Presidente do Galo relembra discussões
com dirigentes, sofrimentos, fé, religião, fala de sua fase 'light' e do
ódio que sente pelo Cruzeiro
Por Valeska Silva
Belo Horizonte
Supersticioso e religioso. Alguém poderia imaginar que, com a braveza
que lhe é peculiar, o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, vai à
igreja rezar? Que, nos jogos do Galo, usa sempre a mesma calça jeans e
deposita restos de cigarro em copos de plástico com água, nunca em
cinzeiros? E que se incomoda com a fama de "bronco" que carrega há anos?
Pois o dirigente atleticano garante ser, na vida pessoal, bem diferente
daquele que levantou a voz repetidas vezes para brigar pelo clube que
preside.
- Meu filho chegava em casa rindo, porque os colegas diziam: "Nossa,
você é filho do Kalil?". Ele ria e dizia: "Pai, eles acham que você é um
demônio." Lá em casa, braba era a minha ex-mulher. Pode perguntar aos
meus filhos.
Explosivo, emotivo, fanático, negociador: as faces de Kalil (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
Separado, pai de três homens, Alexandre Kalil, 53 anos, namora há seis
anos a paisagista Ana. É empreiteiro. Largou a faculdade de engenharia
no quarto ano, pois precisava trabalhar. E começou na empresa fundada
pelo pai e pelo tio, especializada em infraestrutura rodoviária, urbana,
civil e industrial, a Erkal. Atualmente, divide o tempo entre a empresa
e o Atlético-MG. Não mede as palavras quando o assunto é o clube que
idolatra e para o qual torce toda a família - cujo sobrenome está ligado
à história da instituição. O pai dele, Elias Kalil, já falecido, também
foi presidente. Alexandre já viajou de ônibus para acompanhar os jogos
do time de coração e é conhecido Brasil afora por não levar desaforo
para casa.
Colecionador de desafetos no futebol, o principal dirigente do Galo é
garantia de notícia sempre que resolve falar. Durante algum tempo, ficou
sumido dos holofotes, mas não deixou de mostrar que, no clube, era ele
quem mandava. Anunciava contratações pelo Twitter e raramente dava entrevistas. Teria nascido o Kalil light?
- Não que eu tenha mudado... Quando assumi a presidência do
Atlético-MG, imaginei que o desgaste seria muito grande. E você tem que
ter inteligência de se preservar. Imagine eu, igual a arroz de festa,
dando entrevista? Quem fala muito dá bom dia a cavalo.
Não conheço ninguém que lute alisando. Mas não sou brigão" - Kalil
Historicamente, Kalil já deu muito "bom dia a cavalo". Chamou árbitros de bandidos, foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBF e chegou a referendar uma possível postura violenta por parte da torcida, considerando que seria normal jogadores "tomarem um cacete na madrugada". Tripudiou em cima de quem fez chacota com a camisa rosa lançada pelo clube.
As discussões no Clube dos 13 com o ex-presidente do Flamengo Kléber
Leite e com o ex-presidente do Cruzeiro Zezé Perrella, entre outras, o
fizeram ter a fama de brigão. Fama que o incomoda.
- Sou um cara que luta pelos meus direitos. E não conheço ninguém que
luta alisando. Agora, falar que sou brigão? Sou um cara delicado,
educado. Sou! Você nunca me viu fazer falta de educação, humilhar
alguém. A não ser quando estou com ódio mortal de alguém, aí eu falo
alguma coisa mais ríspida.
Seria esse alguém Ronaldinho Gaúcho? Durante o campeonato, correu a
história de que o presidente do Galo discutiu com a principal estrela do
time por causa de baladas às vésperas das partidas. Entre um cigarro e
outro, Kalil nega:
- Não discuti com o Ronaldinho, nunca bati boca com ele. Nunca! Não sei
de onde surgiu essa notícia. Quem fala que o Ronaldinho levantou a voz
nunca conversou com ele dez minutos. Ele é um dos seres humanos mais
dóceis que conheço. No dia que fui contratá-lo, eu perguntei: "Você não
fala não, menino?".
Kalil costuma aparecer como um furacão na Cidade do Galo, local de
treinamentos do time. A visita é frequente - não como as entrevistas. E
quando ele fala, sempre vem bomba. Seja para anunciar a badaladíssima
contratação de Ronaldinho Gaúcho, para detonar o ex-jogador e atual dirigente do Flamengo, Zinho, ou o auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva
que pediu punição rigorosa ao desafeto do Flamengo, time para o qual o
torce. Ou, então, para explodir contra os próprios jogadores, como na
derrota de 6 a 2 para o Corinthians, no Brasileirão de 2002. Na
oportunidade, Kalil disse que os atletas do Galo haviam "se borrado nas
calças" (veja o vídeo acima).
O estilo "pavio curto" já o fez ser comparado ao ex-presidente do Vasco
Eurico Miranda. O próprio Kalil conta de onde vem a comparação. E
admite o comportamento meio... estourado.
- Uma jornalista (do Rio) colocou que eu sou o novo Eurico Miranda
porque ela se achou no direito de me ligar no sábado à tarde, me
acordar... e eu tinha que tratá-la maravilhosamente bem. Achou que sou
obrigado a atender todo mundo, que não trabalho, não tenho hora de
descanso. Então, a classe de jornalistas, com raras exceções, por a
classe de dirigente morrer de medo deles, se sente num direito que eu
não dou para ninguém. Eu nunca respondi uma pessoa que me faz uma
pergunta correta num tom arrogante. Eu devolvo do jeito que me
perguntam.
O próprio Eurico Miranda confirma que o temperamento dos dois é semelhante.
- Fazer comparação comigo não é muito fácil, mas não acho a comparação
ruim. Ser assim é positivo. Temos como semelhança o fato de ele ser um
defensor intransigente do Atlético. Ele custa a abaixar a crista, a ser
subserviente. Defende os interesses do clube. Foi eleito para isso. As
atitudes dele demonstram isso. E as minhas também. Agora, muita coisa
minha é folclore. Tem um ditado que diz que quem conta um conto, aumenta
um ponto. Não sou tão bravo assim. Senão, não seria casado com a mesma
mulher há 40 anos. Mulher não atura homem brabo.
A comparação com o ex-dirigente vascaíno foi fortalecida por um
desafeto antigo, o técnico Geninho. Atualmente na Portuguesa, ele
treinou o Galo pela primeira vez quando Kalil era presidente do
Conselho. E foi comparado a uma prostituta quando trocou o clube mineiro pelo Corinthians, visando à disputa da Libertadores. Pensou em processar o dirigente atleticano.
Geninho no dia em que foi anunciado técnico do
Galo, em 2002 (Foto: Reprodução TV Globo Minas)
- O Kalil, como diretor, é um tremendo dirigente. O problema é que é passional, machuca sem querer machucar. Fala o que pensa, não escolhe lugar, nem momento. E às vezes fala alguma bobagem. Eu saí chateado por aquilo que ele falou. Aquilo repercutiu... Saí mais chateado ainda porque a torcida do Galo tinha pensado que eu fiz aquilo: ele falou, a torcida acreditou. Para ela, eu larguei o Atlético. Saí como vilão, peguei o time f..., revelei Paulinho, fomos para a fase final do campeonato (Brasileiro). Falou um tanto de bobagem, eu poderia ter até processado, tomado uma grana alta. Mas o entendo e deixei para lá. Kalil é assim, 90% emoção, 10% razão. Sempre autêntico. Um estilo Eurico Miranda: são contra quem é contra o clube.
Geninho e Kalil ficaram um ano sem se falar. Hoje, o treinador garante não guardar mais mágoas.
- Voltei a falar com ele quando teve um acidente de carro. Um amigo comum me ligou e eu liguei no hospital. Ele ficou meio assim... Fazia um ano que eu tinha saído do Atlético. E vou contar uma coisa: ele até me ligou para voltar na época do Ziza (Valadares, presidente da gestão anterior a Kalil).
Anti-Cruzeiro
O ódio visceral pelo Cruzeiro vem de berço. Ele aprendeu com o pai a não gostar do time da camisa azul estrelada. Conta que tem muitos amigos cruzeire
nses. Mas não consegue esconder a raiva que tem do Cruzeiro. Só
não sabe explicar o porquê.
Elias Kalil (ao microfone): ele ensinou Alexandre a odiar o Cruzeiro (Foto: Centro Atleticano de Memória)
- Eu tenho repugnância pelo Cruzeiro. Fui educado a ser assim. Meu pai
me ensinou a não roubar, a tratar bem mulher, a levantar para um senhor
de idade sentar, falou que eu tinha de tratar bem as pessoas... e me
ensinou a ter ódio do Cruzeiro. Não sei por que, mas eu obedeci. Mas me
dou bem com todos, ninguém é culpado de ser cruzeirense. É igual a ser
aleijado. Coitado, não tem culpa, nasceu! O futebol só é encantador por
esse ódio visceral que eu tenho do Cruzeiro. Mas eu tenho amigos
queridos que são cruzeirenses. Gente que eu gosto muito. Não consigo ter
ódio de uma pessoa por ela ser cruzeirense. Não gosto é do time.
E como terá sido a noite do presidente cujo currículo entrará para a
história com muitos méritos mas, também, com um 6 a 1 para o maior
rival, em um jogo que poderia ter decretado a queda do Cruzeiro para a
segunda divisão? Como encarar as acusações de que teria sido um jogo
vendido?
- Bobagem tem limite. Se tivesse combinado, tinha sido 1 a 0, 2 a 1.
Foi a maior tristeza como presidente do Atlético e como atleticano. E
não vai ter outra. Agora, aquilo foi o que virou a página do Atlético.
Aquele 6 a 1 tampa e disfarça. Para quem aplicou fez um mal danado, pois
estão vivendo dos 6 a 1 até hoje. Depois daqueles 6 a 1, só deu
Atlético. Tomei uma lição na vida. Eu tenho 53 anos, toda porrada que
levei me serviu de alguma coisa. Toda. Independentemente do tamanho.
Doeu mais que a queda do Atlético-MG para a segunda divisão (em 2005)?
- Não. Aquele foi o dia mais sofrido da minha vida.
Kalil manso
O lado light de Kalil mostrado nos últimos tempos, que poucos
conheciam, surpreendeu até mesmo antigos desafetos. Atualmente dedicado
ao cargo de senador da República, o ex-presidente do Cruzeiro Zezé
Perrella lembrou discussões históricas entre os rivais. Garantiu que o
relacionamento entre os dois, apesar dos bate-bocas via microfones, era o
melhor possível. O cruzeirense avaliou que a nova postura do dirigente
maior do Galo tem como consequência o amadurecimento do clube. E
aproveitou, é claro, para dar uma alfinetada.
- Nunca levei desaforo para casa, ele também não. Respeito o Kalil como
dirigente. É competente, defende os interesses do clube dele. Acho que
mudou, está mais light. Aprendeu, diria, até na forma de dirigir. Você
não pode olhar com olho de torcedor. Sempre fui muito criticado por
isso, era tachado de mercantilista. Mas foi dessa forma que ganhei 23
títulos. Ele hoje tem olhar mais comercial. E esse modelo é vencedor.
São Paulo, Corinthians, Santos e Cruzeiro são os que mais ganharam
títulos e, por isso, são vencedores. O Atlético-MG mudou a maneira de
enxergar futebol. E passou a dar certo. O Kalil recebia propostas e não
vendia, perdia negócio. Não vendeu o Guilherme, o Marques. Recentemente,
vendeu o Tardelli, o André. Ficou provado que, depois de mudar o clube,
virou mais vencedor. Acho que até copiou a fórmula do Cruzeiro.
A respeito das discussões homéricas entre os dois dirigentes (veja o vídeo acima ), Perrella não citou apenas uma. Fez questão de tripudiar sobre o eterno rival.
- Tivemos várias. Mas é aquela história: se fizermos um ranking, sempre
ganhei dele. O Kalil tem que aproveitar agora, que estou distante
(risos)...
Outro dirigente que, em determinado momento, se desentendeu com Kalil
foi Kléber Leite. O ex-presidente do Flamengo ansiava pela liderança do
Clube dos 13, mas Kalil apoiou Fábio Koff. No entanto, Kléber Leite
manteve o respeito ao falar do comandante do Galo.
- Ele escolheu errado naquela época. Nosso processo é democrático.
Lamento, porque deixamos de provocar uma grande revolução no futebol
brasileiro. A bem da verdade, tenho percebido nele todo tipo de
engajamento. Assim como foi o pai dele. Nunca houve nenhum tipo de
discussão entre nós dois. Nos debates que aconteceram, sempre trilhamos o
caminho da educação, da cordialidade. Não tenho nenhum tipo de
observação a fazer em relação à conduta do Kalil. Quanto ao fato de ser
enérgico, é uma característica pessoal dele, que tem, inegavelmente,
esse lado marcante. Cada um na sua.
Por falar em Flamengo, ao contrário da reação de muitos atleticanos,
Kalil não tem qualquer problema com o clube rubro-negro. Não guarda
mágoa do time que tirou o título do Galo em 1980, que muitos acusam ter
sido com favorecimento da arbitragem. Mas também não perde a
oportunidade de alfinetar
.
- Não. Até por questão de piedade, tenho dó do Flamengo. Não tenho a
menor raiva. Podia ter sido o Inter, o Grêmio, o Vasco... Eu não tenho
nada contra o Flamengo. Nada, nada.
Ex-ateu
Alexandre Kalil foi eleito presidente do Atlético-MG em 30 de outubro
de 2008. Está no segundo mandato. Antes, presidiu o Conselho
Deliberativo do clube de 2000 a julho de 2006. Em 2009, ganhou da CBF o
prêmio de melhor dirigente do ano, época em que recebeu convite para
entrar para a política, para se candidatar a deputado federal pelo
Partido Verde (PV) - convite prontamente negado. Seu pai, Elias Kalil,
foi diretor de futebol e, depois, presidente do Atlético-MG (de 80 a
85). Foi quem o introduziu no mundo atleticano.
- Papai foi diretor de futebol, a primeira vez, em 65. Eu tinha seis
anos. Foi quando comecei a frequentar concentração. E, desde que eu me
entendo por gente, vou ao Mineirão. Não consigo lembrar da minha
infância não tendo um jogo do Atlético. Fui criado basicamente com o
Atlético sendo a coisa mais importante. Papai tornou a ser diretor em
69. Disputou eleição em 76, eu tinha 17 anos. Foi quando comecei a
participar da vida política do Atlético. Eu era muito ligado ao meu pai.
Entrei no Atlético quando Paulo Cury (ex-presidente) renunciou. Eu
tinha sido diretor de vôlei na época do papai, mas, quando fui chamado
para ser candidato a presidente do conselho, no fim de 98, papai já
tinha morrido há seis anos.
Ao lado da mesa na sede, bandeira do Galo e do
Brasil (Foto: Valeska Silva / Globoesporte.com)
Elias Kalil morreu vítima de câncer de pulmão. Doença que fez o filho
passar a acreditar em Deus - mas não o suficiente para fazê-lo largar o
vício. Alexandre fuma muito. São dois maços por dia. Durante a
entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, foi um cigarro atrás do outro. E nem
mesmo a ideia de prometer largar caso o Galo fosse campeão, feita pela
reportagem, o atraiu.
- A doença do papai, diziam, causava muita dor. Minha ex-mulher me
sugeriu ir à igreja rezar. Eu disse a ela que não sabia. E ela me
aconselhou a apenas pedir. E pedi para que meu pai não sofresse com
dores. Ele morreu sem tomar um remédio sequer para dor. E daí para
frente, vi que Deus é muito bom para mim. Recebo pastores na minha casa.
Fui rezar quando o Atlético-MG estava quase caindo. E eu acreditei. Vou
à missa. De vez em quando, bato com a cara na porta na Igreja de Santa
Rita, porque não sabia que igreja fechava. Outro dia, cheguei lá e
estava fechada. Esculhambei o vigia: "Isso é casa de Deus. Vocês estão
doidos, fechar a igreja?". Eu me sinto bem dentro da igreja.
Dívidas
Nacionalmente conhecido como um clube que não conquista um título de
expressão há anos, o Atlético-MG sempre carregou, também, a fama de ser
dono de uma dívida milionária. O que, segundo Kalil, tem mudado. A
arrecadação, que era de R$ 65 milhões por ano, há três temporadas, está
prevista, em 2013, para R$ 180 milhões. Garantiu que só o Flamengo
arrecada mais. Milagre? E as dívidas?
- O Atlético-MG conseguiu se organizar e pensa no futuro. É um clube
patrimonialmente muito rico, que tem uma dívida equacionada. Uma dívida
fiscal que é comum a todos os clubes do Brasil. Pegamos nosso orçamento e
melhoramos e organizamos. E o passivo trabalhista está organizado, com
todo mundo pago. Não temos ação trabalhista nova. Então, o Atlético-MG
se organizou.
Indagado por que tais procedimentos não eram feitos antes, Kalil respondeu:
- Não sei. Falo isso quando me chamam de mágico. É o círculo virtuoso:
você contrata, aumenta ingresso, enche o campo, pega um estádio, compra
os direitos comerciais. Aí você melhora o time, o pay-per-view dobra.
Nós somos donos do direito comercial de um estádio de futebol. Sem
gastar nada! Não falo da bilheteria, falo da pipoca, do picolé, da água,
de tudo que tem lá dentro. O Atlético-MG arrecada cerca de R$ 100 mil
fora a renda de todo jogo que tem no Independência. Então, criamos um
círculo virtuoso, e que tem de continuar.
Kalil no Independência, que ele chama de 'casa do Galo' (Foto: Fernando Martins / Globoesporte.com)
E o que esperar do Galo, do ex-bravo e agora light Kalil? Como o presidente espera ver o clube daqui 20 anos?
- Sendo campeão, campeão, campeão, campeão. Porque é disso que um time
vive. Quero que o povo atleticano seja feliz. Daqui 20 anos, será o
maior time de Minas, com a maior torcida de Minas e um monte de vezes
campeão. E cada vez mais bem administrado possível. O Brasil sabe o que
acontece aqui em Minas hoje. O Atlético-MG contratou o Vanderlei
Luxemburgo, o Atlético-MG trouxe o fulano, o Diego Souza, o Richarlyson,
buscou o Victor, o Ronaldinho. O que que é isso? Tem um time lá, um
clube lá, que paga. É uma história que está sendo diferente no
Atlético-MG, depois de anos, anos e anos.
E uma história que, para a torcida, continua com o desafio de manter o
ídolo Ronaldinho Gaúcho para a disputa da Libertadores em 2013, 12 anos
após a última participação do time na competição. Mais uma missão para o
"demônio light" Alexandre Kalil.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2012/11/perfil-kalil-demonio-que-ficou-light-avisa-que-brava-mesmo-e-ex-mulher.html