Stan Wawrinka beija a taça do título do US Open 2016: foi o terceiro Grand Slam do suíço (Foto: AFP)
Quando está bem e consistente numa partida,
Stan Wawrinka
costuma apontar para a cabeça, mostrando que a força mental está em
alta. E, neste domingo, durante a decisão do US Open, não foi raro ver o
suíço fazer o gesto, uma prova de que a virada por 3 sets a 1 sobre
Novak Djokovic,
parciais de 6/7 (1), 6/4, 7/5 e 6/3, em 3h54, teve justamente um lado
psicológico. É possível que essa confiança tenha vindo de seu bom
desempenho em finais - venceu as últimas 11 que disputou - que o
ajudaram a chegar ao seu terceiro título de Grand Slam, tendo sido
campeão também na Austrália (2014) e em Roland Garros (2015).
Nem
sempre tão badalado, o suíço se aproxima do "Career Slam" - vencer os
quatro principais torneios do circuito - faltando apenas Wimbledon para
completar o feito conseguido por tenistas como Roger Federer, Rafael
Nadal e Novak Djokovic. O sérvio, por exemplo, só alcançou em 2016,
quando venceu Roland Garros.
Foi uma campanha que, por pouco,
não terminou na terceira rodada. Diante do britânico Daniel Evans,
Wawrinka precisou salvar match point no quarto set, manteve o foco e
chegou à virada por 3 sets a 2. A partir dali embalou e venceu Del
Potro, nas quartas, Kei Nishikori na semi e agora Djokovic na decisão.
+ Veja como foi a chave masculina do US Open
Stan Wawrinka aponta para a cabeça: lado
mental do suíço esteve em alta neste
domingo (Foto: AFP)
O jogo
Stan
Wawrinka começou bastante agressivo no confronto, mas nada que
incomodasse Novak Djokovic, perfeito defensivamente como de costume. O
sérvio se aproveitou do jogo de risco do suíço e conseguiu a quebra no
segundo game e seguiu pressionando o saque do rival, com break points no
sexto game e no oitavo, quando já tinha 5/2 e, por pouco, não fechou o
set rapidamente. Mas, o jogo virou. Wawrinka fez um game perfeito de
devolução na sequência para devolver a quebra e sacou bem para empatar
em 5/5. Os tenistas seguiram para o tie-break.
Novak Djokovic não conseguiu segurar a
agressividade de Wawrinka na decisão
do US Open (Foto: AFP)
O
game desempate teve um terceiro ponto espetacular de Wawrinka. Com
defesas incríveis de Djokovic, o suíço chegou bem num voleio cruzado, se
salvou de um lob com smash de costas e matou o ponto na rede para
vibração do público. Porém, foi só isso. O domínio foi absoluto do
sérvio que, sacando bem e vendo Wawrinka errar demais, anotou 7-1 com
facilidade.
Sem diminuir o ritmo, Wawrinka dessa vez foi quem
saiu na frente, com uma quebra no quarto game com um belíssimo winner de
backhand na paralela. Logo em seguida, Djokovic teve um triplo break
point, mas o suíço se livrou com ótimos saques e confirmou em mais uma
bola vencedora, dessa vez uma cruzada no forehand, abrindo 4/1 no
segundo set. Porém, a consistência do sérvio o ajudou a contar com os
erros do rival para devolver a quebra no sétimo game e empatar logo
depois em 4/4. Wawrinka não mudou a tática, seguiu arriscando e indo
para cima. E foi Novak Djokovic quem acabou errando no décimo game,
fazendo com que o suíço quebrasse mais uma vez e empatasse o jogo com
6/4.
Novak Djokovic sente problema no pé ao longo do quarto set - sérvio pediu atendimentos (Foto: AFP)
Os
acertos faziam Wawrinka apontar para a cabeça, gesto que ele vinha
fazendo desde a semifinal para mostrar a força mental. E mais uma vez
ele provou esse equilíbrio ao salvar três break points no primeiro game,
quebrou Djokovic na sequência e abriu 3/0 ao confirmar o serviço no
terceiro set. O sérvio seguia errando menos e novamente a consistência o
fez quebrar de volta e empatar em 3/3.
Mas, Wawrinka tinha mais: quando
tudo indicava um novo tie-break, o suíço foi ousado, acelerou o jogo e
forçou Djokovic aos erros para uma quebra decisiva, que lhe deu 7/5 e a
virada no confronto.
Com uma quebra logo no segundo game,
Wawrinka largou com vantagem no quarto set, abrindo 3/0 sobre Djokovic.
E, por pouco, o suíço não abriu uma diferença ainda maior, já que chegou
a ter um break point no quarto game, mas viu o sérvio se salvar com
bons saques e pediu tempo médico, mostrando sentir um problema nos pés. O
fato desagradou Wawrinka, que reclamou bastante do momento em que o
sérvio fez a solicitação (não interrompendo o próprio saque nem
esperando a mudança de lado). E, por pouco Djokovic não aprontou no game
seguinte: teve três break points, mas o suíço salvou todas as chances e
com winner de forehand manteve a vantagem em 4/1. Os dois tenistas
confirmaram mais uma vez e o sérvio novamente pediu atendimento, desta
vez no outro pé, em 5/2. Djokovic manteve o saque, mas seguia mancando.
Alheio a isso, Wawrinka manteve o foco saiu de um 0/30, superou o
nervosismo para fechar após perder um match point, venceu um belíssimo
rali e fechou o jogo no erro não forçado de Djokovic.
Novak Djokovic e Stan Wawrinka se abraçam
após a partida (Foto: AFP)
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