sábado, 27 de outubro de 2012

Com dores na coxa, Seedorf inicia tratamento: 'Que não seja grave'


Após deixar o jogo aos prantos no primeiro tempo, holandês lamenta: 'Estou jogando um ano e meio direto e, às vezes, o corpo quer descansar também'

Por Thales Soares Rio de Janeiro

A vitória contundente por 4 a 0 sobre o Atlético-GO teve um momento de drama para o Botafogo. Aos 34 minutos do primeiro tempo, depois de uma cobrança de escanteio, Seedorf ficou fora do campo alongando a perna direita, com dores na coxa, e foi atendido pelo médico Luis Fernando Medeiros. Imediatamente, decidiu-se pela sua substituição.

Seedorf caminhou lentamente por trás do gol defendido por Márcio em direção ao banco de reservas de Botafogo. Parou algumas vezes, chorou (veja no vídeo acima). Recusou o carrinho maca e teve seu nome gritado pelos torcedores ao passar diante do Setor Oeste. Sentou no banco e iniciou o tratamento com gelo no local.

- Essa reação neste momento é a sensação de não poder participar. É a preocupação direta que eu tenho, sabendo que esse é um momento muito importante para o time. Saber que eu não posso participar dá uma sensação de vazio - explicou o holandês, em entrevista ao Premiere FC.

seedorf Botafogo x Atlético-GO (Foto: Dhavid Normando/Futura Press/Agência Estado)Seedorf deixa o campo com dores na coxa direita (Foto: Dhavid Normando/Futura Press/Agência Estado)

Na volta para o segundo tempo, Seedorf sequer se juntou aos companheiros novamente no banco de reservas. Ele ficou no vestiário, fazendo tratamento. Um exame de imagem será feito no local, mas pode acontecer apenas segunda-feira, já que a clínica credenciada pelo Botafogo e de confiança do departamento médico só volta a funcionar daqui a dois dias.

- Agora a gente não sabe o que tem ainda. Em 48 horas, vamos poder fazer uma ressonância… Espero que não seja muito grave. Estou jogando desde agosto do ano passado, um ano e meio direto e, às vezes, o corpo quer descansar também - desabafou.
Botafogo 6 últimas rodadas (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

Em setembro, Seedorf havia perdido dois jogos por causa de uma contratura na coxa esquerda. Dos 25 jogos disputados pelo Botafogo desde a sua estreia, no dia 22 de julho, na derrota por 1 a 0 para o Grêmio, no Engenhão, ele só não participou de quatro.

O próximo jogo do Botafogo é contra o Palmeiras, dia 4 de novembro, em Araraquara, pelo Campeonato Brasileiro. Com a vitória sobre o Atlético-GO, o time chegou ao sexto77 

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2012/10/seedorf-sai-com-dor-na-coxa-e-e-inicia-tratamento-no-banco.html

Com gol e lesão de Seedorf, Bota goleia Dragão, a um passo da queda

Vitória de 4 a 0 no Engenhão tem contrastes para alvinegros: belo gol do holandês, que chora com lesão muscular


 A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM

Soa estranho colocar ressalvas em uma vitória sólida, por 4 a 0, sem grandes sustos, como esta do Botafogo sobre o Atlético-GO no Engenhão. Acontece que nem só de festejos alvinegros foi feito o jogo deste sábado. Seedorf abriu o resultado com um gol, mas trocou o sorriso por lágrimas ao sofrer uma lesão muscular pouco depois. A rodada ainda amenizou o impacto do triunfo botafoguense, já que São Paulo e Inter também ganharam. Ao Dragão, com mais uma derrota, resta esperar a explosão da bomba-relógio que virou a reta final do campeonato. O rebaixamento é questão de tempo.
Foi a terceira vitória seguida do Botafogo no Brasileirão – agora é o sexto colocado. O time carioca sobe na tabela, mas as perspectivas de vaga na Libertadores seguem pouco animadoras. Restam apenas cinco rodadas, e a distância para o São Paulo, atual último classificado, é de oito pontos.

seedorf Botafogo x Atlético-GO (Foto: Marcelo Santos/AGIF)Seedorf primeiro comemora e depois lamenta: gol e lesão no Engenhão (Foto: Marcelo Santos/AGIF)

O Atlético-GO já teria sido rebaixado nesta rodada se o Bahia tivesse vencido o Grêmio (o jogo terminou empatado por 1 a 1). Último colocado, com 23 pontos, 14 atrás do time baiano, o Dragão cairá se não vencer seu próximo jogo, aconteça o que acontecer nos resultados paralelos.

O adversário dos goianos será o Corinthians, domingo, no Serra Dourada. No mesmo dia, o Botafogo visita o Palmeiras.
O gol e as lágrimas de Seedorf
Quinze minutos separaram as duas pontas de um contraste para Clarence Seedorf no gramado do Engenhão neste sábado. A imagem do jogador chorando ao manquitolar para fora do campo, com lesão muscular na coxa direita, foi o extremo oposto da alegria que ele sentiu ao fazer o primeiro dos dois gols do Botafogo sobre o Atlético-GO no primeiro tempo. Foi um momento emblemático: um jogador de 36 anos, consagrado, rico, multicampeão, chorou por causa de uma lesão – de decepção, não de dor.

É que ele sabe quão importante é para o Botafogo, como ficou escancarado no primeiro gol alvinegro, aos 20 minutos. Seedorf parece sempre chegar na hora certa para concluir. Ele esperou o cruzamento de Lucas, o desvio de calcanhar de Lodeiro e o passe de Bruno Mendes para, com precisão matemática, encontrar a bola e fazer o gol. Festa, alegria, sorrisos: por 15 minutos. Pouco depois, viriam as lágrimas.
Enquanto isso, o Atlético-GO se consolava em algum milagre qualquer para seguir adiando um rebaixamento (quase) inevitável. Os visitantes tiveram mais posse de bola do que os mandantes no Engenhão nos 45 minutos iniciais: 54% contra 46%. Mas pouco adiantou. Ficou muito com o controle de um objeto com o qual não soube lidar.
O Botafogo, embora jamais tenha amassado o adversário, foi muito mais efetivo no ataque. Teve nove finalizações, contra quatro do Dragão – que só ameaçou de verdade em chute cruzado de Reniê, para fora. Justamente por isso, não chega a ser injustiça o time carioca ter alcançado seu segundo gol no último lance da etapa.

Foi um gol de ensaio, de precisão. Andrezinho cobrou falta pela esquerda na direção da área. O zagueiro Dória esperou o momento oportuno para arrancar e, de cabeça, ampliar a vantagem do Botafogo.
A arrancada e o xodó
Caso os jogadores do Atlético-GO sejam sujeitos otimistas, voltaram para o segundo tempo esperançosos de uma reviravolta. Mas durou pouco. Com três minutos, Gabriel deu o golpe final em um oponente cambaleante. Detalhe: cruzou quase o campo inteiro sem ser incomodado para fazer o terceiro gol.

Jefferson fez uma intervenção, ficou com a bola nas mãos e logo percebeu Gabriel à frente da área. Cedeu a jogada a ele. O volante olhou para a frente e disparou. E foi mais um pouco. E correu mais um tanto. Parecia estar sozinho em campo. Ninguém chegou perto dele. O chute cruzado ainda desviou em Diego Giaretta: 3 a 0.
Aí o jogo virou uma calmaria para o Botafogo. Andrezinho, de muito boa atuação, merecia um gol. Faltou pouco para conseguir. Primeiro, Giaretta cortou chute em diagonal dele. Depois, Márcio voou para espalmar cobrança de falta. Não deu, mas o placar não estava fechado.

Faltava o gol do xodó. Bruno Mendes, aos 34 minutos, aumentou sua recente coleção de gols. Fez o quinto nos últimos quatro jogos ao chutar de longe, rasteiro, no canto de Márcio.
Diego Giaretta ainda foi expulso, tornando um pouco mais melancólico o fim de jogo do agonizante Dragão goiano. Mas o Botafogo pouco fez depois disso. Os minutos finais foram quase uma encenação – com os dois times esperando o tempo passar e ouvindo a torcida alvinegra anunciar:

- Eu acredito! Eu acredito!



FONTE: