Área da
arquibancada reservada para torcida visitante será usada por
atleticanos. Clube faz promoção para lotar estádio. Leia a entrevista na
íntegra com o presidente
Por Fernando Freire e Sérgio Tavares
Curitiba
(OBS. DO BLOG:
PARA ASSISTIR O VÍDEO CLIC
NO LINK DA FONTE NO FIM
DA MATÉRIA ABAIXO)
Para
bater o recorde de público da Arena da Baixada na quarta-feira, o
Atlético-PR vai deixar a torcida do Criciúma em camarotes atrás do gol,
no setor Coronel Dulcídio. Com isso, a torcida rubro-negra poderá ocupar
toda a arquibancadas - inclusive o setor inferior da Coronel Dulcídio,
normalmente destinado à torcida visitante. Esta é uma das iniciativas,
reveladas pelo presidente Luiz Sallim Emed em entrevista exclusiva ao
GloboEsporte.com, com o objetivo de encher a Baixada no jogo da Primeira
Liga, às 19h30 (horário de Brasília) de quarta-feira.
O
objetivo da diretoria rubro-negra é bater os recordes do estádio e
também da competição. O número a ser batido é de 31.700 pagantes,
registrados na vitória sobre o São Caetano na final do Campeonato
Brasileiro de 2001. O maior público da Primeira Liga é da derrota do
Atlético-MG para o Flamengo, no Mineirão, com 29.032 pagantes.
- Eu acredito que vai, de fato, acontecer este recorde. Nós já vendemos até agora (início da tarde de segunda-feira) 16 mil
ingressos. Se os sócios comparecerem, facilmente vai ultrapassar os 31 mil. Então,
o que quero dizer, é importante, ainda existem ingressos. É importante que o
torcedor que ainda não é sócio que compareça, que adquira seu ingresso para não
correr o risco de ficar fora deste jogo muito importante, que vai ser uma
grande festa - explicou em entrevista ao GloboEsporte.com na tarde desta segunda-feira.
Torcida visitante sai da arquibancada e fica
em camarotes na Coronel Dulcídio
(Foto: Fernando Freire)
- O que eu queria dizer para este jogo de quarta-feira é que
a gente tem vários atrativos. É o primeiro jogo deste ano (na Baixada),
vai ser a inauguração da grama sintética, existe uma possibilidade
muito forte de o Walter participar. E o Walter é um atleta especial,
muito
competente, bom jogador. Isso também passa a ser uma atração. Foi um
grande mérito do presidente Petraglia conseguir manter o Walter
aqui. Ele que trouxe, ele que deu sequência às negociações. Então, são
várias
atrações. O que não pode é o sócio deixar de comparecer.
Até o início da tarde desta segunda-feira,
o Atlético-PR tinha vendido 16.300 ingressos avulsos.
O Furacão conta ainda com 20.187 sócios - que pagam mensalidade e têm
acesso garantido aos jogos como mandante. Desses, 1.457 não poderão ir.
Se todos os outros 18.730 sócios comparecerem, somados aos ingressos
avulsos, o público atingiria 35.030.
Confira outras declarações de Luiz Sallim Emed ao GloboEsporte.com:
Torcida adversária no camarote- Nós pedimos para que eles passem onde fica a torcida
adversária, e ele cedeu para a gente. Então, a torcida atleticana poderá ficar
ali também. Como o Criciúma não tem um número significativo de torcedores aqui
(em Curitiba), nós vamos acomodá-lo em um lugar melhor de onde eles iam ficar. Eles
vão ficar no chamado Sport Bar. A entrada é pela Petit, e eles vão ficar ali
num espaço especial para eles porque eles nos cederam aquele espaço. Aí a gente
não precisa fazer aquele divisão, em que perde muitos lugares, né?
O que eu mais vejo é o clima que está se criando, de satisfação. Esta é uma
percepção que eu não consigo medir, mas que eu percebo a satisfação das pessoas,
percebo a alegria e que vocês (da imprensa) vão poder perceber no jogo de
quarta-feira
Luiz Sallim Emed, presidente do Furacão
Planos de sócios 1
- O que a gente está fazendo é um compromisso de campanha. Estamos
fazendo valores para os novos sócios. Tanto do lado da Getúlio Vargas quanto do
lado da Brasílio Itiberê, o valor vai ser R$ 150. Se considerar no mínimo três
jogos ao mês, vai ser R$ 50 (cada). E atrás dos gols da Buenos Aires e da
Coronel Dulcídio, é R$ 100. Três jogos dá R$ 33. Claro que tem pessoas que, em
função da situação econômica do país, têm dificuldades. Mas estamos fazendo
essas promoções, outras promoções virão. Este é um valor acessível, que a gente
vai ter que tentar. Senão, você não consegue formar um elenco melhor.
Planos de sócios 2
- Um dos compromissos de campanha foi a aproximação com a
imprensa, e estamos fazendo isso. O outro com os
torcedores. O exemplo é que amanhã, terça-feira, vai ter o treino aos sócios. E
quem não for sócio, mas comprar duas Timemanias, vai poder assistir, vai poder
ver os ídolos. Com os sócios, o que nós aproximamos? Nós reduzimos o preço para
esta promoção. Então, estou vendo que estamos atendendo. O que eu mais vejo com
esta coisa objetiva é o clima que está se criando, de satisfação. Esta é uma
percepção que eu não consigo medir, mas que eu percebo a satisfação das pessoas,
percebo a alegria e que vocês (da imprensa) vão poder perceber no jogo de
quarta-feira. Então, acho que estamos atendendo. Sempre foi uma preocupação de
acolher o sócio, de acolher os torcedores, e a gente criar um clima agradável,
um clima de confiança, um clima de confraternização.
Nova campanha no dia 1° de março
- Nós vamos lançar uma campanha que vai culminar no dia 26
de março, que é o aniversário do Atlético. Então, no dia 1°, vence o período de
carência para quem é sócio. Nisso, nós vamos começar uma nova campanha com os
novos valores. Então, como vamos começar? Algumas pessoas já migraram. As outras
poderão migrar a partir do dia 1°. E nós vamos fazendo essas campanhas e, no
dia do aniversário do clube, vai ser uma grande festa. O que a gente quer é
recompensar os sócios que foram muito fieis porque o Atlético ficou um tempão
sem jogar em casa. Nós fomos para Paranaguá, Ponta Grossa, Joinville... E o
pessoa foi muito fiel. Então, a gente tem que recompensar essas pessoas, tem
que agradecer.
União depois das eleições
- Não plenamente, mas as atitudes que estamos tomando dessa
aproximação, sempre disse e repito, sou o presidente de todos os atleticanos. Já
fiz contatos com pessoas que votaram na oposição, de pessoas que estiveram
participando como candidatos... Então, a relação é muito boa. É só uma questão
de tempo. Fica um ou outro ranço. Mas nós vamos acabar com isso. Importante é o
Atlético estar nesta posição.
Isso é o que as pessoas esperam (dele, o presidente), essa confraternização, essa amizade,
essa abertura. Eu sempre fui assim. Então, vou continuar. Não fazer deste jeito
é romper com minha personalidade
Luiz Sallim Emed, presidente
Relação com os torcedores- É o meu jeito, esta simplicidade, né? Até me recomendaram,
a preocupação de eu ir lá, era 1 hora da tarde, um sol de quase 40 graus, como
diz a música um sol de quase verão. Mas eu fui lá e expliquei, pedi desculpas,
né, porque é um incomodo. Mas a gente quis recolher, eu não tinha ideia que a
resposta ia ser tão positiva. E, no sábado, foi uma casualidade. Eu fui ver a
fila, estava de moto e passei lá na (sede da) Fanáticos. Vi as pessoas ali e
parei. Isso é o que as pessoas esperam, essa confraternização, essa amizade,
essa abertura. Eu sempre fui assim. Então, vou continuar. Não fazer é romper com minha personalidade.
Nota da redação: o
presidente Luiz Sallim Emed conversou com torcedores que aguardavam
para comprar ingressos na tarde quinta-feira e pediu desculpas pela
longa fila. E, no fim de semana, visitou a sede da Torcida Organizada Os
Fanáticos.
Novos sócios
- O que eu estou desafiando e provocando são aqueles
torcedores que têm condições e são muitos de se associarem. Não dá para querer
ir apenas nos jogos importantes, nos jogos com grande apelo. Tem que ser sócio
porque eles exigem um time melhor, e o Atlético só vai ser melhor quando eu
tiver mais recursos para poder investir. Então, neste começo, o Atlético fez um
investimento, melhoramos o elenco. Precisamos melhorar ainda mais. Mas, agora,
me ajudem, venham, deem a sua contribuição. Esta mão tem que ser de duas vias. Mas
eu sei que, da forma que está acontecendo, o atleticano vai se associar.
Como conciliar clube e hospital
- Eu fico todo meu tempo no
hospital. Vou de manhã e saio de lá no final da tarde. Então, é minha
única atividade. Agora, por que isso é possível? Porque o Petraglia conseguiu
profissionalizar, o clube anda sozinho. Eu participo não do operacional, do
cotidiano. Eu participo dos projetos, dos projetos estratégicos, do nosso
projeto que é muito importante, que estamos buscando ser campeões do mundo. Hoje,
sabe o que está faltando? O Atlético precisa ser, dentro do campo, o que ele é
fora. Mas isso também foi uma estratégia que o Petraglia fez, planejou. "Eu vou
ter uma infra-estrutura, vou poder arrecadar, vou ter mais dinheiro e vou
investir mais". Chegou agora, e eu tive a sorte de estar participando disso. Mas
eu não me iludo. Mesmo fazendo essa lua de mel que está com a torcida, todo
mundo dizendo que este cara (Sallim) é espetacular, vai vir o problema. E aí
vou ter que enfrentar isso. Mas estou conseguindo conciliar por conta deste
projeto que vem há muito tempo e ele anda praticamente sozinho. Você tem que
fazer ajustes, tem pessoas, a gente se reúne... Mas eu estou todos os dias no
clube a partir de 18h30. A única coisa é a tolerância da minha esposa, que eu
peço "aguenta aí mais um pouco" (risos).
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