalmente ou incoerentemente, dizer que achou boa a sua arbitragem, ignorando totalmente a complacência do mesmo, com o jogador rubro-nego Willians, que somente recebeu o cartão amarelo nos minutos finais da partida, após reincidentes faltas desde o início do jogo.
Aproveito a oportunidade para inserir neste contexto, a cronica publicada hoje pelo renomado Jornalista Luiz Mendes, cognominado o homem da palavra fácil, em sua coluna do Jornal dos Sports.
"Luiz Mendes
Uma decisão pau-a-pau
lmendes@jsports.com.br
Os deuses do futebol deram a sua contribuição para que o Campeonato Carioca siga sendo o mais charmoso do Brasil. Vejam como eles tramaram a situação. Para São Paulo deixaram o Corinthians tomar considerável vantagem sobre o Santos. Para Minas Gerais decidiram em favor do Cruzeiro antes mesmo do último jogo. No Rio Grande do Sul fizera campeão o Internacional de uma forma sem graça, impondo um placar de 8x0. Aqui não: tramaram para que Botafogo e Flamengo chegassem à última partida em absoluta igualdade de condições. Interferiram desavergonhadamente na primeira batalha, não permitindo que um tomasse qualquer vantagem
sobre o outro.
Quando o Flamengo fez um a zero, poderia ter feito o segundo gol, mas Leo Moura chutou em cima do goleiro Renan. Depois, já com dois a um em favor do Botafogo, se meteram na tarefa do árbitro, impondo-lhe uma reação maricas, deixando de expulsar o jogador Juan, num ato repulsivo desse jogador, cavador de pênaltis e com reações de garoto mimado, fazendo beicinho por ter levado um drible comum do futebol e por isso agredindo Maicosuel. Não satisfeitos, os tais deuses ainda providenciaram para que o juizinho do clássico conduzisse a partida para levar o Flamengo ao empate e,por garantia, ainda tiraram no mesmo instante (19 minutos do segundo tempo), os dois melhores jogadores do Botafogo.
Claro – o empate veio e com isso ficou garantido o charme da nossa decisão. É evidente que não tivemos no Maracanã aquela pintura de gol marcado pelo “fenômeno” Ronaldo no jogo de Vila Belmiro, nem a facilidade simples dos atacantes do Cruzeiro para meter cinco a zero no Atlético, muito menos a força ofensiva do colorado gaúcho na semana passada, mas contamos com a garantia de uma decisão pau a pau, elas por elas, na base da velha frase “quem puder mais chora menos”. Não sei as preferências dos deuses, mas seria muito bom, volto a dizer, que a nossa Federação fizesse o mesmo que os cearenses fizeram e os mineiros também – chamar um árbitro de outro estado para evitar tanta pusilanimidade na condução da nossa decisão.
Um árbitro que não seja influenciado pelo meio ambiente, para o qual não importe o chamado peso das camisas e que não tema também a força das arquibancadas, seria uma garantia de que correria tudo bem, sem queixas de qualquer das partes. Que os deuses do futebol pelo menos nisso iluminem a consciência dos nossos árbitros.
Publicada em: 28/04/2009
Fonte: Jornal dos Esportes