quarta-feira, 19 de junho de 2013

Curtinha: namorada de Balotelli registra imagens do jogo em Recife

Fanny Neguesha aproveita partida entre Itália e Japão, tira fotos com celular na Arena Pernambuco e exibe camisa 9 da Azzurra

Por GLOBOESPORTE.COM Recife

A modelo belga Fanny Neguesha, namorada de Balotelli, roubou a cena nas arquibancadas da Arena Pernambuco nesta quarta-feira, durante o duelo entre Itália e Japão, pela segunda rodada do Grupo A da Copa das Confederações[.
Vestida com a camisa 9 da Azzurra - a mesma do atacante do Milan -, a beldade usou o telefone celular para fazer fotos e registrar imagens do estádio do Recife. Fanny está acompanhando Balotelli na Copa das Confederações e também esteve no Maracanã, domingo, na vitória da Itália por 2 a 1 sobre o México.

Mais uma vez, a modelo deu sorte: Balotelli deixou sua marca, de pênalti, e ajudou a Azzurra a vencer os japoneses por 4 a 3. O resultado classificou Itália e Brasil para as semifinais de forma antecipada. No próximo sábado, os times de Luiz Felipe Scolari e Cesare Prandelli se enfrentam na Fonte Nova, em Salvador.

namorada Balotelli assistindo jogo Itália Japão (Foto: AP)Fanny Neguesha registra imagens da partida entre Itália e Japão na Arena Pernambuco (Foto: AP)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/curtinha-namorada-de-balotelli-registra-imagens-do-jogo-em-recife.html

Teste para 2014: com obras, Castelão falha nos bares e falta de informação

GLOBOESPORTE.COM passeou dentro e fora do estádio e viu carência em serviços básicos. Já serviços de internet e imprensa foram aprovados

Por Roberto Leite, Marcelo Baltar e Marcos Montenegro Fortaleza, CE


Header_TESTE-PARA-2014_CASTELAO (Foto: Infoesporte)
torcida brasil entrada castelão (Foto: Richard Souza)Torcida brasileira faz fila parte de fora do Castelãopara entrar no estádio (Foto: Richard Souza)

O Estádio Castelão foi o primeiro a ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014 e, consequentemente, para a Copa das Confederações deste ano. Ainda em dezembro de 2012, foi entregue com direito a visita da presidente Dilma Rousseff. No entanto, a praça esportiva ainda enfrenta problemas tanto na parte de dentro quanto do lado de fora. O seu entorno foi um dos principais problemas diagnosticados pelo GLOBOESPORTE.COM, em Fortaleza.

Do lado de dentro, o estádio apresenta arquibancadas confortáveis e arquitetura bonita. Serviços de internet dedicados à imprensa também estão dentro dos padrões de um grande evento esportivo. Já os serviços básicos, como alimentação e informações ao público não funcionaram bem.

Chegada e partida

Pelo que se viu antes da partida entre Brasil e México, nesta quarta-feira, a infraestrutura ao redor do estádio ainda deixaa desejar. Para se ter ideia, pela manhã, operários ainda tentavam retocar os meios-fio sem acabamento e aplicavam asfalto em partes das vias de acesso.
 

Para o torcedor, que veio andando por quase dois quilômetros, a falta de calçadas e a presença de areia e lama onde deveria estar a calçada do estádio atrapalhou o acesso. Na Avenida Paulino Rocha, buracos dificultavam ainda mais a chegada. Outras obras no entorno estavam cobertas com tapumes.

Antes de entrar no perímetro da Fifa, já próximo ao Castelão, os torcedores chegaram com certa facilidade até o meio-dia. Contudo, um protesto gerou confronto manifestantes e Polícia Militar, tornando a chegada mais difícil. Os manifestos eram contra possíveis gastos excessivos para a realização da Copa do Mundo e também por melhorias nos serviços de educação, transporte público, segurança e saúde.´

protesto castelão (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)Protesto próximo ao Castelão dificultou a ida dos torcedores ao estádio (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)

Duas das quatro vias de acesso foram completamente fechadas durante o início da tarde, após o protesto obstruir a passagem de carros e pedestres. Mas quando o horário do jogo se aproximou, os próprios manifestantes abriram espaço para torcedores com ingressos passarem.

Na saída, o estádio foi esvaziado rapidamente, seguindo os padrões da Fifa. Do lado de fora, torcedores seguiram para os ônibus que os levariam de volta aos bolsões de estacionamento do qual saíram antes do jogo.

"Fan walks"

O espaço destinado a chegada da torcida estava delimitado com grades em um dos lados das avenidas Alberto Craveiro e Paulino Rocha. Nos dois locais, nada de enfeites que fizessem alusão a Copa das Confederações ou tendas de patrocinadores do evento, como prometido pela Secreatia Extraordinária da Copa em Fortaleza. Apenas quiosques para venda de bebidas.

Muitos torcedores, inclusive, ignoraram a "fan walk" e andaram do lado de fora dela. Inclusive, muitos caminhavam por cima do canteiro central, que só recebe grama parcialmente, colocada um dia antes da partida.

Operários estádio Castelão (Foto: Marcelo Baltar)Operários ainda trabalhavam próximo ao início do jogo no Castelão (Foto: Marcelo Baltar)

Falta de informação

Já nos portões de entrada, alguns torcedores reclamaram de informações desencontradas. Seguranças do estádio informaram que os portões abririam às 13h. No entanto, só foram abertos, de fato, quase uma hora depois do informado.

Na parte de dentro, voluntários davam informações desencontradas a torcedores e jornalistas. E em alguns setores, sequer estavam lá para dar orientação. O GLOBOESPORTE.COM tentou conversar com o chefe do voluntariado, mas ele informou que apenas o Comitê Organizador Local (COL) poderia falar a respeito do assunto.

Polícia orienta torcedor castelão (Foto: Richard Souza)Policial ajuda a dar informações a torcedor em área próxima ao Castelão (Foto: Richard Souza)

Setor de imprensa

No Centro de Imprensa do Castelão, a internet funcionou com eficiência e boa velocidade. A tribuna de imprensa também repetiu a performance de internet e mostrou contar ainda com pontos de energia e televisões em cada bancada.
Bares e restaurantes

No intervalo da partida, já faltava água mineral, refrigerante e sanduíches em boa parte dos bares do Estádio Castelão. As pessoas chegavam a ficar mais de 30 minutos na fila para comprar um produto.

fila lanchonete castelão torcida brasil x mexico (Foto: Carlos Montenegro)Torcedores enfrentam longas filas em um dos bares do estádio (Foto: Carlos Montenegro)

Os atendentes dos bares onde acabaram comida e bebida não souberam informar quando haveria reposição ou se ainda isso seria feito ao longo da partida. Isso foi motivo de decepção para o contador Ítalo Belo, que viajou de Natal, no Rio Grande do Norte, até Fortaleza, para assistir Brasil x México.
- Vim para a fila aos 25 minutos do primeiro tempo e não fui atendido ainda - disse ele, já com a bola rolando na segunda etapa.

Banheiros sujos também foram problema

banheiro estádio Castelão  (Foto: Marcos Montenegro)Antes da partida começar, banheiros já estavam sujos no Castelão (Foto: Marcos Montenegro)

O fato não é novo no Castelão. Na rodada dupla, pela Copa do Nordeste deste ano, quando o estádio teve seu campo de jogo inaugurado, antes do fim do primeiro tempo da primeira partida, já não havia mais comida. A situação voltou a se repetir no show de Paul McCartney, em maio, e na final do Campeonato Cearense, entre Ceará e Guarany de Sobral.

O sistema de som também estava ruim. As escalações não puderam ser bem ouvidas. Muita gente deixou os carros em bolsões e teve de ir nos ônibus da organização para o estádio. No entanto, as filas estavam caóticas. Alguns torcedores decidiram pegar táxi. Mas por conta do perímetro de segurança da Fifa, tiveram de andar cerca de 3 Km até o estádio

Além disso, os banheiros estavam bem sujos antes do jogo começar. No chão, muita lama e papéis higiênicos no chão. As pias também estavam muito molhadas.

FONTE:

http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/teste-para-2014-com-obras-castelao-falha-nos-bares-e-falta-de-informacao.html

Em jogo emocionante com sete gols, Itália derrota o Japão e se classifica

Com gol de Giovinco aos 40 do 2º tempo, italianos superam torcida contra, seguram pressão japonesa e garantem vaga nas semifinais ao lado do Brasil

 A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM

A torcida na Arena Pernambuco adotou o Japão para apoiar no jogo contra a Itália. Gritou “Japão”, “Olé” e nome de Kagawa. Não foi o suficiente para empurrar a equipe asiática para a vitória, mas dificilmente algum pernambucano saiu decepcionado do estádio na noite desta quarta-feira. Na melhor partida da Copa das Confederações até o momento, Giovinco fez o gol da vitória italiana por 4 a 3 aos 40 minutos do segundo tempo, garantindo a classificação de sua equipe e da seleção brasileira para as semifinais da competição.

Honda e Kagawa abriram 2 a 0 para o Japão. De Rossi, no fim do primeiro tempo, Uchida (contra) e Balotelli, de pênalti, viraram para Itália no início da segunda etapa. Okazaki fez o terceiro do Japão, antes de Giovinco decidir a partida aos 40 do segundo tempo.

Sebastian Giovinco gol Itália Japão (Foto: Reuters)Giovinco empurra a bola para o gol aberto para garantir a vitória da Itália sobre o Japão (Foto: Reuters)

Empatados com seis pontos, Itália e Brasil decidem o primeiro lugar do Grupo A no sábado, às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Com saldo melhor (cinco contra dois), a seleção brasileira tem a vantagem do empate para tentar escapar da Espanha (provável líder do Grupo B) na semifinal. Também no sábado, às 16h, os eliminados Japão e México se despedem da competição no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

Japão domina, torcida grita "Olé", e Itália acorda no fim

torcida Itália e Japão jogo Recife (Foto: AFP)Torcida apoiou o Japão no confronto no Recife(Foto: AFP)

A torcida no Recife era para o Japão. No pouco tempo que tinha posse de bola, a Itália era vaiada, enquanto até carrinho japonês era aplaudido. E o apoio foi retribuído. Os asiáticos partiram para cima desde o início e deram trabalho a Buffon com uma cabeçada com Maeda livre na área, mas que chegou tranquila para o goleiro italiano.
A vontade japonesa foi recompensada aos 20 minutos. De Sciglio recuou mal para Buffon, o goleiro saiu de carrinho e acabou atingindo Okazaki, fazendo pênalti. Na cobrança, Honda bateu forte no canto para abrir o placar. Com a Itália totalmente envolvida, Cesare Prandelli fez uma substituição logo aos 30, colocando o atacante Giovinco no lugar do meio-campo Aquilani. Mas, dois minutos depois, o Japão ampliou quando Chiellini e Montolivo vacilaram na área, e Kagawa girou para chutar de voleio no canto.
Os gritos de “Olé” no toque de bola japonês pareceram acordar a Itália. No escanteio cobrado por Pirlo, De Rossi ganhou no alto e diminuiu aos 40 minutos. Os italianos passaram a pressionar e quase conseguiram o empate, quando Giaccherini acertou a trave adversária já nos acréscimos.
Shinji Kagawa chute jogo Itália Japão (Foto: Reuters)Shinji Kagawa acerta belo chute para marcar o segundo gol do Japão na partida (Foto: Reuters)
Emoção do início ao fim e Inacreditável F.C.

O Japão tentou voltar a comandar o jogo na volta do segundo tempo, mas bastaram sete minutos para a história da partida mudar. Primeiro, Yoshida deu bobeira, Giaccherini recuperou a bola e cruzou rasteiro para Balotelli. Uchida tentou cortar, mas acabou fazendo o gol contra aos 4. Um minuto depois, o árbitro marcou pênalti duvidoso quando a bola bateu no braço de Hasebe dentro da área. Balotelli cobrou bem e, aos 7, virou o duelo.

Sebastian Giovinco gol Itália Japão (Foto: Reuters)Giovinco, Marchisio e Balotelli comemoram o gol da vitória italiana (Foto: Reuters)


A torcida seguiu apoiando a seleção asiática, e a resposta veio aos 23 minutos. Endo cobrou falta para a área, Okazaki se adiantou à marcação e cabeceou para empatar o duelo mais uma vez. O gol deu gás para o Japão, que passou a criar grandes chances, inclusive uma digna de “Inacreditável Futebol Clube”. Okazaki chutou na trave e, no rebote, Kagawa acertou uma cabeçada no travessão, com o gol aberto.

O castigo pelos gols perdidos aconteceu aos 40. De Rossi deu belo passe para Marchisio, à direita da área japonesa, e o meia cruzou rasteiro para Giovinco, livre na área, apenas empurrar para o gol aberto e fazer 4 a 3. O Japão não se entregou. Dois minutos depois, Okazaki acertou a trave adversária mais uma vez, e Yoshida, impedido, mandou o rebote para a rede, mas o gol foi anulado. Quando o juiz apitou o fim do jogo, a torcida aplaudiu o espetáculo e, mais uma vez, gritou "Japão".

Yuto Nagatomo derrota Japão Itália (Foto: Getty Images)Nagatomo não esconde a decepção depois da derrota e da eliminação do Japão (Foto: Getty Images)
 

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Conexão Espanha-Curicica: Piqué faz a festa de jovens em projeto social

Zagueiro do Barça deixa hotel na manhã desta quarta, visita comunidade e joga bola de olhos vendados: 'Fiquei feliz com a experiência que vivi aqui'

Por Cintia Barlem, Gustavo Rotstein e Pedro Veríssimo Rio de Janeiro

Gerard Piqué deu um tempo no luxo do hotel e no conforto da concentração da Espanha, que está no Rio de Janeiro para o confronto com o Taiti pela Copa das Confederações, quinta-feira, no Maracanã. O zagueiro deixou a bela paisagem de praia e, na manhã desta quarta, foi até uma comunidade localizada no bairro de Curicica, Zona Oeste da cidade. Lá, o atleta da Fúria - embaixador das Nações Unidas para a infância – conheceu um projeto social que tem a fundação "Fifa For Hope" como um dos patrocinadores.

A atividade do projeto "Companheiros das Américas" tem como base a prática do futebol. Convidado pelos cerca de 20 adolescentes que o receberam, ele jogou bola até com os olhos vendados. Mas deixou o local com a certeza de que naquele local do Rio fora dos cartões postais, a prática do esporte é apenas um meio para que pessoas necessitadas tenham noções de amizade, respeito, cidadania e solidariedade.

Astro do Barcelona e marido da cantora Shakira, Piqué foi recebido pelos jovens com informalidade. Sempre sorrindo, o zagueiro logo sentiu-se à vontade e ouviu atentamente a instrutora explicar os objetivos do projeto – a melhor capacitação de pessoas para o mercado de trabalho. Em seguida, foi convidado a participar de uma amostra da prática esportiva. Numa quadra de futebol de salão, jogou de mãos dadas com uma aluna e depois experimentou a sensação de atuar no campo com os olhos cobertos, se movimentando apenas com as orientações de um companheiro. Ao fim, o zagueiro mostrou ter entendido o propósito.

- Foi interessante jogar com os olhos cobertos, porque você precisa muito da ajuda do companheiro. Isso é importante em qualquer trabalho em equipe, seja no futebol ou na vida - resumiu.

Mosaico - Pique Curicica (Foto: Cintiam Barlem, Pedro Veríssimo e Gustavo Rotstein)

Em seguida, Piqué fez perguntas aos alunos e respondeu a alguns questionamentos dos jovens, a maioria relativas aos objetivos do projeto social. O zagueiro lembrou a importância dos estudos para a formação de grandes profissionais em todas as áreas. Ao ser indagado se havia passado por problemas de relacionamento num grupo de futebol, Piqué disse:

- Tenho a sorte de estar no Barcelona, um grupo no qual a maioria é formado na base do clube. Então nos conhecemos desde criança e somos amigos. Mas sei que em outros clubes existem jogadores que querem ser mais importantes do que outros. Então muitas vezes há problemas. Todos devem saber qual é seu papel na equipe, cada um tem sua importância - destacou.

O GLOBOESPORTE.COM transmite Espanha x Taiti ao vivo, quinta, às 16h, no Maracanã

Sem tirar o sorriso do rosto, Piqué posou para fotos com os jovens, recebeu elogios das meninas até deixar o local já apressado por conta dos horários da seleção. Antes, mostrou ter ficado satisfeito por estar perto de uma realidade tão diferente da sua.

- Nós jogadores viajamos muito, mas raramente deixamos o hotel para conhecer outros lugares. É sempre bom saber como são outras formas de viver a vida, e fiquei muito feliz com a experiência que vivi aqui hoje - afirmou.

A Espanha entra em campo nesta quinta-feira para enfrentar o Taiti, no Maracanã, pela Copa das Confederações. Piqué deve ser poupado da partida, mas com sorrisos e o afeto recebido no Brasil, antes mesmo de jogar contra a frágil seleção da Oceania já fez a sua goleada de simpatia.

Com multidão contra 11, Brasil vence, tem show de Neymar e se classifica

Empolgada por show da torcida no Hino Nacional, Seleção garante 2 a 0 sobre México e garante vaga nas semifinais da Copa das Confederações

 A CRÔNICA

por Alexandre Lozetti

De Neymar para José. De José para Fred. De Fred para Antônio. De Antônio para Oscar. De Oscar para João... O Brasil apelou. Burlou as regras. Usou mais de 50 mil pessoas para vencer apenas 11 mexicanos, por 2 a 0. Uma vitória garantida antes de a bola rolar, quando o povo ignorou o protocolo que só toca 50 segundos do Hino Nacional, e, na garganta, de peito aberto e orgulhoso, entoou palavra por palavra até o “Pátria amada, Brasil”. Um golaço inesquecível. De quebra, classificação antecipada para a semifinal da Copa das Confederações.

A Seleção derrotou o México com gols de Neymar e Jô numa interação poucas vezes vista, principalmente na história recente. Uma manifestação. Por um ataque mais rápido, por uma defesa mais segura, por um time mais apaixonado. Uma manifestação de amor que encantou e fez brilhar os olhos dos jogadores.

O gol de Neymar, aos nove minutos, assim como o passeio do começo do jogo, foi embalado pela torcida. Ricos, pobres, turistas, cearenses, apaixonados ou os famosos “coxinhas”, termo bem atual. Não importa. Eles apoiaram, tabelaram, deram o gás necessário a uma equipe que ainda comete falhas. No fim, ainda festejaram com o gol de Jô, aos 48 do segundo tempo, em nova jogada genial do camisa 10 da Seleção, que, exultante após a partida, correu para abraçar a mãe, que estava presente na arquibancada.

Neymar comemoração gol Brasil México (Foto: EFE)Neymar vibra com a torcida: combinação perfeita no Castelão (Foto: EFE)

Felipão havia pedido para o torcedor cantar o hino com fervor e, assim, assustar o rival. Missão dada, missão cumprida. O sistema de som silenciou, abreviou o hino, e foi ignorado pelos brasileiros. Mas o técnico também tinha razão quando disse que a Seleção precisa melhorar.

Quando o clima baixou um pouco, o México, refeito do pavor inicial de enfrentar uma multidão, equilibrou o jogo. Não foi o suficiente para empatar, assim como os donos da casa não apresentaram futebol suficiente para derrotar seleções maiores.

A seleção brasileira voltará a campo no próximo sábado, em Salvador, contra a Itália, também já classificada. A Azzurra venceu o Japão por 4 a 3, na Arena Pernambuco, e empatou com o Brasil na liderança, somando seis pontos. Na Fonte Nova, os times de Felipão e Cesare Prandelli vão decidir o primeiro lugar e, provavelmente, quem fugirá da Espanha na semifinal (o líder enfrenta o segundo colocado do Grupo B). México e Japão, sem pontos, estão eliminados e jogam sábado em Belo Horizonte.

O pé de Neymar, o nariz de David e o grito da galera
O Brasil se garantiu em campo com um início arrasador. O acorde do coro do Castelão ainda ecoava, e os jogadores queriam mais e mais. Neymar pediu o canto da arquibancada. Marcelo também. E todos obedeceram. Houve até ensaio para o grito de gol quando Oscar marcou, mas o assistente já assinalara impedimento de Fred.

O camisa 10 da Seleção dissera pela manhã, em rede social, que entraria em campo inspirado pelos protestos que circularam todo o país nos últimos dias. Azar dos adversários. Não foi fácil conter o ímpeto de sua manifestação de habilidade, inteligência, senso de posicionamento...

Ele estava no lugar certo quando Rodríguez cortou cruzamento de Daniel Alves. A bola sobrou para seu pé esquerdo. Ué, mas o golaço contra o Japão não havia sido de direita? Sim. E desde quando esse detalhe é problema para o craque? Mais um golaço, de primeira, agora de canhota.

Hulk jogo Brasil México (Foto: Getty Images)Hulk tenta a bicicleta: atacante voltou a ser substituído por Lucas (Foto: Getty Images)

O atacante ainda recebeu belo lançamento de Fred, deu chapéu com o peito em Mier, mas, talvez para manter a sintonia com a galera, bateu por cima do gol, e a jogou no colo de um brasileiro feliz com a atuação. Daniel Alves tentou encobrir Corona, que espalmou. Hulk, depois de um cruzamento de bicicleta, um carrinho e muita raça, também levantou o público. Os companheiros de fora do campo.

Foram só dois sustos. Um quando Chicharito aproveitou vacilo de Marcelo e carimbou Thiago Silva, que se jogou na frente dele como se fosse milhares. Talvez fosse mesmo. Depois, quando David Luiz se chocou com o parceiro de zaga e o nariz sangrou tanto que ele precisou se trocar na beira do campo. Ficou de cueca e fez surgir algumas Davizetes. Fim de primeiro tempo e aplausos. Muitos aplausos.

David Luiz atendimento médico jogo Brasil México (Foto: AP)David Luiz fica de cueca ao ser atendido fora do gramado da Arena Castelão (Foto: AP)

Humildade e raça rumo à semifinal

O Brasil não voltou acomodado. Teve disposição e humildade para marcar o México. E precisava mesmo. David Luiz esticou a longa perna e salvou gol certo de Chicharito. Uma vitória do Brasil sobre o México, e do Chelsea sobre o Manchester United, clubes onde jogam.

Neymar, José, Fred, João... Estava faltando alguém. Um tal Lucas. Nem mesmo todo o apoio impediu os pedidos pela presença do carismático atacante, algo que se repete em todos os jogos no Brasil desde 2011. Uma manifestação geral.´

Os gritos ganharam força quando Hulk tabelou com Neymar e bateu para fora de maneira quase bisonha. Bancado por Felipão, ele precisa de um gol. Ainda não foi dessa vez. Antes, Thiago Silva havia marcado, mas estava impedido.

Hernanes substituiu Oscar e o meio  ficou mais consistente. Houve até espaço para arrancada impressionante de Paulinho. Empurrado pelos torcedores, ele foi deixando os mexicanos para trás até rolar para Neymar e ser atingido sem bola. Uma resposta dos rivais, irritados porque Giovani dos Santos estava caído, e o Brasil não jogou a bola para fora. Fair-play? O público cantou foi o nome de Paulinho. Em coro.

Daí em diante, vaias para o México, que manteve a tradição dos últimos anos e incomodou. Cruzou, correu, driblou, mas parou em Julio César, David Luiz, Thiago Silva, José, Antônio, João... E em Lucas, que entrou e foi ovacionado: “Olelê, olalá, o Lucas vem aí e o bicho vai pegar!”.

E pegou mesmo! Graças a Neymar, que fez uma jogada maravilhosa para Jô, aos 48 minutos do segundo tempo, assim como contra o Japão, marcar e aliviar o sufoco. Um desfecho merecido para jogadores e torcedores. Se a Seleção ainda não joga o bastante para ser favorita ao título, tem de se apoiar nessa união. O próximo desafio é a Itália. Desafio para a torcida de Salvador repetir a de Fortaleza.

torcida Brasil Castelão jogo (Foto: Getty Images)Torcedora faz a festa no Castelão: mais uma vitória brasileira (Foto: Getty Images)
 

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Após chuva, água sai por tomadas e monitores no aeroporto de Salvador

Aparelhos foram desligados para evitar a ocorrência de acidentes. Segundo Infraero, alagamento foi encerrado por volta das 12h desta quarta-feira


Por GLOBOESPORTE.COM com informações do G1 BA Salvador



Os campos dos centros de treinamentos utilizados pelas seleções durante a Copa das Confederações não foram as únicas estruturas castigadas pela forte chuva em Salvador nos últimos dias. Nesta quarta-feira, o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães apresentou sérios problemas provocados pelo clima chuvoso da capital baiana. Em meio ao desembarque e embarque de passageiros, a água da chuva saía por tomadas e monitores do terminal, o que provocou até mesmo o alagamento do saguão.

Através da assessoria de comunicação, a Infraero informou que o problema não provocou atrasos nos voos e que os equipamentos atingidos pelo alagamento foram desligados para evitar acidentes. De acordo com a Infraero, por volta das 12h não havia mais água empoçada no aeroporto.

O alagamento do terminal ocorre na véspera da chegada da Seleção a Salvador e também do primeiro jogo da Copa das Confederações na capital baiana. Uruguai e Nigéria se enfrentam na Arena Fonte Nova, às 19h, desta quinta-feira (20).


Aeroporto alagamento Salvador (Foto: Guilherme Garrido/Arquivo Pessoal)Água saiu por monitores do aeroporto de Salvador (Foto: Guilherme Garrido/Arquivo Pessoal)

Aeroporto alagamento Salvador (Foto: Guilherme Garrido/Arquivo Pessoal)Água da chuva jorrou pelas tomadas do aeroporto (Foto: Guilherme Garrido/Arquivo Pessoal)
 
Aeroporto alagamento Salvador (Foto: Guilherme Garrido/Arquivo Pessoal)Saguão do aeroporto de Salvador ficou alagado (Foto: Guilherme Garrido/Arquivo Pessoal)

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Repórter-musa mexicana não se espanta com cantadas: 'Acostumada'

Inés Sainz, que faz a cobertura da equipe comandada por Felipão, chama a atenção por beleza e naturalidade com que encara atração dos olhares

Por Richard Souza e Thiago Correia Fortaleza, CE



Loira, olhos verdes, pernas longas à mostra. A combinação bastaria para que Inés Sainz chamasse a atenção na maioria dos lugares. Mas, num ambiente dominado por homens, a repórter da TV Azteca atrai naturalmente mais olhares e suspiros. Escalada para cobrir as seleções de México e Brasil durante a Copa das Confederações, a jornalista de 34 anos não dá um passo sem ser notada. De salto alto, saia curta e maquiada, Inés, eleita em 2010 por uma revista como a quinta jornalista esportiva mais atraente do mundo, é forte concorrente a um novo título: musa da cobertura de Seleção.

- Estou há dez anos nesse meio. Sempre uma mulher gosta que a admirem.

 Mas isso é mais uma brincadeira entre os jornalistas. Como não sou uma jornalista típica, chamo a atenção.


Ines Sains jornalista méxicana (Foto: Thiago Correia)De saia curta e salto alto, Inés posa como umamodelo à beira do gramado (Foto: Thiago Correia)

A paixão por esportes começou na infância. Além de reportagens e apresentação de programas, Inés fez trabalhos como modelo, mas se recusou a posar nua quando convidada por uma famosa revista masculina dos Estados Unidos. Apesar de chamar a atenção pela beleza e o estilo de se vestir, diz que sempre quis se destacar como jornalista.

- Esporte é a minha paixão. Fui a primeira mulher no México a falar sobre esporte, não existiam as que faziam isso. Com sorte, as coisas seguiram muito bem. Participo de vários programas de televisão e estou muito feliz.

Inés trabalhou nas Copas de 2006, na Alemanha, em 2010, na África do Sul, e nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, Pequim, em 2008, e Londres, em 2012. Também participou de coberturas de jogos importantes da Liga dos Campeões. E sempre foi muito observada por onde passou.

- Tenho três irmãos, todos homens, estou muito acostumada com o ambiente masculino. Todos os jornalistas são respeitosos comigo, me divertem como essa coisa de musa, fazem entrevistas. Conheci muitos brasileiros ao redor do mundo, sempre os vejo cobrindo os esportes, tenho amigos jornalistas de muito tempo.

A repórter-musa visita o Brasil pela segunda vez e diz que tem aproveitado tudo que pode. Define as praias do Rio de Janeiro e Fortaleza como encantadoras. Como falta tempo para sair à noite, ela aproveita para fazer exercícios ao ar livre.

- Gosto muito do Brasil. Estive em São Paulo, Rio, Brasília e agora Fortaleza. Os lugares mais lindos são Rio e Fortaleza. Gostei muito, e se come muito bem também. Não conheci a noite do Rio porque tenho que trabalhar, mas conheci praias. Gosto muito de correr na praia. Também corri aqui em Fortaleza, fui à academia.

Ines Sainz repórter mexicana treino (Foto: Janir Júnior)Ines observa o treino à beira do campo e conversa com sua equipe na Arena Pernambuco (Foto: Janir Júnior)

A mexicana já entrevistou importantes jogadores brasileiros. Pelé, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Cafu, Kaká, Robinho e, agora, Neymar ficaram frente a frente com a loira.

- Desde que comecei minha carreira sempre estive atrás dos jogadores brasileiros, como quando o Ronaldo chegou ao Real Madrid como grande estrela. Roberto Carlos, Emerson, Cafu, Kaká. Agora com a geração mais nova, com Robinho, Neymar. Os mexicanos sempre querem bem os brasileiros. Dizemos sempre que levamos informações de México e Brasil. O México não chegará tão longe na Copa das Confederações, mas sempre apoiamos o Brasil. Os jogadores brasileiros sempre têm esse toque especial que encantam.

montagem Inés Sainz (Foto: Editoria de Arte)Inés registra encontro com Pelé, entrevista Neymar e posa em frente ao Maracanã (Foto: Editoria de Arte)

Com a experiência de quem já cobriu grandes eventos esportivos, Inés Sainz vê o Brasil preparado para sediar a Copa do Mundo do ano que vem, mas espera que alguns problemas sejam resolvidos até o Mundial.

- Gostei dos estádios, alguns ainda estão sendo concluídos. As cidades são divinas. Enfrentei alguns problemas com internet nos hotéis. Nos aeroportos, é difícil agendar voos. O país tem que seguir trabalhando.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2013/06/reporter-musa-mexicana-arranca-suspiros-em-treino-da-selecao.html

Paula entra no Hall da Fama e afirma: 'Seleção feminina sofre pelo descaso'

Ex-jogadora recorda grandes momentos da carreira, fala do trabalho como gestora e diz que equipe brasileira chegará às Olimpíadas 'de peito aberto'

Por Leonardo Filipo Rio de Janeiro

basquete magic paula fidel castro medalha pan-americano 1991 (Foto: Sérgio Berezovsky / Agência Estado)Paula recebe a medalha de Fidel Castro no Pan de 1991 (Foto: Sérgio Berezovsky / Agência Estado)

Nesta quarta-feira, quando entrar para o Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba), numa cerimônia em Genebra na Suíça, é possível que um filme passe pela cabeça de Paula Gonçalves, a Magic Paula. Nele virão imagens dos seus 12 anos de idade, quando deixou a casa dos pais, em Osvaldo Cruz, São Paulo, para jogar em outra cidade. Da insistência da mãe, dona Ida, falecida ano passado, para que não desistisse. Cenas do primeiro contrato profissional que lhe valeu, aos 18 anos, um carro. Do protagonismo do basquete brasileiro ao lado da Rainha Hortência. De Fidel Castro lhe negando a medalha de ouro, de brincadeira, após a vitória sobre Cuba no Pan de 1991. Do título mundial, três anos depois, e da medalha de prata em Atlanta 1996.

As "mãos que regiam o jogo como se o basquete fosse um balé" foram eternizadas em crônica de Armando Nogueira. A "graça de enfeitiçar uma bola" já havia rendido a Paula um lugar no hall da fama do basquete feminino, nos Estados Unidos, em 2006. Agora, o "dom com que fintava a própria gravidade" lhe coloca ao lado dos brasileiros Oscar, Hortência, Amauri Passos, Ubiratan, e do técnico Togo Renan Soares, o Kanela, no panteão de 31 jogadores da Fiba.

- É um reconhecimento muito bacana. É um prêmio que estou recebendo depois de 14 anos fora de quadra. Já tinha a Hortência lá. O basquete é um esporte coletivo, por isso me sinto representando toda uma geração - disse Paula, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.


Não vou discutir o governo (de Fidel Castro), mas o carisma dele é indiscutível."
Paula

O filme terminou nas quadras em 1999, aos 38 anos, mas continua fora delas, no trabalho como gestora esportiva. A experiência no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo, levou Paula para a Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento do Ministério dos Esportes, em 2004. Cargo que na época serviu para que a ex-jogadora tomasse desgosto pela política. Hoje diretora do Instituto Passe de Mágica, nome dado pelo publicitário Washington Olivetto, ela usa o basquete como ferramenta social há nove anos. O passe seguinte foi trabalhar com o esporte de alto rendimento, visando aos Jogos Olímpicos de 2016. Atletas de cinco esportes - remo, esgrima, levantamento de peso, taekwondo e boxe - recebem uma bolsa da Petrobras. Patrocínio que sofreu redução, ou nas palavras de Paula, um "afunilamento".

Sobre a atual situação do esporte que a consagrou, Paula mostra preocupação com a seleção feminina. Com duras palavras, ela critica o trabalho que vem sendo feito para as Olimpíadas, daqui a três anos, no Rio de Janeiro.

- A seleção feminina sofre pelo descaso e pela falta de planejamento. Não se pensa a longo prazo. Tem Olimpíadas agora, e vamos de peito aberto. Mas não é assim.

Magic Paula Hall da fama FIBA (Foto: Divulgação)Paula,  terceira da esquerda para a direita, já em Genebra para receber homenagem (Foto: Divulgação CBB)

Confira abaixo a entrevista com Magic Paula, feita por telefone, no último sábado.

GLOBOESPORTE.COM: Quando você percebeu que o basquete seria o seu meio de vida?

PAULA: Quando deixou de ser uma brincadeira e se tornou profissional. Saí de casa aos 12 anos, mas ainda brincava de basquete. O primeiro momento em que eu falei "opa, o negócio é sério" foi aos 18 anos, quando deixei Jundiaí para jogar em Piracicaba. Foi neste momento que o basquete feminino começou a contratar jogadoras profissionalmente. Na época, eu recebi um carro como pagamento de luvas.

basquete magic paula olimpíadas atlanta 1996 (Foto: Agência Getty Images)Paula, em Atlanta 1996: 150 jogos e 2.537 pontos em 22 anos de seleção (Foto: Getty Images)

Sair de casa aos 12 anos deve ter sido difícil para você. Por que precisou fazer isso?

Surgiu um convite para jogar fora. Na cidade onde nasci não tinha como me desenvolver. Na minha cabecinha eu não entendia bem por que tinha que sair de casa para “brincar”. Para mim o esporte era só uma brincadeira. Foi intuição da minha mãe. Nem na cabeça dos meus pais passou que o basquete seria a minha vida. De noite, quando batia a saudade, eu chorava. Falava em voltar, mas minha a mãe não deixava. Mas aí começaram as viagens, e aos 14 anos eu já treinava com a seleção brasileira. Teve uma renovação total no basquete feminino, e eu entrei. A Hortência também entrou, ela tinha 17 anos. Fui me adaptando.

Quais foram os momentos mágicos da sua carreira?

A Olimpíada tem todo um glamour. Mas o Mundial é mais difícil. São 16 times lutando por um título. Exige muito mais. A Olimpíada também exige, mas é um torneio mais curto. Mas o mais marcante foi o Pan. Todo mundo lembra do Fidel. A gente brinca que vai ficar velhinha e vai ficar contando isso todo ano de Pan. O título acabou ficando em segundo plano. A gente vinha de um bronze e de uma prata nos Pans anteriores, sempre dava Estados Unidos. 
Friamente você percebe que foi um gesto muito carinhoso dele. Era uma loucura na torcida quando ele chegava no ginásio. Não vou discutir o governo, mas o carisma dele é indiscutível.

Na minha cabecinha eu não entendia bem porque tinha que sair de casa para “brincar”."
Paula

Faltou o ouro olímpico?
A gente sempre deseja o ouro. Demorou quase 20 anos para voltarmos às Olimpíadas (o basquete feminino do Brasil ficou fora de 76 a 92). Ficamos em sétimo lugar em 92 e na seguinte fomos prata. Acho que foi merecida para nossa geração. Já foi o máximo.

A Magic Paula conheceu o Magic Johnson?

Sim. Foi num jogo em São Paulo, do time do Oscar contra um time do Magic Johnson (no ginásio do Ibirapuera, em 1997). Encontrei com ele no intervalo. Já haviam contado a minha história para ele, que foi bem simpático. Mas foi muito rápido. Para mim foi uma honra ser associada a esta marca. Me inspirei nele. As pessoas achavam que eu tinha me autointitulado Magic Paula. Mas foi o jornalista Juarez Araújo que criou o apelido. Nas Olimpíadas de 92, não tinha como encontrá-lo, o esquema de segurança era muito grande. Mas conseguimos ver um jogo dos Estados Unidos no ginásio.´

Quando você encerrou a carreira nas quadras já pensava em ser gestora?

Foi intuição. Estava me preparando para parar depois de 28 anos jogando, fazendo terapia. A vida sem casa e sem vida pessoal era muito desgastante. Mas aí, com 38 anos, voltei a estudar. Nunca quis ser treinadora. Ia continuar a ter a mesma vida de atleta. Sempre fui muito crítica com dirigentes esportivos. Tinha aquele papo de amador, que ficava 30 anos no poder porque gostava do esporte. Comecei a fazer cursos de administração. Assumi o Centro Olímpico de São Paulo e fiquei nove anos lá, me reciclando e fazendo outros cursos. Não dá pra dizer que, só porque me destaquei como atleta, que eu seria boa treinadora ou gestora.


basquete magic paula 1984 (Foto: Agência Getty Images)Em 1984, Paula encara a defesa americana  (Foto: Agência Getty Images)

Como surgiu o Instituto Passe de Mágica (IPM)?
O trabalho no Centro Olímpico era difícil. Eram mil atletas treinando, e apesar da reforma faltava recurso. Não havia uma valorização no meu trabalho. Já vinha trabalhando com um projeto social com basquete. Pedi ajuda para o Washington Olivetto pensar em um nome. No dia seguinte, ele me ligou e falou: “Instituto Passe de Mágica”. Começou em Piracicaba há nove anos, e hoje são 780 crianças em sete núcleos utilizando o basquete de forma lúdica. Quando surge um talento encaminhamos para os clubes, centros olímpicos ou para o projeto da Janeth. Em 2010 começamos a elaborar o projeto de esporte de alto rendimento, visando a 2016, com modalidades que não têm uma cultura e patrocínio no país, mas que têm em disputa um número grande de medalhas.

No início do investimento do IPM no esporte de alto rendimento surgiram comentários de que você estaria de olho na presidência do Comitê Olímpico Brasileiro.


Diziam que era um projeto político. Não tenho a mínima intenção de me candidatar ao COB. No começo houve uma resistência muito forte. Não investimos o dinheiro direto nas confederações, mas direto nos atletas. Temos um administrador dentro das confederações para fazer essa ligação. Isso foi uma condição da Petrobras, que quis reformular o apoio. Queremos ampliar as ações. Temos feito muita consultoria para empresas que querem saber como fazer para montar projetos. Vamos ter que aumentar a equipe. Atualmente são nove pessoas trabalhando na área de alto rendimento, e 21 na área social.
Quando você assume um trabalho como esse tem que dialogar com a comunidade. Porque senão, quando o trabalho não dá certo, não dá certo para você."
Paula, sobre o trabalho de Hortencia na CBB

Você não quis se envolver com o basquete profissional?Quando começou a gestão do Carlinhos (Carlos Nunes, presidente da CBB), o Brunoro (José Carlos, atual diretor-executivo do Palmeiras) estava à frente, e eles conversaram comigo. Me chamaram, mas não quis porque eu não tinha participado da construção do projeto. E já estava envolvida com a Petrobras. Mas já sentei com pessoas que me pediram palpite, como a equipe do Grego (Gerasime Bozikis, ex-presidente da CBB). Disse que tinha restrição ao trabalho que ele fez, mas escutei o que eles queriam. Mas também não teria tempo para assumir nada.

Qual o problema do basquete feminino brasileiro?
Estamos renovando tarde. A gente fica com uma geração até não dar mais. Esse é um problema crônico. Agora, é ter paciência. Para ter um trabalho bem feito tem que pensar em, no mínimo, oito anos. A hora é de jogar bastante fora do país. Vai perder muito. A seleção feminina sofre pelo descaso e pela falta de planejamento. Não se pensa a longo prazo. Tem as Olimpíadas agora, e vamos de peito aberto. Mas não é assim. Temos exemplos de que não deve ser assim, como no voleibol. Deve haver uma geração anterior para substituir a outra. Sofre também porque não tem muito material humano. Então tem que trabalhar muito mais.

Magic Paula empresária (Foto: Divulgação/Flickr Magic Paula)A gestora esportiva Paula: trabalho de alto rendimento e social no Instituto Passe de Mágica (Foto:Divulgação)

Você ficaria à vontade para avaliar o trabalho da Hortência?
Houve muita comparação lá atrás quando a gente jogava. E hoje tembém. Diziam, "ah, se a Paula estivesse lá.". É muito equivocado. Ela tentou fazer o melhor. Quando você assume um trabalho como esse, tem que dialogar com a comunidade. Quando o trabalho não dá certo, não dá certo para você. Talvez o erro maior foi esse, não ter algo constituído junto com o basquete.


Como você avalia a preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016?
Cada um está fazendo um pouco, do seu jeito. Não sei se isso é o ideal. Estamos correndo contra o tempo. Não ganhamos o direito de sediar os Jogos ontem. Acho que faltou ação, um modelo para seguir. Tem o projeto da Petrobras fazendo um pouquinho, outro fazendo (mais um pouquinho)...

Acredita que em 2016 o Brasil vai chegar entre os dez primeiros no quadro de medalhas, como o COB planeja?
Tem que ter metas. Se vai chegar ou não, é outra coisa.

A convivência com dirigentes durante a carreira serviu para o seu trabalho como gestora?Tudo na vida é aprendizado. A experiência que tive dentro da política mostrou que eu não sirvo para aquilo. Não consigo fazer política, ficar agradando a um ou outro. Fiquei seis meses na Secretaria de Alto Rendimento e não aguentei. No Centro Olímpico conseguimos desenvolver um trabalho legal. O aprendizado é diário. Mas falta orientação. Tem atleta que, quando tem patrocínio, vai dar entrevista e não cita o patrocinador. Existe uma falta de conhecimento do mundo que cerca o atleta.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2013/06/paula-entra-no-hall-da-fama-e-afirma-selecao-feminina-sofre-pelo-descaso.html

Insatisfação, demissões e corte de telefones: a crise financeira do Bota

Sem o Engenhão como fonte de renda, clube tenta minimizar gastos e ter mais fôlego. Chateados, atletas se revoltam com promessas não cumpridas

Por Fred Huber e Thales Soares Rio de Janeiro


reunião jogadores botafogo treino (Foto: Thales Soares)Reunião dos jogadores após o treino de terça-feira, em General Severiano (Foto: Thales Soares)

A crise financeira que o Botafogo vive é muito mais grave do que aparenta e levou o clube a tomar decisões extremas para manter-se de pé. Neste momento, todos os departamentos vivem uma reestruturação, que passará por demissões para que trabalhem com o mínimo de pessoal, mantendo da melhor forma a qualidade do serviço. Os funcionários ainda não receberam os vencimentos deste mês, e os jogadores chegam a dois meses de atraso nos salários na quinta-feira.

Os atletas estão muito chateados com a direção, principalmente por causa do não cumprimento de promessas, e fazem questão de demonstrar isso no dia a dia. A equipe, no entanto, tem conseguido manter o bom rendimento nos treinamentos.

Para se ter uma ideia da gravidade, as linhas telefônicas à disposição dos vice-presidentes foram canceladas e um novo plano foi feito para reduzir o custo. Cortes de funcionários ainda não aconteceram, mas são inevitáveis. O futebol, no entanto, segue blindado até último caso.

Por enquanto, a única baixa no departamento de futebol é o meia Fellype Gabriel, negociado com o Sharjah FC, dos Emirados Árabes. Jadson já estava vendido ao Udinese, da Itália, desde março e se apresentará ao novo clube em julho. Outras negociações são possíveis, mas apenas pelo valor da multa. O clube não tem a intenção de se desfazer de jogador algum, nem contratará reforços de peso.

Na Justiça, o Botafogo também briga para conseguir recursos. O dinheiro da negociação de Fellype Gabriel já está penhorado pela Fazenda Nacional, o que pegou o clube de surpresa, pois há quem garanta a existência de um acordo com o órgão que parcelou a dívida, que estaria sendo paga em dia, e de um limite de penhoras em 5% do valor total das receitas.


Até mesmo a programação de treinamentos foi alterada por causa da crise financeira. O CT João Havelange, em Pinheiral, estava reservado para o Botafogo até domingo, mas a diretoria fez o cancelamento por telefone na noite de segunda-feira, como forma de economizar o dinheiro do aluguel e evitar um atrito com os jogadores, já que muitos não queriam viajar por causa do atraso salarial.

Após o treinamento desta terça-feira, os jogadores se reuniram num canto do gramado. Na pauta, assuntos como a programação de treinamentos da equipe e a promessa de que o pagamento de uma parte do salário seja pago até o fim da semana. Houve até votação.

Depois da atividade da tarde, o clube divulgou a programação até o fim da semana. De quarta a sexta, haverá treinos em dois períodos em General Severiano. Sábado e domingo, não haverá atividade. Se o time fosse para Pinheiral, haveria folga apenas no domingo.

estádio Engenhão fechado (Foto: EFE)Engenhão deve ficar ao menos mais 18 meses fechado para reformas (Foto: EFE)

Estádio: o maior problema

A interdição do Engenhão continua sendo o maior entrave. O clube perdeu receita e encontra problemas para achar lugares onde possa treinar, já que o estádio está à disposição da Fifa até o fim da Copa das Confederações. O campo de General Severiano não está em boas condições, nem tem tamanho suficiente para trabalhos coletivos. Ainda não há alternativas no momento.

A diretoria também continua à procura de um estádio para jogar no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. O Maracanã ainda é o alvo principal, e novos contatos estão sendo feitos com os responsáveis pelo Consórcio Maracanã. O time volta a jogar no dia 3 de julho com o Figueirense, pela Copa do Brasil, como mandante, mas ainda sem local definido.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/06/insatisfacao-demissoes-e-corte-de-telefones-crise-financeira-do-bota.html

Com muito em comum, nigerianos esperam torcida a favor em Salvador

Super Águias sofreram com a torcida mineira pelo Taiti, mas veem cenário diferente contra o Uruguai, em cidade cheia de ligações com a África

Por Raphael Carneiro e Tamires Fukutani Salvador


John Obi Mikel treino Nigéria (Foto: EFE)Obi Mikel se surpreende com semelhança decultura entre Salvador e a África (Foto: EFE)

À exceção do jogo do Brasil contra o Japão, sábado passado, a única partida em que a torcida se posicionou tão claramente a favor de um time da Copa das Confederações foi em Minas Gerais. Na goleada por 6 a 1 da Nigéria sobre o Taiti, segunda-feira, os mineiros não fizeram cerimônia para apoiar o pequeno time amador da Polinésia Francesa. Preteridos em Belo Horizonte, os Super Águias têm a expectativa de que o cenário seja completamente diferente em Salvador.

Nigéria e Salvador têm muito em comum. Os costumes, a língua, a culinária e a religião dizem muito entre as duas populações. A capital baiana herdou muito disto dos iorubás, que era a etnia predominante da costa oeste africana na primeira metade do século XIX, quando a região foi alvo do tráfico de escravos para a Bahia.

Não é à toa que a cidade tem o maior número de afrodescendentes fora do continente africano. Com tanto em comum, o meia Obi Mikel espera que o passado ajude os baianos na hora de escolher entre Nigéria ou Uruguai.

– Sério (que é a cidade mais negra fora da África)? Espero que eles possam vir amanhã, nos apoiar no dia do jogo, que estejam lá por nós. Que nós possamos ter um bom jogo e vencer – afirmou o jogador.

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Pela primeira vez em Salvador, Mikel ouviu questionamentos sobre o Pelourinho e a cultura baiana. O meia disse que pretendia conhecer um pouco mais da cidade e reforçou o pedido para ter os baianos ao lado da seleção africana.

– Eu não sabia disso (da relação entre Salvador e Nigéria), mas se eles vierem nos apoiar quando jogarmos, será uma grande "força moral". Vai ajudar o time. Segunda foi um pouco esquisito para nós, porque não tivemos apoio. 
Precisamos dos torcedores, de pessoas nos apoiando, gritando nossos nomes, importando-se conosco – opinou

Por fim, o jogador da Chelsea ainda comentou a situação que a seleção viveu em Belo Horizonte.

– Havia uma atmosfera bem estranha no jogo de segunda, mas a gente não sabia, até pisar no gramado, que todos os torcedores estavam atrás do Taiti. Isso fez da partida algo um pouco engraçado, jogar sem nenhum torcedor a favor (risos). Todo o estádio estava um pouco louco, mas esperamos agora ter um pouco mais de apoio das pessoas – finalizou o atleta.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecoes/nigeria/noticia/2013/06/com-muito-em-comum-nigerianos-esperam-torcida-favor-em-salvador.html

Mais uma vez, Uruguai não fará reconhecimento na véspera do jogo

Assim como na primeira rodada, Celeste abre mão do direito para atletas descansarem. Só técnico e um jogador vão à Fonte Nova dar entrevista

Por Edgard Maciel de Sá Recife

Oscar Tabarez treino Uruguai (Foto: EFE)Óscar Tabárez prefere presevar atletas (Foto: EFE)

Repetindo a decisão tomada na primeira rodada da Copa das Confederações, quando preferiu não fazer o reconhecimento do gramado da Arena Pernambuco antes de enfrentar a Espanha, a seleção do Uruguai decidiu que também não treinará no campo da Arena Fonte Nova nesta quarta-feira, véspera da partida contra a Nigéria, pelo Grupo B.

A alegação da comissão técnica é a de que o deslocamento entre o hotel em que a delegação celeste está em Salvador e o estádio desgastaria ainda mais os atletas. Caso seguisse a programação inicial e treinasse entre 19h45m e 20h30m, o elenco só conseguiria voltar para a concentração por volta das 22h, horário considerado tarde pela comissão técnica.

Assim, optou-se por fazer apenas um trabalho - fechado para a imprensa - no Barradão pela manhã, seguido de uma coletiva de jogadores às 13h45m no hotel. À noite, apenas o técnico Óscar Tabárez e um jogador estarão no estádio do jogo, às 19h45m, para uma segunda sessão de entrevista.

Na primeira vez em que resolveu cancelar o reconhecimento do gramado - da Arena Pernambuco, na véspera da estreia contra a Espanha - Tabárez não escondeu que havia um mal-estar entre a seleção uruguaia e a Fifa, mas frisou que, como desta vez, a razão do cancelamento foi a necessidade de dar mais repouso aos jogadores.

- Tomamos uma decisão pensando na nossa conveniência. Nossa decisão não foi rebeldia. Nada disso. Apenas uma incompatibilidade de interesses com a organização da Copa das Confederações - resumiu, na ocasião, Tabárez.

Como perdeu na estreia para a Espanha, por 2 a 1, o Uruguai precisa da vitória nesta segunda rodada para seguir vivo na Copa das Confederações. A partida contra a Nigéria será realizada nesta quinta-feira, às 19h (de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador. O SporTV e o GLOBOESPORTE.COM transmitem a partida.
 

Allen força prorrogação com cesta milagrosa, e Heat sobrevive na final

Em jogo alucinante, repleto de reviravoltas, equipe de Miami supera noite inconstante de LeBron James e vai buscar título no jogo 7, dentro de casa

Por GLOBOESPORTE.COM Miami, EUA

Ray Allen recolhe com a mão direita, salta diante da marcação de Tony Parker e arremessa. A cinco segundos do fim, a bola desce pelo aro sem quase tocar a rede. Àquela altura, tudo parecia perdido. Mas, enquanto todos esperavam pelo brilho de um astro, coube ao veterano de 37 anos fazer todo um ginásio explodir de esperança. Apagado em quase toda a série final, o ala-armador forçou a prorrogação com um arremesso milagroso no estourar do tempo normal. No fim, o Miami Heat venceu o jogo 6 por 103 a 100, depois de um empate em 95 a 95, e igualou em 3 a 3 a briga pelo título da NBA contra o San Antonio Spurs.

Foi a única cesta de três de Ray Allen na partida. Em um momento em que quase todos dentro do ginásio sentiam os Spurs se aproximarem de seu quinto título, o veterano, que saiu de quadra com nove pontos, manteve o time da casa no jogo. Astro da franquia, LeBron James teve uma noite instável. Depois de passar todo o terceiro quarto sem acertar um arremesso sequer, subiu de produção no período final, mas desperdiçou dois chutes que quase selaram o fim para o Heat. Ainda assim deixou sua marca com um triplo-duplo (32 pontos, 11 assistências e dez rebotes).

Ray Allen NBA Miami Heat San Antonio jogo 6 (Foto: EFE)Ray Allen salta para empatar o jogo e deixar tudo igual (Foto: EFE)

Do outro lado, Tim Duncan se candidatou ao papel de herói em ótima noite. Com 30 pontos e 17 rebotes, liderou os Spurs durante todo o jogo. Tony Parker também cresceu no último quarto e guiou o time à reação provisória, que foi interrompida com a cesta de Allen no fim do quarto final. Kawhi Leonard foi outro a ter um bom desempenho, com 22 pontos e 11 rebotes. O brasileiro Tiago Splitter jogou apenas 8m13s, anontou cinco pontos e pegou um rebote.

A decisão do título ficou para a próxima quinta-feira. Novamente em Miami, as duas equipes voltam a se enfrentar às 22h, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em Tempo Real.

O jogo


Nas arquibancadas, um grande anel branco. Torcedores do Miami usavam a cor para incentivar a equipe em quadra desde o primeiro tapa na bola. Chris Bosh, dentro do garrafão, abriu o placar e deu ainda mais voz ao público. No lance seguinte, porém, Tim Duncan deu início a uma atuação magistral. O veterano acertou seus primeiros oito arremessos e manteve os Spurs vivos, apesar da intensidade ofensiva do Heat.

LeBron James comemoração NBA jogo final Miami Heat San Antonio jogo 6 (Foto: Getty Images)LeBron, sem a tradicional faixa, cresceu no fim e sai como cestinha do jogo (Foto: Getty Images)

LeBron parecia tímido em quadra, assim como Wade. Shane Battier, Chris Bosh e, principalmente, Mario Chalmers ditavam o ritmo dos donos da casa. Do outro lado, Duncan e Kawhi Leonard eram os melhores dos Spurs, que viam o argentino Manu Ginóbili ter uma noite bem inferior à do jogo 5. Splitter, que iniciou a partida no banco, foi para quadra a pouco mais de um minuto para o fim do quarto. O brasileiro, no entanto, não foi bem. Nervoso, errou algumas marcações e desperdiçou um lance livre perto do zerar do cronômetro.  O Heat, então, largou em vantagem: 27 a 25.

Battier deu início ao segundo com uma cesta de três. Green devolveu no ataque seguinte e acertou seu primeiro arremesso da noite fora do garrafão. O momento dos Spurs, porém, não era dos melhores. Wade aproveitou uma marcação ruim de Ginóbili para marcar mais dois pontos e levar o Miami à maior vantagem até então (36 a 30).

Neal, completamente desequilibrado, diminuiu a diferença em cesta de três. O lance deu força aos Spurs, que foram buscar. Duncan continuava imparável. A pouco mais de um minuto do fim, fez com que os visitantes empatassem e, na sequência, tomassem a dianteira novamente (46 a 44). Em bela infiltração, Boris Diaw ampliou, e Leonard, com um tapinha, fez a equipe de San Antonio ir para o intervalo com seis pontos de vantagem (50 a 44).

Wade, com dores no joelho esquerdo, deu lugar a Ray Allen na volta à quadra, mas logo retornou. Ginóbili, zerado até então, ampliou a diferença para os Spurs em cesta de três. Àquela altura, o Heat parecia implorar por um despertar de LeBron. O astro até tentou. Subiu um pouco de produção, e o Miami encostou. Mas foi por pouco tempo.

Os Spurs sobravam. Duncan seguia em uma noite espetacular. Leonard brilhava como coadjuvante, enquanto Diaw fazia marcação implacável sobre LeBron. Com uma defesa sólida e um bom aproveitamento no ataque, a equipe de San Antonio abriu 13 pontos de vantagem (71 a 58). Allen, de três, e Wade deram esperança à torcida da casa. Mas, depois de LeBron desperdiçar um ataque e cair pedindo falta, Tony Parker partiu para cima da marcação e devolveu a calma aos visitantes. No minuto final, Gregg Popovich ainda mandou Splitter e Ginóbili de volta para a quadra. A vantagem, na saída para o último intervalo, era de dez pontos: 75 a 65.

Ray Allen NBA Miami Heat San Antonio jogo 6 (Foto: Getty Images)Partida foi brigada do início ao fim (Foto: Getty Images)

Chalmers tentou dar vida ao Heat em arremesso de três. LeBron, que errara todos os arremessos no quarto anterior e só marcara em lances livres, também diminuiu. Mike Miller, em lance espetacular, perdeu o tênis em quadra e, mesmo assim, acertou de longe. A diferença, então, era de apenas quatro pontos (77 a 73). Com Duncan no banco, Splitter foi para a quadra e respondeu com uma bela cesta.

Ray Allen acerta arremesso histórico, e Heat chega à vitória

LeBron, enfim, acordou. Em uma cravada sensacional, o astro do Heat levantou toda a torcida do ginásio e deu gás à tentativa de reação da equipe. Na subida de Tim Duncan, o Rei de Miami, sem sua tradicional faixa na cabeça, deu toco espetacular e, no ataque, levou o time ao empate. Ray Allen marcou mais dois, e o time da casa chegou à virada. O ritmo seguiu alucinante. Tony Parker, poupado durante boa parte do tempo, fez os visitantes reassumirem a liderança em uma cesta de três e outra dentro do garrafão.

Foi quando o jogo virou histórico. LeBron teve a chance de devolver a esperança a Miami, mas errou dois arremessos seguidos. No segundo, Bosh pegou o rebote e passou para Ray Allen. Pressionado, à beira da zona do garrafão, o veterano teve calma suficiente para saltar e marcar de três, deixando tudo igual, a cinco segundos do fim. Tony Parker ainda tentou um último ataque, mas errou a mira, e a partida foi para a prorrogação: 95 a 95.
No retorno à quadra, o San Antonio tentou pressionar. Retomou a dianteira e chegou a ter a chance de abrir quatro pontos, mas Tony Parker desperdiçou um lance livre. O Heat, então, passou à frente. Os visitantes ainda se esforçaram, mas Chris Bosh se agigantou com dois tocos em sequência, em Tony Parker e Danny Green. Allen também impediu uma bandeja de Ginóbili que teria dado outro rumo à partida. A torcida, enfim, suspirou aliviada, e a equipe de Miami, enfim, comemorou: o publicidade

Touradas no Maracanã: Fúria volta ao estádio para vingar passado

Último jogo dos europeus no Rio de Janeiro foi em 1950, quando levaram 6 a 1 do Brasil na Copa do Mundo. Vai sobrar para o Taiti...

Por Alexandre Alliatti e Victor Canedo Rio de Janeiro


“Eu fui às touradas em Madri/ Para tim, bum, bum, bum/ Para tim, bum, bum, bum/ E quase não volto mais aqui/ Para ver Peri beijar Ceci”. As estrofes foram entoadas, simultaneamente, por mais de 150 mil vozes, enquanto lenços brancos balançavam no ar. Era 13 de julho de 1950. No gramado do Maracanã, o Brasil não deixava pedra sobre pedra na Espanha: 6 a 1. Nas arquibancadas, entre irônica e sádica, a torcida cantava o sucesso de Braguinha na época, “Touradas em Madri” – para humilhar de vez o adversário, como se fosse o toureiro dando a última estocada em uma vítima que já agonizava. Faz 63 anos. E só agora, tanto tempo depois, a Fúria volta ao palco de um de seus maiores pesadelos.

Brasil e Espanha jogo 1950 Copa do Mundo (Foto: Arquivo / Agência O Globo)Massacre: Espanha vai buscar seis vezes a bola nas redes do Maracanã (Foto: Arquivo / Agência O Globo)

O passado será exorcizado. O adversário desta quinta-feira, pela Copa das Confederações, é o Taiti, e a Espanha, se quiser, não deverá ter grande dificuldade para construir um placar até mais gordo do que aquele. Desta vez, será o toureiro. E um toureiro curioso pela oportunidade de jogar em um estádio tratado pelos jogadores com um adjetivo unânime: mítico.

Ninguém da atual geração espanhola, a melhor que o país já teve, conheceu o Maracanã. Os atletas parecem encantados com a chance que se avizinha.

- Vamos jogar em um estádio mítico. Desde pequenos, ouvimos histórias sobre o Maracanã. Qualquer um gostaria de jogar ali. É um estádio fantástico – resumiu o meia Juan Mata.

Para a história

O mundo vivia o pós-guerra. Ameaças de bomba atômica atormentavam a estabilidade que o planeta almejava depois de tanto sofrimento ao longo de quase uma década. No Brasil, finalmente voltava a ser disputada uma Copa do Mundo, após hiato de 12 anos – consequência justamente da II Guerra Mundial. O Maracanã era um encanto, um assombro. E a Espanha se mostrava como uma das seleções mais fortes.

jornal do Brasil 1950 Brasil vitória arquivo (Foto: Reprodução)"Jornal do Brasil" em 50 comemorava vitória sobre a Espanha e previa título que não veio  (Foto: Reprodução)

A primeira fase da Roja foi impecável. Serviu também para ela pegar intimidade com o Maracanã. Primeiro, venceu os Estados Unidos por 3 a 1 no Durival de Britto, em Curitiba. Depois, já no Rio, fez 2 a 0 no Chile e 1 a 0 na Inglaterra. O estádio parecia dar sorte à Espanha.

Só parecia. Veio o quadrangular final, e a Fúria sucumbiu. Largou empatando por 2 a 2 com o Uruguai, no Pacaembu. E voltou ao Maracanã para enfrentar o Brasil, que vinha de goleada por 7 a 1 sobre a Suécia.

Aparentemente, seria um jogo equilibrado. Na prática, foi um passeio. Com 30 minutos, já estava 3 a 0 – gols de Ademir Menezes, Jair e Chico. No segundo tempo, nasceram mais três – outro de Chico, outro de Ademir Menezes e um de Zizinho. A Espanha descontou com Silvestre, mas não poderia ser mais inútil aquele gol. A torcida, em êxtase, cantava “Touradas em Madrid”.

A pancada desnorteou a Fúria. No jogo seguinte, levou 3 a 1 da Suécia e morreu na competição. Já o Brasil rumou para o jogo que poderia torná-lo campeão do mundo pela primeira vez. E o resto é história: levou 2 a 1 do Uruguai e viveu o dia mais triste que o Maracanã, na época um recém-nascido, já experimentou.

A Espanha retornou apenas uma vez ao Brasil desde a goleada de 1950. Mas não foi no Rio de Janeiro. Em 1981, voltou a perder para a seleção verde-amarela, desta vez por 1 a 0, em Salvador.

Novos tempos

Pedro, Coletiva espanha (Foto: Agência AFP)Pedro e Mata (ao fundo) estão ansiosos para jogar no Maracanã (Foto: Agência AFP)

Pedro, uma das referências destes novos tempos na seleção da Espanha, foi questionado sobre a música “Touradas em Madrid” em uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro. Ele não conhece a história, tampouco a canção. Mas se mostrou entusiasmado: será um dos espanhóis responsáveis por regressar ao Maracanã depois de tantos anos.

- Não conheço a música. Mas, para nós, o Maracanã é um estádio muito importante, com momentos inesquecíveis, um campo grande e bonito.

A Espanha não quer que o jogo contra o Taiti seja uma nova despedida do Maracanã. Ela pretende estar no estádio novamente em 30 de junho. É o dia da final da Copa das Confederações.~

- Vamos tentar conseguir. Passo a passo, queremos estar lá na final – disse Pedro.
- Queremos jogar lá agora e também na final – completou Mata.

A Espanha já conhecerá o novo Maracanã nesta quarta-feira. Às 15h15m, os atletas conhecerão o gramado, no treino protocolar de vésperas de partidas.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/touradas-no-maracana-furia-volta-ao-estadio-para-vingar-passado.html