quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Grêmio estuda nomes e busca perfil de "força e velocidade" para reforçar zaga



GRÊMIO



Nomes analisados, Rodrigo Moledo e Bruno Aguiar tem características almejadas



Por
Porto Alegre



Pedro Geromel zagueiro Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Grêmio/Divulgação)Grêmio busca zagueiros de força e velocidade
(Foto: Lucas Uebel/Grêmio/Divulgação)


Uma das posições mais carentes do elenco do Grêmio como um todo atualmente é o posto de reserva de Pedro Geromel e Kannemann. E para contratar pelo menos um jogador para a função, os dirigentes do clube gaúcho já traçaram um perfil de defensor forte e veloz e estão no mercado para cumprir tal exigência. Bruno Aguiar, atualmente no Muaither Sports Club, do Catar, e Rodrigo Moledo, do Panathinaikos, foram analisados.

Ambos entram no perfil almejado. Por outro lado, a diretoria do Grêmio afirma não ter nenhum negócio em andamento com possibilidade de ser encerrado nos próximos dias.


LEIA MAIS 
Fernandinho fala de volta: "Melhor opção"
Renato indica time e tem Bressan de volta
Grêmio analisa zagueiros Moledo e Aguiar


O vice de futebol Odorico Roman diz, por exemplo, que o peruano Alberto Rodríguez, do Universitario, não está dentro das aspirações atuais por conta do estilo técnico. E é direto em relação a característica do zagueiro desenhado.

- Queremos um zagueiro que se imponha e tenha velocidade - resume o dirigente gremista ao GloboEsporte.com.

Kannemann Pedro Geromel Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Kannemann e Pedro Geromel são os titulares gremistas
(Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)


Bruno Aguiar foi oferecido por um empresário. Analisado pelo Grêmio, fica como uma espécie de "segunda opção" para o momento. O defensor de 30 anos tem contrato com o Joinville até o final da temporada. Assim, sua liberação não seria um empecilho caso o Tricolor opte por tentar sua contratação.

Por sua vez, Moledo está em alta na Grécia aos 29 anos e ainda recebeu proposta do Inter, o que é um fator complicador. Há alguns meses, os gregos atrasaram salários e seria “mais tranquilo” conseguir a liberação do atleta. Agora, escolhido melhor zagueiro da competição nacional, está valorizado. Pessoas próximas a ele necessário um investimento para tirá-lo do clube, já que tem contrato até 2018. Foram 21 jogos e um gol marcado na última temporada.

Pela descrição, a intenção é ter um jogador similar a Moledo, que sempre se caracterizou por sua força física e velocidade. O jogador deixou o Inter no ano passado sem atuar pelo clube em sua segunda passagem. Também jogou no Colorado entre 2010 e 2013, quando foi negociado com o Metalist, da Ucrânia.

Bressan Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Bressan voltou ao Grêmio (Foto: 
Eduardo Moura/GloboEsporte.com)

O elenco gremista ganhou um reforço para a posição: o zagueiro Bressan. O jogador fez seu primeiro treino com o elenco após voltar de empréstimo do Peñarol. Soma-se a Rafael Thyere como suplentes a Geromel e Kannemann, a dupla titular. Mas não têm a característica pretendida pela diretoria. Depois da polêmica relação do empresário com a diretoria, Geromel permanece e só sai se receber alguma oferta da China.

Até o momento, os reforços anunciados são os laterais-direito Léo Moura e Leonardo, o lateral-esquerdo Bruno Cortez, o volante Michel e os atacantes Jael e Beto da Silva.

Confira as notícias do esporte gaúcho no globoesporte.com/rs



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/2017/02/gremio-estuda-nomes-e-busca-perfil-de-forca-e-velocidade-para-reforcar-zaga.html

Em setembro, Ives Gandra Filho mandou substituir servidora de carreira por padre no TST



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/em-setembro-ives-gandra-filho-mandou-substituir-servidora-de-carreira-por-padre/


por : 


Ives Gandra da Silva Martins Filho
Ives Gandra da Silva Martins Filho


Publicado no Justificando.

No dia primeiro de setembro de 2016 o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, exonerou a servidora pública Jumara Cristina Cerqueira Borges, funcionária de carreira no TST desde 91, para nomear o padre Placimário de Sousa Leite Ferreira para exercer o cargo em comissão de Ouvidor Auxiliar. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União e está dentro das atribuições legais e regimentais do ministro.
A indicação de um padre pode indicar a tendência do atual presidente do TST e candidato ao Supremo Tribunal Federal (STF) de misturar a religião com o direito. Gandra Filho, membro da Opus Dei, corrente católica ultra conservadora, esteve no centro do debate em razão de ter afirmado em 2012, quando publicou artigo acadêmico que as mulheres devem submissão aos maridos; que casamento deve ser indissociável e deve apenas acontecer entre o homem e a mulher. Além disso, ainda comparou uniões homoafetivas ao bestialismo, usando como exemplo uma mulher casada com um cavalo, como revelou a matéria do Justificando.
Justificando questionou a assessoria de comunicação do TST sobre o porquê da nomeação de um padre para o cargo e quais as qualificações do Padre Placimário. A comunicação interna do TST afirmou que dentro da política de reestruturação que ocorre a cada gestão, foram aprovadas, em 2016, diversas medidas voltadas para a ampliação e fusão de vários setores.
“Dessa forma cabe esclarecer que todas as mudanças se deram dentro dos princípios da legalidade, e sem que houvesse qualquer afronta ao Regimento Interno do TST, que prevê, dentro das competências da presidência, “nomear os servidores para os cargos em comissão e designar os servidores para o exercício de funções comissionadas nos Gabinetes de Ministros” (artigo 35, inciso XIX)”, diz a nota de esclarecimento.
Em sua defesa, Ives soltou uma nota à imprensa, dizendo que suas falas foram descontextualizadas. Disse que “as pessoas homossexuais devem ser respeitadas em sua orientação e ter seus direitos garantidos, ainda que não sob a moralidade de matrimônio para sua união”. Além disso, o ministro afirmou que fez “referência apenas, de passagem, (sic) ao princípio da autoridade como incito (sic) a qualquer comunidade humana, com os filhos obedecendo aos pais e a mulher ao marido no âmbito familiar”.
Como prova de que não seria machista, Ives ressaltou a decisão de sua relatoria que teria “garantido às mulheres o direito ao intervalo de 15 minutos antes de qualquer sobrejornada de trabalho, decisão referendada pela Suprema Corte”.
Conforme revelou o Justificando, essa decisão citou no acórdão Edith Stein, canonizada como Santa Teresa Benedita da Cruz, uma teóloga nascida judia que se converteu ao catolicismo e tornou-se freira carmelita descalça. Nas palavras de Stein, reproduzidas por Ives no julgamento: “cada um dos sexos teria sua vocação primária e secundária, em que, nesta segunda, seria colaborador do outro: a vocação primária do homem seria o domínio sobre a terra e a da mulher a geração e educação dos filhos (A primeira vocação profissional da mulher é a construção da família)”. 
O que é a ouvidoria
A ouvidoria é um canal para que os usuários possam reclamar do que não está satisfatório nos procedimentos do TST, por exemplo, um processo que não é movimento há muito tempo, ou alguma decisão que pode ser compreendida como erro do juiz. Basicamente, a ouvidoria recebe reclamações e verifica o que está acontecendo, tendo de informar sempre ao presidente. Ou seja, um cargo de extrema importância.

Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui.
Sobre o Autor

Prisão de Eike é um espetáculo: o palhaço no circo. Por Fernando Brito



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/prisao-de-eike-e-um-espetaculo-o-palhaco-no-circo-por-fernando-brito/


por : 

eike preso



Publicado no Tijolaço.
POR FERNANDO BRITO

Eike Batista “fugiu” do país 11 dias depois de expedida sua ordem de prisão contra ele. Fugiu, entre aspas, porque saiu pelo guichê da Polícia Federal no Aeroporto do Galeão, com direito a carimbo e “boa viagem”.
Depois, Eike ficou uns dias “foragido” em Nova York, não se sabe onde, embora ele tivesse um apartamento por lá, de endereço sabido e consabido.
A seguir, Eike Batista vai para o Aeroporto John Kennedy, onde há uma providencial equipe da TV Globo, a quem ele concede entrevista lá dentro da área após o check in.
Não bastasse, um repórter de O Globo compra na hora uma passagem ao lado do ex-empresário – não sei  se e quais empresas ele ainda tem – rumo ao Rio, grava um pequeno vídeo a bordo e descreve a noite de sono angelical de Eike.
A programação da Globonews, ontem, se resumiu  a Eike: Eike de travesseiro, Eike no camburão, Eike no IML, Eike no Ary Franco, Eike careca, Eike em Bangu 9.
Nos intervalos, o registro da homologação da Odebrecht.
Hoje, de novo, Eike já está prestando depoimento, com direito a cobertura total.
Marcelo Odebrecht deveria ficar com ciúmes de seu desafeto Eike.
Ele só teve direito a prestar depoimento vários dias depois de sua prisão.
Passa do limite de coincidências, não é?
Eike tem o “physique du rôle” para o papel de delator premiadíssimo.
Afinal, quem chegou ao topo do “jet set” representando e levando “no gogó” mídia, governantes e empresários, o que não fará com estes holofotes que já não sonhava ter?
Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui.
Sobre o Autor

‘O que o senhor tem a dizer dos 23 milhões da Odebrecht?’: carta aberta a Serra



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-o-senhor-tem-a-dizer-dos-23-milhoes-da-odebrecht-carta-aberta-a-serra/


por : 

Corrupto e inepto
Corrupto e inepto


Esta é mais uma das Cartas aos Golpistas. No futuro, elas poderão ser reunidas num livro para recapitular o golpe de 2016. O destinatário da presente carta é o chanceler José “23 milhões” Serra.
Caro Serra: imagino que você tenha passado este domingo no telefone. Não para tratar de assuntos nacionais, mas para resolver problemas pessoais.
Se conheço você, você telefonou para todos os donos de empresas jornalísticas para uma operação abafa. Você sempre fez isso na vida: procurar os barões da imprensa para garantir um noticiário amigo, fraternal, positivo.
Não foi fácil, para quem sempre foi protegido, acordar com a notícia de que Marcelo Odebrecht lhe deu 23 milhões de reais em caixa 2 nas eleições de 2010.
Quer dizer: 23 milhões em dinheiro da época. Hoje, são quase 35 milhões.
Você batizou sites independentes como “blogs sujos”. Sujo mesmo é este dinheiro, chanceler, que é apenas parte de um todo colossal.
É um dinheiro viajado. Ele percorreu rotas no exterior para não ser detectado e não pagar imposto, um expediente tão comum entre os plutocratas brasileiros e seus fâmulos, como você.
Sim, você é um fâmulo da plutocracia, a exemplo de seus companheiros de partido Aécio, FHC e Alckmin.
E é também a pior espécie de corrupto. O demagogo, o cínico, o hipócrita, aquele que à luz do sol brada contra a corrupção e na escuridão faz horrores.
Penso em seu caso e lembro o de Feliciano, o pastor. O moralista inflamado que pregou castração química para estupradores está no centro de um escândalo de tentativa de estupro. O mesmo homem tão intolerante em relação à vida sexual alheia escreveu, segundo um print gravado pela acusadora, que a “carne é fraca”.
Sim, a carne é fraca, chanceler. Nos faz desejar não apenas corpos, como aparentemente foi o caso do pastor, mas também cargos acima de nosso talento e de nossas possibilidades.
É seu caso.
Há muitos anos você trava um duelo de vontades com os brasileiros em torno da presidência da República. Você acha que nasceu para ser presidente não se sabe com base em que: votos não. Você não tem votos para tanta ambição, e nem competência. Você não foi capaz de conter sequer os pernilongos quando prefeito de São Paulo.
Em sua louca cavalgada presidencial, você chegou até a simular ter sido vítima de um atentado. Foi o infame Atentado da Bolinha de Papel. Nem a Globo, que contratou um especialista para confirmar a mentira, conseguiu evitar que o episódio passasse para a história como uma das maiores trapaças de uma campanha presidencial.
E agora, para culminar uma carreira sórdida, você é um dos baluartes do golpe.
Volto à expressão que você usou para designar os sites independentes. Não apenas um golpista — mas um golpista sujo.
Sinceramente.
Paulo
Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Cabral e Aécio, amigos, contraparentes, trajetórias iguais: por que só um está preso? Por Joaquim de Carvalho



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/cabral-e-aecio-amigos-contraparentes-trajetorias-iguais-por-que-so-um-esta-preso-por-joaquim-de-carvalho/



por : 


Em 2011, melhores amigos
Em 2011, melhores amigos


Um vídeo disponível no YouTube mostra o jovem Aécio Neves no desfile de abertura da Conferência Mundial da Juventude, realizada em 1985 na cidade de Moscou.
“Olha a delegação comunista do Brasil, o Aecinho segurando a bandeira”, narra o jornalista Marcelo Tas, que fazia dupla com Fernando Meirelles num programa da TV Gazeta de São Paulo, ele como repórter Ernesto Varella; Meirelles, como cinegrafista.
No mesmo grupo, Gonzaguinha e Martinho da Vila, reconhecidos pela militância de esquerda e, por isso, presenças naturais num evento organizado pelo governo comunista da União Soviética.
Mas o que fazia o jovem Aécio, já conhecido pela vida de playboy no Rio de Janeiro, naquele grupo?
A resposta está na sua amizade com Sérgio Cabral Filho, que organizou a participação do Brasil naquele encontro como militante da Juventude do PMDB do Rio de Janeiro e, em razão da filiação – filho do fundador do Pasquim Sérgio Cabral, na época vereador do Rio –, próximo da juventude comunista.
Também estão na delegação Evandro Mesquita e Fernanda Abreu, não necessariamente de esquerda, e José Sarney Filho, que pelo sobrenome dispensa classificação ideológica.
Mas é a figura de Aécio que chama a atenção, inclusive pelo destaque da sua presença, segurando a bandeira do Brasil no desfile de abertura.
Cabral e Aécio são muito mais do que amigos. São quase parentes. Ou amigos de luta.
Num perfil escrito por Daniela Pinheiro para a revista Piauí, quando Cabral era apenas o governador mais impopular do Brasil, usava carro blindado e gravata, que acariciava como “rabo de um gato”, ele conta como se tornou amigo do Aecinho.
Cabral tinha trabalhado na campanha de candidato a vereador do pai, era estudante de jornalismo – profissão que ele nunca exerceu – e tomou gosto pela política.
Em 1985, era coordenador da juventude peemedebista do Rio que apoiava a eleição indireta do avô de Aécio, Tancredo Neves.
Conheceu uma prima de Aécio, Susana, com quem se casaria e teria três filhos e o pai dela, Gastão Neves, advogado e representante de mineradoras de seu estado natal, além de Tancredo e Aécio, claro.
No perfil de Daniela Pinheiro, Cabral conta que ele e Aécio fumavam juntos no fundo do avião (naquela época, podia) que levava a comitiva às cidades onde Tancredo fazia comício (naquele época, existia).
Uma jornalista que trabalhou na campanha de Tancredo e também viajava na comitiva de Tancredo me contou que os dois eram de fato amigos e se identificavam pela paixão ao Rio de Janeiro e por terem tido problema nos estudos no colegial.
Cabral chegou a ser expulso da escola, mas, segundo ele, por razões política: quis fundar um grêmio, então proibido.
A jornalista acompanhou a vida de Aécio e Sérgio Cabral pelos anos seguintes. “Os dois foram muito amigos. Quando o Sérgio Cabral se elegeu deputado, tinha um trabalho social que o Aécio adorava. Era voltado para os idosos. Sérgio, com isso, rompia com a pecha de candidato só dos jovens, problema que o Aécio também enfrentava”, recorda.
No início de sua vida pública como deputado, Sérgio Cabral chamava a atenção pela austeridade. Dispensou o motorista da Assembleia e dirigia um carro velho.
Como presidente da Assembleia, cortou salários e verbas de deputados, mas começaram a aparecer sinais de que estava enriquecendo.
Em 1998, numa troca de chumbo, o ex-aliado Marcelo Alencar, de saída do governo do Rio, entregou à imprensa um dossiê com o patrimônio de Cabral, e chamava a atenção uma mansão em Mangaratiba, avaliada em 5 milhões de dólares.
Foi nesta época que eu entrevistei Cabral para falar a respeito de outra denúncia: a de que ele coordenava a distribuição de propina das empresas de ônibus entre os deputados estaduais do Rio de Janeiro.
Eu era repórter da Globo do Rio e, até ali, tinha apenas depoimentos em off de que havia de fato uma caixinha das empresas de ônibus, mas não havia provas. Procurei Cabral na presidência da Assembleia. Ele aceitou conversar, mas sem registro de câmera.
Foram mais ou menos três horas de entrevista, durante as quais negou que fosse uma espécie de gerente da caixinha, mas admitiu que ela pudesse existir.
Bom de papo, esforçou-se para levar a conversa para o lado pessoal e contou com alegria que havia morado em São Paulo – de onde eu havia saído para trabalhar no Rio – e das boas lembranças que tinha do trabalho do pai na revista Realidade.
Também explicou que o pai não tinha a mesma vocação política que ele. “Meu pai dizia que se elegeu vereador porque a Câmara fica entre dois bares com ótimo chope, um deles o Amarelinho”, afirmou.
A certa altura, começou a falar de um drama pessoal. Era início de 1999, dois anos e pouco antes ele havia se separado e a razão foi que a mulher, a prima de Aécio, se apaixonou pela fotógrafa da campanha do marido a prefeito do Rio e, segundo ele, foi morar com a namorada e o deixou com três filhos.
Sérgio Cabral nem bem terminou o relato e começou a chorar, soluçando alto. Já tinha entrevistado o presidente da Assembleia algumas vezes, em coletiva, mas não tinha intimidade com ele.
Fiquei imaginando que talvez ele quisesse mostrar a face humana de um político já àquela altura suspeito de corrupção. Mas o choro (com muitas lágrimas) era verdadeiro.
Saíram matérias negativas sobre Sérgio Cabral, nada arrasador – por absoluta falta de como provar as denúncias –, a carreira de Cabral, já em franca ascensão, continuou a subir. Elegeu-se senador e depois governador, duas vezes.
As denúncias se avolumaram, ele se enrolou no escândalo de Carlinhos Cachoeira e foi esmagado pela delação de dois doleiros, já na era da Lava Jato.
Hoje ocupa uma cela de Bangu, em cuja ala feminina se encontra a atual esposa, sucessora de um escritório montado pelo próprio Cabral, que tinha o sogro Neves, Gastão, pai da Susana, como figura central.
Um dos coordenadores das primeiras campanhas de Cabral, no início da década de 1990, diz que o escritório, tanto na fase de Gastão Neves quanto na de Adriana Ancelmo, sempre foi um veículo para lavar dinheiro.
Cabral e a ex Susana, prima de Aécio, em tempos mais modestos
Cabral e a ex Susana, prima de Aécio, em tempos mais modestos
Essa suspeita só se confirmará se houver, como se especula, delação premiada da mulher de Sérgio Cabral.
O que não há dúvida é sobre outro esquema de lavagem de dinheiro usado pelo ex-governador do Rio, relatado com fartura de provas pelos doleiros Marcelo e Renato Chebar, que são irmãos.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal conseguiram dos doleiros de Cabral (a delação premiada), o que, alguns anos antes, nem foi tentado com uma família de doleiros que atendeu a família Neves, também do Rio de Janeiro.
A lei da delação premiada é de 2013, mas já havia benefícios para quem colaborasse com a Justiça.
Em 2007, a Polícia Federal fez uma busca no apartamento do casal Norbert Muller e sua mulher, Christine Puschmann, conhecidos doleiros do Rio, e apreendeu documentos bancários que revelavam contas não declaradas no exterior em nome de quatro pessoas, um ex-deputado, um desembargador aposentado e Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia de Aécio Neves.
A conta de Inês era em nome de uma fundação, aberta juntamente com Andrea Neves, irmã e sócia de Aécio Neves. Aécio Neves seria o beneficiário da conta no caso da morte da mãe.
Os policiais encontraram um extrato com saldo de U$ 32 mil. O desembargador e o ex-deputado foram processados e condenados em primeira instância, assim como a doleira Christine Puschmann, viúva quando houve o julgamento, mas ninguém foi preso.
A mãe de Aécio não chegou nem sequer a ser denunciada. Os procuradores da república Fábio Magrinelli e Marcelo Miller entenderam que, como o saldo era inferior a 100 mil dólares, ela não estava obrigada a declarar ao Banco Central o depósito no exterior e, com isso, não havia crime a denunciar.
Quer dizer, então, que qualquer pessoa que tenha 320 mil reais aproximadamente em depósito no exterior está livre de fazer constar esse valor na declaração às autoridades?
Errado.
O advogado Alexandre Venturini, especialista em Direito Tributário, disse ao DCM que a declaração à Receita Federal é obrigatória sim, sob pena de enquadramento no crime contra ordem tributária, com pena que varia de 2 a 5 anos.
“Quando há um depósito de um contribuinte brasileiro no exterior que não foi declarado à Receita Federal, presume-se que é um depósito sem origem e, portanto, passível de cobrança na alíquota de 27,5% e multa de 150%. Não havendo pagamento, é crime contra a ordem tributária”, disse.
Os procuradores fizeram uma interpretação elástica de outra lei, o que livrou a família Neves de complicações na Justiça.
A lei que prevê os crimes contra o sistema financeiro diz que só não é obrigatória a declaração ao Banco Central (ao Banco Central, não à Receita Federal), no caso de saldo inferir a 100 mil dólares.
A declaração ao Banco Central é uma coisa, a declaração ao IR outra. Uma é relacionada a crime contra Sistema Financeiro Nacional. A outra, a crime contra crime contra a ordem tributária.
O caso foi apreciado também pela Procuradoria Geral da República, em Brasília, e a interpretação elástica dos procuradores do Rio – a de que a a dispensa de comunicação ao BC vale também para a Reeita — foi aceita. O Ministério Público Federal deixou assim de acusar a família Neves.
Cabral não teve a mesma sorte que o amigo Aécio Neves, a quem poderia dizer (se é que não disse) que a Polícia Civil do Rio de Janeiro, no seu mandato de governador, manteve na gaveta o inquérito aberto para investigar corrupção na estatal de Furnas, onde Aécio aparece como o grande protagonista.
Nascido no Engenho Novo, subúrbio do Rio, filho de um jornalista com alma e certidão de nascimento carioca, Sérgio Cabral Filho tem uma vida em que sobram sinais de que não mediu atitudes para ser tido como milionário, depois que deixou de dirigir o carro velho e comprou a mansão de Mangaratiba.
Aécio Neves, de uma família aristocrática no interior de Minas Gerais, que teve escravos no passado, sempre quis ser carioca.
Há rastros dos dois na incursão desonesta pelos cofres públicos, seja de Furnas, do governo de Minas ou do governo do Rio.
Um está preso, o outro continua combatendo o “mar de lama” da tribuna do Senado, preside um dos maiores partidos do Brasil, o PSDB, e articula candidatura para governar o País.
O maior pecado de Cabral foi achar que poderia ser um Neves, como mostram as entradas ao vivo da repórter Andreia Sadi, da Globonews, que cobre a Lava Jato a partir de Brasília e entrou para a família ao casar com um primo de Aécio.

Andreia não diz que Susana Neves, que teve repasses vultosos do esquema de Cabral, é prima de Aécio. Susana é agora tão somente ex-mulher de Sérgio Cabral.
(VEJA O VÍDEO CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA)
Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui.
Joaquim de Carvalho
Sobre o Autor
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquimgilfilho@gmail.com

A LÓGICA DA JUSTIÇA BRASILEIRA: BLOQUEIO DE R$ 1 MILHÃO PARA SAFRA, R$ 20 MILHÕES PARA DIRCEU



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-justica-que-bloqueou-r-1-milhao-de-joseph-safra-mandou-bloquear-r-20-milhoes-de-jose-dirceu/



Dois Josés, dois pesos, duas medidas




José Safra
Joseph Safra


De um amigo do DCM:

Deu na coluna desta quarta feira da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo: a Justiça Federal de Brasília bloqueou bens do banqueiro Joseph Safra, “na quantia de até R$ 1 milhão”.
A decisão é do juiz Rodrigo Parente Bentemuller, da 15ª Vara Federal, que acatou um pedido do Ministério Público Federal para a indisponibilidade dos bens.
Segundo a nota, Safra é investigado por improbidade administrativa, sob a acusação de tentar subornar dois funcionários da Receita Federal num processo que envolve valores em torno de R$ 1,8 bilhão, que teriam sido sonegados pela empresa JS Administração de Recursos S/A, que integra o Grupo Safra.
Já no caso de outro José bilionário, ex-chefe da Casa Civil do presidente Lula, também conhecido como Zé Dirceu, preso e condenado em Curitiba por conta da operação Lava Jato, Sérgio Moro foi um “pouquinho “ mais rigoroso, estabelecendo um bloqueio de bens no valor de R$ 20 milhões.
Safra não é o único peixe grande envolvido na Zelotes, que apura o pagamento de propinas a membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), para reduzir multas aplicadas por sonegação tributária, que teriam gerado prejuízos de R$ 19 bilhões ao Leão.
Fazem companhia a ele diretores do Bradesco, Gerdau, Itaú, RBS, Caoa, BRF, JBS e, é claro, o conhecido magnata Luís Cláudio Lula da Silva, dono da gigante LTF, de marketing esportivo, um dos poucos, aliás, interrogados pela rapaziada da Polícia Federal.

Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui.
Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.