Em entrevista à imprensa, o ex-técnico do Tricolor abre o jogo, nega saída em comum acordo e não esconde o descontentamento ao falar da sua demissão do clube
O técnico Fernando Diniz falou pela primeira vez desde que se desligou do Paraná Clube.
Decepcionado, o treinador disse que foi demitido e alegou se sentir
traído após ter sido comunicado no domingo pela manhã sobre a sua saída
do clube. Nesta segunda-feira, em um hotel em Curitiba, o agora
ex-treinador do Tricolor abriu o jogo em entrevista coletiva à imprensa.
Negou que o elenco estivesse rachado, admitiu não entender os motivos
de sua demissão, afirmou que a sua saída não foi em comum acordo e ainda
desmentiu qualquer convite por parte do Atlético-PR, que demitiu no domingo o técnico Milton Mendes.
- Eu não esperava. Quando a demissão acontece da forma que aconteceu, acho que sim, foi uma traição. A decepção foi pela traição, pois eu não esperava. Em nenhum momento teve uma conversa minimamente nesse sentido. Quando a gente é pego assim totalmente de surpresa, você não entende. De fato fui pego de surpresa - confessou o treinador.
Questionado sobre quem seria o responsável pela sua demissão, Diniz preferiu não apontar nomes. O treinador era tido como homem de confiança do novo presidente do Paraná Clube, Leonardo de Oliveira, eleito na última quarta-feira para o assumir o comando do Tricolor até 2018. No entanto, revelou que quem o demitiu foi Carlos Werner, empresário e investidor do clube.
-
A decepção é muito grande, isso eu já falei para eles, não tem como não
dizer. Não vou nomear esse ou aquele. A diretoria me demitiu, o
porta-voz foi o Carlos (Werner), mas não foi só ele. Foi uma decisão
conjunta, em nome da diretoria. Para mim foi uma decepção gigantesca -
exclamou.
Após assumir o Tricolor no começo de julho, haviam rumores que o relacionamento entre alguns jogadores e o técnico não era dos melhores e que isso poderia ser um dos motivos da sua saída do clube. Fato que foi prontamente desmentido pelo ex-comandante do Tricolor.
- Absolutamente mentirosa. Talvez um ou outro jogador descontente, mas isso tem em todo time. Aqui talvez tivesse, mas em todo time que eu treino, o grupo tem que estar muito unido, porque o sistema tático exige. Eles aderiram muito rápido as minhas ideias de jogo e ninguém adere algo assim sem estar unido. Tivemos muitas conversas, reuniões com os atletas, então foi um trabalho muito bonito. Hoje na despedida, se tivesse uma câmera lá para filmar, você veria que é um grupo unido e se querem bem. Nos jogos em si já demonstravam isso - contou
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Fernando Diniz, ex-técnico do Paraná Clube:
Utilização dos atletas das categorias de base
- A pergunta que fica para diretoria é quem eles escolheriam das categorias de base que esteja pronto para jogar no profissional? Exceção feita ao Jean, que eu acho que haviam jogadores jogando melhor do que ele. A mudança foi por momento técnico. Tecnicamente, no momento que vivemos com ele, achei que a equipe produziria mais, nada pessoal. É um jogador forte, tem técnica, mas não foi nada pessoal. Demos oportunidade, mas na minha equipe vão jogar os melhores do momento e dentre os melhores do momento, nesse instante do campeonato, os melhores eram aqueles que eu estavam levando.
- Não acho que está fraca, tem talentos, mas tem um problema da base, não só no Paraná, mas são jogadores não chegarem ao profissional preparados, preparados para a vida, com menos bagagem emocional para suportar o profissional. Sobem mais cedo e sem o amadurecimento necessário para chegar e suportar a cobrança que é jogar no profissional. Jogar na base é totalmente diferente de jogar no profissional. Torcida, cobrança, pessoas comentando. Não acho a base fraca, nos jogos que eu assisti é um time muito bem treinado pelo Luciano, com bons jogadores, só que pra fazer a transição agora não consegui achar jogadores nesse momento que se tornariam titulares absolutos da equipe, mas pode ser que daqui a pouco aconteça, pois há jogadores talentosos.
Proposta do Atlético-PR
- Não tive, de maneira alguma. Já tive sim convites da Ferroviária, braço do Atlético-PR. Tem algumas pessoas do Atlético-PR que sei que gostam de mim , mas hoje não tenho absolutamente nada.
Brigas com jogadores e desentendimento com Rafael Carioca
-A única coisa assim que tive foi com o Rafael Carioca. Foi um grande aprendizado para ele, cresceu muito na parceria, se tornou um jogador melhor e uma pessoa melhor, então contribui significativamente para o futuro da carreira dele. É um cara que eu indiquei para o Flamengo, falei com o Oswaldo de Oliveira, é um jogador que eu acho que tem um potencial muito grande. Essa é a nossa relação. O que eu tenho de melhor é a relação com os jogadores, mas dos problemas que tivemos, nós sempre conseguimos transformar em solução.
Avaliação do elenco do Paraná
- Eu acho o elenco muito bom, com qualidade e inexperiente, mas com potencial.
Relação entre jogadores e comissão técnica
- A relação da comissão com os jogadores estava totalmente fechada, mas da comissão com a diretoria, pelo jeito, não estava pela atitude que tomara. Se o grupo estava rachado, não era a relação entre o grupo de jogadores e a comissão, mas sim entre a comissão e a diretoria. E isso eu nem imaginava.
Motivo da demissão
-Não sei te responder, é uma coisa que a gente tem que esperar o tempo, e como também a diretoria não se posicionou a respeito.
Agradecimentos ao clube e aos torcedores paranistas
- Quero agradecer demais ao Paraná. É uma equipe que eu gosto, joguei aqui, quis vir para cá, tenho respeito demais pelo torcedor. Agradeço de coração a paciência da torcida. É uma torcida que está carente. Espero que o clube consiga avançar nos próximos anos, de fato eu gosto e a torcida foi muito positiva. Só tenho a agradecer.
Decepção com o comando do Tricolor
- Eu não quero fazer avaliação nominal. Acho que a diretoria tem que seguir o caminho dela. Eu saio decepcionado, me senti de fato traído, mas eu espero que as pessoas sigam com aquela imagem inicial que eu tive deles. Porém, comigo tiveram um ato falho. Se vocês ficaram surpresos, imagina eu que estou lá todo dia, disponível e nunca ninguém teve uma conversa minimamente nesse sentido.
Confira mais notícias do esporte paranaense no globoesporte.com/pr
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/parana/noticia/2015/09/demitido-diniz-mostra-decepcao-com-diretoria-do-parana-foi-uma-traicao.html
- Eu não esperava. Quando a demissão acontece da forma que aconteceu, acho que sim, foi uma traição. A decepção foi pela traição, pois eu não esperava. Em nenhum momento teve uma conversa minimamente nesse sentido. Quando a gente é pego assim totalmente de surpresa, você não entende. De fato fui pego de surpresa - confessou o treinador.
Questionado sobre quem seria o responsável pela sua demissão, Diniz preferiu não apontar nomes. O treinador era tido como homem de confiança do novo presidente do Paraná Clube, Leonardo de Oliveira, eleito na última quarta-feira para o assumir o comando do Tricolor até 2018. No entanto, revelou que quem o demitiu foi Carlos Werner, empresário e investidor do clube.
Fernando Diniz se mostrou decepcionado
com a diretoria do Paraná Clube
(Foto: Thiago Ribeiro)
Após assumir o Tricolor no começo de julho, haviam rumores que o relacionamento entre alguns jogadores e o técnico não era dos melhores e que isso poderia ser um dos motivos da sua saída do clube. Fato que foi prontamente desmentido pelo ex-comandante do Tricolor.
- Absolutamente mentirosa. Talvez um ou outro jogador descontente, mas isso tem em todo time. Aqui talvez tivesse, mas em todo time que eu treino, o grupo tem que estar muito unido, porque o sistema tático exige. Eles aderiram muito rápido as minhas ideias de jogo e ninguém adere algo assim sem estar unido. Tivemos muitas conversas, reuniões com os atletas, então foi um trabalho muito bonito. Hoje na despedida, se tivesse uma câmera lá para filmar, você veria que é um grupo unido e se querem bem. Nos jogos em si já demonstravam isso - contou
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Fernando Diniz, ex-técnico do Paraná Clube:
Utilização dos atletas das categorias de base
- A pergunta que fica para diretoria é quem eles escolheriam das categorias de base que esteja pronto para jogar no profissional? Exceção feita ao Jean, que eu acho que haviam jogadores jogando melhor do que ele. A mudança foi por momento técnico. Tecnicamente, no momento que vivemos com ele, achei que a equipe produziria mais, nada pessoal. É um jogador forte, tem técnica, mas não foi nada pessoal. Demos oportunidade, mas na minha equipe vão jogar os melhores do momento e dentre os melhores do momento, nesse instante do campeonato, os melhores eram aqueles que eu estavam levando.
- Não acho que está fraca, tem talentos, mas tem um problema da base, não só no Paraná, mas são jogadores não chegarem ao profissional preparados, preparados para a vida, com menos bagagem emocional para suportar o profissional. Sobem mais cedo e sem o amadurecimento necessário para chegar e suportar a cobrança que é jogar no profissional. Jogar na base é totalmente diferente de jogar no profissional. Torcida, cobrança, pessoas comentando. Não acho a base fraca, nos jogos que eu assisti é um time muito bem treinado pelo Luciano, com bons jogadores, só que pra fazer a transição agora não consegui achar jogadores nesse momento que se tornariam titulares absolutos da equipe, mas pode ser que daqui a pouco aconteça, pois há jogadores talentosos.
Proposta do Atlético-PR
- Não tive, de maneira alguma. Já tive sim convites da Ferroviária, braço do Atlético-PR. Tem algumas pessoas do Atlético-PR que sei que gostam de mim , mas hoje não tenho absolutamente nada.
Brigas com jogadores e desentendimento com Rafael Carioca
-A única coisa assim que tive foi com o Rafael Carioca. Foi um grande aprendizado para ele, cresceu muito na parceria, se tornou um jogador melhor e uma pessoa melhor, então contribui significativamente para o futuro da carreira dele. É um cara que eu indiquei para o Flamengo, falei com o Oswaldo de Oliveira, é um jogador que eu acho que tem um potencial muito grande. Essa é a nossa relação. O que eu tenho de melhor é a relação com os jogadores, mas dos problemas que tivemos, nós sempre conseguimos transformar em solução.
Avaliação do elenco do Paraná
- Eu acho o elenco muito bom, com qualidade e inexperiente, mas com potencial.
Relação entre jogadores e comissão técnica
- A relação da comissão com os jogadores estava totalmente fechada, mas da comissão com a diretoria, pelo jeito, não estava pela atitude que tomara. Se o grupo estava rachado, não era a relação entre o grupo de jogadores e a comissão, mas sim entre a comissão e a diretoria. E isso eu nem imaginava.
Motivo da demissão
-Não sei te responder, é uma coisa que a gente tem que esperar o tempo, e como também a diretoria não se posicionou a respeito.
Agradecimentos ao clube e aos torcedores paranistas
- Quero agradecer demais ao Paraná. É uma equipe que eu gosto, joguei aqui, quis vir para cá, tenho respeito demais pelo torcedor. Agradeço de coração a paciência da torcida. É uma torcida que está carente. Espero que o clube consiga avançar nos próximos anos, de fato eu gosto e a torcida foi muito positiva. Só tenho a agradecer.
Decepção com o comando do Tricolor
- Eu não quero fazer avaliação nominal. Acho que a diretoria tem que seguir o caminho dela. Eu saio decepcionado, me senti de fato traído, mas eu espero que as pessoas sigam com aquela imagem inicial que eu tive deles. Porém, comigo tiveram um ato falho. Se vocês ficaram surpresos, imagina eu que estou lá todo dia, disponível e nunca ninguém teve uma conversa minimamente nesse sentido.
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/parana/noticia/2015/09/demitido-diniz-mostra-decepcao-com-diretoria-do-parana-foi-uma-traicao.html