Domingo,
13 de abril de 2014. Dia em que o Campeonato Baiano foi decidido no
estádio de Pituaçu: o dia em que o Bahia empatou com o Rubro-Negro na casa
provisória do rival e levantou seu 45º troféu de campeão estadual. Dia em que os
10% da arquibancada destinados à torcida tricolor calaram os 90% que deveriam ser
ocupados por rubro-negros.
Fahel marca o primeiro gol do Bahia
neste domingo (Foto: Fernando
Amorim/Futura Press)
Mas
se é um dia para ser lembrado por uns, precisa ser esquecido por outros.
Lembrado pelo futebol, esquecido pela violência dentro e fora do estádio.
Num
dia de sol da capital baiana, o que se viu, além do demonstrado em campo em
Pituaçu, foi uma série de agressões entre torcedores de Bahia e Vitória – e entre
os próprios apaixonados pelo Rubro-Negro. Desde a manhã, a cidade que respirava
o Ba-Vi assistiu a ataques supostamente motivados pelo clássico. Torcedores
internados, outros presos, PM em ação nos arredores do estádio. Gás de pimenta,
correria e confusão. Nas arquibancadas, durante o jogo, conflitos incessantes.
Dia em que futebol ganhou e perdeu.
Em
campo, jogo igualmente tenso. Do primeiro ao último minuto, encaradas,
empurrões, faltas e até algumas discussões. Oito cartões amarelos, pênalti e um
cartão vermelho. Todos os elementos comuns a um clássico estiveram presentes no
estádio de Pituaçu. Mas o Bahia fez seu resultado ainda no primeiro tempo. Equilibrado,
o Tricolor soube atacar e defender e desceu para o vestiário com dois gols
marcados: Fahel e Lincoln.
No
segundo tempo, o Vitória ressurgiu e mostrou garra. Ofensivo e ansioso, o
Rubro-Negro teve gols marcados por Juan e Ayrton. O resultado, no entanto, não
foi o suficiente para anular a vantagem que o Bahia tinha por ter vencido o
primeiro clássico por 2 a 0 na Fonte Nova.
Bahia abre 2 a 0, e torcida do Vitória deixa estádio antes dos 45'
A
partida começou com equilíbrio e ares de que o título seria decidido nos
últimos minutos. Clima tenso dentro e fora de campo: confusões nas
arquibancadas e inúmeras faltas nas quatro linhas. O Vitória iniciou o duelo
botando pressão: a ideia inicial era mostrar poder ofensivo e tentar sufocar os
contra-ataques do Bahia. No entanto, o espírito de partir para cima não durou
muito tempo. Aos 19 minutos, veio o banho de água fria: em uma cobrança de
falta, Talisca mandou a bola na área, Neto Coruja vacilou na marcação e Fahel
cabeceou para o fundo da meta defendida pelo goleiro Wilson.
Como
de costume, o Leão sentiu o baque, sob os gritos de ‘Ah, é Lepo Lepo’ que vinham
do setor destinado à torcida visitante. Em uma partida nervosa, o Bahia
conseguiu equilíbrio para chegar ao ataque sem desguarnecer a defesa.
Com uma
forte marcação atrás da linha do meio de campo, o Tricolor dificultou as ações
ofensivas do rival. No ataque, Rhayner quase fez o segundo gol aos 38 minutos,
mas compensou quatro minutos depois, com um belo lançamento para Lincoln, que não
perdeu a oportunidade. A torcida do Vitória deixava o estádio antes mesmo do
término do primeiro tempo.
Leão reage e corre atrás, mas empate sacramenta título tricolor
Na
segunda etapa, o Vitória voltou com mais vontade. Apesar de estar atrás no placar, o
Rubro-Negro não jogou a toalha e tentou tirar o atraso. Com William Henrique em
campo, no lugar de Souza, o Leão ganhou mais mobilidade e conseguiu diminuir a
vantagem tricolor. De pênalti, Juan fez o gol rubro-negro aos 13 minutos.
O
Vitória tinha pressa e corria atrás do resultado – mesmo com um jogador a
menos, depois que Matheus Salustiano foi expulso por ter levado o segundo
amarelo. Pressionado, o Bahia preocupava-se em se defender das investidas do
rival. Lomba salvou aos 27, mas não conseguiu repetir o feito aos 28. Em uma
falha da defesa tricolor, Ayrton tabelou com William Henrique e marcou um
golaço. Preciosista, o Bahia teve algumas chances de marcar o terceiro, mas
desperdiçou. Luiz Gustavo ainda salvou o Leão em um chute de Talisca no fim da
partida. Ainda assim, o empate marcado no placar eletrônico era o suficiente
para a felicidade geral da nação tricolor.
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