Após cinco meses se recuperando de uma cirurgia, ponteira não vê a hora
de Bernardinho chamá-la para entrar em quadra, nesta quinta, contra o Minas
Mari se esforça em um treino de bloqueio
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
A chegada ao Maracanãzinho foi com sorriso no rosto. O de quem estava a um dia de voltar a jogar depois de cinco meses de dores e dúvidas. Em 26 de agosto do ano passado, a ponteira subiu para um bloqueio e, na queda, teve a certeza de que estaria fora do Mundial do Japão. Dez dias depois, foi submetida a uma cirurgia para reconstruir o ligamento do joelho direito e temeu que nunca mais fosse pisar numa quadra. O local estava muito inchado, cheio de pontos e ela ficou desconfiada. A expectativa dos médicos era de que seriam necessários seis meses para a recuperação. O prazo foi encurtado em um e ela comemora o fato de estar relacionada entre as 12 jogadoras do Rio de Janeiro para a partida desta quinta-feira, às 19h45m, contra o Minas.(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
A ansiedade deu lugar à tensão. E só foi deixada momentaneamente de lado quando teve de encarar os jornalistas.
- Gente, pode ser de pé? Não quero ficar sentada nesta mesa, não. Parece a despedida do Ronaldo. Só que ele estava parando, e eu estou voltando! - brincou - Assim como ele, eu tive que aprender a conviver com a dor. Todo atleta é assim, é o que exige o esporte de alto rendimento. Para mim foi muito difícil durante este período deitar a cabeça no travesseiro e deixá-la descansar. Eu tentava dormir e ficava imaginando quando eu ia voltar. Foi muito sacrificante e agora estou com muita fome de bola e espero ter esse esforço recompensado.
Mari lembra que durante o período de tratamento treinou muito, se dedicou ao trabalho físico mais do que qualquer outra e não reclamou um momento sequer. Admite que ainda não está 100%, mas já apta a contribuir com suas companheiras.
Ponteira treina no Maracanãzinho
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
- Ainda não estou zerada. Estou sem ritmo ainda, com algumas deficiências, defendendo um pouco o joelho com medo de me machucar de novo. Não vou abusar e sair saltando no triplo, mas já vou estar no bololô, como fala o "tio". Minha preocupação agora é em ouvir o "tio" falar "vem!" e eu sair do banco para jogar. Vou tentar me superar. Talvez a ansiedade atrapalhe um pouco, ainda mais com o Maracanãzinho que sempre enche - disse, referindo-se ao técnico Bernardinho.(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
O trabalho agora é para que esteja levando preocupação aos adversários nos playoffs da Superliga.
- É difícil dizer quando vou estar 100%. Com três meses de cirurgia eu achava que não ia mais jogar e, com cinco, já vou fazer isso. A cicatrização total pode durar dez meses, mas talvez caia para oito. Minha recuperação está muito rápida e surpreendendo os médicos. Na minha cabeça, daqui a dois meses é quando quero ser a Mari de sempre.
Além de retornar à quadra, a ponteira conta os minutos para voltar a dirigir. O carro escolhido já está na oficina, em Rolândia, no Paraná: um Fusca 96, que vai ser pintado de preto, terá estilo alemão e terá motor com 400 cavalos, "de Ferrari", como ela faz questão de ressaltar.
Mas Bernardinho não quer acelerar o processo. A expectativa do treinador é que daqui a três semanas Mari represente um ganho grande para a equipe.
- O mais importante agora é que ela está voltando a atividade normal e ganhando ritmo. Não estamos imaginando que ela volte a mil por hora. Esses dois próximos jogos serão muito importantes para que possa dar a sua contribuição. Tenho certeza de que se continuar assim, em três semanas ela possa ser o ganho que a gente espera. Vamos ganhar opções e possibilidades com Mari - afirmou Bernardinho, que diz estar acostumado a ser chamado de tio e chefe por suas pupilas, e de psicopata pelos rapazes.
FONTE
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2011/02/estou-com-fome-de-bola-diz-mari.html