segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Negociação com Osvaldo esfria, e Botafogo tenta Lucca, do Corinthians





BOTAFOGO



Atrás de atacantes, Alvinegro corre para fechar elenco antes da reapresentação e tem esta semana para concluir negócio com Timão. Ponte Preta e Vitória são concorrentes




Por
São Paulo e Rio de Janeiro




Lucca Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)Campeão brasileiro em 2015, Lucca 
vem de altos e baixos (Foto: Daniel 
Augusto Jr/Agência Corinthians)


Enquanto avança pouco a pouco e segue otimista em relação a Willian Pottker, da Ponte Preta, o Botafogo procura mais um atacante para fechar o elenco antes da reapresentação do clube no dia 11. O alvo da vez é Lucca, do Corinthians. O Alvinegro tenta um empréstimo do jogador de 26 anos, que tem contrato com o Timão até julho de 2019.

A chance de disputar a Libertadores da América é vista com bons olhos por parte da "Elenko Sports", empresa que administra a carreira do atacante – curiosamente, também agencia Pottker –. Os empresários têm pressa para um desfecho e esperam uma resposta antes de terminar a semana. Mas há concorrência: a Ponte Preta e o Vitória são outros interessados no futebol do corintiano.

Em General Severiano, Lucca é visto como opção tanto para jogar pelos lados, maior carência do atual elenco de Jair Ventura, quanto para fazer a função de "falso nove". Talismã no título brasileiro do Corinthians em 2015, ele teve um 2016 de altos e baixos, sem se firmar. Na Série A do ano passado, o atacante disputou 21 jogos, marcou três gols e deu uma assistência.

NEGOCIAÇÃO POR OSVALDO ESFRIA

A busca por Lucca tem um outro motivo:

Osvaldo ficou distante.

De encaminhada na semana passada a praticamente descartada, o Botafogo viu a negociação com o atacante do Fluminense esfriar nos últimos dias: quem vinha cuidando das conversas era o gerente de futebol, Antônio Lopes, mas o nome encontra resistência interna de outros dirigentes. Outro fato que pesou contra é o alto salário do jogador, que recebe cerca de R$ 300 mil nas Laranjeiras e teria que reduzir mais da metade da remuneração para aceitar a proposta alvinegra.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/noticia/2017/01/negociacao-com-osvaldo-esfria-e-botafogo-tenta-lucca-do-corinthians.html

Djokovic leva susto, mas bate alemão em seu primeiro jogo do ano, em Doha





TÊNIS


Contra Jan-Lennard Struff, sérvio vira 1º se

t que perdia por 5/1 e vence estreia




Por
Doha, Catar



Novak Djokovic parecia ter um caminho tranquilo em sua estreia nas quadras em 2017, no ATP 250 de Doha, no Catar, nesta segunda-feira. A estreia era contra o alemão Jan-Lennard Struff, 26 anos, 63º do ranking mundial, sem títulos conquistados na carreira profissional iniciada em 2009 e contra quem nunca havia jogado. Mas o grandalhão de 1,96m deu trabalho para o número 2 do mundo. Atual campeão do torneio, Djoko mostrou sua força, se recuperou de um primeiro set quase perdido e venceu por 7/6 (7-1) e 6/3 em 1h27 de jogo.

Nas oitavas de final, Djoko enfrenta o argentino Heracio Zeballos, que levou 2h37 para vencer o alemão Florian Mayer por 6/7 (3-7), 6/4 e 7/6 (11-9).

Novak Djokovic na vitória sobre Jan-Lennard Struff na estreia do ATP de Doha (Foto: KARIM JAAFAR / AFP)
Novak Djokovic na vitória sobre Jan-Lennard 
Struff na estreia do ATP de Doha (Foto: 
KARIM JAAFAR / AFP)


Struff começou o jogo arrasador. Abriu 3/0, e depois ampliou para 5/1. Mas Djoko, aos poucos, impôs seu talento. Devolveu as quebras, reagiu e empatou. Ambos confirmaram os saques nos games seguintes e a parcial foi para o tie-break. Aí, o sérvio não deu chances: 7-1 e 7/6.

Djokovic quebrou o serviço de Struff logo no primeiro game do segundo set. Por pouco não levou a quebra no game seguinte, mas confirmou o serviço. Daí em diante, o sérvio teve um caminho mais tranquilo e fechou a partida com um 6/3.

Número 1 do mundo nas simples, Andy Murray foi eliminado na estreia da chave de duplas. Ao lado do polonês Mariusz Fyrstenberg, ele foi derrotado pela parceria formada pelo espanhol David Marrero e pelo sérvio Nenad Zimonjic por 6/2 e 6/4. Na chave de simples, Murray estreia contra o francês Jeremy Chardy, nesta terça-feira, às 12h30 (horário de Brasília)



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/djokovic-leva-susto-mas-bate-alemao-em-seu-primeiro-jogo-do-ano-em-doha.html

Serena Williams supera rival francesa na abertura do WTA de Auckland





TÊNIS



Sem grande dificuldade, americana faz 2 sets a 0 (parciais de 6/3 e 6/4) em Pauline Parmentier pela primeira rodada do torneio. Adversária na próxima fase será americana




Por
Auckland, Nova Zelândia




De volta às grandes competições após muito sofrer com uma lesão crônica no ombro direito, Serena Williams estreou com vitória no WTA de Auckland. A vítima foi a francesa Pauline Parmentier, que acabou derrotada pela número 2 do mundo por 2 sets a 0 (parciais de 6/3 e 6/4). A rival na próxima fase sairá do confronto entre as americanas Jamie Loeb e Madison Brengle.

Serena Williams vs. Pauline Parmentier WTA de Auckland (Foto: Anthony Au-Yeung/Getty Images)
Serena Williams derrotou Pauline Parmentier 
em sua estreia no WTA de Auckland (Foto: 
Anthony Au-Yeung/Getty Images)


O jogo começou favorável à francesa, que logo conseguiu quebrar o serviço da segunda melhor tenista do mundo. A resposta veio só no sexto game, quando Serena finalmente conseguiu impor o seu jogo, devolvendo a quebra e fazendo 3 a 3. A virada da americana veio no game seguinte, jogando toda a pressão para Pauline. Cada vez mais à vontade em quadra, Serena conseguiu nova quebra, passando a sacar para o set. E a ex-número 1 não deu chances a rival, confirmando a vitória por 6/3.

O segundo set começou com Pauline confirmando o seu serviço. Serena empatou no game seguinte e virou com a primeira quebra do período, fazendo 2 a 1. Quando tudo parecia que se encaminharia para uma vitória fácil da americana, a francesa devolveu a quebra, tratando de equilibrar a partida. No sexto game, Pauline esteve perto de conseguir a quebra, mas Serena se recuperou confirmando o serviço depois de salvar três break-points. O game motivou a número 2 do mundo, que tratou de definir a partida com um 6/4 inapelável.



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/serena-williams-supera-rival-francesa-na-abertura-do-wta-de-auckland.html

Mancini espera ter 70% do time e pular etapa com trabalho integrado no 1º dia





CHAPECOENSE



Treinador da Chape fala em cerca de 3/4 do elenco à disposição na apresentação do grupo; Mancini fala em elaborar treino tático, técnico e físico em conjunto dese o início




Por
Chapecó, SC



Na corrida para a reconstrução de todo um clube após o acidente aéreo em novembro, a Chape precisar acelerar processos neste início de ano. Para começar a temporada na sexta-feira, com a apresentação dos jogadores, e estrear em 20 dias com um time todo remontado, o técnico do Verdão tem um plano: integrar ou pular etapas para que o processo de adaptação seja o mais rápido possível.

- Estamos ainda buscando nomes e tentando acertar o mais rápido possível o elenco. Alguns atletas, que estavam em outras equipes, talvez não estejam no dia 6 porque não fechou tempo de férias, por lei temos que respeitar (esse período), mas vou ter boa parte da base para 2017 na sexta-feira. Estou ansioso não só pela montagem, mas pela chegada e início de trabalho, vai nos dar uma boa possibilidade de vislumbrar em campo as ideias que só temos na cabeça por enquanto. Sexta teremos uma noção do que vai acontecer

Em entrevista coletiva no fim da tarde desta segunda-feira, Vagner Mancini pediu desculpas por não citar nenhum reforço, mas afirmou que espera ter cerca quase 3/4 do time à disposição logo no primeiro dia de trabalho com os jogadores.

Vagner Mancini Chapecoense (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)
Vagner espera ter time quase completo na 
sexta-feira (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)


- Acho que na sexta teremos cerca de 70% do elenco. Ao longo de todo o processo, não apenas janeiro, teremos mais atletas porque as vezes o mercado oferece aos poucos. Também o clube vai se conhecendo, houve uma mudança, que todos sabemos, e estamos aos poucos nos adaptando ao um novo processo. 70% é pouco ainda para pensar em 2017 inteiro, mas suficiente para iniciar os trabalhos, montar uma equipe. Ai vamos fugir um pouco do habitual e já introduzir a parte técnica desde o primeiro dia, porque precisamos acelerar um processo, você consegue fazer hoje em dia um treinamento sistêmico e integrado, com parte física, tática e técnica elaboradas em conjunto para ter ganho significativo para estrear depois de 20 dias.

Apesar de um time incompleto, Mancini tem certeza que os primeiros reforços já conseguirão dar os primeiros traços de uma equipe competitiva para os primeiros compromissos oficiais, na Primeira Liga, no dia 26, e Catarinense, no dia 29. Para a Libertadores, depois de cerca de dois meses do novo trabalho, o treinador esperar ter uma formação ainda mais robusta. Ele tem consciência, porém, que muita coisa vai mudar ao longo do ano.

- Esse é um grupo que esta sendo montado para o incio do ano, para disputar estadual, daqui a pouco entra em Libertadores... Necessário dizer que vamos ter outros atletas ao longo do processo, mas que no inicio precisa ser competitivo, porque um time montado em janeiro da forma como foi, com 25 a 30 atletas, você dificilmente levará todos até o fim do ano. Quando se vira uma temporada e se contrata 6, 7 reforços, você já tem um grande número de erros, o que dirá com um grupo de  25, 28 atletas novos..
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Vagner Mancini Chapecoense (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)
Vagner Mancini Chapecoense (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)



Principais trechos da coletiva

PRIMEIRO DIA ÚTIL DE 2017
Tivemos acesso a algumas informações muito importantes, pudemos também juntar informações do que tem sido feito por diversos departamentos, e é importante para iniciar na sexta-feira a nossa caminhada. Antes disso, no dia 3, 4 e 5 alguns, atletas já estarão aqui fazendo exames, avaliações, para dia 6 iniciar a pré-temporada.

PATAMAR ESTABELECIDO
Esperamos que esse time dê resultado rapidamente e ao longo do ano essa base vai servir para que outros atletas possam chegar e se incorporar. Diante desse quadro, a gente precisa fazer um paralelo com o clube, que está entrando em outro patamar, que hoje não conseguimos mensurar. Não sabemos quanto a Chapecoense vai receber de ajuda, o quanto vai ter de disponibilidade financeira porque é tudo muito recente. Não podemos montar uma equipe pensando em novembro, dezembro e sim no patamar que temos hoje. Talvez essa equipe, como aconteceu nos últimos anos, possa dar um retorno rapidamente, e é o que eu espero.

LIBERTADORES EM MARÇO...
Temos o inicio dia 6 (de janeiro), esperamos que dia 26 (1º jogo oficial) tenhamos um esboço bacana, que o time possa até ter uma melhoria. Até o incio da Libertadores tem a Primeira Liga, Catarinense, mas é difícil mensurar o nível que vamos estar no começo da Libertadores. Espero que, com 60 dias, a gente conte com o lastro dos jogadores, porque não podemos usar o esquema ou base do passado, porque não temos. Mas temos certeza que todos serão tolerantes, porque a ajuda da Chapecoense também passa por isso. Que todos entendam que é uma equipe que está sendo montada e que todos esperamos que rapidamente produza algo que chame a atenção, até porque vamos disputar jogos oficias e é necessário ganhar partidas. 

FORÇA CHAPE
Tem muita gente ajudando. E quando falamos em ajuda tem muita gente que não quer aparecer, seja no social ou no âmbito desportivo, que é o caso. Hoje sabemos que, para realmente o #forçachape fazer efeito, temos que contar não apenas com os atletas, que vão usar o manto sagrado. É necessário pensar que temos muita gente atrás do time, temos imprensa, comunidade, torcida, que vai impulsionar. É pouco pensar que a Chape depende apenas dos 11 atletas que entram em campo. Neste momento a ajuda é muito grande, com energia, mas lógico que estamos esperando ser contagiados por todos que gostam do clube.


Confira mais notícias do esporte de catarinense no GloboEsporte.com/sc



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sc/futebol/times/chapecoense/noticia/2017/01/mancini-espera-ter-70-do-time-e-pular-etapa-com-trabalho-integrado-no-1-dia.html

Dallagnol é assim porque o emprego está garantido!


FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/dallagnol-e-assim-porque-o-emprego-esta-garantido



Aragão: vira-latas entregou o Brasil aos Estados Unidos

CursoPPT_Dallagnol.jpg
Reprodução: O Cafezinho
O Ministro Eugênio Aragão ofereceu uma nova carta aberta ao Power Point Dallagnol fura-teto com votos de Feliz Ano Novo (de preferência com uma representação do MPF - em dólar - na Embaixada do Brasil em Washington!):
Carta aberta ao jovem colega Deltan Dallagnol
"Dennnichtsistschwerer und nichtserfordertmehrCharakter, alssich in
offenemGegensatzzuseiner Zeit zubefinden und lautzusagen: Nein."

(Porque nada é mais difícil e nada exige mais caráter que se encontrar 
em aberta oposição a seu tempo e dizer em alto e bom som: Não!)
- Kurt Tucholsky
Caro colega,
Acabo de ler por blogs de gente séria que você estaria a chamar atenção, no seu perfil de Facebook, de quem "veste a camisa do complexo de vira-lata", que seria "possível um Brasil diferente" e que a hora seria agora. Achei oportuno escrever-lhe esta carta pública, para que nossa sociedade saiba que, no Ministério Público, há quem não bata palmas para suas exibições de falta de modéstia.
Vamos falar primeiro do complexo de vira-lata. Acredito que você e sua turma sejam talvez os que menos autoridade têm para falar disso, pois seus pronunciamentos são a prova mais cabal de SEU complexo de vira-lata. Ainda me lembro daquela pitoresca comparação entre a colonização americana e a lusitana em nossas terras, atribuindo à última todos os males da baixa cultura de governação brasileira, enquanto o puritanismo lá no Norte seria a razão de seu progresso. Talvez você devesse estudar um pouco mais de história, para depreciar menos este país. E olha que quem cresceu nas "Oropas" e lá foi educado desde menino fui eu, hein... talvez por isso não falo essa barbaridade, porque tenho consciência de que aquele pedaço de terra, assim como a de seu querido irmão do Norte, foram os mais banhados de sangue humano ao longo da passagem de nossa espécie por este planeta. Não somos, os brasileiros, tão maus assim: na pior das hipóteses somos iguais, alguns somos descendentes dos algozes e a maioria somos descendentes das vítimas.
Mas essa sua teorização vulgar não diz tudo sobre SEU complexo. Você à frente de sua turma vai entrar na história como quem contribuiu decisivamente para o atraso econômico e político que fatalmente se abaterão sobre nós. E sabe por que? Porque você e sua turma são ignorantes e não conseguem enxergar que o princípio fiatiustitia et pereatmundus nunca foi aceito por sociedade sadia qualquer neste mundão de Deus. Summum jus, summainiuria, já diziam os romanos: querer impor sua concepção pessoal de justiça a ferro e fogo leva fatalmente à destruição, à comoção e à própria injustiça.
E o que vocês conseguiram de útil neste País para acharem que podem inaugurar um "outro Brasil", quiçá melhor do que aquele em que vivíamos? Vocês conseguiram agradar ao irmão do Norte, que faturará bilhões de nossa combalida economia, e conseguiram tirar as empresas nacionais do mercado global altamente competitivo da construção civil de grandes obras de infraestrutura. Tio Sam agradece. E vocês, narcisos, se acham lindinhos por causa disso, né? Vangloriam-se de terem trazido de volta míseros dois bilhões em recursos supostamente desviados por práticas empresariais e políticas corruptas. E qual o estrago que provocaram para lograr essa casquinha? Por baixo, um prejuízo de 100 bilhões e mais de um milhão de empregos riscados do mapa. Afundaram nosso esforço de propiciar conteúdo tecnológico nacional na extração petrolífera, derreteram a recém-reconstruída indústria naval brasileira.
Claro, não são seus empregos que correm risco. Ganhamos muito bem no Ministério Público, temos auxílio-alimentação de quase mil reais, auxilio-creche com valor perto disso, um ilegal auxílio-moradia tolerado pela morosidade do Judiciário que vocês tanto criticam. Temos um fantástico plano de saúde e nossos filhos podem frequentar a liga das melhores escolas do País. Não precisamos de SUS, não precisamos de Pronatec, não precisamos de cota nas universidades, não precisamos de Bolsa-Família e não precisamos de Minha Casa, Minha Vida. Vivemos numa redoma de bem-estar. Por isso, talvez, à falta de consciência histórica, a ideologia de classe devora sua autocrítica. E você e sua turma não acham nada demais se milhões de famílias não conseguirem mais pagar suas contas no fim do mês, porque suas mães e seus pais ficaram desempregados e perderam a perspectiva de se reinserirem no mercado num futuro próximo.
Mas você achou fantástico o acordo com os governos dos EEUU e da Suíça, que permitiu-lhes, na contramão da prática diplomática brasileira, se beneficiar indiretamente de um asset sharing sobre produto de corrupção de funcionários brasileiros e estrangeiros. Fecharam esse acordo sem qualquer participação da União, que é quem, em última análise, paga a conta de seu pretenso heroísmo global, e repassaram recursos nacionais sem autorização do Senado. Bonito, hein? Mas, claro, na visão umbilical corporativista de vocês, o Ministério Público pode tudo e não precisa se preocupar com esses detalhes burocráticos que só atrasam nosso salamaleque para o irmão do Norte! E depois você fala de complexo de vira-lata dos outros!
O problema da soberba, colega, é que ela cega e torna o soberbo incapaz de empatia.Mas como neste mundo vale a lei do retorno, o soberbo também não recebe empatia, pois seu semblante fica opaco, incapaz de se conectar com o outro.
A operação de entrega de ativos nacionais ao estrangeiro, além de beirar alta traição, esculhambou o Brasil como nação de respeito entre seus pares. Ficamos a anos-luz de distância da admiração que tínhamos mundo afora. Vocês atropelaram a Constituição: segundo ela, compete à presidenta da República manter relações com Estados estrangeiros, não ao musculoso Ministério Público. Daqui a pouco vocês vão querer até uma representação diplomática nas capitais do circuito Elizabeth Arden, não é?
Ainda quanto a um Brasil diferente, devo-lhes lembrar que "diferente" nem sempre é melhor e que esse servicinho de vocês foi responsável por derrubar uma presidenta constitucional honesta e colocar em seu lugar uma turba envolvida nas negociatas que vocês apregoam mídia afora. Esse é o Brasil diferente? De fato é: um Brasil que passou a desrespeitar as escolhas políticas de seus vizinhos e cultivar uma diplomacia da nulidade, pois não goza de qualquer respeito no mundo. Vocês ajudaram a sujar o nome do país. Vocês ajudaram a deteriorar a qualidade da governação, a destruição das políticas inclusivas e o desenvolvimento sustentável pela expansão de nossa infraestrutura com tecnologia própria.
E isso tudo em nome de um "combate" obsessivo à corrupção. Assunto do qual vocês parecem não entender bulhufas! Criaram, isto sim, uma cortina de fumaça sobre o verdadeiro problema deste pais, que é a profunda desigualdade social e econômica. Não é a corrupção. Esta é mero corolário da desigualdade, que produz gente que nem vocês, cheios de "self righteousness", fariseus com apretensão de serem justos e infalíveis, donos da verdade e do bem estar. Gente que pode se dar ao luxo de atropelar as leis sem consequência nenhuma. Pelo contrário, ainda são aplaudidos como justiceiros.
Com essa agenda menor da corrupção vocês ajudaram a dividir o país, entre os homens de bem e os safados, porque vocês não se limitam a julgar condutas como lhes compete, mas ousam julgar pessoas, quando estão longe de serem melhores do que elas. Vocês não têm capacidade de ver o quanto seu corporativismo é parte dessa corrupção, porque funciona sob a mesma gramática do patrimonialismo: vocês querem um naco do Estado só para chamar de seu. Ninguém os controla de verdade e vocês acham que não devem satisfação a ninguém. E tudo isso lhes propicia um ganho material incrível, a capacidade de estarem no topo da cadeia alimentar do serviço público. Vamos falar de nós, os procuradores da República, antes de querer olhar para a cauda alheia.
Por fim, só quero pontuar que a corrupção não se elimina. Ela é da natureza perversa de uma sociedade em que a competição se faz pelo fator custo-benefício, no sentindo mais xucro. A corrupção se controla. Controla-se para não tornar disfuncionais o Estado e a economia. Mas esse controle não se faz com expiação de pecados. Não se faz com discursinho falso-moralista. Não se faz com homilias em igrejas. Faz-se com reforma administrativa e reforma política, para atacar a causa do fenômeno e não sua periferia aparente. Vocês estão fazendo populismo, ao disseminarem a ideia de que há o "nós, o povo" de honestos brasileiros, dispostos a enfrentar o dragão da corrupção como um São Jorge redivivo. Você e eu sabemos que não existe isso e que não existe, com sua artificial iniciativa popular das "10 medidas", solução viável para o problema. Esta passa pela revisão dos processos decisórios e de controle na cadeia de comando administrativa e pela reestruturação de nosso sistema político calcado em partidos que não merecem esse nome. Mas isso tudo talvez seja muito complicado para você e sua turma compreenderem.
Só um conselho, colega: baixe a bola. Pare de perseguir o Lula e fazer teatro com PowerPoint. Faça seu trabalho em silêncio, investigue quem tiver que investigar sem alarde, respeite a presunção de inocência, cumpra seu papel de fiscal da lei e não mexa nesse vespeiro da demagogia, pois você vai acabar ferroado. Aos poucos, como sempre, as máscaras caem e, ao final, se saberá quem são os que gostam do Brasil e os que apenas dele se servem para ficarem bonitos na fita! Esses, sim, costumam padecer do complexo de vira-lata!
Antes da próxima homilia diante de correligionários incautos, reflita sobre a lição do Evangelho: "Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu? Ou como poderás dizer ao teu irmão: 'Deixa-me tirar o cisco do teu olho', quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão." (Evangelho segundo São Mateus 7, 3-5)
Um forte abraço de seu colega mais velho e com cabeça dura, que não se deixa levar por essa onda de "combate" à corrupção sem regras de engajamento e sem respeito aos costumes da guerra.
- Eugênio José Guilherme de Aragão”, ministro da Justiça da Dilma (que acertou por último - PHA)

O único burro que o promotor Conserino conseguiu ofender foi ele mesmo. Por Fábio de Oliveira Ribeiro


FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-unico-burro-que-o-promotor-conserino-conseguiu-ofender-foi-ele-mesmo/



por : 


Tonto
Tonto


Publicado no ggn. O autor é advogado.
Um promotor usou o Facebook para chamar Lula de “encantador de burros”. Na qualidade de um cidadão que ficou encantado com as realizações do ex-presidente brasileiro (construção de diversas universidades, política de cotas, demarcação de terras indígenas, criação do BRICS, política externa altiva e independente, vitórias na OMC, redução da fome e da miséria, crescimento econômico e a valorização nacional da Petrobras e do Pré-Sal, etc…) estou entre aqueles que foram ofendidos por Cássio Conserino. Em razão disso resolvi responder-lhe à altura.
Li com atenção a Lei Orgânica do Ministério Público de São Paulo e não me parece que esteja entre as competências do órgão interferir na polícia do país ou desqualificar políticos que são odiados pelos promotores.
A referida Lei também não autoriza nenhum promotor a ofender publicamente os cidadãos. Muito pelo contrário, a LOMPSP prescreve expressamente que é dever do promotor tratar todos com urbanidade, não cometer excessos no exercício da função, apresentar os fundamentos jurídicos de seus pronunciamentos e manter uma conduta digna e compatível com o cargo na vida privada e pública (art. 169, da Lei Complementar Estadual no. 734/93), sendo-lhe proibida qualquer atividade política partidária (art. 170, da Lei Complementar Estadual no. 734/93).
Ao usar o Facebook para me ofender, Conserino infringiu várias obrigações funcionais. A mais grave, creio, é não ter ele indicado os fundamentos jurídicos que permitem a ele me chamar de burro e/ou revogar meu direito de ficar encantado com as ações governamentais de um político que fez bem mais pelo Brasil do que qualquer membro do Ministério Público de São Paulo jamais fez ou fará pelo país.
Todavia, não posso dizer que me senti ofendido. Sou advogado e, portanto, estou acostumado a encontrar uma perspectiva interessante para cada ofensa que recebi e recebo de membros do MP e, eventualmente, de Juízes. No caso específico de Conserino, creio que o único asno que ele ofendeu foi a si mesmo. Afinal, ele conseguiu apenas fornecer uma prova material do pouco apreço que tem pela Lei que regulamenta a profissão dele.
Ninguém me pode me ofender ao me chamar de burro. Afinal, ao contrário do promotor eu estudei Latin e aprendi que “burrus” é a palavra latina que designava a cor avermelhada de um asno (asinus) que existia na Hispania romana. Animal de carga apreciado e valorizado no século I dC por ser muito dócil, inteligente e resistente ao trabalho pesado. Minha cédula da OAB é avermelhada, portanto, seu um “causidicus burrus”.
Ao chamar seu desafeto político de burro, contudo, o promotor ofendeu uma parcela significativa dos eleitores brasileiros que elegeram Lula duas vezes. Em razão disso, dificilmente o asno Conserino conseguirá um cargo eletivo relevante caso seja chutado para fora do MP em razão de também ter ofendido os seus colegas que votaram e votam no PT.
Lula pode até ser um encantador de burros, mas ele continuará sendo eleito presidente. De fato, mesmo não sendo um asno eu certamente continuarei encantado com a eficácia do governo dele.
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Sobre o Autor

A EXTREMA DIREITA VIU NO ESPELHO O AUTOR DA CHACINA EM CAMPINAS



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-extrema-direita-viu-no-espelho-o-autor-da-chacina-em-campinas-e-nao-sabe-o-que-fazer-por-kiko-nogueira/



A tragédia servirá para uma reflexão sobre a propagação de ódio?




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artigo sobre a chacina em Campinas que escrevi teve uma reação intensa por parte de direitistas indignados, aqui no site e nas redes sociais.
A maioria dos comentários era de xingamentos pesados (tudo, absolutamente tudo o que você imagina). Também havia uma ou outra ponderação e acusações dos mais variados teores, sendo a de “matéria paga” (!?) relativamente frequente.
Como o DCM tem moderação, muitos desses ataques foram deletados. Reproduzo umas das mensagens que recebemos, que serve como exemplo:
“Quem foi o culpado disso ter chegado onde chegou? A própria esquerda lixosa enquanto promoviam o ódio entre diferentes grupos sociais camuflado de luta conta preconceito e discriminação. Colocando todo homem como um machista, misógino e estuprador em potencial, os brancos como racistas e elitistas, etc. Eu só lamento que esta chacina não tenha acontecido em uma escola ou universidade ocupada por militantes vagabundos e maconheiros.”

Como esse horror aconteceu? “A culpa, caro Brutus, não está em nossas estrelas, mas em nós mesmos”, disse Cássio em “Júlio César”.
A carta de Sidnei para o filho — que acabaria sendo executado com dois tiros — é uma compilação de estupidezes facilmente encontráveis no Facebook.
Sidnei é um deles. Ele deu o passo adiante que seus cúmplices não dão. Se dependesse do sujeito cuja manifestação postei acima, ele pecou em errar o endereço.
Vai virar um mártir dessa turma. Se houvesse mais como eles — e haverá, infelizmente —, não teríamos tantos maconheiros, esquerdopatas, bandidos, defensores dos direitos humanos, veados e vadias por aí.
O Brasil e os valores dos cidadãos de bem foram destruídos por essa gente e homens como Sidnei se imolaram tentando salvá-lo. Ele reagiu ao massacre. Você ouviu esse discurso na boca dos terroristas do Estado Islâmico, com um ou outro sinal trocado.
Sidnei e amigos vivem no medo, na paranoia e no ódio. Alimentaram-se de uma dieta de indigência mental que lhes deu um sentido na vida e, agora, na morte.
O psicólogo Daniel Khneman, Nobel de Economia, fala no livro “Thinking Fast And Slow” que “uma maneira confiável de fazer as pessoas acreditarem em falsidades é a repetição frequente delas, porque a familiaridade não é facilmente distinguível da verdade”.
O que ficou claro na tragédia: o que realmente incomodou os extremistas é que eles se olharam no espelho e viram a face de Sidnei Remis de Araújo.

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Rombo nas contas públicas enriquece os de sempre, por Marcio Pochmann



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/rombo-nas-contas-publicas-enriquece-os-de-sempre-por-marcio-pochmann







Da Rede Brasil Atual


Com Temer, os ricos continuarão ficando cada vez mais ricos, apropriando-se, sem trabalho árduo, do dinheiro fácil proveniente do orçamento público favorecido pelos juros estratosféricos
 
por Marcio Pochmann
A aprovação pelo governo Temer da PEC 55 que congela em termos reais os gastos federais não financeiros aprisiona os próximos 20 anos à semi-estagnação dos rendimentos do conjunto dos brasileiros. No país da financeirização da riqueza, a referida PEC não limita do crescimento real somente os gastos financeiros que seguem livres para continuar crescendo.
Como o Brasil se encontra há muito tempo entre os países das mais altas taxas de juros do mundo, os rentistas que vivem sem a necessidade do trabalho árduo, mas da fácil apropriação das transferências dos recursos públicos, ganham o passaporte para o futuro. Atualmente, mais de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional encontra-se absorvido pela economia da financeirização da riqueza, o que retira dinamismo da economia real para crescer e, portanto, gerar empregos e renda nacional.
green card ofertado pelo governo Temer aos ricos tem sido elogiado pelos de sempre, pois defendem que a atual situação fiscal deriva da gastança dos governos. No ano de 2015, por exemplo, o déficit nas contas públicas equivaleu a 10% do PIB, embora 90% deste valor tenham sido produzidos pela conta de juros paga pelo governo.
Neste sentido, o desarranjo nas contas governamentais assenta-se na financeirização da riqueza. Ela tem sido sustentada por escandalosos juros definidos pelo Banco Central e que aplicados sobre o estoque da dívida pública implica soma absurda transferida anualmente do orçamento para os já ricos. São os impostos, taxas e contribuições pagas proporcionalmente mais à renda dos pobres que alimentam a conta da transferência orçamentária dos governos aos privilegiados.
Pela PEC 55, os ricos continuarão ficando cada vez mais ricos, apropriando-se, sem trabalho árduo, do dinheiro fácil proveniente do orçamento público favorecido pelos juros estratosféricos. Mas a população que não é rica perde com o congelamento real dos gastos federais não financeiros, pois deixa de ter o que hoje já é difícil em termos de serviços e bens públicos. O amanhã, neste sentido, poderá ser ainda pior.
A educação e saúde, por exemplo, perderão recursos reais quando considerado o total de recursos gastos anualmente por habitante. Isso tenderá a ocorrer em termos reais somente se a população estiver estagnada.
Mas como para cada ano há mais vivos do que mortos entre os brasileiros, os recursos públicos divididos pelo conjunto da população tenderão a ser cada vez menores. O que significa destoar do que a Constituição Federal de 1988 estabelecia, ou seja, a busca pelo bem-estar social da população.
Em vez do corte nos gastos federais não financeiros per capita, o governo Temer poderia impulsionar, por exemplo, um conjunto de medidas para retirar a economia brasileira da recessão que se encaminha para o seu terceiro aniversário em 2017. Ademais, o corte na desoneração, subsídios e incentivos fiscais implicariam uma nova injeção de recursos aos cofres públicos, tornando desnecessária a PEC 55.
Tudo isso que representaria o caminho para o crescimento econômico e a retomada do bem estar da sociedade não encontra guarida entro os donos do dinheiro no país. Por isso, o governo que exerce a função simultânea de porta voz e garçom dos interesses dos ricos, dificilmente mexerá uma palha neste sentido.
Poderão ser mais dois anos de sofrimento profundo, sem necessidade alguma, salvo agradar os que já têm muito e não abrem mão de nada. A não ser é claro, que a população organizada tome em suas mãos os destinos do país, passando a escrever história diferente. As eleições diretas em 2017 seriam um bom começo.
Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), ambos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Recado de Ano Novo aos minions providos de dois neurônios e raciocínio binário-programável, por Eugênio Aragão



FONTE:
http://jornalggn.com.br/blog/eugenio-aragao/recado-de-ano-novo-aos-minions-providos-de-dois-neuronios-e-raciocinio-binario-programavel-por-eugenio-araga



EUGÊNIO ARAGÃO






por Eugênio José Guilherme de Aragão
Man kann den Hintern schminken wie man will, es wird kein ordentliches Gesicht daraus.
"A melhor maquiagem não faz da bunda um rosto apresentável."
(Kurt Tucholsky)

Inauguramos um novo ano, sem novidade nenhuma. De nada adiantarão os tais votos de São Silvestre, com augúrios de felicidade e de um tempo melhor para nossos entes queridos, se não tivermos capacidade de mudar. Está em nossas mãos o destino deste país e do futuro de nossos filhos e netos, mas precisamos começar a pensar com nossa própria cabeça e abandonar a crença ingênua em noticiários, sejam de que cor forem.
Notícias em mídia são como jabutis no alto de uma árvore. Como lá não chegam sozinhos, alguém os colocou lá. Para entender o significado do noticiado, precisamos conhecer a história por trás dele. Por que foi tornado público? Com que intenção? Por que escolheram fulano para escrever a matéria? Por que hoje? Por que na primeira, segunda ou terceira página do jornal? Por que essa manchete? Por que esse lead? Se não tentar responder a essas perguntas, se tomar o conteúdo da notícia pelo seu valor de face, o leitor estará sendo engambelado!
A maioria de vocês, minions, age assim. Vocês lêem um engodo e logo se revoltam. São irritadiços e extremamente impulsivos, o tipo de massa de manobra, "useful idiots", inocentes úteis manobrados por atores inescrupulosos, que usam o que é manifesto para alavancar o que é latente. É claro que a corrupção – o alcance do que é nosso por políticos e empresários de ética deformada – é um fato repulsivo, assim como o tráfico negreiro o era no século XIX. Só que quem monta o circo da comoção pública não está nem aí para o desvalor dessas condutas. Na verdade, sob outras circunstâncias, os manipuladores até as apoiariam com argumentos que vocês, almas binárias, engoliriam com o mesmo histrionismo demonstrado na reação a elas.
Os ingleses enriqueceram com mão-de-obra escrava em suas colônias. Conseguiram com o ciclo do algodão compensar razoavelmente a crise da lã que quase pôs abaixo a sua indústria têxtil no séc. XVIII. Mas quando em 1774 a King's Bench declarou o trabalho escravo incompatível com o Common Law, a diplomacia britânica esmerou-se na imposição da proibição internacional do comércio escravo. Afinal de contas, sem mão-de-obra escrava nas plantações de algodão, os ingleses perdiam feio em competitividade para os franceses, os espanhóis e os portugueses.
Tudo não passou de "business as usual". Assim, quando interceptavam navios negreiros em alto-mar, na maioria das vezes os ingleses não se davam ao trabalho de rebocá-los de volta à costa d'África. Afundavam os barcos com sua carga humana. Prevalecia a lei do menor custo. Em 1826, impuseram ao Brasil um tratado em que se acordou a proscrição do trabalho escravo. Este fazia parte de um pacote de medidas humilhantes vinculadas ao reconhecimento da independência do País pela coroa britânica. Em 1827, depois de indignados protestos do legislativo imperial, D. Pedro I foi obrigado a ratificar o tratado a bordo de um vaso de guerra inglês. E como o Brasil insistiu em descumprir o tratado, os ingleses anunciaram em 1845, por ato do parlamento (Bill Aberdeen), que perseguiriam embarcações irregulares até em águas territoriais brasileiras e submeteriam sua tripulação a cortes marciais britânicas. Na implementação dessa medida, chegaram a interceptar inúmeras embarcações absolutamente regulares e confiscaram sua preciosa carga. Houve troca de tiros entre navios da armada britânica e navios de guerra brasileiros, com óbitos só de nosso lado. Houve uma tentativa de invasão da Baía da Guanabara, rechaçada pela guarda costeira pátria. E sem a sanção da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, proscrevendo o comércio de escravos, a guerra contra a Inglaterra teria sido inevitável.
Importante é lembrar que, por mais desprezível e desumano que seja a redução de semelhantes à condição de escravos, o discurso manifesto era só uma cortina de fumaça que escondia a intenção latente dos ingleses de submeter o Brasil a seus interesses econômicos e políticos. Ninguém vai por isso ser tolerante ou até bater palmas para o regime escravocrata que permeia nossa cultura de desigualdade até hoje, mas é preciso ser esperto e não deixar que outros nos ditem suas agendas para inviabilizar nosso país. Somos nós que temos que dar o rumo ao nosso desenvolvimento, em vez de moldá-lo aos desígnios estratégicos alheios, até porque quem nos quer impor a pecha de imorais não tem moral nenhuma para fazê-lo.
A cruzada atual contra a corrupção assume essa mesma feição de ditado externo. A pauta de proibição de peita a funcionários estrangeiros, objeto de convenção da OCDE de que o Brasil é parte signatária, para dar maior pujança a seu comércio exterior, atende sobretudo às economias centrais, já que a prática da peita afeta majoritariamente governos periféricos. Não que não haja corrupção nas economias centrais. Ela existe fartamente, tanto no setor público, quanto no privado. O governo americano não teve problemas em depositar recursos classificados como de "cooperação técnica policial" em contas pessoais de autoridades do ramo no Brasil. As empresas norte-americanas corriqueiramente fazem lobby nada kosher com atores políticos do mundo inteiro. Mas ficam à margem da ação de sua Justiça. Afinal de contas, isso é um problema, nesse caso, de restrições legais à territorialidade. Mas quando se trata de nossas empresas estratégicas, os EUA estendem, com subserviente ajuda das nossas autoridades persecutórias, sua jurisdição ao infinito, punindo-as por atos estranhos ao território americano.  Como disse o vice-diretor do FBI, as práticas dessas empresas afetam a segurança nacional americana e repercutem no mercado internacional, no qual as empresas americanas também atuam.
E nossas instituições bobinhas, com complexo de vira-latas, fazem de tudo para agradar ao governo americano, orgulhando-se de prêmios recebidos de instituições e revistas da metrópole. Fazem, com isso, o papel que se espera delas: sufocar a ousadia brasileira de ter um projeto nacional.
Isso, claro está, não serve de perdão a nossos malfeitores corruptos, agora muito mais presentes no governo que se estabeleceu depois do golpe parlamentar turbinado pela meganhagem antinacional do complexo judiciário-policial e pela grande mídia comercial. Mas a resposta a nossas corrupções de cada dia deve ser dada no estrito atendimento aos interesses nacionais. Não pode destruir setores de nossa economia e tornar-nos um pária da globalização. Não pode inviabilizar a governação e anular todo o recente esforço de inclusão social. E nem pode transformar nosso sistema de Justiça num teatro de desmoralização de investigados. Temos de reagir de forma dura, mas preservando nossos ativos estratégicos – exatamente como eles, nossos autoproclamados parceiros, também fazem.
Quem tiver culpa, que responda, mas com a dignidade que nossa constituição garante a todas e todos. Nenhum método de investigação torto justifica-se em função de pretenso "bem maior", pois não há bem maior que a dignidade da cidadania e o legítimo interesse estratégico nacional. É preferível um culpado ser inocentado porque não se logrou provar sua culpa dentro da lei, a culpar um inocente com métodos a seu arrepio.
E, queridos minions, não entrem nessa onda populista de quem quer usá-los para reforçar seus privilégios no serviço público, sugerindo-lhes que são um povo cheio de dignidade lutando contra um bando de canalhas, porque, quando tudo acabar, só sobrará tapera e vocês não serão mais "um povo" orgulhoso do seu verde-amarelo, mas serviçais mal-pagos e desmoralizados do Grande Irmão do Norte.
Oxalá que para nós todos, brasileiros e terráqueos de todas as colorações, a esperança vença em 2017 a injustiça, a traição e a prepotência!

MANAUS: CORTE DE GASTOS É CORTAR CABEÇAS



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/manaus-corte-de-gastos-e-cortar-cabecas



Ministro Moraes chega às degolas com 29 horas de atraso

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Agamben chegou ao Sejus antes do Ministro (sic)
O índice de assassinatos dentro dos presídios do Amazonas é o maior do país.
Para cortar gastos, o Governo do Amazonas cortou 50% da verba destinada a presídios.
Mas, não se tem notícia de que tenha dado calote a nenhum banco.
O resultado é o maior morticínio em presídios brasileiros desde o Carandiru.
Segundo a GloboNews, seis presos foram decapitados.
Aparentemente, o motim é resultado de uma luta de facções, em que se destaca o PCC, que, em São Paulo, teve Alexandre Moraes, atual ministro (sic) da Justiça, entre seus advogados.
Moraes chegará a Manaus com 29 horas de atraso.
É provável que estivesse a cuidar da erradicação da maconha em Nassau ou nas Bahamas.
O presídio é privatizado.
O que não exime o Ministro da Justiça de formular uma política federal para presídios - especialmente onde o caldeirão ferve com a superlotação.
E Manaus, a capacidade era para 454 presos e havia 1.224.
Quem tem que formular uma politica federal para prisões é o Ministro da Justiça.
O Ministro da Justiça é o xerife do Brasil.
É bem verdade que no Governo da Dilma, o Ministro da Justiça era o zé Cardozo, um omisso em várias latitudes e não era xerife nem do tamanho das ombreiras de seus ternos.
Agora, não!
O Golpe nomeou um xerife.
E dois xerifes dos bancos, os açougueiros do neolibelismo.
E o resultado será sempre esse: para salvar os bancos - que já quitam dívida com o pagamento de 25%, em regime de moratória, cortar gastos e, de preferência, cabeças!
Cabeças de miseráveis, do Homo Sacer, de Agamben.
Horror! Horror!  Horror!
Em tempo: sobre o Homo Sacer de Agamben, veja na Livraria Cultura.
PHA