O filme se repetiu. Nesta sexta-feira, diante das algozes da final do
Grand Prix, a seleção brasileira voltou a cair. Na estreia na Copa do
Mundo, o time de José Roberto Guimarães mostrou mais uma vez fragilidade
emocional e deixou que o abatimento se refletisse na qualidade do jogo.
Os Estados Unidos fizeram o dever de casa, ignoraram as rivais e
venceram por 3 sets a 1, parciais de 25/22, 17/25, 27/25 e 25/19, em
1h46m.
- Foi uma partida visivelmente atípica. Todas nós estivemos abaixo o
tempo inteiro. Tirando a parte técnica e tática, alguma coisa pesou mais
do que o normal. Não podemos fazer dos EUA um bicho-papão. Tenho
certeza que vamos aprender com isso, e espero que joguemos melhor. Já
temos que pensar no jogo deste sábado - disse Paula Pequeno.
O adversário deste sábado será o Quênia. O canal SporTV transmite todos
os lances ao vivo, às 7h20m (de Brasília), direto do Nagano White Ring.
Zé Roberto tenta colocar o Brasil de volta na partida: time se descontrola emocionalmente (Foto: FIVB)
O jogo
Para a partida, Zé Roberto optou pela base titular do Sul-Americano,
mas com Fernanda Garay no lugar de Mari. No início do jogo, porém, a
nova linha de passe sofreu, e os EUA chegaram à frente na primeira
parada técnica. A seleção cedeu pontos bobos, como em uma invasão de
Sheilla na linha de três pontos. O treinador brasileiro pediu tempo e
colocou Tandara e Sassá em quadra. O time esboçou uma pequena reação e
fez o treinador Hugh McCutcheon parar a partida. As adversárias
responderam bem à chacoalhada e fecharam o set em 25/22.
Na segunda etapa, o Brasil saiu na frente desde o princípio. Dani Lins
explorou mais as jogadas rápidas com Fabiana e Thaísa. Quando as
centrais ficaram marcadas, mandou uma bola atrás da outra para Fernanda
Garay cravar na quadra rival. A levantadora também foi eficiente no
serviço e, em 24 minutos, a seleção empatou a partida: 25/17.
Dani Lins e Fabi tentam fazer a defesa (Foto: FIVB)
O terceiro set, decisivo para as pretensões das duas equipes no jogo,
começou bastante disputado, com leve vantagem brasileira. Sheilla
cresceu com jogadas de meio fundo, respondendo às investidas de Destinee
Hooker e Foluke Akinradewo, principais pontuadoras dos EUA. Mas, quando
mais precisou pôr a bola no chão, o time verde e amarelo falhou. A
vantagem de 22 a 20 desapareceu, e dois set points foram desperdiçados.
Na única oportunidade em que tiveram de fechar a parcial, as americanas
se aproveitaram de uma indecisão da defesa brasileira e retomaram a
ponta no placar: 27/25.
Mari entrou na vaga de Garay no quarto set. A escalação da ponteira não
surtiu o efeito esperado, e os EUA largaram na frente com alguma
facilidade. Insatisfeito com uma série de opções de Dani Lins, Zé
Roberto chamou Fabíola para a armação. A nova mudança também pouco
influiu na mudança de postura do time. Desatentas, as brasileiras
perderam lances simples e cederam pontos por indecisão, deixando as
rivais com cinco pontos de vantagem. O abatimento tomou conta do grupo
verde e amarelo, e as americanas arrancaram. Após pedido de tempo do
Brasil, Fabiana ressurgiu em quadra, e Garay voltou marcando um ponto
atrás do outro. Infelizmente, já era tarde. Com um saque brasileiro na
rede, as atuais campeãs do Grand Prix selaram o fim do confronto:25/19.
Americanas comemoram mais uma vitória sobre o time verde e amarelo (Foto: FIVB)
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