O clima de rivalidade entre Argentina e Alemanha, às
vésperas do duelo decisivo, domingo, na final da Copa do Mundo, no Maracanã,
ligou o sinal de alerta entre os jogadores germânicos. Cientes do perigo e da
atenção especial que será dedicada a Messi, os alemães elegem outro jogador em campo
como rival a ser contido: Javier Mascherano.
Que o diga Bastian Schweinsteiger. O volante reforçou em entrevista
coletiva após reconhecimento do gramado do Maracanã, neste sábado,
que o argentino é um dos regentes da equipe hermana.
- Acho que temos que ficar tranquilos, ser pacientes. E a
Argentina para mim é um time excelente, que merece estar na final. Eles têm
jogadores como Messi, Di María, Agüero, Mascherano, que foi o líder dessa
matilha. Eu lembro de ver o jogo contra a Holanda quando ele segurou o
ataque e a disputa com Robben. Conseguiu naquela dividida evitar o gol (veja no vídeo acima). Isso mostra
a atitude que eles têm pelo seu país. Certamente não vai ser mole para nós,
não. Mas estou convencido de que se nós conseguirmos empregar no campo nossas
capacidades, que são astúcia, inteligência, acho que vamos conseguir ganhar
esse título - disse o jogador.
Schweinsteiger foi o jogador escolhido
para falar na véspera da decisão da
Copa do Mundo (Foto: Agência EFE)
A poucas horas do apito inicial, Schweinsteiger não esconde
a ansiedade com a decisão, mas rechaça quaisquer chances de descontrole
emocional da equipe pela experiência vivida pelos jogadores em seus respectivos
clubes.
- Estamos ansiosos, sim. Há uma alegria que estamos
prevendo, mas não há pressão. São muitos os jogadores dentre esses 23 que já
jogaram finais importantes. Sabemos como lidar com isso. Temos o Miroslav (Klose), que
já jogou uma final antes, mas outros jogaram finais também com seus clubes. E
fizeram um ou dois jogos excelentes. Temos que pensar só numa coisa: no
trabalho, na nossa função para amanhã quando o árbitro apitar o jogo. Focar no
essencial. Todo o resto que acontece ao nosso redor temos que tentar ver,
mas tentar manter distância ao mesmo tempo. Nossa mente tem que estar limpa
e focada no futebol.
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Confira abaixo outros pontos da entrevista de Schweinsteiger:
Vitória sobre o Brasil
- Nós estamos com ótimo preparo, e, após o jogo contra o Brasil,
nós sabemos como contextualizar a partida. Foi um jogo com algumas situações,
Neymar estava contundido, Thiago Silva não estava, havia muita pressão também
sobre a Seleção. Isso se sentia claramente. Nós sabemos que temos boas
capacidades para jogar um bom futebol, tudo o que temos que fazer é usar o
nosso potencial.
Experiência
dos jogadores
- Acho que nós temos muitos jogadores que participaram da
última Copa em 2010 também. Além disso, vimos que os jogadores são mais
experientes, não só no trabalho da seleção. Mas desde 2005 basicamente nós
estamos jogando em alto nível. Mas nos clubes também os
jogadores estão em nível excelente, em competições internacionais, por exemplo, a final da
Liga dos Campeões do ano passado. E, claro, isso se vê claramente. A gente vê a
mudança individual em cada atleta. Vimos que os talentos realmente melhoraram. Além
disso, há a habilidade característica dos alemães que vai dar um quê de
diferença nesse jogo.
Outras
finais
- Nós jogamos uma final, perdemos de 1 a 0 para a Espanha, mas
conseguimos chegar a algumas semifinais importantes. E deixamos passar
pouquinho antes de ganhar o título. Vejo que agora a seleção está bem sólida,
estou com uma sensação boa. Entretanto, teremos que levar ao campo todas as
nossas habilidades. Estou convencido de que vamos conseguir ganhar.
Schweinsteiger diz ter aprendido
bastante com Van Gaal e
Guardiola (Foto: Agência AFP )
Geração
de ouro
- Após 2004, após a Eurocopa, nós conseguimos rejuvenescer o
time com Klinsmann e Löw. Então, depois, nós criamos jogadores como Müller,
Marco Reus, Mario Götze e muitos outros que gostaram disso. E agora estamos
colhendo os frutos de todos esses investimentos e esforços. Em Munique vimos
Van Gaal e Pep Guardiola, dois técnicos que expandiram os horizontes.
Aprendemos muito com eles. Parte do que nós aprendemos foi investida agora na
seleção nacional, de modo que todos nós nos beneficiamos do trabalho com
técnicos estrangeiros.
Volta
por cima
- Eu sempre acreditei que isso fosse possível, pois vi a
qualidade dos jogadores que tínhamos. Acreditava que seria possível. É a
situação ideal. Me contundi várias vezes, passei duas vezes por cirurgia,
tive problemas com joelho. Fico feliz de finalmente ver que as coisas estão
indo bem. Acredito que o nosso técnico fez a coisa certa, escolheu os jogadores
certos, me deu tempo para a recuperação. Assim pude ficar 100%, me preparar
bem e me envolver. Comecei contra Gana e comecei bem. Mas depois, é claro, nós
perdemos uma ou duas finais, mas também ganhamos com o Bayern. Eu sei como
funciona. Sei como você pode conseguir ganhar um torneio de alto nível como
esse. Estou confiante e realmente muito ansioso.
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