Empresa de cosméticos que patrocinaria o
brasileiro na F-1 deixa de fazer pagamento e coloca vaga em risco;
equipe já estuda pilotos substitutos
Por GLOBOESPORTE.COM
Barcelona, Espanha
Vaga de Razia está ameaçada (Foto: Divulgação)
A programação inicial no site do circuito de Barcelona apontava Luiz Razia com o carro da Marussia nesta quinta-feira, na abertura da última semana de testes de pré-temporada da Fórmula 1.
Quem entrou na pista, no entanto, foi Max Chilton, repetindo o que
aconteceu semana passada, quando o brasileiro de 23 anos tinha ficado
fora de todos os dias de treinos na pista espanhola. Razia segue ausente
dos treinos porque um
dos patrocinadores que ele levou à equipe – uma empresa suíça de
cosméticos que fabrica lenços umedecidos – não fez o pagamento de uma
das parcelas à Marussia na data combinada. A situação do baiano é
delicada e sua permanência está ameaçada. Caso o compromisso não seja
cumprido, seu sonho de correr na Fórmula 1 pode acabar antes mesmo de
virar realidade. Pelo paddock de Barcelona, os rumores apontam que a
escuderia já estuda um plano B e que Heikki Kovalainen, ex-Caterham,
estaria em “stand by”. Além do finlandês, o russo Vitaly Petrov
(ex-Caterham), o francês Jules Bianchi (reserva da Force India) e o
indiano Narain Karthikeyan (ex-HRT) também seriam opções.
A Marussia evita falar diretamente sobre a pendência do patrocinador,
mas nesta quinta-feira, o diretor esportivo do time, Graeme Lowdon,
falou por alto sobre o assunto ao canal britânico de TV “Sky Sports”.
- Do jeito que está, temos um contrato com Luiz e não há mudanças
nisso. Temos que fazer o melhor para toda a equipe. Temos que colocar
as pessoas certas na hora certa no carro e é isso que vocês estão vendo
no momento – declarou.
Questionado se “pessoas certas no lugar certo” poderia significar que
Razia poderia deixar a equipe, Lowdon foi evasivo, mas não descartou a
possibilidade.
- É o que é, na medida em que decisões foram tomadas e que decisões
continuarão a ser tomadas, elas serão as decisões certas para a equipe.
Isso refletirá em tudo o que fazemos. Não há alterações em posições
contratuais no momento. Se houver mudanças, será para o bem da equipe –
argumentou.
Baiano chegou a participar de testes em Jerez, mas ficou fora de sessões em Barcelona (Foto: Getty Images)
Vice-campeão da GP2 em 2012, o baiano Razia, de 23 anos, alimenta o
sonho de guiar na elite do automobilismo mundial neste ano. Em meio à
crise econômica mundial, apesar do resultado expressivo na principal
categoria de acesso à F-1, o brasileiro precisou reunir alguns
patrocinadores para conseguir um lugar no grid. Sem apoio de empresas
nacionais, Razia contou com investidores estrangeiros. Depois de
negociar, sem sucesso, com Force India e STR, ele enfim foi contratado no início do mês pela Marussia. Na ocasião, a própria equipe admitiu que questões financeiras fizeram o time dispensar o alemão Timo Glock dias antes para dar lugar a Razia.
O anúncio oficial do baiano foi feito de forma confusa e repentina no início de fevereiro
e, no mesmo dia, ele entrou na pista para o primeiro dos dois dias de
testes que realizou em Jerez de la Frontera, na primeira semana da
pré-temporada da F-1. Porém, estas foram as únicas oportunidades do
baiano de guiar o carro até o momento. De lá para cá, em razão do
problema com o patrocinador, Razia não testou mais. A expectativa é que
nesta sexta-feira, Max Chilton volte ao volante do MR02.
Em 2012, piloto foi vice-campeão da GP2, principal categoria de acesso à Fórmula 1 (Foto: Divulgação)
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