Seleção se impõe, segura ímpeto de rivais e conquista vitória na Arena Carioca 1
Por João Gabriel Rodrigues
Rio de Janeiro
(OBS. DO BLOG:
VEJA O VÍDEO CLICANDO NO
LINK DA FONTE NO FINAL DA
MATÉRIA ABAIXO)
A
intensidade, de início, assustou. Diante de um rival tão
jovem, a seleção teve problemas para segurar tantas pancadas que vinham
do lado
de lá, principalmente das mãos de Egonu, de apenas 17 anos. Aos poucos,
porém, o peso da experiência contou a favor. Depois de um
primeiro set ruim, o Brasil soube conter a intensidade adolescente das
italianas e passou a ser soberano na Arena Carioca 1, dentro do Parque
Olímpico do Rio de Janeiro. Relaxou no fim e viu as rivais crescerem,
mas conseguiu conter os ânimos. Na estreia do Grand Prix,
principal desafio do grupo até a Olimpíada, venceu as rivais por 3 sets a
1 (23/25,
25/15, 25/15 e 27/25) e largou bem em busca do 11º título da competição.
Assim,
o Brasil sai na frente no grupo B da primeira rodada
da competição. No outro jogo desta quinta, o Japão venceu a Sérvia por 3
sets a 0, parciais 31/29, 25/18 e 28/26. A seleção volta à quadra nesta
sexta, contra as asiáticas, às 14h10.
Depois, fecha a etapa contra as sérvias, no domingo, às 10h05 (horários
de Brasília). Os jogos das
brasileiras terão transmissão da TV Globo e do SporTV e acompanhamento
em Tempo
Real do GloboEsporte.com.
Fabiana e Fê Garay saltam na rede: bloqueio
brasileiro apareceu bem na partida (Foto:
]Alexandre Loureiro/CBV)
Natália,
com 16 pontos, saiu de quadra como maior pontuadora do Brasil. Sheilla,
com 15, Fabiana e Fê Garay, com 14, foram os outros destaques da
seleção. Pelas italianas, a jovem Paola Egonu brilhou no início e fechou
o jogo com 15 pontos.
-
Lógico que queremos ganhar o tempo inteiro. Lógico que
precisamos dessa adrenalina, mas precisamos de serenidade em alguns momentos. Foi
o que aconteceu neste fim de jogo. A equipe inteira cresce nos momentos de
dificuldade. São importantes esses momentos quando conseguimos superar e sair
deles - disse Fê Garay.
-
Nós já esperávamos uma dificuldade. Estávamos treinando
bastante. Elas já estavam com ritmo de jogo. É importante ter esse ritmo.
Querendo ou não, é ansiedade. Tudo bateu um pouco. Na hora, temos que
tranquilizar. Tentamos passar uma tranquilidade - completou Fabiana.
INÍCIO RUIM, DOMÍNIO EN SEQUÊNCIA
Foi um começo um tanto nervoso. Ainda tentando acertar seus
passos, o Brasil começou cometendo erros inesperados. A Itália se aproveitou e
abriu boa vantagem, com boa presença da jovem Egonu: 5/1. Mas o Brasil soube buscar.
Sheilla aproveitou as chances que teve, e as donas da casa chegaram ao primeiro
tempo técnico em vantagem: 8/7.
As italianas, porém, faziam jogo duro. Com muita força no
ataque, Egonu causava problemas à recepção brasileira. Em ótimo saque, Malinov
recolocou as europeias de volta à dianteira do placar, com 13/12. Mas, tão
jovem, a equipe rival também cometia erros, e o Brasil logo voltou à frente no
segundo tempo técnico (16/14). Quando Egonu foi para o saque, as donas da casa
voltaram a ter problemas na recepção e voltaram a ficar em desvantagem. Zé
Roberto, então, pediu tempo, tentando acertar o rumo do time.
Garay apareceu bem no ataque
(Foto: Alexandre Loureiro/CBV)
Tudo, porém, seguiu o mesmo ritmo. Com muitos problemas na
recepção, a seleção batia cabeça ao tentar parar o ataque italiano. Foi depois de um
bloqueio de Egonu que Zé perdeu a paciência mais uma vez, parando o jogo com o
placar em 23/21 para as italianas. O técnico brasileiro ainda tentou mudar o
panorama com a inversão 5 por 1, mandando Roberta e Tandara para a quadra. Não
funcionou. Ataque de Egonu desviou no bloqueio de Fabiana, e as italianas
fecharam o primeiro set: 25/23.
As italianas voltaram a sair na frente na segunda parcial. Sylla
explorou o bloqueio de Sheilla para abrir o placar. A vantagem aumentou após
bom saque de Chirichella, sem recepção para as brasileiras, e ataque para fora
de Natália, abrindo 3/0 para as rivais. Assim como no primeiro set, porém, o
Brasil foi buscar. Deixou tudo igual depois de erro de ataque de Sylla. Depois,
passou à frente com ace de Sheilla (6/5).
Se no primeiro set a sorte parecia estar ao lado das
italianas, o vento passou a ser a favor das locais. Na bola que andou na faixa
e caiu na quadra rival, no levantamento que saiu errado e o ataque deu certo na
marra: com mais confiança, o Brasil cresceu. Abriu cinco pontos de vantagem
(11/6) e jogou o nervosismo para as adversárias. Quando a diferença chegou a
oito pontos (17/9), foi a vez de Marco Bonitta parar o jogo e tentar acertar a
casa. Não foi suficiente. Com um belo saque, Fê Garay fechou o set: 25/15.
No primeiro ataque da nova parcial, bloqueio, e italianas à
frente. Na sequência, porém, Garay voltou a encher a mão e, dessa vez, no chão
da quadra rival. O Brasil manteve o ritmo, enquanto a Itália pareceu sentir a
pressão. As europeias voltaram a errar muito, e as donas da casa se
aproveitaram para abrir vantagem. Na pancada de Sheilla, a bola foi direto na
cabeça de Chirichella, que ficou desnorteada antes do primeiro tempo técnico:
8/5.
O Brasil, ali, já era soberano. Em bloqueio triplo, a
vantagem era de seis pontos: 11/5. Tão confiantes no início, os ataques
italianos já não assustavam mais. Com autoridade, as donas da casa foram para o
segundo tempo técnico com 16/7. Bonitta, então, tentou dar um pouco mais de
experiência ao seu time e mandou Ortolani, de 29 anos, para a quadra. Nada,
porém, adiantou. No set point, Zé Roberto mandou Gabi, que se recupera de
lesão, para sacar. O ponto, no entanto, veio no bloqueio: 25/15.
Meninas do Brasil comemoram ponto contra
as italianas (Foto: Divulgação / FIVB)
SUSTO E VITÓRIA NO FIM
Talvez pelo domínio das parciais anteriores, o Brasil
relaxou no quarto set. A Itália, então, voltou a crescer e equilibrou o jogo. Quando
viu as rivais abrirem quatro pontos de vantagem, Zé Roberto voltou a usar a
inversão 5 por 1, mandando Roberta e Tandara para a quadra. Em um primeiro
momento, deu certo. Logo, porém, as italianas voltaram a abrir vantagem, e Dani
Lins e Sheilla voltaram para o jogo.