Após
comandar o Corinthians no triunfo sobre o Vitória, por 2 a 1, nesta
quarta-feira, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o técnico Mano Menezes
ironizou o princípio de crise pela qual o time passou após a derrota
para o Atlético-MG, por 4 a 1, no Mineirão, que provocou a eliminação do
Timão na Copa do Brasil. Com o resultado desta quarta-feira, o time chegou aos 52 pontos e voltou ao G-4 do Brasileirão.
- Se
não me engano, nos colocamos, com essa vitória, com uma das melhores
campanhas do segundo turno. Se não a melhor. Subimos de sexto para
terceiro. É porque estamos em crise, né? Se estivéssemos bem... - disse o
treinador.
Mano valorizou os dois triunfos consecutivos no
Brasileirão, que recolocam o Corinthians na briga por uma vaga na
Libertadores de 2015 - domingo passado, o Timão venceu o Internacional,
em Porto Alegre, por 2 a 1.
- As vitórias que conseguimos
depois de quarta passada (dia da derrota para o Atlético) servem para
mostrar nossa capacidade, mostrar que somos melhores do que aquilo.
Principalmente para nós mesmos. Depois para o torcedor, para que ele
volte a confiar na equipe. E também pelos resultados paralelos. À medida
em que os adversários te dão chance e você não aproveita, isso
desestimula muito - disse o técnico.
Confira os principais pontos da coletiva de Mano Menezes:
Falta de água na Arena Pantanal
saiba mais
-
É triste falar, mas é uma coisa esperada. Todos sabemos que, se
fecharmos nosso apartamento e alguém ir lá uma vez a cada 15 dias, o
apartamento não vai ficar bom. Você não cuida dos detalhes. De vez em
quando viemos aqui, depois vem outro clube. O estádio perde muito sua
capacidade de manutenção
Problemas enfrentados no estádio
–
No banheiro dos atletas estava faltando água, mas no da comissão
técnica tinha. O jogo tem de ser bem pensado e planejado. Esse jogo aqui
foi marcado em cima da hora, prejudicou a presença do público (menos de
7 mil pessoas). O jogo poderia ter sido um pouco mais tarde, mas sei
que temos de respeitar os horários da televisão. Se justifica jogar em
outra praça quando o jogo é atrativo, capaz de trazer o torcedor.
Suspensão de Paolo Guerrero
–
Não conversarmos sobre isso, mas era um assunto importante antes de um
jogo também importante. Deve ficar a cargo do departamento jurídico do
clube, que certamente amanhã ou depois passará uma posição definitiva. O
que me deixa contente é que sem Paolo, Fagner e Cássio, a equipe
respondeu bem em um jogo que tinha essa carga de tensão. Jogando como
mandante em um estádio que não era nosso e todos sabem o porquê (o clube
foi punido e perdeu mando de campo). Era importante, com essa
responsabilidade, dar uma resposta positiva e continuar vencendo. Se não
me engano, nos colocamos, com essa vitória, com uma das melhores
campanhas do segundo turno. Se não a melhor. Subimos de sexto para
terceiro. É por que estamos em crise, né? Se estivéssemos bem...
Tribunal pode definir o campeonato?
-
Não sei. O que achei estranho é fazer um acordo para um jogador e
decidir quando ele vai cumprir suspensão. Se quer jogar esse jogo ou
aquele. Isso me pareceu estranho. Não pode ser permitido. Se a lei
permite, a lei está errada. O infrator não pode escolher como vai
cumprir a pena. Quem julga e que deve definir. Você não pode
desequilibrar uma competição, por mais que o jogo tenha rivalidade ou
não. Deve-se estabelecer um padrão, pelo menos na minha visão, para que
as coisas sejam vistas pelo torcedor. E com mais credibilidade (Mano
fala sobre a manobra do Palmeiras para ter Valdivia no Dérbi do próximo
sábado -
entenda o caso).
Empate do Palmeirascom o Cruzeiro
– A gente também ia perder, há duas semanas, para o Cruzeiro, mas
ganhamos de 1 a 0. Isso só comprova aquilo que falamos sempre. Não é
retórica. Você não ganha antes. É preciso jogar primeiro. No Brasil, o
último joga com o primeiro com a capacidade de vencê-lo, sempre. Se não
fizemos nossa parte, o outro está ali para fazer. Enxergamos o clássico
com o Palmeiras com esse respeito.
Romero ou Lucianona vaga de Guerrero
- Fazer uma avaliação em cima de duas situações é injusta. Você analisa
um que não fez o gol e outro que fez o gol da vitória. A avaliação me
parece óbvia. Vocês (jornalistas) já têm a de vocês. Tenho procurado
recuperar todos os jogadores, não podemos perder ninguém. Imagina se
perdermos Paolo por um período maior? Não posso abrir mão do Romero.
Tenho de tentar recuperar a confiança dele. O jogador deverá achar o
ponto de equilíbrio. Às vezes, o atleta quer fazer perfeitamente o que o
técnico pede. Brinquei falando sério com ele, dizendo que os atacantes
são mais reconhecidos por marcar gols e não marcar zagueiros. Ele está
se dedicando tanto para a equipe que está faltando um pouco do segundo.
Dizemos que atacantes e meias precisam roubar um pouquinho (de bola). Um
jogador como ele, chega de outro país, quer fazer tudo certo, colaborar
com tudo, precisa achar um ponto de equilíbrio. Acho que ele vai se
recuperar. É tecnicamente muito bom, e logo os gols voltam a sair.
Vai ser o segundo técnico com mais jogos pelo Corinthians?
- Eu sempre falo sinceramente. Vamos deixar essas marcas para o Tite.
Ralf já pode voltar?
– A melhor coisa é ter mais jogadores à disposição. Ralf já saiu do
departamento médico e está fazendo a transição física porque ficou um
bom período sem treinar no ritmo dos outros. Vamos avaliar, conversar
com ele e com os preparadores físicos para saber o quanto teremos dele
no sábado.
G-4
–
Quando avaliamos na quarta passada, a fatídica quarta (da derrota para o
Atlético), o quanto queríamos correr de risco, pensamos nas
possibilidades e naquilo que era muito importante para o clube. É muito
importante conquistar uma vaga para a Libertadores. As probabilidades
maiores estão aqui no Brasileiro porque temos mais vagas e menos times
proporcionalmente brigando por elas. Se um vai ser campeão da Copa do
Brasil, teremos mais uma. Se um for campeão da Sul-Americana, descemos
mais uma. Temos de ser maduros para pesar isso e analisar sempre, a cada
rodada. Quando saímos, há poucos dias, do G-4, eu mostrei isso aos
jogadores. Quando você fica 24 rodadas dentro, como ficamos, vem a
frustração quando sai, pode haver o desequilíbrio e perder o rumo. Eu
mostrei que é normal. Os outros também têm capacidade e estão aí,
Grêmio, Fluminense, Atlético, que ontem desceu uma posição. Temos o
Santos. Muita gente boa, capaz, lutando pelo mesmo objetivo. Não somos o
melhor dos melhores, mas também não vamos abrir mão de lutar. Hoje, a
equipe conseguiu, faltando oito rodadas para serem jogadas, superar a
campanha do ano passado em dois pontos. Temos de valorizar nossa
capacidade, valorizar o que estamos construindo, e pedir ao nosso
torcedor que, mesmo tendo ficando frustrado e triste (pela eliminação),
que esteja ao nosso lado. Vamos fazer de tudo para que ele seja mais
feliz nos próximos dias.
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