Europeias começam melhor, vencem
primeiro set, mas seleção volta a reagir e chega à segunda vitória no
Grand Prix, no tie-break, em Campinas
Por João Gabriel Rodrigues
Campinas, SP
Enquanto o DJ tentava animar o ginásio com uma série de hits, a seleção
entrou em quadra ainda com as dores da estreia do dia anterior. A manhã
de sábado prometia ser pouco agradável na Arena Concórdia, em Campinas.
Ainda que em processo de renovação, a Rússia se apresentava como um
rival duro. E, pelas mãos de Nataliya Goncharova, as europeias cumpriram
o esperado. Mas, na marra, o Brasil soube reagir. Com as pancadas de
Fernanda Garay, Monique e Gabi, a equipe de José Roberto Guimarães calou
as provocações da estrela russa e venceu por 3 sets a 2, parciais
26/28, 26/24, 25/19, 22/25 e 15/8, na segunda partida da chave A do
Grand Prix. O próximo confronto do Brasil será neste sábado contra o
Estados Unidos, que não encontrou dificuldades para derrotar a Polônia
por 3 sets a 0.
Destaque também na vitória sobre as polonesas, na sexta-feira, por 3 sets a 1,
Garay foi a maior pontuadora do Brasil, com 22 pontos, seguida por
Monique, com 16. Goncharova fez 25, a melhor marca da partida.
- A gente esperava um jogo muito difícil. Claro que ainda estamos tendo
dificuldades, começamos falhando muito e precisamos melhorar. Mas o
mais importante é que saímos com a vitória. Ainda que o sistema de
pontuação crucifique um pouco quem vence por 3 a 2, o importante era ter
vencido - disse Garay, lembrando o fato de o Brasil ter marcado apenas
dois pontos com a vitória.
José Roberto Guimarães fez elogios à força ofensiva da Rússia, mas
também festejou o fato de o Brasil ter conseguido mudar a forma de jogar
durante a partida.
- Nosso saque estava lento, sem eficácia. E isso nos criou muito
problema no primeiro set, principalmente. Depois, começamos a mexer um
pouco mais. A Rússia tem uma gama de atacantes com uma força muito
grande. Mas, em relação ao Brasil, nos adaptamos ao poucos ao bloqueio, à
defesa, ao time delas. Isso também facilitou um pouco as jogadas no 2º e
no 3 sets. A Rússia equilibrou. Quando não conseguimos quebrar o passe
delas, tivemos dificuldade. Mas conseguimos vencer.
O Brasil começou em ritmo lento. A Rússia, que renova sua seleção sem
as estrelas Gamova e Sokolova, aposentadas com a camisa da seleção após
os Jogos de Londres, mostrou força. Mas a equipe canarinho soube reagir
no momento certo para vencer a partida. Neste domingo, a equipe volta à
quadra para seu maior desafio da etapa, contra os Estados Unidos, às
10h. A TV Globo transmite a partida, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo
em Tempo Real.
Brasileiras festejam ponto durante a apertada vitória sobre a Rússia (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
É verdade que, nos últimos anos, os Estados Unidos se apresentaram como
o maior rival. Mas, antes mesmo da estreia contra a Polônia, Zé Roberto
avisou: no histórico, a Rússia, assim como Cuba, sempre se apresentou
como uma das maiores pedras no caminho da seleção. E, ainda pesada da
partida da noite anterior, a equipe viu logo de cara que a manhã de
sábado não seria das mais fáceis. Ainda que tenha aberto o placar com
Juciely e uma invasão russa, o Brasil logo viu a partida se mostrar
equilibrada.
A Rússia passou à frente pela primeira vez em um bloqueio de Irina
Zaryazhko, fazendo 7/6. Durante toda a parcial, as rivais mostraram
força e logo abriram vantagem pelas mãos de Goncharova. Chegaram a ter
dois set points, salvos pelo Brasil. Mas, no fim, não teve jeito: 28/26,
e as europeias largaram na frente.
Embaladas pela vitória na parcial, as russas voltaram a desgrudar no
placar logo no início do segundo set. Com uma defesa forte, um bloqueio
bem montado e um ataque potente, a seleção europeia dava trabalho às
donas da casa. O Brasil, porém, logo equilibrou o jogo. Chegou a empatar
em bola para fora de Goncharova, mas o árbitro voltou atrás e acusou um
desvio no bloqueio.
Mas, se o paredão russo funcionava, o Brasil deixou tudo igual
justamente em um bloqueio de Juciely (11/11). O Brasil tomou a vantagem,
mas a partida seguia equilibrada. Goncharova e Kosheleva chegaram a
desequilibrar em um momento e devolveram a liderança à Rússia. Juciely,
em mais um bloqueio certeiro, deixou tudo igual: 21/21. As visitantes
voltaram a ter um set point, mas Garay, com nove pontos apenas na
parcial, voltou a se impor. E, no bloqueio de Adenízia, a seleção fechou
o set em 26/24.
Kosheleva encara o bloqueio triplo do Brasil (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
O equilíbrio se manteve no retorno à quadra, e nenhuma das equipes
conseguia se desprender no placar. Quando Goncharova superou o bloqueio
rival e encarou Garay, os ânimos se exaltaram. Mas a ponteira brasileira
respondeu com mais um ataque certeiro, e a seleção foi em vantagem para
o primeiro tempo técnico (8/7).
E o Brasil cresceu. Com Adenízia no saque, a seleção disparou no placar
e abriu 15 a 9. As russas contaram com um cochilo das brasileiras para
ameaçar uma reação. Mas Gabi, com bela deixadinha, fechou a parcial:
25/19.
Encarada na rede entre Goncharova e Dani Lins
Mas a Rússia voltou ao jogo pelas mãos de Goncharova. Ao ver seu time
apagado, a principal jogadora das rivais voltou a provocar as
brasileiras. Depois de marcar o ponto e fazer 16/15, a russa encarou
Dani Lins. Na saída para o tempo técnico, voltou a falar algo para a
brasileira, que respondeu. Goncharova levou o amarelo, e a levantadora
deu o troco ao marcar em bela bola de segundo tempo.
Só que o momento era russo. Os ataques brasileiros já não entravam, e o
bloqueio era incapaz de parar as rivais. A seleção ainda sonhou com uma
reação, mas acordou com a pancada de Kosheleva, que fechou o set em
25/22 e levou a partida para o tie-break.
No retorno à quadra, as provocações russas continuaram. O juiz, então,
tirou o vermelho do bolso e mostrou para o técnico Iuriy Marichev, dando
um ponto para as brasileiras logo no início do tie-break. A ajuda extra
foi comemorada, mas o Brasil mostrou que nem precisaria tanto. Melhor
na parcial, a seleção chegou à vitória no bloqueio de Monique: 15/8.
Escalações:
Brasil: Dani Lins, Juciely, Adenízia, Gabi, Fernanda Garay e Monique. Líbero: Camila Brait. Entraram: Michelle, Sheilla e Fabíola
Rússia: Anna Matienko, Irina Zaryazhko, Nataliya
Goncharova, Victoriia Chaplina, Tatiana Kosheleva e Anastasia
Shlyakovaya. Líbero: Anna Malova
EUA x Polônia
Também pelo Grupo A, Estados Unidos venceram a Polônia por 3 sets a 0.
Sem dificuldades, as americanas fecharam as parciais em 25/22, 25/23 e
25/16. Com 16 pontos, Hill Kimberly foi a melhor em quadra. O próximo
confronto dos EUA será contra o Brasil, neste domingo, às 10h. Já as
polonesas enfrentam a Rússia às 12h30m.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/08/garay-e-monique-vencem-bloqueio-rival-na-marra-e-brasil-supera-russia.html