Jogadora da seleção brasileira de vôlei assombra em vitória heroica
sobre a Rússia. Brasil avança no futebol, mas também sofre quedas
Sheilla grita ao marcar mais um ponto na Rússia: o
nome do jogo (Foto: Jonne Roriz / Ag. Estado)
nome do jogo (Foto: Jonne Roriz / Ag. Estado)
Foi um jogo raro. Talvez a seleção adversária até fosse melhor. Difícil saber. Mas é certo que ela vinha invicta, com cinco vitórias em cinco partidas, ao passo que o Brasil sofrera duas derrotas. Para avançar às semifinais, mais do que qualidade, a seleção brasileira precisaria de maturidade, de espírito, de coração – justamente aquilo que boa parte das meninas foi acusada de não ter em um passado pré-Pequim. E a alma delas foi testada ao máximo. Desvantagem de 1 a 0. Desvantagem de 2 a 1. Tie-break. Seis match-points para a Rússia. Erros de arbitragem. E vitória! O mais incrível: vitória com uma bola depois da outra indo na direção de Sheilla, estivesse onde estivesse, fosse qual fosse a adversária gigantesca que se edificasse no bloqueio. Ela virou todas nos lances finais. Absolutamente todas. Transformou Gamova, a adversária de 2,02m, em uma anã.
Brasileira se emociona com vitória sofrida e vaga nas semifinais (Foto: Jonne Roriz / Ag. Estado)
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Quase lá
Ele já é o terceiro atleta que mais fez gols pela Seleção masculina em Jogos Olímpicos. Perde apenas para Bebeto (oito) e Romário (sete). Se tudo der muito certo, poderá ultrapassá-los na decisão contra o México. É a chance de o Brasil, na preparação para 2014, fazer história. Até hoje, tem duas pratas, dois bronzes e uma série de fiascos. Mas falta pouco. Falta um jogo. Falta mais um ou outro gol de Leandro Damião.
Alison e Emanuel também estão quase lá. Também estão na final. Bateram a dupla formada por Plavins e Smedins, da Letônia, por 2 sets a 0 (21/15 e 22/20). O primeiro set foi fácil e deu a falsa impressão de que o caminho seria tranquilo. Mas os brasileiros quase foram surpreendidos logo depois. Os europeus engrossaram o jogo e chegaram a empatar por 18 a 18 no segundo set. Mas Alison e Emanuel tiveram cabeça no lugar para fechar o jogo e garantir o direito de disputar o ouro contra os alemães Julius Brink e Jonas Reckermann - os mesmos que derrubaram Ricardo e Pedro Cunha nas quartas de final.
Alison aponta para Emanuel: eles estão a uma vitória do ouro olímpico (Foto: Agência Reuters)
Adeus ao ouro
Juliana e Larissa perdem para dupla de quem
venceram nove partidas seguidas (Foto: Reuters)
venceram nove partidas seguidas (Foto: Reuters)
Foi um golpe duro. Juliana e Larissa haviam vencido os últimos nove jogos contra suas algozes em Londres. Deveriam ter sua qualidade desafiada na final, contra Walsh e May, bicampeãs olímpicas, mas a decisão agora será entre americanas. As brasileiras lutarão pelo bronze contra as chinesas Xue e Zhang.
O dia também foi de queda precoce para Maurren Maggi. Medalha de ouro em Pequim, ela ficou longe de repetir o desempenho alcançado há quatro anos. Os 7,04m do ouro de 2008 foram substituídos por 6,37m, insuficientes para garantir um lugar na decisão do salto em distância - faltaram 3cm. Ela ficou em 15º. Apenas as 12 primeiras se classificaram. Aos 36 anos, a campeã avisou que sua história está longe de terminar. Quer competir no Rio em 2016.
Maurren Maggi não consegue repetir desempenho e fica fora da final (Foto: Agência Reuters)
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Nos 200m, os brasileiros Bruno Lins e Aldemir Gomes garantiram presença nas semifinais. Sandro Viana, porém, não conseguiu vaga. O mesmo aconteceu com Jonathan Henrique no salto triplo, Fabiano Peçanha nos 800m e Evelyn dos Santos nos 200m.- Dia 1: somos um país de chorões
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Outra eliminação que doeu foi no handebol. A seleção feminina, tão bem na primeira fase, deu o azar de pegar a Noruega, atual campeã mundial e olímpica, já nas quartas de final. Foi um jogo duro, disputado. Mas não deu. O Brasil perdeu por 21 a 19. Foi comovente ver as atletas despencando em quadra, chorando. Elas jamais confiaram tanto em sua capacidade.
Goleira Chana cai no choro com eliminação para Noruega no handebol (Foto: EFE)
Nos saltos ornamentais, Cesar Castro ficou em 17º no trampolim de 3m e não conseguiu lugar na final. O ouro ficou com o russo Ilya Zakharov. O pódio foi completado por dois chineses: Kai Qin, com a prata, e Chong He, com o bronze.
Na vela, maus resultados. Ricardo Winick, o Bimba, encerrou sua participação nos Jogos com a nona colocação na classe RS:X. Fernanda Oliveira e Ana Barbachan também não tiveram um dia positivo. Ficaram em décimo nas duas regatas e mantiveram o quinto lugar na classificação da classe 470, mas ainda mais distantes das líderes, com chances remotas de medalha.
A alegria de um alemão e a volta por cima de um argelino
Em
êxtase, Robert Harting, enrolado na bandeira da Alemanha, salta por
cima de obstáculos para comemorar ouro na prova de arremesso de discos
em Londres (Foto: AP)
Argelino cruza na frente nos 1.500m depois de ser
excluído dos Jogos (Foto: Reuters)
excluído dos Jogos (Foto: Reuters)
E para vencer. Nesta terça-feira, com o tempo de 3m34s08, o atleta da Argélia conquistou a medalha de ouro. Em 24 horas, foi da humilhação à glória.
Para os donos da casa, a alegria surgiu no triatlo. E esteve entre irmãos. Alistair Brownlee, bicampeão mundial, conquistou o ouro e ajudou seu caçula, Jonathan, a ficar com o bronze. Eles são filhos de um pai corredor e de uma mãe nadadora. Desde criança, se envolveram com o esporte. O vencedor da prova tem 24 anos, e o terceiro colocado, 22.
Alegria para uns, dor para outros. No levantamento de peso, o alemão Mattias Steiner tentou erguer 196kg. O problema não foi exatamente ele não ter conseguido: o problema foi o peso ter despencado em cima do pescoço dele. Sentindo dores, o atleta foi atendido, mas passa bem. Ele ainda teve ânimo para dar um aceno ao público antes de sair do ginásio.
Doeu: Matthias Steiner leva no pescoço os 196kg que tentou erguer (Foto: Reprodução)
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