segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Por recorde, Atlético-PR coloca torcida do Criciúma em camarote da Baixada


Área da arquibancada reservada para torcida visitante será usada por atleticanos. Clube faz promoção para lotar estádio. Leia a entrevista na íntegra com o presidente




Por
Curitiba



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Para bater o recorde de público da Arena da Baixada na quarta-feira, o Atlético-PR vai deixar a torcida do Criciúma em camarotes atrás do gol, no setor Coronel Dulcídio. Com isso, a torcida rubro-negra poderá ocupar toda a arquibancadas - inclusive o setor inferior da Coronel Dulcídio, normalmente destinado à torcida visitante. Esta é uma das iniciativas, reveladas pelo presidente Luiz Sallim Emed em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, com o objetivo de encher a Baixada no jogo da Primeira Liga, às 19h30 (horário de Brasília) de quarta-feira.

O objetivo da diretoria rubro-negra é bater os recordes do estádio e também da competição. O número a ser batido é de 31.700 pagantes, registrados na vitória sobre o São Caetano na final do Campeonato Brasileiro de 2001. O maior público da Primeira Liga é da derrota do Atlético-MG para o Flamengo, no Mineirão, com 29.032 pagantes.

- Eu acredito que vai, de fato, acontecer este recorde. Nós já vendemos até agora (início da tarde de segunda-feira) 16 mil ingressos. Se os sócios comparecerem, facilmente vai ultrapassar os 31 mil. Então, o que quero dizer, é importante, ainda existem ingressos. É importante que o torcedor que ainda não é sócio que compareça, que adquira seu ingresso para não correr o risco de ficar fora deste jogo muito importante, que vai ser uma grande festa - explicou em entrevista ao GloboEsporte.com na tarde desta segunda-feira.

Atlético-PR; Arena da Baixada (Foto: Fernando Freire)
Torcida visitante sai da arquibancada e fica 
em camarotes na Coronel Dulcídio 
(Foto: Fernando Freire)


O Atlético-PR aposta em alguns atrativos para encher a Arena diante do Criciúma. Um é a inauguração do gramado sintético, aprovado pela Fifa no domingo. Outro é a volta para casa. Justamente por conta da troca da grama, o Furacão teve que disputar duas partidas no Ecoestádio. Será o primeiro jogo na Baixada em 2016. Além disso, o atacante Walter fará sua reestreia com a camisa rubro-negra.

- O que eu queria dizer para este jogo de quarta-feira é que a gente tem vários atrativos. É o primeiro jogo deste ano (na Baixada), vai ser a inauguração da grama sintética, existe uma possibilidade muito forte de o Walter participar. E o Walter é um atleta especial, muito competente, bom jogador. Isso também passa a ser uma atração. Foi um grande mérito do presidente Petraglia conseguir manter o Walter aqui. Ele que trouxe, ele que deu sequência às negociações. Então, são várias atrações. O que não pode é o sócio deixar de comparecer.

Até o início da tarde desta segunda-feira, o Atlético-PR tinha vendido 16.300 ingressos avulsos. O Furacão conta ainda com 20.187 sócios - que pagam mensalidade e têm acesso garantido aos jogos como mandante. Desses, 1.457 não poderão ir. Se todos os outros 18.730 sócios comparecerem, somados aos ingressos avulsos, o público atingiria 35.030.

O Atlético-PR pede ao sócio que não vá ao jogo para enviar um e-mail para socio@atleticopr.com.br com nome e o número do seu smart card (referente à cadeira que queira disponibilizar). Se a cadeira for vendida, o sócio ganhará um desconto no valor do ingresso.




Confira outras declarações de Luiz Sallim Emed ao GloboEsporte.com:

Torcida adversária no camarote- Nós pedimos para que eles passem onde fica a torcida adversária, e ele cedeu para a gente. Então, a torcida atleticana poderá ficar ali também. Como o Criciúma não tem um número significativo de torcedores aqui (em Curitiba), nós vamos acomodá-lo em um lugar melhor de onde eles iam ficar. Eles vão ficar no chamado Sport Bar. A entrada é pela Petit, e eles vão ficar ali num espaço especial para eles porque eles nos cederam aquele espaço. Aí a gente não precisa fazer aquele divisão, em que perde muitos lugares, né?
O que eu mais vejo é o clima que está se criando, de satisfação. Esta é uma percepção que eu não consigo medir, mas que eu percebo a satisfação das pessoas, percebo a alegria e que vocês (da imprensa) vão poder perceber no jogo de quarta-feira 
Luiz Sallim Emed, presidente do Furacão

Planos de sócios 1
- O que a gente está fazendo é um compromisso de campanha. Estamos fazendo valores para os novos sócios. Tanto do lado da Getúlio Vargas quanto do lado da Brasílio Itiberê, o valor vai ser R$ 150. Se considerar no mínimo três jogos ao mês, vai ser R$ 50 (cada). E atrás dos gols da Buenos Aires e da Coronel Dulcídio, é R$ 100. Três jogos dá R$ 33. Claro que tem pessoas que, em função da situação econômica do país, têm dificuldades. Mas estamos fazendo essas promoções, outras promoções virão. Este é um valor acessível, que a gente vai ter que tentar. Senão, você não consegue formar um elenco melhor.

Planos de sócios 2
- Um dos compromissos de campanha foi a aproximação com a imprensa, e estamos fazendo isso. O outro com os torcedores. O exemplo é que amanhã, terça-feira, vai ter o treino aos sócios. E quem não for sócio, mas comprar duas Timemanias, vai poder assistir, vai poder ver os ídolos. Com os sócios, o que nós aproximamos? Nós reduzimos o preço para esta promoção. Então, estou vendo que estamos atendendo. O que eu mais vejo com esta coisa objetiva é o clima que está se criando, de satisfação. Esta é uma percepção que eu não consigo medir, mas que eu percebo a satisfação das pessoas, percebo a alegria e que vocês (da imprensa) vão poder perceber no jogo de quarta-feira. Então, acho que estamos atendendo. Sempre foi uma preocupação de acolher o sócio, de acolher os torcedores, e a gente criar um clima agradável, um clima de confiança, um clima de confraternização.

Nova campanha no dia 1° de março
- Nós vamos lançar uma campanha que vai culminar no dia 26 de março, que é o aniversário do Atlético. Então, no dia 1°, vence o período de carência para quem é sócio. Nisso, nós vamos começar uma nova campanha com os novos valores. Então, como vamos começar? Algumas pessoas já migraram. As outras poderão migrar a partir do dia 1°. E nós vamos fazendo essas campanhas e, no dia do aniversário do clube, vai ser uma grande festa. O que a gente quer é recompensar os sócios que foram muito fieis porque o Atlético ficou um tempão sem jogar em casa. Nós fomos para Paranaguá, Ponta Grossa, Joinville... E o pessoa foi muito fiel. Então, a gente tem que recompensar essas pessoas, tem que agradecer.

União depois das eleições
- Não plenamente, mas as atitudes que estamos tomando dessa aproximação, sempre disse e repito, sou o presidente de todos os atleticanos. Já fiz contatos com pessoas que votaram na oposição, de pessoas que estiveram participando como candidatos... Então, a relação é muito boa. É só uma questão de tempo. Fica um ou outro ranço. Mas nós vamos acabar com isso. Importante é o Atlético estar nesta posição.
Isso é o que as pessoas esperam (dele, o presidente), essa confraternização, essa amizade, essa abertura. Eu sempre fui assim. Então, vou continuar. Não fazer deste jeito é romper com minha personalidade 
Luiz Sallim Emed, presidente

Relação com os torcedores
- É o meu jeito, esta simplicidade, né? Até me recomendaram, a preocupação de eu ir lá, era 1 hora da tarde, um sol de quase 40 graus, como diz a música um sol de quase verão. Mas eu fui lá e expliquei, pedi desculpas, né, porque é um incomodo. Mas a gente quis recolher, eu não tinha ideia que a resposta ia ser tão positiva. E, no sábado, foi uma casualidade. Eu fui ver a fila, estava de moto e passei lá na (sede da) Fanáticos. Vi as pessoas ali e parei. Isso é o que as pessoas esperam, essa confraternização, essa amizade, essa abertura. Eu sempre fui assim. Então, vou continuar. Não fazer é romper com minha personalidade.

Nota da redação: o presidente Luiz Sallim Emed conversou com torcedores que aguardavam para comprar ingressos na tarde quinta-feira e pediu desculpas pela longa fila. E, no fim de semana, visitou a sede da Torcida Organizada Os Fanáticos.

Novos sócios
- O que eu estou desafiando e provocando são aqueles torcedores que têm condições e são muitos de se associarem. Não dá para querer ir apenas nos jogos importantes, nos jogos com grande apelo. Tem que ser sócio porque eles exigem um time melhor, e o Atlético só vai ser melhor quando eu tiver mais recursos para poder investir. Então, neste começo, o Atlético fez um investimento, melhoramos o elenco. Precisamos melhorar ainda mais. Mas, agora, me ajudem, venham, deem a sua contribuição. Esta mão tem que ser de duas vias. Mas eu sei que, da forma que está acontecendo, o atleticano vai se associar.

Como conciliar clube e hospital
- Eu fico todo meu tempo no hospital. Vou de manhã e saio de lá no final da tarde. Então, é minha única atividade. Agora, por que isso é possível? Porque o Petraglia conseguiu profissionalizar, o clube anda sozinho. Eu participo não do operacional, do cotidiano. Eu participo dos projetos, dos projetos estratégicos, do nosso projeto que é muito importante, que estamos buscando ser campeões do mundo. Hoje, sabe o que está faltando? O Atlético precisa ser, dentro do campo, o que ele é fora. Mas isso também foi uma estratégia que o Petraglia fez, planejou. "Eu vou ter uma infra-estrutura, vou poder arrecadar, vou ter mais dinheiro e vou investir mais". Chegou agora, e eu tive a sorte de estar participando disso. Mas eu não me iludo. Mesmo fazendo essa lua de mel que está com a torcida, todo mundo dizendo que este cara (Sallim) é espetacular, vai vir o problema. E aí vou ter que enfrentar isso. Mas estou conseguindo conciliar por conta deste projeto que vem há muito tempo e ele anda praticamente sozinho. Você tem que fazer ajustes, tem pessoas, a gente se reúne... Mas eu estou todos os dias no clube a partir de 18h30. A única coisa é a tolerância da minha esposa, que eu peço "aguenta aí mais um pouco" (risos).





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