Barça conquista
cinco títulos de seis possíveis graças aos 134 gols de Messi, Suárez e
Neymar. Polonês entra para Guinness Book ao marcar cinco vezes em nove
minutos
Por GloboEsporte.com
Rio de Janeiro
O ano começou com o “sim” de
Cristiano Ronaldo na premiação da Bola de Ouro da Fifa. Dali em diante, o
Real Madrid assistiu a um 2015 de domínio do arquirrival
Barcelona.
Os catalães conquistaram cinco dos seis títulos possíveis (Campeonato
Espanhol, Copa do Rei, Liga dos Campeões, Supercopa da Europa e por fim o
Mundial de Clubes), deixando para trás apenas a Supercopa da Espanha.
Invariavelmente, a retrospectiva do que melhor aconteceu desde janeiro
passa pelo time de
Messi, Suárez e
Neymar – e também por seus pés, cabeças, peitos, barrigas...
O
trio MSN ganhou proporções de outro planeta em 2015. Os três somados
marcaram 134 gols (76% dos 176 do Barça), com ainda um jogo por fazer,
diante do Bétis, quarta-feira, no Camp Nou, pelo Espanhol. Mesmo
machucado por dois meses, Messi é o artilheiro, com 47 gols, seguido
pelos 46 de Suárez e 41 de Neymar. Os números são tão impressionantes
que apenas Paris Saint-Germain,
Bayern de Munique e Real Madrid balançaram mais as redes do que o tridente nos principais países europeus.
Messi, Neymar e Suárez com o troféu do Mundial
de Clubes: Barcelona conquistou cinco de seis
títulos possíveis (Foto: AP)
Os
prêmios individuais acompanham o rendimento coletivo. Messi foi eleito o
melhor jogador da temporada europeia em agosto, com a chancela da Uefa.
O argentino superou Cristiano Ronaldo e o companheiro Suárez com imensa
folga na visão dos jornalistas (recebeu 49 dos 54 votos). Ele também é o
favorito para recuperar a Bola de Ouro após dois anos seguidos de
vitória do português, mas esta decisão só sairá em 2016, no dia 11 de
janeiro.
Cristiano Ronaldo e Neymar também estão na briga
particular com Messi - o brasileiro depois de um ano excepcional,
consumando sua evolução nos gramados europeus. Artilheiro da Champions
junto aos dois melhores jogadores da última década, com dez gols, o
camisa 11 do Barça mostrou maturidade e poder de decisão na ausência do
argentino entre setembro e novembro. O N é, hoje, uma letra tão
fundamental quanto o M e o S no alfabeto de Luis Enrique. Isso não é
pouco.
Lewandowski no Guinness Book
O
polonês Robert Lewandowski também fez bonito em 2015. O atacante do
Bayern de Munique entrou para o Guinness Book (Livro dos Recordes) ao
marcar cinco vezes num intervalo de nove minutos na goleada sobre o
Wolfsburg, por 5 a 1, em setembro (
assista aos gols no canal oficial da Bundesliga no YouTube).
Foram
quatro feitos inéditos: hat-trick, quatro e cinco gols mais rápidos da
história do futebol em quatro, seis e nove minutos. Além disso, o atleta
também foi premiado com o status de primeiro jogador que saiu do banco
de reservas para marcar cinco gols em uma partida. Ele recebeu o
certificado no fim de novembro.
Além de Lewandowski, Cristiano
Ronaldo e Sergio Agüero também fizeram cinco gols (não em nove minutos,
claro). A vítima do português foi o Espanyol, pelo Campeonato Espanhol,
enquanto o argentino acabou com o Newcastle, pelo Inglês. O português
ainda quebrou um importante recorde ao superar Raúl González na
artilharia histórica do Real Madrid – soma agora 337 gols em 332 jogos.
Lewandowski posa com os quatro certificados do
Livro dos Recordes (Foto: Reprodução / Twitter)
DESPEDIDAS EMOCIONANTES
Ícones de clubes europeus deram adeus em 2015.
Xavi Hernández
deixou o Barcelona após 24 anos para desbravar o Catar, no Al Sadd; Steven
Gerrard se despediu
depois de 17 anos no Liverpool segurando o choro diante de um Anfield lotado; Iker Casillas, ícone do Real Madrid,
não conseguiu e desabou em lágrimas ao ler uma carta diante da imprensa; e
Drogba saiu carregado pelos companheiros de
Chelsea em seu último jogo.
-
Eu estive temendo por esse momento. Vou sentir muita falta. Eu amei
cada minuto e estou absolutamente devastado que não vá jogar novamente
diante desses torcedores – disse Gerrard, hoje no Los Angeles Galaxy, da
MLS.
Xavi Hernández viveu 24 anos de sua vida no
Barcelona antes de ir para o Catar
(Foto: Reprodução/Twitter)
CONTRATAÇÕES DE EFEITO
Uns
saíram, outros chegaram. De Bruyne e Di María, as duas maiores
contratações da janela (€ 74 milhões e € 63 milhões), têm rendido o
esperado no Manchester City e Paris Saint-Germain, respectivamente.
Dentre os brasileiros,
Douglas Costa
foi quem melhor se adaptou – não à toa já é considerado titular do
Bayern depois de distribuir assistências na Bundesliga. O meia chegou
por € 30 milhões do Shakhtar.
Outras transferências de destaque:
Firmino, do Hoffenheim para o Liverpool, Vidal, do Juventus para o
Bayern, e Arda Turan, do Atlético de Madrid para o Barcelona (estreará
apenas em janeiro por conta da punição imposta pela Fifa).
Douglas Costa chegou sem muito alarde e hoje
é um dos destaques do Bayern (Foto: AP)
TÍTULOS DE SELEÇÕES
O
ano ímpar consagrou duas seleções pela primeira vez em seus
continentes. O Chile levou a Copa América ao derrotar a Argentina nos
pênaltis, enquanto a Austrália venceu a Coreia do Sul na prorrogação
para faturar a Copa da Ásia. A Costa do Marfim se sagrou campeã da Copa
Africana de Nações, enquanto o México ganhou a Copa Ouro. No futebol
feminino, os Estados Unidos foram campeões do mundo em final tranquila
contra o Japão (5 a 2).
Alexis Sánchez ergue a taça da Copa América:
Chile derrotou a Argentina nos pênaltis (Foto: AP)
CIRANDA DOS TÉCNOCOS
Treinadores
importantes trocaram de casa em 2015. Carlo Ancelotti foi demitido do
Real Madrid e iniciou o seu ano sabático já com data para terminar – ele
assumirá o Bayern a partir de julho. Guardiola, então técnico dos
bávaros, optou por não renovar e deverá ir para o futebol inglês – o
Manchester City é o favorito na corrida pelo catalão. José Mourinho,
campeão inglês com o Chelsea, foi dispensado diante do péssimo início de
temporada. O mesmo caminho podem seguir o holandês Louis van Gaal,
ainda no cargo do Manchester United, e Rafa Benítez, que balança à
frente do Real.
José Mourinho foi demitido do Chelsea
meses depois de se sagrar campeão
inglês (Foto: Reuters)
ESCÂNDELO NA FRANÇA
O extracampo tomou conta das manchetes na França. O atacante Karim Benzema
é suspeito de chantagear o ex-companheiro de seleção Mathieu Valbuena
por conta da suposta existência de um vídeo íntimo do meia do Lyon. Ele
foi suspenso da seleção francesa até o caso ser encerrado pela Justiça.
Sua presença na Eurocopa, que será disputada na França, é improvável.
TERRORISMO AFETA O FUTEBOL
O
Stade de France, palco do amistoso entre França e Alemanha, foi um dos
alvos dos ataques terroristas em Paris na noite de 13 de novembro. Duas
explosões aconteceram nos arredores do estádio, ocasionando a morte de
três pessoas. As ameaças ainda cancelaram jogos entre Alemanha e Holanda
e Bélgica e Espanha nos dias seguintes. A partida entre Inglaterra e
França, marcada para Wembley, aconteceu em meio a muitas homenagens às
vítimas – os ingleses cantaram a Marselhesa, hino francês.
Stade de France viveu momentos de pânico após
o amistoso entre França e Alemanha
(Foto: Getty Images)
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