Com bela atuação de Rodriguinho, Coelho faz 3 a 2, chega aos 16
pontos, mas fica atrás do xará de Natal nos critérios de desempate
A CRÔNICA
A camisa vermelha do América-MG voltou a dar sorte. Usada pela segunda
vez pelo Coelho nesta Série B, ela manteve os 100% de aproveitamento com
a vitória por 3 a 2 do time mineiro sobre o Bragantino, no
Independência, em Belo Horizonte. O uniforme comemorativo pelos 100 anos
do clube, completados em 2012, havia estreado no triunfo sobre o CRB
por 4 a 0.
Mesmo com a vitória, o América-MG permanece na segunda posição da Série
B, já que o xará de Natal bateu o ASA, por 2 a 0, nesta noite, e
ultrapassou o Coelho no terceiro critério de desempate, os gols
marcados, já que ambos empataram com 16 pontos e oito gols de saldo -
clique aqui para saber como foi a vitória do time potiguar.
O antigo líder, o Criciúma, tem 15 pontos, mas com uma partida a menos,
que será disputada em Santa Catarina, sábado, contra o Ipatinga
.
O jogo em Belo Horizonte foi muito movimentado, com quatro gols só no
primeiro tempo e um verdadeiro bombardeio do Bragantino em busca do
empate nos minutos finais. Rodriguinho abriu o placar para os donos da
casa, mas Léo Jaime deixou tudo igual. Boaideiro voltou a deixar o
Coelho na frente, mas Léo Jaime igualou novamente. Na etapa final, após
passe de Alessandro, Bruno Meneghel fez o tento da vitória. Com jogo até
os 51 minutos, Neneca se recuperou da falha e evitou o empate.
Boiadeiro comemora gol com Rodriguinho e Vinicius Simon (Foto: Paulo Fonseca / Agência Estado)
Na próxima rodada, o América-MG joga na terça-feira, às 21h (de
Brasília) contra o Barueri, na Arena Barueri. Já o Bragantino vai até o
Paraná, onde enfrenta o Atlético-PR no sábado, às 16h20m, no Gigante do
Itiberê.
Rodriguinho x Léo Jaime
O primeiro lance do jogo já mostrou como seriam os primeiros 45 minutos
no Independência. Com poucos segundos, Boiadeiro cruzou da direita,
Fábio Júnior chegou atrasado, e Bruno Meneghel perdeu grande chance na
segunda trave. Armado no esquema 3-5-2, o Bragantino já se via ameaçado
pelo Coelho, distribuído no tradicional 4-4-2, com dois volantes e dois
meias.
Nem os desfalques do capitão Gabriel e do lateral-esquerdo Bryan, ambos
suspensos, fizeram Givanildo Oliveira abrir mão do esquema que vem
rendendo frutos na temporada. Mas o problema estava no miolo de zaga, já
que ele optou pelo recém-chegado Vinícius Simon para a vaga de Gabriel.
Sem entrosamento, ele viria a dar espaços na etapa inicial.
Com bom toque de bola, sempre buscando os lados do campo, hora com
Boiadeiro na direita, hora com Pará na esquerda, o Coelho jogava em seu
campo de ataque. Mas apesar de buscar os flancos, o gol que abriu o
placar para os mandantes saiu num chute pelo centro, de fora da área.
Fábio Júnior recebeu bola, dominou e rolou para Rodriguinho. O meia,
ex-Bragantino, girou sobre o defensor e mandou forte de fora da área
para abrir o placar. Muita festa dos torcedores americanos que
compareceram ao estádio.
Sete minutos depois, aos 28, Leandro Ferreira sofreu falta na entrada
da área. Pará ajeitou e mandou a bola na junção entre trave e travessão,
quase o segundo do América-MG. Se a bola não entrou de um lado, entrou
de outro de maneira pouco esperada. Léo Jaime, o meia de maior
movimentação da equipe de Bragança Paulista, resolveu arriscar de fora
da área, aos 31. Num chute forte, porém despretensioso, ele acabou
marcando, já que Neneca deixou a bola passar entre as mãos antes de
morrer nas redes.
O raio caiu novamente no mesmo lugar, ou melhor, no mesmo goleiro, já
que Neneca, um dos ídolos e destaques do Coelho, também havia falhado na
rodada anterior na derrota por 2 a 0 para o Avaí. Mesmo com a segunda
falha seguida, a torcida gritou o nome do camisa 1.
Momentaneamente, o time da casa sentiu o gol, e até jogadores
experientes como Leandro Ferreira e Gilberto passaram a dar chutões. Mas
o alívio veio aos 38, quando Dudu iniciou jogada, encontrou
Rodriguinho, que se livrou do marcador e passou a Boiadeiro, livre no
bico da área. O lateral resolveu arriscar e acertou chute cruzado para
deixar o time na frente: 2 a 1. O goleiro Alê também teve parcela de
contribuição.
Mas a alegria americana durou pouco. Fábio Júnior perdeu bola ainda no
campo de ataque para o esperto Léo Jaime. Ele deixou no meio para
Fernando Gabriel, que abriu com Malaquias. O atacante cruzou e encontrou
Léo Jaime livre, entre Everton Luiz e Vinicius Simon, para fazer um
golaço de meia bicicleta e deixar tudo igual.
A reação do Bragantino poderia ter se transformado em virada ainda na
primeira etapa, mas Giancarlo bateu fraco, cara a cara com Neneca, e
permitiu a recuperação de Everton, que tirou quase em cima da linha.
Gol do Coelho e pressão até o fim do Bragantino
Após o intervalo, grande parte da torcida do América-MG aplaudiu o
goleiro Neneca no retorno dele ao gramado. E o espírito do torcedor
contagiou o time em campo, já que o Coelho voltou para pressionar. Logo
aos cinco minutos, Meneghel costurou a defesa, mas na hora do arremate
viu a defesa conseguir afastar quase sobre a linha.
Se na etapa inicial o desafogo dos paulistas era o meia Léo Jaime, na
etapa final ele já não tinha o mesmo fôlego para puxar o contragolpe. E
coincidentemente ou não, foi quando ele deu lugar a Moreno que o Coelho
começou uma verdadeira blitz. O zagueirão Everton Luiz resolveu arriscar
uma descida, conseguiu invadir a área e rolou para Fábio Júnior, que
vinha sendo vaiado pela bola perdida que resultou no gol de empate. O
atacante limpou a marcação e chutou para grande defesa de Alê. No
rebote, o próprio camisa 7 arrematou, mas a bola bateu na defesa e saiu
de forma caprichosa.
Essa foi a deixa para o técnico Givanildo atender ao pedido da torcida,
sacar o atacante e promover a entrada de Alessandro. E na primeira
jogada, o camisa 18 quase marcou em passe de Dudu. Mas na segunda
participação do atacante no jogo, ele fez boa tabela com Bruno Meneghel e
deixou o companheiro na cara do gol para fazer o 3 a 2. Muita festa de
um lado e reclamação de outro, já que havia um jogador do Bragantino
caído e os paulistas reivindicaram o fair play.
Em desvantagem, o time de Bragança passou a alugar o campo de ataque, e
o Coelho se encolheu com a vantagem, não conseguindo segurar a bola no
campo de ataque. Foram inúmeras tentativas de fora da área, já que
Neneca não havia demonstrado confiança na etapa inicial.
Após uma cobrança de escanteio, os visitantes só não empataram por um
milagre, aos 42.
Neneca tirou parcialmente de soco, a bola sobrou na
risca da pequena área, e três jogadores do Bragantino subiram juntos
para mandar para a rede. Numa recuperação incrível, o goleiro do Coelho
tirou em cima da linha. Muita pressão dos visitantes reclamando que a
bola havia entrado.
Como o jogo foi muito catimbado, o árbitro deu cinco minutos de
acréscimos, depois mais um, e neste tempo todo bolas foram alçadas na
área, sempre com Neneca saindo de soco, com coragem. Nas arquibancadas, a
apreensão era sentida no ar ate o apito final, até a festa pela sofrida
vitória do Coelho.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogo/brasileiro-serie-b-2012/19-06-2012/america-mg-bragantino.html