quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cobertura atinge 25% do Maracanã, mas estádio segue sem gramado


Foto aérea mostra evolução da obra até esta quinta-feira no Rio de Janeiro

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

No dia em que os operários receberam a visita do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, uma foto aérea nesta quinta-feira mostra que a instalação da cobertura já cobre cerca de 25% do Maracanã. Também é possível perceber o avanço da montagem das cadeiras azuis e brancas nas arquibancadas superiores. Porém, o gramado ainda não começou a ser levado para o estádio.

Na semana passada, a instalação da lona, prevista anteriormente para novembro de 2012, começou a ser feita com o auxílio de alpinistas. A cobertura terá 68,4 metros de comprimento e vai proteger cerca de 75 mil dos quase 80 mil lugares.

O início do transporte do gramado, que está sendo plantado em uma fazenda na Região dos Lagos, estava previsto para a última terça. Porém, houve atraso na liberação do espaço para a instalação dos rolos de grama e o processo só deve começar na próxima semana.

O primeiro jogo confirmado no Maracanã é o amistoso entre Brasil e Inglaterra, dia 2 de junho. Na Copa das Confederações, o estádio receberá México x Itália (16 de junho), Espanha x Taiti (20 de junho) e a decisão de 30 de junho.

obras no Maracnã  Copa 2014  (Foto: Genílson Araújo / Agência O Globo)Foto aérea do Maracanã nesta quinta-feira: 25% da cobertura instalada (Foto: Genílson Araújo / Ag. O Globo)

 
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/02/em-dia-de-visita-de-lula-maracana-chega-25-da-cobertura-instalada.html

Nervoso e sem inspiração, Palmeiras perde para o Libertad no Paraguai

Sem a pegada dos últimos jogos, Verdão é dominado, sofre dois gols de cabeça e cai para a terceira colocação do grupo 2 do torneio


 A CRÔNICA

por Marcelo Prado

Se o primeiro jogo como visitante na Taça Libertadores da América era importante para avaliar as perspectivas do Palmeiras no torneio, o torcedor alviverde voltou a ter motivos para se preocupar. Perdido na grande parte do tempo e muito nervoso, o time de Gilson Kleina mostrou apenas dez minutos de bom futebol e não foi páreo para o Libertad, que venceu com propriedade por 2 a 0, em Assunção, e assumiu a liderança do Grupo 2 do torneio sul-americano. O resultado acabou com uma invencibilidade de sete jogos da equipe do Palestra Itália na temporada.

Foi uma noite em que nada deu certo para o Verdão. A defesa marcou mal; o meio-campo não conseguiu dar proteção e pouco criou; e o ataque levou perigo em apenas duas jogadas. Escalados no segundo tempo, Valdivia e Kleber pouco acrescentaram. O treinador Gilson Kleina tentou de tudo: mexeu no esquema tático, botou o time no ataque, gritou o tempo todo do banco de reservas. Mas nada funcionou.

Com a vitória, os paraguaios chegam a seis pontos, deixando o Verdão com os três da vitória conquistada sobre o Sporting Cristal na estreia, na terceira colocação. Os peruanos, que venceram o Tigre por 2 a 0 nesta quarta-feira, têm a mesma pontuação, mas um saldo de gols melhor (1 contra -1). Os argentinos ocupam a lanterna, zerados.

O Palmeiras folgará no fim de semana. O jogo contra o Paulista de Jundiaí, pelo Paulistão, foi adiado para o dia 14. Assim, o time poderá se preparar melhor para a partida contra o Tigre, quarta-feira, na Argentina. Pelo Paulistão, o próximo compromisso está marcado para o dia 10, contra o São Paulo, no Morumbi.

Weldinho tenta a jogada ofensiva do Palmeiras contra o Libertad (Foto: AFP)Weldinho, em ação pelo Palmeiras contra o Libertad (Foto: AFP)

Libertad começa melhor
O técnico Gilson Kleina havia alertado sua equipe. Para bater o Libertad, o primeiro passo era suportar a pressão inicial dos paraguaios. Foi exatamente o que o Palmeiras não conseguiu fazer. Mesmo com cinco homens no meio-campo, e apenas um atacante, o Verdão foi sufocado pela equipe local nos primeiros 15 minutos.

O rápido atacante Nuñez, com suas arrancadas e dribles curtos pelo lado direito, fez o que quis com Marcelo Oliveira. Em uma das escapadas, aos 11, foi ao fundo e cruzou na medida para Velasquez, que se antecipou a Weldinho e, de cabeça, abriu o placar.

Torcida do Palmeiras no jogo contra o Libertad, em Assunção (Foto: Marcelo Prado / globoesporte.com)Torcida do Palmeiras no jogo contra o Libertad, emAssunção (Foto: Marcelo Prado / globoesporte.com)

O Palmeiras continuou perdido após o gol sofrido. Lento e sem criatividade, a equipe foi facilmente marcada. Atrás, o mapa da mina continuava sendo o lado esquerdo da defesa. A todo instante, Kleina gritava com Wesley, pedindo que ele ajudasse o perdido Marcelo Oliveira. No meio-campo paraguaio, Samudio e Guiñazu ditavam o ritmo da equipe. Mendieta, em chute de fora da área, assustou Fernando Prass em lance de perigo. Aos 31, Velasquez marcou novamente, após cobrança de escanteio, mas o juiz anulou corretamente, já que o atacante estava impedido.

Daí para frente, os donos da casa diminuíram o ritmo, trocando a velocidade pela valorização da bola. O Palmeiras, mesmo abaixo do que vinha mostrando nas últimas partidas, conseguiu finalmente trocar passes e chegar ao ataque. Aos 32, Vinícius fez boa jogada pela esquerda, invadiu a área e bateu com o pé direito. Muñoz defendeu. Quatro minutos depois, pela direita, Patrick Vieira acionou Weldinho, que bateu cruzado, com muito perigo. Já nos acréscimos, Souza fez belo passe para Wesley, que concluiu na saída do goleiro. A bola raspou em Muñoz e acertou a trave direita.

Souza, Libertad x Palmeiras (Foto: AP)Souza, no jogo contra o  Libertad, no estádio Nicolas Leoz (Foto: AP)

Kleina põe time no ataque, mas Libertad marca e garante vitória
Insatisfeito com o desempenho da equipe, Gilson Kleina fez duas alterações no intervalo. Sacou Maurício Ramos e Patrick Vieira e colocou Valdivia e Kleber, que vestia a camisa alviverde pela primeira vez. Vilson, que vinha atuando como volante, foi recuado para a zaga. Ao contrário do que havia acontecido na etapa inicial, a partida ficou muito mais movimentada.
Henrique, aos seis, reclamou de ter levado uma cotovelada no nariz. Precisou deixar o gramado para ser atendido. No lance seguinte, Nuñez e Wesley se desentenderam e trocaram empurrões. Novamente aos nove, o Verdão sofreu o segundo gol. De novo de cabeça. Enquanto Henrique trocava o curativo na lateral, Samudio desceu rapidamente pela esquerda e cruzou na medida para Benítez, que testou no canto direito de Prass: 2 a 0.

O Palmeiras se perdeu. Seus jogadores, extremamente nervosos, começaram a discutir em todo lance com o juiz venezuelano Juan Soto. Henrique e Weldinho foram advertidos por reclamação. Taticamente, as mudanças feitas não surtiram o efeito desejado. No lado paraguaio, o time tocava a bola com extrema tranquilidade, aproveitando a festa da pequena torcida nas arquibancadas.

Aos 19, Kleina partiu para o tudo ou nada e abriu sua equipe de vez, sacando Souza e colocando Maikon Leite. O time passou a atuar no 4-3-3. Além de pouco criar, deixou enormes espaços defensivos. O Libertad, com o contra-ataque à disposição, passou a desperdiçar chances seguidas para aumentar sua vantagem. Vargas, aos 28, ficou cara a cara com Prass, mas chutou por cima. No minuto seguinte, o goleiro palmeirense fez grande defesa em lance de Nuñez, o melhor em campo. Satisfeito com o resultado, os mandantes diminuíram o ritmo e só esperaram o tempo passar para festejar a segunda vitória. Impotentes, os alviverdes nada mais conseguiram fazer.
Pedro Benitez comemora o segundo gol do Libertad contra o Palmeiras (Foto: Reuters)Pedro Benitez comemora o segundo gol do Libertad contra o Palmeiras (Foto: Reuters)




Sporting Cristal se recupera e vence o Tigre no grupo do Palmeiras


Após derrota para o Verdão na estreia, time peruano ganha por 2 a 0 e deixa equipe argentina na lanterna da chave, sem ponto ainda

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Renzo Sheput comemora gol do Sporting Cristal contra o Tigre (Foto: AP)Sheput (abaixo) e Lobatón: os autores dos gols
peruanos (Foto: AP)

Derrotado pelo Palmeiras na primeira rodada da Taça Libertadores, o Sporting Cristal se recuperou nesta quinta-feira. A equipe peruana recebeu o Tigre no Estádio Alberto Gallardo, em Lima, e venceu por 2 a 0, gols de Sheput e Lobatón. Chamou a atenção o forte apoio da torcida, apesar do horário ruim da partida em dia de semana: 15h, no fuso peruano.

A vitória leva o Sporting Cristal aos três pontos no grupo 2 da Libertadores, mesma pontuação do Verdão - os dois times têm três pontos a menos que o Libertad. O Tigre, vice da Copa Sul-Americana no ano passado, próximo adversário palmeirense no grupo, na próxima quarta, continua zerado.

Diante do estádio cheio, o Sporting optou por uma postura ofensiva no começo do jogo. No entanto, só conseguiu finalizar com perigo quatro vezes na etapa inicial. Aos 29 minutos, Sheput acertou cobrança de falta na entrada da área no canto esquerdo do goleiro Albil, abrindo o placar.

O começo do segundo tempo foi dominado pelos argentinos, que tiveram boas chances com Escobar e Cisterna. Mas o ímpeto dos visitantes foi contido aos 12 minutos, após mais um lance de bola parada dos peruanos. Em cobrança de escanteio pela direita, o goleiro Albil saiu mal do gol, e a bola sobrou na entrada da área para Lobatón pegar de primeira e ampliar: 2 a 0.

O Tigre se colocou ainda mais avançado no jogo, tentando buscar o empate, e acabou abrindo muito espaço. Por sua vez, o Sporting Cristal desperdiçou oportunidades consecutivas em contra-ataques, chegando a colocar uma bola na trave. Quase no fim do jogo, o goleiro Albil ainda foi expulso depois de fazer falta fora da área em um dos contragolpes.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2013/02/sporting-cristal-despacha-o-tigre-e-vence-primeira-na-libertadores.html

Após ação popular, Justiça suspende pagamento da Caixa ao Corinthians


Advogado gaúcho entra com ação contestando patrocínio do banco
estatal ao Timão. Clube e empresa ainda podem recorrer ao TRF

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo

camisa corinthians caixa (Foto: Daniel Augusto Jr./ Agência Corinthians)Danilo, Romarinho e Zizao, no lançamento da camisa do Timão com o logotipo da Caixa
(Foto: Daniel Augusto Jr./ Agência Corinthians)

Baseado numa ação popular, o Juiz Altair Antonio Gregório, da 6ª Vara do Tribunal Regional Federal do Rio Grande do Sul, determinou, por meio de uma liminar, a suspensão do pagamento do patrocínio da Caixa Econômica Federal ao Corinthians.

A ação popular foi ajuizada pelo advogado gaúcho Antônio Beiriz, com a alegação de que o pagamento seria lesivo ao patrimônio público da União. Segundo Beiriz, a Caixa, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda, estaria gastando com publicidade inócua e destituída de caráter informativo, em desacordo com o art. 37 da Constituição Federal.

Caixa e Corinthians dizem que ainda não foram notificados. Segundo Beiriz, eles podem recorrer ao TRF. Coincidentemente, representantes do banco e do clube fizeram uma reunião nesta quinta-feira, em São Paulo, mas, segundo dirigentes do Timão, a liminar não foi discutida.

- Estampar o nome da Caixa na camisa de um time não representa nada para o banco. A Caixa não passa a ser conhecida por isso. Ela já é conhecida. Nesse caso do patrocínio, quem ganha é só a instituição privada que visa ao lucro, no caso o Corinthians - disse Beiriz, em entrevista à Rádio Globo. - É um caso para que órgãos públicos, como Caixa e Petrobras, revejam sua estratégia de patrocinar uma instituição privada. A pulicidade feita na mídia é legítima, a Caixa precisa fazer com que as pessoas conheçam seus produtos, mas patrocinar um clube de futebol não dá retorno nenhum. É apenas um ônus ao Tesouro.

Estampar o nome da Caixa na camisa de um time não representa nada para o banco"

Antonio Beiriz, advogado

Beiriz disse que o patrocínio da Caixa ao Corinthians não atende aos preceitos constitucionais que orientam a publicidade de programas e serviços dos órgãos públicos, com caráter educativo, informativo ou de orientação social. O advogado afirmou também que o patrocínio lesa o interesse coletivo do torcedor brasileiro, por, no entender dele, "promover o sensível desequilíbrio econômico entre as agremiações nacionais do futebol profissional" - o valor pago pela Caixa ao Corinthians estaria na casa dos R$ 30 milhões anuais, entre os maiores do Brasil.

Beiriz contou que não sabia que a Caixa patrocinava outros clubes, como Atlético-PR, Figueirense e Avaí, mas disse que pretende cobrar explicações desses times também. Ainda segundo o advogado, foi estipulado uma multa de R$ 150 mil por dia à Caixa, caso o banco não cumpra essa liminar e continue fazendo pagamentos ao Timão.

- O Corinthians pode usar a marca da Caixa no domingo (em jogo contra o Santos, válido pelo Campeonato Paulista). O uso do logotipo não é contestado. O contestado é o pagamento de um banco estatal a um clube de futebol - explicou Beiriz.

O advogado, que é gremista, afirmou que tomaria o mesmo tipo de atitude caso a Caixa resolvesse patrocinar seu time do coração. Lembrado pelo repórter da Rádio Globo de que o Grêmio ostenta a marca do Banrisul, Beiriz contestou.

- Mas o Banrisul é uma sociedade anônima, apesar de ter uma parte do Estado do Rio Grande do Sul, sim.

FNTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2013/02/apos-acao-popular-justica-suspende-pagamento-da-caixa-ao-timao.html

60 Tons de Zico: genial, disciplinado e simples na visão de outros craques


Colegas, amigos e adversários deixam depoimentos sobre o impacto do Galinho para o futebol brasileiro. Ele completa 60 anos no domingo

Por Alexandre Alliatti e Cassius Leitão Rio de Janeiro


Header-Materia_ZICO-60anos_03 (Foto: Infoesporte)

Era 13 de novembro de 1993. Zico teria não mais do que um punhado de jogos pela frente até encerrar de vez a carreira. Ele jogava pelo Kashima Antlers, do Japão, que naquele dia enfrentava o Yokohama Marinos pelo campeonato local. Do outro lado, estava Ramón Díaz, argentino chato, bom de bola, hoje treinador do River Plate. Mal começou o jogo, o gringo foi lá e fez 1 a 0. Pouco depois, marcou outro. Não ficou satisfeito. Quis provocar. Olhou para Zico e, em espanhol, disse:

- Que foi, velho de merda? Tá na hora de parar...

Zico respirou fundo. Olhou para Alcindo, outro brasileiro do time, e disse que eles virariam o jogo. Passou a destruir em campo. Em instantes, o próprio Alcindo descontou para 2 a 1. Depois, novamente com gol dele, saiu o empate por 2 a 2. Ramón Díaz entrou em apuros. Correu o tempo, seguiu o jogo, e, quando o final se aproximava, uma bola sobrou para Zico, e ele não perdoou: fez o gol da virada. Encerrada a partida, o Galinho procurou o argentino. Olhou para ele e soltou o golpe final:

- Saiba que os velhos também fazem gols...

A história acima, contada pelo próprio Alcindo, é um pequeno retalho da genialidade do camisa 10, que completa 60 anos neste domingo. Não faltam testemunhas oculares do brilho do Galinho. Em mais de duas décadas como jogador, Zico encantou a quem o assistiu das arquibancadas e assombrou aqueles que dividiram a grama com ele. Ex-jogadores, amigos, colegas ou mesmo adversários dele deixaram ao GLOBOESPORTE.COM sua impressão sobre a importância do craque para o futebol brasileiro. Os relatos estão abaixo.

Junior, multicampeão com Zico no Flamengo e colega dele na Seleção


boneco Zico Júnior Flamengo  (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Zico e Junior: parceria em campo vira amizade (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)

- Quando falo de Zico, penso no privilégio de ter dividido os momentos mais importantes da história do Flamengo com ele. A amizade extrapolou o lado esportivo. A relação vai para toda vida. É quase parentesco. O comportamento faz diferença. Sempre respeitamos os adversários. Por isso todas as torcidas gostam da figura dele. Isso vem da formação e da educação. É difícil encontrar alguém para falar algo de ruim do Zico. Sempre foi a estrela da companhia e jamais pediu nada só para ele. Por isso tem o reconhecimtno de todos. Espero que ele tenha muito mais anos de vida pelo brilho que tem nos olhos ao ver os netos. E que possa ensinar os truques de futebol para as novas gerações. Gostamos sempre do Zico por perto.

Renato Gaúcho, campeão brasileiro com Zico no Flamengo

Renato Gaúcho entrevista Boleirama (Foto: Cíntia Barlem / Globoesporte.com)Renato Gaúcho tem Zico como grande ídolo (Foto: Cíntia Barlem / Globoesporte.com)

- Nunca escondi de ninguém que sempre tive o Zico como um ídolo. Tinha o sonho de jogar ao lado dele e sinto muito orgulho de ter conseguido isso no Flamengo e na Seleção. O Zico era uma referência dentro e fora de campo e posso dizer que aprendi muitas coisas com ele. Jogar com ele era fácil. A bola chegava redonda sempre, e ali na frente tudo ficava mais tranquilo. O Zico sempre foi um exemplo para todos da minha geração. Um exemplo de atleta e de homem.  Agradeço por tudo que vivemos juntos, pelos ensinamentos e pela amizade que construímos e que perdura até hoje. Quero desejar a ele toda a felicidade do mundo e muita saúde.

Edinho, companheiro de Zico na Seleção, no Udinese e no Flamengo e adversário dele pelo Fluminense

Edinho troca de passes (Foto: Divulgação/SporTV)Edinho viveu os dois lados: jogou a favor de Zico e contra ele (Foto: Divulgação/SporTV)

- A gente conviveu muito tempo junto. De 77 a 86 na Seleção e um pouco no Udinese. Depois, no Flamengo. A amizade já existia na Seleção, mas tínhamos a rivalidade dos clubes. Não podia sair abraçando o adversário

Existia uma rivalidade maior. No Udinese, eu falei que seria um jogador interessante para contratar. Ninguém imaginava que uma cidade pequena ia ter o Zico. Indiretamente, dei um empurrãozinho que ajudou na ida dele para a Itália. Lembro que em 81, nas eliminatórias, meu filho nasceu no Brasil e nós estávamos viajando. Criei um Jornal Nacional com uma câmera. O Zico queria ver antes de todo mundo e eu não deixei. E um ficou chateado com o outro. Porém, no voo de volta, ele mandou a aeromoça entregar o guardanapo e pediu desculpas. Outro dia descobri que ainda tenho esse guardanapo guardado.

Reinaldo, parceiro de Zico na Copa de 78 e adversário dele nos duelos entre Flamengo e Atlético-MG

Reinaldo ex-jogador Atlético-MG (Foto: Ana Paula Moreira / Globoesporte.com.)Reinaldo viveu grandes duelos com Zico quando defendia o Galo (Foto: Globoesporte.com.)

- O Zico foi um dos jogadores mais importantes do futebol mundial. A imagem que tenho dele é como o rei do Rio. Durante muitos anos, o Zico foi quem mais deu alegrias no Rio de Janeiro. Foi um craque genial. Ele reunia todas as qualidades de um craque. Sabia fazer gols, driblar, lançar, cabecear, bater faltas, pênaltis. Reunia todas essas qualidades. Era um jogador completo. E o mais importante era seu profissionalismo, sua liderança. Sempre treinou muito, se dedicou muito. Sempre participou muito ao lado dos jogadores. Em 78, quando jogamos a Copa juntos, ele já era um jogador desenvolvido. Já começava ali a se destacar como uma das figuras principais da Seleção. Sei que ele também tinha admiração por mim, e isso me enche de orgulho. Fico muito honrado, com o ego inflado. Tivemos grandes duelos, grandes jogos. Eram grandes times. O Flamengo era mais técnico. O Atlético-MG era mais pesado. Quando ia jogar contra o Flamengo do Zico, a gente se concentrava mais cedo.

Nunes, campeão brasileiro, da Libertadores e do mundo com Zico no Flamengo

Zico conversa com Nunes na Gávea (Foto: Rodrigo Benchimol  / Globoesporte.com)Nunes foi um dos principais parceiros de Zico (Foto: Globoesporte.com)

- O Zico foi uma pessoa muito importante no futebol brasileiro, no Flamengo. Nos entrosamos muito bem dentro e fora de campo. Ele fez muita coisa por muitos jogadores. Ajudou muitos jogadores em renovações de contrato. Nosso entrosamento foi desde a base. Nos conhecemos desde pequenos. Já sabíamos o que fazer em campo. Sempre me impressionou a simplicidade dele. Jogava simples. Dava tudo certo. Desde muito novo, dava para ver que tinha uma visão diferente. Mas treinou muito para alcançar o sucesso que teve. Tudo que conquistou de títulos tem um significado muito especial, porque trabalhou para isso.

Éder, colega de Zico na Seleção e adversário dele por clubes como Cruzeiro e Atlético-MG

Éder Aleixo ex-jogador do Atlético-MG (Foto: Marco Antônio Astoni)Éder aprendia com Zico, apesar da diferença de personalidades (Foto: Marco Antônio Astoni)

- Como pessoa, é um cara sensacional, muito bacana. Tenho um carinho muito grande por ele. Sempre foi muito profissional. Falar sobre como ele jogava é brincadeira. Foi o maior jogador do futebol brasileiro com quem tive a oportunidade de jogar.  Era uma pessoa que eu admirava muito. Um líder na Seleção. Um cara muito respeitado e muito respeitoso. Eu procurava sempre estar do lado dele, para acompanhar os treinamentos. Eu era um cara totalmente diferente, mais arredio. Ele era muito tranquilo. Mas sempre ajudou muito a gente. Sou abençoado por ter jogado com ele, um jogador muito inteligente dentro de campo. Ele já antecipava a jogada. Batia faltas tão bem... Ele gostava muito, treinava muito. É aquilo: quando treina muito, erra menos.

Alcindo, colega de Zico no Flamengo e no Kashima Antlers


Alcindo é agricultor no oeste do Paraná (Foto: reprodução RPCTV)Alcindo acompanhou Zico em experiência no Japão (Foto: reprodução RPCTV)

- Eu vi o Zico no Flamengo e depois vi o recomeço dele no Japão. Ele lavava a chuteira, lavava roupa. Morava em Tóquio e levava duas horas para ir para o treino. Nunca vi o Zico reclamar de algo em que não tivesse razão. Jogar com ele foi meu maior orgulho. Ele é um deus no Japão. E merece tudo que conquistou. Não foi à toa. Teve paciência, ajudou o clube, criou a liga japonesa. Deixo para ele desejos de muitas felicidades. Que ele continue sendo sempre essa pessoa que é. Que curta bastante os netinhos dele. E continue assim. Que nunca deixe de falar quando vê as coisas erradas. Ele é um cara positivo, as pessoas gostam dele, e as opiniões dele sempre serão ouvidas. Papai do céu deu a ele grandes qualidades. Que ele continue assim.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2013/02/60-tons-de-zico-genial-disciplinado-e-simples-na-visao-de-outros-craques.html

Conmebol aguarda relatório sobre torcedores no jogo; Timão se defende


Segundo presidente da Conmebol, Mário Gobbi ligou para explicar que
liminares obtidas por corintianos não tinham ligação alguma com o clube

Por Marcelo Prado e André Hernan Assunção, Paraguai

O Corinthians só saberá nesta sexta-feira se receberá alguma penalização pela presença dos quatro torcedores que entraram no Pacaembu na última quarta-feira, durante a vitória por 2 a 0 sobre o Millonarios, pela Taça Libertadores. A Comissão Disciplinar da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) aguarda a chegada do relatório da partida para se posicionar. A entidade só deve se pronunciar após o encontro marcado para as 9h desta sexta, em sua sede em Assunção.

Os quatro torcedores conseguiram uma liminar na Justiça que lhes concedeu o direito de acompanhar o jogo no Pacaembu, mesmo diante da punição imposta ao Corinthians de atuar com portões fechados. O clube recebeu a pena em medida cautelar devido à morte de Kevin Espada no duelo contra o San José, dia 20, em Oruro.

A avaliação da Comissão Disciplinar será feita com base no relatório do jogo elaborado por Francisco Figueiredo, delegado da partida. Ele desembarca em Assunção ainda nesta quinta-feira, de acordo com a Conmebol.

Ciente dos riscos que corre, o Corinthians já se mexeu. Nicolás Leoz, presidente da Conmebol, revelou que recebeu uma ligação do presidente do Timão, Mario Gobbi, explicando que o clube não tinha relação alguma com a liminar concedida pela Justiça brasileira. A diretoria alvinegra, inclusive, pediu que os torcedores desistissem de entrar no Pacaembu.

O temor do Corinthians é que o delegado faça críticas duras à presença dos quatro torcedores dentro do estádio. Neste caso, o fato pesará contra o clube no julgamento da Comissão Disciplinar. No relato da partida no site da Conmebol, a presença dos torcedores não é mencionada em momento algum.

Clique e assista aos vídeos do Corinthians

Corinthians x Millonarios (Foto: Marcos Ribolli)Torcedores preferiram não acatar pedido do Corinthians e viram o jogo dentro do Pacaembu (Foto: Marcos
Ribolli)

FONTE:


Dirigente boliviano revela acordo da CBF para amistoso de graça no país


Após conversa por telefone com Marín sobre tragédia em Oruro, Chávez diz que Bolívia receberá BrasIl sem ter que pagar R$ 2 milhões pelo jogo

Por GLOBOESPORTE.COM La Paz, Bolívia

Felipão no jogo do Brasil contra a Inglaterra  (Foto: Reuters)Felipão poderá ter amistoso com a Bolívia como mais um teste da Seleção (Foto: Reuters)

Uma semana após a morte do jovem Kevin durante a partida entre Corinthians e San José, em Oruro, o presidente da Federação Boliviana de Futebol (FBF), Carlos Chávez, afirmou que o mandatário da CBF, José Maria Marin, prometeu a realização de um amistoso entre Brasil e Bolívia, no país, em breve, sem a necessidade de pagamento.

Em entrevista à imprensa local em La Paz, Chávez revelou que a partida será no estádio Estadio Ramón Tahuichi Aguilera, em Santa Cruz de la Sierra, ainda sem data definida. O amistoso teria sido combinado durante uma ligação de Marin, terça-feira, para o dirigente boliviano.

Em seu site oficial, a CBF confirma o contato telefônico entre os presidentes das duas federações, mas não dá detalhes sobre a conversa. A página diz que Marin e Chávez "estão conversando sobre projetos em conjunto" e que o brasileiro ligou para o colega para lamentar a morte de Kevin durante o jogo da Libertadores, na semana passada.

- Recebi uma boa notícia. Me confirmaram o amistoso e o compromisso da CBF com a Bolívia para que a Seleção venha jogar uma partida no país. Esse é um bom indicador para o futebol boliviano.

Segundo Chávez, a amizade entre ele e Marín facilitou a realização do amistoso e os dois terão nova conversa na semana que vem para tentar definir a data da partida. A intenção do boliviano é receber a Seleção de Luiz Felipe Scolari sem ter que pagar por isso.

- Há uma empresa grande que organiza os jogos do Brasil e que cobra US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) por partida. No nosso caso, deixará de cobrar esse dinheiro.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2013/02/dirigente-boliviano-revela-acordo-da-cbf-para-amistoso-de-graca-no-pais.html

Com verba pendente, Razia fica fora de teste; Marussia não descarta troca


Empresa de cosméticos que patrocinaria o brasileiro na F-1 deixa de fazer pagamento e coloca vaga em risco; equipe já estuda pilotos substitutos

Por GLOBOESPORTE.COM Barcelona, Espanha

Luiz Razia Marussia testes Fórmula 1 Jerez (Foto: Divulgação Marussia)Vaga de Razia está ameaçada (Foto: Divulgação)

A programação inicial no site do circuito de Barcelona apontava Luiz Razia com o carro da Marussia nesta quinta-feira, na abertura da última semana de testes de pré-temporada da Fórmula 1. Quem entrou na pista, no entanto, foi Max Chilton, repetindo o que aconteceu semana passada, quando o brasileiro de 23 anos tinha ficado fora de todos os dias de treinos na pista espanhola. Razia segue ausente dos treinos porque um dos patrocinadores que ele levou à equipe – uma empresa suíça de cosméticos que fabrica lenços umedecidos – não fez o pagamento de uma das parcelas à Marussia na data combinada. A situação do baiano é delicada e sua permanência está ameaçada. Caso o compromisso não seja cumprido, seu sonho de correr na Fórmula 1 pode acabar antes mesmo de virar realidade. Pelo paddock de Barcelona, os rumores apontam que a escuderia já estuda um plano B e que Heikki Kovalainen, ex-Caterham, estaria em “stand by”. Além do finlandês, o russo Vitaly Petrov (ex-Caterham), o francês Jules Bianchi (reserva da Force India) e o indiano Narain Karthikeyan (ex-HRT) também seriam opções.

A Marussia evita falar diretamente sobre a pendência do patrocinador, mas nesta quinta-feira, o diretor esportivo do time, Graeme Lowdon, falou por alto sobre o assunto ao canal britânico de TV “Sky Sports”.

- Do jeito que está, temos um contrato com Luiz e não há mudanças nisso. Temos que fazer o melhor para toda a equipe. Temos  que colocar as pessoas certas na hora certa no carro e é isso que vocês estão vendo no momento – declarou.

Questionado se “pessoas certas no lugar certo” poderia significar que Razia poderia deixar a equipe, Lowdon foi evasivo, mas não descartou a possibilidade.

- É o que é, na medida em que decisões foram tomadas e que decisões continuarão a ser tomadas, elas serão as decisões certas para a equipe. Isso refletirá em tudo o que fazemos. Não há alterações em posições contratuais no momento. Se houver mudanças, será para o bem da equipe – argumentou.

Luiz razia marussia testes Jerez de la frontera (Foto: Agência Getty Images)Baiano chegou a participar de testes em Jerez, mas ficou fora de sessões em Barcelona (Foto: Getty Images)

Vice-campeão da GP2 em 2012, o baiano Razia, de 23 anos, alimenta o sonho de guiar na elite do automobilismo mundial neste ano. Em meio à crise econômica mundial, apesar do resultado expressivo na principal categoria de acesso à F-1, o brasileiro precisou reunir alguns patrocinadores para conseguir um lugar no grid. Sem apoio de empresas nacionais, Razia contou com investidores estrangeiros. Depois de negociar, sem sucesso, com Force India e STR, ele enfim foi contratado no início do mês pela Marussia. Na ocasião, a própria equipe admitiu que questões financeiras fizeram o time dispensar o alemão Timo Glock dias antes para dar lugar a Razia.
O anúncio oficial do baiano foi feito de forma confusa e repentina no início de fevereiro e, no mesmo dia, ele entrou na pista para o primeiro dos dois dias de testes que realizou em Jerez de la Frontera, na primeira semana da pré-temporada da F-1.  Porém, estas foram as únicas oportunidades do baiano de guiar o carro até o momento. De lá para cá, em razão do problema com o patrocinador, Razia não testou mais. A expectativa é que nesta sexta-feira, Max Chilton volte ao volante do MR02.

Luiz Razia vence segunda prova no ano (Foto: Divulgação GP2)Em 2012, piloto foi vice-campeão da GP2, principal categoria de acesso à Fórmula 1  (Foto: Divulgação)

Uma chance a menos para brilhar: goleiros lamentam finais sem pênaltis


Com nova regra do Carioca, campanha na primeira fase definirá o vencedor em caso de empate. Desde 2004, Fla nunca perdeu nas penalidades

Por GLOBOESPORTE.COM (*) Rio de Janeiro (RJ)

O regulamento do Carioca mudou, e aqueles que gostam de emoção além do último minuto precisarão se acostumar à nova realidade. Não haverá mais disputa por pênaltis nos jogos decisivos das Taças Guanabara e Rio. Podem esquecer aquela corrente de jogadores no meio de campo, o silêncio nas arquibancadas que antecede às cobranças e o frio na barriga no momento de cada chute. E sabe quem mais vai sentir falta disso tudo? Os goleiros, que encaram as disputas como uma grande oportunidade de se tornar heróis de seus times.

Montagem Goleiros - Felipe (Flamengo) - Jefferson (Botafogo) - Diego Cavalieri (Fluminense) - Alessandro (Vasco) (Foto: Editoria de Arte)Felipe, Jefferson, Cavalieri e Alessandro lamentam finais de turno sem pênaltis (Foto: Editoria de Arte)

Nas semifinais da Taça Guanabara, marcadas para o próximo fim de semana, Flamengo e Vasco, que terminaram em primeiro lugar de seus grupos, jogam pelo empate contra Botafogo e Fluminense, respectivamente. Ainda assim, Felipe e Alessandro, que, se não levarem gols já estarão garantidos na decisão, admitem que vão sentir saudade das disputas. O camisa 1 do Flamengo, inclusive, foi mais incisivo na resposta, principalmente quando lembrou do brilho particular que viveu no Carioca de 2011. Na semifinal e final do primeiro turno daquele ano contra Botafogo e Fluminense, ele defendeu duas cobranças em cada jogo, após empate por 1 a 1 em ambas as partidas. Na decisão da Taça Rio, o Rubro-Negro derrotou o Vasco também nos pênaltis para garantir o título estadual invicto.

- É um charme que você perde. A torcida gritando e os jogadores dando força. É a chance de o goleiro aparecer. Uma oportunidade de ganhar moral com jogadores, torcida e diretoria. Por outro lado, nada mais justo do que beneficiar quem tem a melhor campanha. O primeiro classificado pode ganhar todos os jogos, empatar e perder nos pênaltis. É uma balança difícil. Até o Brasileiro mudou por isso. Mas não dá para negar que gosto muito desse momento - opinou Felipe.

Ele recordou quando se destacou pelo Rubro-Negro:

- Lembro muito bem daquelas disputas (em 2011) pela forma como foram (assista no vídeo ao lado). Cheguei desacreditado por grande parte e ainda tinha o histórico do Bruno, que era ídolo. Quem me bancou foi o Vanderlei (Luxemburgo). Se fosse mal, o torcedor já ia pensar diferente. Pude pegar dois pênaltis logo na primeira decisão. Aquilo alí já criou uma confiança.
Desde 2004, quando foi implementado o formato atual de disputa do Carioca, o Rubro-Negro jogou quatro disputas por pênaltis em um dos turnos e ganhou todas. Só em 2011, ano em que o Flamengo ganhou o título, foram três vitórias dessa forma. Se forem somadas as duas vezes em que venceu a decisão do Carioca nos pênaltis, em 2007 e 2009, ambas contra o Botafogo, o número aumenta para seis triunfos e nenhuma derrota. Este ano, a final do Carioca pode ter pênaltis, mas só em uma condição. Se os dois clubes fizerem o mesmo número de pontos na fase classificatória, somando os dois turnos. Caso contrário, quem tiver a melhor campanha joga por dois resultados iguais.

Jefferson, do Botafogo, defendendo o pênalti do Adriano na final da Taça Rio de 2010. (Foto: Ivo Gonzalez / O Globo)Jefferson parou o Imperador  2010
(Foto: Ivo Gonzalez / O Globo)

O rival de Felipe na semifinal de domingo, às 16h, também já se deu bem nos pênaltis e se sente um pouco órfão com o fim das penalidades. Apesar de não ter brilhado em uma disputa no Carioca, foi em uma cobrança de pênalti durante um jogo, contra o próprio Flamengo, que Jefferson ganhou destaque pouco tempo depois que retornou ao Botafogo. Na final da Taça Rio de 2010, ele defendeu uma cobrança de Adriano e ajudou a equipe na vitória por 2 a 1, que deu o título estadual ao Alvinegro. O camisa 1 aproveita para fazer uma sugestão para os próximos regulamentos:
- Nas semifinais eu acho até justo, mas nas finais as equipes deveriam entrar em igualdade de condições. Vejo como merecimento pelos clubes terem chegado até ali. Favorece o espetáculo, não pelos pênaltis em si, mas por evitar de um time jogar baseado no regulamento. O jogo fica mais franco. Não tem como negar que para nós era uma oportunidade a mais de brilhar. Não é algo que a gente quer que aconteça, é sempre bom resolver o jogo antes - explicou Jefferson.

Disputa que mais se repetiu foi entre Flu e Vasco
A disputa por pênaltis que mais se repetiu no Carioca desde 2004 foi entre Fluminense e Vasco, clássico que no próximo sábado, às 18h30m, decidirá uma das vagas na final do primeiro turno deste ano. Das 15 vezes em que houve a disputa, três confrontaram tricolores e cruz-maltinos. O Fluminense leva vantagem por ter vencido duas vezes, nas semifinais da Taça Rio de 2005 e 2008 (ver vídeo abaixo), enquanto o Vasco levou a melhor na semifinal da Taça Guanabara de 2010 (ver vídeo acima). O goleiro vascaíno Alessandro faz coro com Felipe e Jefferson e afirma que os pênaltis tornam os clássicos mais saborosos. Ele ganhou a vaga de titular no time quando Fernando Prass deixou o clube no início do ano e fará o primeiro jogo decisivo pelo Cruz-Maltino.

- Todo goleiro gosta de uma disputa por pênaltis, até porque a responsabilidade é do batedor. A chance de um goleiro se consagrar é maior. Por outro lado, é mais justo com quem tem a melhor campanha levar vantagem. Olhando pelo lado do goleiro, faz uma falta tremenda. A maioria dos goleiros consagrados defendeu pênaltis em uma disputa ou em uma decisão. A gente nunca quer que vá para os pênaltis, mas, se for, é muito melhor para nós do que para o batedor. Ninguém lembra de quem fez, mas de quem perdeu e de quem defendeu - disse.

Mas há também quem não faça a menor questão dos pênaltis, mesmo já virando herói por defender cobrança de um ídolo rival. Diego Cavalieri, que pegou o chute de Loco Abreu na semifinal da Taça Guanabara de 2012 e garantiu o Fluminense na decisão do primeiro turno, não vê dano algum aos arqueiros pela mudança do regulamento.

- Este ano optaram por outro regulamento, que dá ao primeiro colocado vantagem. Não vejo como uma coisa ruim, principalmente para o goleiro. Não é uma decisão por pênaltis que vai fazer de um goleiro herói ou não. O importante é a regularidade e ter o equilíbrio. Claro que nos pênaltis, quando o goleiro vai bem, ganha destaque. Mas todos têm responsabilidade. Não adianta só o goleiro defender, os cobradores têm de fazer também - disse o tricolor.

Vitória do Boavista sobre o Flu foi a maior zebra dos pênaltis
A única vez em que um clube pequeno eliminou um grande nas penalidades aconteceu em 2011. Na semifinal da Taça Guanabara, o Boavista venceu o Fluminense, que havia conquistado o título brasileiro poucos meses antes. Após empate por 2 a 2 no tempo normal, Conca, principal ídolo tricolor à época, desperdiçou uma das cobranças e virou o vilão da disputa. O clube de Saquarema venceu por 4 a 2, e o goleiro Thiago saiu como herói.
- Foi uma das melhores sensações que tive no futebol até hoje. Infelizmente, aqui no Brasil o segundo lugar dificilmente é valorizado. Lógico que durante a semana da final estávamos todos supervalorizados. Como perdemos, ainda mais com um gol do Ronaldinho, o foco ficou todo no Flamengo. Mas é sempre gostoso lembrar daquela semifinal e do sentimento de sair do Engenhão, encontrar minha esposa e meu filho orgulhosos por eu ter sido decisivo. Acho justo que o time de melhor campanha leve vantagem. Porém, para o bem do campeonato, seria interessante que não houvesse essa vantagem. Certamente ninguém gosta de decidir uma vaga nos pênaltis, além dos goleiros, claro. É a chance que temos de brilhar - lembrou Thiago.

Houve apenas mais uma disputa de um clube grande contra um pequeno. Na semifinal da Taça Guanabara de 2004, o Vasco levou amelhor sobre o Friburguense depois do empate por 1 a 1 no tempo normal.

Na contramão, goleiro do Bangu apoia novo regulamento
Se quase todos os goleiros dos grandes clubes garantem que vão sentir saudades dos pênaltis, Getúlio Vargas, camisa 1 do Bangu, vazado apenas quatro vezes na competição, pensa diferente. Mesmo sabendo que, se conseguir chegar a uma semifinal dificilmente ficará em primeiro lugar, ele destaca que o regulamento valoriza a competição inteira:

- Eu tenho uma visão de futebol diferente. Acho que é um momento em que o goleiro pode passar a ser protagonista. Em contrapartida, eu acho que isso também faz com que as equipes se preparem melhor para os turnos. Requer um trabalho. Olhando como um todo, é mais justo e mais produtivo. Agora vai obrigar as equipes de maior porte a entrar desde o início querendo ganhar. Sinceramente eu prefiro que seja assim, é mais justo.
Vilões dos pênaltis nas semifinais e finais de turno
- Loco Abreu: na semifinal da Taça Guanabara de 2012, o atacante uruguaio perdeu o pênalti decisivo. Após a defesa de Cavalieri, o Tricolor eliminou o rival e passou à final.

- Conca: na semifinal da Taça Guanabara de 2011, o meia argentino perdeu uma cobrança. A defesa do goleiro Thiago, do Boavista, tirou o Fluminense da decisão do primeiro turno.

- Pablo: recém-promovido ao elenco principal, o garoto perdeu o pênalti que eliminou o Vasco na semifinal da Taça Rio de 2008, contra o Fluminense.
- Dudar: o zagueiro do Vasco foi vilão duas vezes em 2007. Na semifinal da Taça Guanabara, contra o Flamengo, e na semifinal da Taça Rio, contra o Botafogo.

Decisões por pênaltis desde 2004 (Taça Guanabara e Taça Rio)
- Botafogo 1 (3) x (4) 1 Fluminense - Semifinal da Taça Guanabara 2012
- Vasco 0 (1) x (3) 0 Flamengo - Final da Taça Rio 2011
- Fluminense 1 (4) x 1 (5) Flamengo - Semifinal da Taça Rio 2011
- Flamengo 1 (3) x (1) 1 Botafogo - Semifinal da Taça Guanabara 2011
- Fluminense 2 (2) x (4) 2 Boavista - Semifinal da Taça Guanabara 2011
- Vasco 0 (6) x (5) 0 Fluminense - Semifinal da Taça Guanabara 2010
- Fluminense 1 (5) x (4) 1 Vasco - Semifinal da Taça Rio 2008
- Botafogo 4 (4) x (1) 4 Vasco - Semifinal da Taça Rio 2007
- Volta Redonda 1 (4) x (5) 1 Cabofriense - Semifinal da Taça Rio 2007
- Vasco 1 (1) x (3) 1 Flamengo - Semifinal da Taça Guanabara 2007
- Cabofriense 1 (3) x (4) 1 Madureira - Semifinal da Taça Rio 2006
- América 1 (5) x (4) 1 Cabofriense - Semifinal da Taça Guanabara 2006
- Fluminense 1 (8) x (7) 1 Vasco - Semifinal da Taça Rio 2005
- Americano 0 (2) x (3) 0 Volta Redonda - Final da Taça Guanabara 2005
- Vasco 1 (5) x (4) 1 Friburguense - Semifinal da Taça Guanabara 2004

* Raphael Bózeo, estagiário, sob a supervisão de Eduardo Peixoto

FONTE;
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/02/chance-menos-para-brilhar-goleiros-lamentam-finais-de-turno-sem-penaltis.html

http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/02/chance-menos-para-brilhar-goleiros-lamentam-finais-de-turno-sem-penaltis.html


Após confrontos na base, Dória e Rafinha fazem duelo de gente grande


Zagueiro do Bota elogia a rapidez do atacante rubro-negro e diz não se lembrar bem como era o retrospecto entre eles

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Dória estourou para o futebol nacional depois de, aos 17 anos, fazer boas partidas na zaga do Botafogo e se tornar titular no Brasileiro. O atacante Rafinha brilhou neste início de ano e se tornou o xodó da torcida do Flamengo. No domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão, os dois vão duelar por uma vaga na decisão da Taça Guanabara.

montagem Dória e Rafinha Botafogo x Flamengo (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)Revelações vão estar frente a frente na semi deste domingo (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

Mas não será a primeira vez que eles se encontram. Quando ainda estavam nos juvenis, Dória já tentava parar os avanços em velocidade do atacante rubro-negro. O defensor alvinegro, no entanto, não se lembra quantos jogos e qual foi o retrospecto deste embate. O que o zagueiro tem certeza é de que será preciso ter cuidado neste domingo.

- Já conhecia ele da base, nos enfrentamos algumas vezes pelo juvenil. Acho que o retrospecto ficou equilibrado, mas não sei exatamente. Ele é um jogador muito rápido e que precisa de atenção. Os outros jogadores do Flamengo eu já observei. Temos que estar sempre por perto, definir a marcação. Nosso time joga de uma forma em que todos ajudam.
Mas Dória e o Botafogo têm um desafio maior neste semifinal. O Alvinegro ainda não conseguiu vencer o Flamengo em jogos no Engenhão. Nos 11 confrontos, foram três vitórias rubro-negras e oito empates.

- No futebol não tem como ficar olhando para trás. São jogadores diferentes. Não lembramos do passado, vamos viver agora e fazer de tudo para vencer. Se tiver que falar que tem um favorito, é o Flamengo, mas vamos em busca do resultado.

O zagueiro reconheceu que os números incomodam principalmente os torcedores alvinegros, que não veem a hora de acabar com este jejum.
- A torcida cobra, é normal. Dizem: "Vamos ganhar dos caras". Vamos trabalhar para que tudo dêf certo no domingo.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/02/apos-confrontos-na-base-doria-e-rafinha-fazem-duelo-de-gente-grande.html





Pupilo de Deco no Porto, CA10 vira mentor e 'adota' Bernardo no Vasco


Camisa 10 lembra importância em sua carreira do meia do Fluminense, seu
rival neste sábado, na semifinal da Taça GB, e tenta passar ensinamento

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

Aos 22 anos, Bernardo mostra-se decisivo para o Vasco, mas ainda vive os altos e baixos típicos do início de carreira. Para incentivá-lo e colocar seus pés no chão quando preciso, ele conta com a presença de Carlos Alberto, um dos amigos mais próximos no elenco cruz-maltino e a quem costuma chamar de irmão mais velho. O camisa 10, com 28, sabe a importância do auxílio de um companheiro mais experiente nessa etapa da trajetória profissional. Há pouco menos de dez anos, ele teve Deco, como uma espécie mentor quando desembarcou no Porto, de Portugal, e destaca com carinho o que a relação representou.

Neste sábado, Carlos Alberto terá Deco no papel de seu adversário no clássico entre Vasco e Fluminense, pela semifinal da Taça Guanabara. Mas em 2003, o meia-atacante contou com o luso-brasileiro para ajudá-lo a vencer as dificuldades iniciais da mudança de vida, e a relação foi além. Depois de conquistarem todos os títulos que disputaram pelo Porto, tornaram-se amigos íntimos, e hoje o meia admite que tem função semelhante em relação a Bernardo.

gaúcho carlos alberto vasco treino (Foto: Cezar Loureiro / O Globo)Carlos Alberto brinca com Bernardo, seis anos mais novo, no treino (Foto: Cezar Loureiro / O Globo)

- A diferença de idade é parecida. Deco e eu sempre trocávamos ideias sobre erros e acerto. Como ele já tinha experiência na Europa, me mostrou os caminhos. Então acho que a comparação é boa, sim. Eu me vejo parecido com o Bernardo em relação ao temperamento. Mas falo para ele não sair do chão e fico feliz por ele  me escutar. O Bernardo tem nos ajudado muito, e espero que ele mantenha esse rendimento. Com o passar do tempo eu vou ficando feliz por outras conquistas, como participar do crescimento de um companheiro - disse Carlos Alberto.

O meia lembra que a boa relação com Bernardo fora de campo se reflete nas partidas, quando o empenho passa a ser maior para ajudar o companheiro fazer mais um gol decisivo pelo Vasco. Carlos Alberto espera que neste sábado seja o amigo cruz-maltino a brilhar, deixando o amigo tricolor para trás na disputa por um lugar na decisão da Taça Guanabara.
A diferença de idade é parecida (...). Então, acho que a comparação é boa, sim. Eu me vejo parecido com o Bernardo em relação ao temperamento. Mas falo para ele não sair do chão e fico feliz por ele  me escutar"
Carlos Alberto

- É sempre um prazer falar do Deco. Primeiro, pelo nosso passado de amizade e da história que tivemos juntos. Ele também dispensa comentários em campo, pela sua representatividade. Com ele e o Fred, por exemplo, o Fluminense é outro. É um jogador de muita qualidade experiência, e quando está num dia inspirado, fica complicado. Espero que não seja no sábado - brincou o jogador do Vasco.

Após um começo de temporada positivo, Bernardo caiu de produção em duas rodadas e foi sacado da equipe, vendo crescer polêmicas em torno da atitude da comissão técnica, por causa de um passado conturbado. Sem Tenorio e Leonardo, Gaúcho o escalou novamente contra o Duque de Caxias, e ele marcou os dois gols da vitória. A escalação frente ao Tricolor está indefinida, mas o xodó do elenco tem grandes chances de se mantido como titular.

Diretor do Bota defende aumento do preço de ingressos e propõe debate


Antes da semifinal 'salgada' contra o Flamengo, Sérgio Landau ressalta perda que os clubes têm com excesso de gratuidades e meia-entradas

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Seedorf na partida do Botafogo contra o Flamengo (Foto: Alexandre Cassiano / Ag. O Globo)Seedorf na partida do Botafogo contra o Flamengo (Foto: Alexandre Cassiano / Ag. O Globo)

O Flamengo definiu, como mandante, e o Botafogo apoiou o aumento do preço dos ingressos (R$ 40 a R$ 80) para a semifinal entre as equipes, neste domingo, às 16h, no Engenhão. Como justificativa, o diretor executivo alvinegro, Sérgio Landau, reforçou a perda financeira que os clubes sofrem com o excesso de gratuidades e meia-entradas. Ele pediu um debate geral sobre as condições do evento, para que seja possível cobrar mais com melhor oferta de serviços, a exemplo do que ocorre no futebol europeu e em outros esportes.

- Temos que pensar várias coisas, pois todo mundo que fala da ausência do público, fala de preço. A discussão tem que ser mais abrangente. Tem que se discutir o modelo do campeonato, um pouco a quantidade e qualidade dos clubes. Tem uma série de coisas para serem discutidas por questões técnicas. Com relação ao preço, o Botafogo tem discutido com os grandes clubes, principalmente com o Flamengo. Estamos dispostos a diminuir o preço. Mas para diminuir, tem que rediscutir a gratuidade, a meia-entrada. Isso obriga você a aumentar o preço. Recentemente fui ver o Superbowl. Eles vão ver um jogo, mas o evento é mais amplo. Tem bares, restaurantes... Aqui no Brasil não pode fazer isso. E estão deixando o futebol mais pobre. Temos que mudar o espetáculo - apontou Landau, à Rádio Brasil.

Enquanto não há uma ação neste sentido, o diretor cita o programa de sócio-torcedor.

- Isso é uma forma de incentivar. Temos programas nossos de R$ 60. Em março, por exemplo, teremos só quatro jogos. Se o Botafogo ganhar a semifinal, teremos cinco jogos. Imagina o cara que paga R$ 60, divide por cinco. Sai R$ 12 por partida. É uma das alternativas incentivar o sócio-torcedor. Ajuda o clube, e eles (torcedores) pagam mais barato. Tem garantia do lugar, preço barato. Comprar na última hora é mais caro. Compre o titulo de sócio-torcedor - sugeriu.

A média de público do Campeonato Carioca até aqui é de menos de 5 mil pessoas. O clássico entre Flamengo e Botafogo, dia 17 de fevereiro, recebeu 22.227 pagantes, disparada a maior presença na temporada no Rio de Janeiro. Na ocasião, o bilhete custava de R$ 30 a R$ 60, o mesmo que na outra semifinal, entre Vasco e Fluminense, custará no sábado.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/02/diretor-do-bota-defende-aumento-do-preco-de-ingressos-e-propoe-debate.html

Joias Perdidas: Alberoni, que treinou com Messi, dá um 'tempo' na carreira


Ex-Vasco, Inter de Milão, Barça e seleção de base, volante diz que levou calote em vários clubes. Desiludido, trabalha em laboratório farmacêutico

Por Thiago Quintella Niterói, RJ

Ex- jogador Alberoni (Foto: André Durão)Alberoni suspendeu a carreira de jogador para estudar e trabalhar (Foto: André Durão)

A passagem pelo Barcelona ainda está clara na cabeça de Alberoni. Em 2004, quando calçava as chuteiras e ia para o campo de treinamento no Camp Nou, ainda alimentava o sonho de alçar voos mais altos na carreira de jogador de futebol. Afinal, via ali, a seu lado nos treinamentos pelo time B, um baixinho argentino que ganhava, pouco a pouco, uma chance entre os profissionais. No entanto, os treinos com Lionel Messi viraram apenas história para contar. Desiludido com os calotes que diz ter levado de empresários, decidiu procurar outro rumo. Sem descartar uma volta ao futebol, o volante, de 28 anos, que chegou a jogar como terceiro homem do meio de campo, divide o tempo entre os estudos na faculdade de administração e o trabalho como representante de laboratório farmacêutico.
A ida para a Espanha e os treinamentos com Messi duraram apenas um mês. Hoje, Alberoni demonstra certo arrependimento de ter se precipitado e saído do clube catalão. Ele contou que, na época, havia sido levado para Barcelona através de um representante da Nike, após ter brilhado pela seleção brasileira sub-17 no Sul-Americano e no Mundial de 2001. No entanto, seu empresário não teria aparecido para assinar contrato, e uma proposta de US$ 200 mil do Independiente pela compra de seu passe falou mais alto. E decidiu ir para a Argentina.

 - Eu cheguei no dia da apresentação do Eto’o, lembro como se fosse hoje. Aquela agitação, a primeira entrevista dele e a gente indo treinar. Eu estava bem na pré-temporada, participei dela toda, estava jogando... Ia ser uma virada na minha vida. Mas carreira de futebol é curta. Onde tem oportunidade você vai. E ali eu tinha o contrato todo direitinho, podia ganhar 200 mil dólares. Não tinha nem o que pensar - lembrou.
O problema é que, ao chegar ao clube argentino, todas as promessas se tornaram apenas fantasia. A empresa que intermediara o negócio entre o Independiente e o pai de Alberoni era, segundo ele,  fantasma. O dinheiro da contratação jamais teria caído em sua conta. O salário, só teria recebido uma pequena parte. Ao demonstrar desejo de voltar para casa, diz que chegou a encontrar a fechadura de seu apartamento trocada. Alberoni contou ainda que teve de fugir e se abrigar em um hotel. E só depois de muita insistência teria conseguido liberação para retornar ao Brasil, após a intervenção do presidente do clube. Esse teria sido apenas um dos muitos calotes que afirma ter levado na carreira.

Ex- jogador Alberoni (Foto: André Durão)Desapegado, Alberoni guarda poucas camisas dos clubes por onde passou (Foto: André Durão)

Promessa no Vasco, no Inter de Milão e na seleção brasileira
As pessoas acham que eu estou rico, mas o máximo que eu ganhei de salário foi R$ 8 mil no Vasco. Ganhei experiência, cultura, mas dinheiro, não"
Alberoni

A chance de se tornar um jogador de destaque no cenário mundial apareceu logo cedo na vida de Alberoni. Aos 17 anos, era titular da seleção brasileira da categoria e uma das maiores promessas ao lado de Diego, do Santos.Com a camisa do Vasco, sua geração acumulava títulos nos torneios de base.Naquele time, Morais, Wescley, Coutinho e Anderson enchiam os dirigentes do clube de expectativa para faturar alto. Assim, não demorou para ser vendido, logo aos 18 anos, para o Inter de Milão.

A vida na Itália teve períodos de altos e baixos. Por um lado, se destacava no time B, ao lado do nigeriano Oba Oba Martins e do macedônio Goran Pandev. Por outro, o frio e a solidão eram inimigos. Sem um empresário para cuidar da carreira e com a família no Brasil, o jovem atleta tinha medo do futuro - principalmente de ser emprestado para times italianos de menor expressão. Reuniu-se com o presidente do Inter de Milão e acertou sua ida para o Bahia, com a ajuda de um empresário. Foi o primeiro arrependimento.

- Eu não me arrependo de ter ido para a Itália tão cedo. Eu me arrependo de ter voltado. Eu era uma promessa no Inter, artilheiro da equipe, camisa 10 no time B. Se eu não tivesse voltado tão cedo, não sei, subiria para o profissional, mas provavelmente iria para um time mediano da Itália emprestado, com um bom salário, ia ser valorizado. Eu me precipitei em voltar ao Brasil. Eu achei que todo mundo era safado, mas nem todo mundo é - disse.

Ex- jogador Alberoni (Foto: André Durão)Quadro na casa de Alberoni guarda lembranças da carreira como jogador de futebol (Foto: André Durão)

Vida de cigano: cinco países e 14 clubes em dez anos
No time baiano, nem chegou a jogar. Por uma divergência com seu empresário, o presidente do Bahia impediu os atletas agenciados por ele de atuarem na equipe. Foi uma passagem de apenas algumas semanas, até ter a chance de treinar no Barcelona. No time catalão, treinou por um mês e foi contratado pelo Independiente, da Argentina. Sem receber, conseguiu voltar ao Brasil e acertou com uma empresa que agenciava atletas. Nessa época, seus ex-companheiros de Vasco, como Morais e Anderson, já estavam entre os profissionais do clube.

Enfim, começou a ter chances de jogar, mas os períodos em que ficava nos clubes era curto. Disputou o campeonato estadual pelo Paraná em 2005 e, ainda durante a competição, foi contratado pelo Avaí. Apesar das boas atuações no Campeonato Catarinense, começou a perder espaço na campanha da Série B, até ser negociado com o União de Leiria, de Portugal. No time português, diz ter voltado a conviver com os calotes.

- Eu nem cheguei a jogar em Portugal. Quando recebi o primeiro salário, vi que só 40% tinha sido depositado. Os outros 60%, que eram do contrato de imagem, não caíram. E, lá, o presidente tinha um poder muito grande, era o que ele falava e acabou. E ele falou que não ia me negociar, mesmo que eu não quisesse jogar. Foi quando, em 2006, pintou o interesse do Vasco para atuar entre os profissionais. Eu tive que chorar na frente do cara, até que ele deixasse eu voltar para o Brasil - lembrou.

Ex- jogador Alberoni (Foto: André Durão)Sem "pendurar as chuteiras", Alberoni faz visita a médicos para vender remédios (Foto: André Durão)

Dali, Alberoni continuou sua vida de peregrinação, sem muito sucesso nos clubes em que passou. No Vasco, era reserva do grupo que terminou vice-campeão da Copa do Brasil de 2006. Sem espaço, foi negociado com o Las Palmas e, meses depois, chegou ao Alavés, ambos da segunda divisão da Espanha. Em 2007, foi contratado pelo Botafogo, sem ter muitas oportunidades. Nos anos seguintes, passou por Novo Hamburgo, Duque de Caxias, Slavia, da Bulgária, até o ASA de Arapiraca, seu último clube, em 2011.

- Na Bulgária, eu treinava com temperaturas de vinte graus negativos. Não conseguia entender nada, ler nada. Foram 10 meses. Lá eu aprendi a dar valor às coisas. O futebol pode ser uma escolha que não dá certo. As pessoas acham que eu estou rico, mas o máximo que eu ganhei de salário foi R$ 8 mil, no Vasco. Ganhei experiência, cultura, mas dinheiro não.

Volta aos gramados
Há mais de um ano longe do futebol, sobram histórias para contar. Além de treinar com Messi, no Barcelona, jogou com Crespo, Batistuta e Materazzi no Inter de Milão. No Independiente, jogou ao lado de Agüero , com quem fez amizade. "O pai dele era muito coruja, não perdia um treino, um jogo. Eu ficava espantado com a semelhança dele com o Romário."

Ex- jogador Alberoni (Foto: André Durão)Com estoque de remédios, ele trabalha como representante de laboratório farmacêutico (Foto: André Durão)

A última tentativa de voltar ao futebol foi no fim de 2012. Após receber um contato do River-PI, o jogador acertou as bases salariais e assinaria com o clube piauiense, que chegou a anunciar sua contratação. No entanto, ao disputar um jogo beneficente em dezembro, voltou a sentir dores no joelho direito, fruto de uma antiga lesão nos ligamentos, e teve mais um motivo para se manter distante dos gramados. Assim, preferiu dar continuidade a seu novo trabalho, onde projeta uma carreira.

- Não encerrei a carreira não, mas minha prioridade hoje é o estudo, meu novo trabalho. Eu procurei algo que fosse dinâmico, que nem é o futebol. Eu não ia conseguir ficar dentro de um escritório. Fiz um curso específico para a profissão e comecei a mandar currículo para as empresas. Pode-se dizer que o futebol me abriu portas: meu gerente é vascaíno doente, lembrou do meu nome e me deu essa oportunidade. A indústria farmacêutica é um mercado muito restrito - disse.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/02/joias-perdidas-alberoni-que-treinou-com-messi-da-um-tempo-na-carreira.html