Há uma semana, jovem de 14 anos conquistou o título do Banana Bowl, torneio vencido por Fernando em 1989. Parente figurou no top 25
Quando conquistou o Banana Bowl, há pouco mais de uma semana, em Blumenau, Carolina Meligeni Alves repetiu um feito do tio famoso, Fernando, ex-top 25 do ranking mundial. Fininho, como ficou conhecido no circuito, venceu o tradicional torneio em 1989, quando este ainda era disputado em São Paulo e era o mais importante evento juvenil do Brasil.
Além de levar para a quadra o sobrenome bem conhecido no mundo do tênis, a jovem de 14 anos, filha de Paula Meligeni e Flávio Alves, ambos professores de tênis, já começa a mostrar também características bem parecidas com as do tio. Fernando, orgulhoso da sobrinha, é o primeiro a ressaltar a paixão de Carol pelo esporte.
- Ela é uma jogadora de fundo de quadra como eu, sobe muito pouco à rede como eu, mas o que mais se assemelha é essa loucura pelo tênis. Ela ama jogar tênis, viajar, treinar. Isso demonstra que ela gosta muito do esporte. Tem muita gente que joga, mas você percebe que é uma fissura dela querer ser tenista. E eu tinha muito isso - conta Fernando.
As semelhanças no esporte e o parentesco também ajudam a estabelecer uma nova relação entre os dois. Até pouco tempo atrás, o tio procurava falar pouco sobre tênis. Hoje, os dois trocam informações e histórias com mais frequência. Carol, que é a número 1 do Brasil na categoria até 16 anos, até teve a ajuda de Fininho na sua última pré-temporada.
- Antes, eu era mais nova. Ele não ficava falando tanto. Sei lá, talvez com medo de eu enjoar (do tênis) ou de parecer que estava colocando alguma pressão em mim. Agora, a gente conversa muito, sempre fala sobre tênis. Eu faço bastante pergunta sobre como foi a carreira dele, como foi o tempo que ele jogava juvenil, até o profissional, tudo. É muito bom isso, saber que ele já passou por tudo que eu estou passando agora - diz Carol.
Conselho é fundamental no Banana
A sobrinha guarda com carinho as histórias de 1999, quando o tio Nanão - apelido que continua até hoje - alcançou as semifinais de Roland Garros e se tornou um dos 25 melhores tenistas do mundo. Carol tinha apenas 3 anos na época não lembra da ocasião, mas tem boas memórias da final do Pan de 2003, aquele em que Fininho derrotou Marcelo Ríos na final e se aposentou conquistando a medalha de ouro.
As últimas conversas, entretanto, têm como tema a carreira dela. No Banana Bowl, um conselho de Fernando foi essencial para que a sobrinha chegasse ao título. Depois de derrotar duas adversárias contra quem já tinha perdido, Carol telefonou confiante, sabendo que iria enfrentar uma adversária teoricamente inferior.
- Ela veio com um discurso "abriu a chave, vai ser muito tranquilo". Eu disse: "Se você entrar com essa mentalidade, vai perder amanhã fácil. A menina vai procurar maneiras de ganhar de você como você acabou de fazer. Abre teu olho, vê como ela joga, e respeita que ela vai vir mordendo". Conversei com a Paula e disse que ia ser complicado. Depois, ela ligou e disse: "Pô, tio, ainda bem que você falou". Se eu falasse isso anos atrás, ela ia achar que eu estava torcendo contra. Eu ia virar o tio chato - lembra Fininho. No jogo em questão, pelas semifinais do torneio, Carol perdeu o primeiro set por 1/6, mas venceu os outros dois por 6/2 e 6/2 contra a argentina Maria Agustín de Carli.
Objetivos conquistados longe da família
O tio ressalta que só ajuda no lado mental, passando sua experiência. Fernando não interfere nas questões táticas, que ficam a cargo dos pais e do técnico Ricardo Di Salvi, com quem Carol passa a maior parte do tempo dentro de quadra (foto: Marcelo Ruschel / POA Press).
Outra característica em comum entre tio e sobrinha é a busca de seus objetivos longe da família. Quando tinha 16 anos, Fernando deixou os parentes no Brasil e foi treinar na Argentina, onde nasceu. Carol não deixou a casa dos pais, em Campinas (SP), mas já viaja sozinha. Quando venceu o Banana Bowl, a comemoração foi por telefone.
- Saí da quadra, liguei para a minha mãe e pro meu pai. Minha mãe começou a gritar no telefone. Eles (os pais) não viajam muito porque eles trabalham e os torneios são no meio da semana. Se eles fossem comigo, iam ter que viajar muito e não iam poder trabalhar. Quando eu jogo perto (de Campinas), eles acompanham.
O tio Nanão ressalta que a sobrinha têm valores bem estabelecidos. "Os sonhos dela são os mesmos que eu tinha. São de querer dar para a família a alegria de retribuir todo o esforço. Ela tem uma ideia muito clara do esforço que os pais estão fazendo para ela jogar tênis". Em 2008, quando publicou o livro "Aqui tem!", escrito com o jornalista André Kfouri, Fininho relatou que sua história não foi muito diferente.
"O que me animava era ver que meu pai se esforçava muito para me bancar. Claro que às vezes não dava. Eu me preparava para jogar um torneio fora de São Paulo, e ele chegava à noite dizendo que infelizmente não tinha dinheiro para aquela viagem. Eu tinha de guardar a minha empolgação para outro dia e treinar mais uma semana".
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2011/03/numero-1-do-brasil-carol-meligeni-repete-feitos-e-caracteristicas-do-tio.html
Além de levar para a quadra o sobrenome bem conhecido no mundo do tênis, a jovem de 14 anos, filha de Paula Meligeni e Flávio Alves, ambos professores de tênis, já começa a mostrar também características bem parecidas com as do tio. Fernando, orgulhoso da sobrinha, é o primeiro a ressaltar a paixão de Carol pelo esporte.
Carolina Alves festeja em sua vitória na decisão do Banana Bowl (Foto: Marcelo Ruschel / POA Press)
As semelhanças no esporte e o parentesco também ajudam a estabelecer uma nova relação entre os dois. Até pouco tempo atrás, o tio procurava falar pouco sobre tênis. Hoje, os dois trocam informações e histórias com mais frequência. Carol, que é a número 1 do Brasil na categoria até 16 anos, até teve a ajuda de Fininho na sua última pré-temporada.
- Antes, eu era mais nova. Ele não ficava falando tanto. Sei lá, talvez com medo de eu enjoar (do tênis) ou de parecer que estava colocando alguma pressão em mim. Agora, a gente conversa muito, sempre fala sobre tênis. Eu faço bastante pergunta sobre como foi a carreira dele, como foi o tempo que ele jogava juvenil, até o profissional, tudo. É muito bom isso, saber que ele já passou por tudo que eu estou passando agora - diz Carol.
Conselho é fundamental no Banana
A sobrinha guarda com carinho as histórias de 1999, quando o tio Nanão - apelido que continua até hoje - alcançou as semifinais de Roland Garros e se tornou um dos 25 melhores tenistas do mundo. Carol tinha apenas 3 anos na época não lembra da ocasião, mas tem boas memórias da final do Pan de 2003, aquele em que Fininho derrotou Marcelo Ríos na final e se aposentou conquistando a medalha de ouro.
As últimas conversas, entretanto, têm como tema a carreira dela. No Banana Bowl, um conselho de Fernando foi essencial para que a sobrinha chegasse ao título. Depois de derrotar duas adversárias contra quem já tinha perdido, Carol telefonou confiante, sabendo que iria enfrentar uma adversária teoricamente inferior.
- Ela veio com um discurso "abriu a chave, vai ser muito tranquilo". Eu disse: "Se você entrar com essa mentalidade, vai perder amanhã fácil. A menina vai procurar maneiras de ganhar de você como você acabou de fazer. Abre teu olho, vê como ela joga, e respeita que ela vai vir mordendo". Conversei com a Paula e disse que ia ser complicado. Depois, ela ligou e disse: "Pô, tio, ainda bem que você falou". Se eu falasse isso anos atrás, ela ia achar que eu estava torcendo contra. Eu ia virar o tio chato - lembra Fininho. No jogo em questão, pelas semifinais do torneio, Carol perdeu o primeiro set por 1/6, mas venceu os outros dois por 6/2 e 6/2 contra a argentina Maria Agustín de Carli.
Objetivos conquistados longe da família
O tio ressalta que só ajuda no lado mental, passando sua experiência. Fernando não interfere nas questões táticas, que ficam a cargo dos pais e do técnico Ricardo Di Salvi, com quem Carol passa a maior parte do tempo dentro de quadra (foto: Marcelo Ruschel / POA Press).
- Saí da quadra, liguei para a minha mãe e pro meu pai. Minha mãe começou a gritar no telefone. Eles (os pais) não viajam muito porque eles trabalham e os torneios são no meio da semana. Se eles fossem comigo, iam ter que viajar muito e não iam poder trabalhar. Quando eu jogo perto (de Campinas), eles acompanham.
O tio Nanão ressalta que a sobrinha têm valores bem estabelecidos. "Os sonhos dela são os mesmos que eu tinha. São de querer dar para a família a alegria de retribuir todo o esforço. Ela tem uma ideia muito clara do esforço que os pais estão fazendo para ela jogar tênis". Em 2008, quando publicou o livro "Aqui tem!", escrito com o jornalista André Kfouri, Fininho relatou que sua história não foi muito diferente.
"O que me animava era ver que meu pai se esforçava muito para me bancar. Claro que às vezes não dava. Eu me preparava para jogar um torneio fora de São Paulo, e ele chegava à noite dizendo que infelizmente não tinha dinheiro para aquela viagem. Eu tinha de guardar a minha empolgação para outro dia e treinar mais uma semana".
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2011/03/numero-1-do-brasil-carol-meligeni-repete-feitos-e-caracteristicas-do-tio.html