Dos 81 projetos
previstos para as áreas de mobilidade urbana, aeroportos e portos,
apenas 15 estão concluídos; Governo diz tudo estará pronto até junho:
'Vai funcionar'
Por Fabrício Marques*Brasília
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Em
janeiro de 2010, o governo federal reuniu representantes das 12
cidades-sedes da Copa do Mundo e assinou a chamada Matriz de
Responsabilidades do Mundial - um documento com os investimentos
prioritários para o evento. Inicialmente, foram listadas obras de
mobilidade urbana e estádios. Em julho do mesmo ano, foram incluídos os
projetos para reforma e construção de aeroportos e portos. Na época, o
investimento estimado para as áreas de infraestrutura - mobilidade
urbana, aeroportos e portos - era de R$ 17,7 bilhões e todos os projetos
deveriam ficar prontos até dezembro de 2013. A 100 dias da realização
da Copa, a realidade se mostra bem diferente do previsto no papel:
apenas 18% das obras de infraestrutura foram entregues e o investimento
caiu para R$ 14,7 bilhões - corte de R$ 3 bilhões.
Ao longo
dos últimos quatro anos, a Matriz passou por diversas alterações nos
projetos de infraestrutura. Em 2010, estavam previstas 50 obras de
mobilidade urbana, 25 em aeroportos e sete em portos. Desde então, 29
projetos foram excluídos e 28 foram incluídos. Outros 53 projetos
passaram por alguma mudança no valor ou na data de entrega. Hoje, são 45
obras na área de mobilidade - sendo 10 referentes a melhorias no
entorno dos estádios -, 30 nos aeroportos e seis nos portos.
Mais de 90% das obras de mobilidade urbana
para a Copa ainda estão em andamento, como
a construção do BRT (Bus Rapid Transit) da
avenida Pedro I, em Belo Horizonte (Foto:
Portal da Copa / Divulgação)
Do
total de 81 projetos de infraestrutura listados atualmente na Matriz,
apenas 15 estão concluídos: 11 nos aeroportos, três na área de
mobilidade e um porto. Destes, somente quatro foram entregues dentro do
prazo previsto. Outro dado alarmante indica que, apesar do corte de R$ 3
bilhões nos investimentos, a maioria dos projetos mantidos no documento
desde 2010 teve um aumento nos custos: 36 obras ficaram mais caras,
quatro mantiveram o mesmo valor e somente 13 ficaram mais baratas. Ou
seja, a diminuição no valor total ocorreu principalmente por conta da
exclusão de grandes projetos e não pelo barateamento das obras.
Além
das obras da Matriz, os governos locais de algumas cidades-sedes também
estão realizando obras independentes de infraestrutura visando o
Mundial. No entanto, grande parte destas intervenções também sofre com
atrasos e algumas obras entregues apresentam problemas, como é o caso de
11 projetos da cidade de Cuiabá que tiveram erros apontados em um
relatório do Conselho Regional de Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (Crea).
*A tabela apresenta apenas os investimentos
em infraestrutura listados na Matriz
Estádios também atrasam, e valor total da Matriz ainda deve subir
Além das obras de infraestrutura, a construção e reforma dos 12 estádios
da Copa também sofre com sucessivos atrasos e aumentos nos custos.
Apenas duas arenas foram entregues dentro do prazo estabelecido pela
Fifa - Mineirão e Castelão, entregues em dezembro de 2012, seis meses
antes da Copa das Confederações - e o valor geral subiu 48% em
comparação com o que foi previsto em 2010 (de R$ 5,38 bilhões para R$ 8
bilhões).
Até
o momento, oito dos 12 estádios foram entregues (66%). A Arena da
Amazônia será o nono, com inauguração marcada para o próximo domingo. No
entanto, Arena Pantanal, Arena Corinthians e Arena da Baixada só devem
ser concluídas entre abril e maio, a poucos dias do início do Mundial.
Além
das obras de infraestrutura e dos estádios, a Matriz de
Responsabilidades da Copa
também prevê os investimentos em segurança (R$ 1,87 bilhão),
telecomunicações (R$ 404
milhões), turismo (R$ 180 milhões) e instalações complementares (R$ 208
milhões). O valor da somatória de todas as áreas até o momento é de R$
25,5 bilhões - sendo que apenas R$ 3,7 bilhões são de recursos
exclusivamente privados (14,5%).
Custo total que deve subir
nos próximos meses: alguns gastos ainda não foram computados, como no
caso das instalações temporárias, que somam por enquanto apenas valores
referentes à Copa das Confederações.
Atrasada, Arena da Baixada correu o risco de
ficar fora da Copa (Foto: Atlético-PR /
Alexandre Carnieri / Studio Gaea)
Para especialista, problema está na gestão
Os
atrasos e o aumento de custos da
maioria dos projetos de infraestrutura
para a Copa refletem um grave problema de gestão, segundo o professor
de administração pública da Universidade de Brasília, José Matias
Pereira.
Nós temos no Brasil um problema sério de gestão pública
José Matias, professor da UnB
- A questão do planejamento deficitário fica muito clara na elaboração
dos projetos dessas obras. Fica clara a incapacidade dos governos de
promoverem uma boa gestão.
De acordo com o especialista, o
problema está no próprio sistema de administração pública, que contém
falhas que dificultam o a realização de projetos complexos como os
investimentos para o Mundial. Ainda segundo o professor, este panorama
abre brechas para situações como o desperdício de dinheiro público e a
corrupção.
- Nós temos no Brasil um problema sério de gestão
pública, com mecanismos que levam os diferentes níveis de governo a
ficarem transferindo as pendências de um para o outro. Por culpa dos
próprios governantes, a administração pública hoje não tem condições
adequadas para fazer a gestão de obras dessa dimensão. Este contexto
abre duas janelas perigosas: uma que pode levar ao desperdício de
dinheiro público e outra que pode levar à corrupção. Começamos então a
entrar em um terreno pantanoso que leva a essa situação de descrédito da
administração pública diante da população - avaliou José Matias
Pereira.
Governo admite dificuldades, mas garante que obras ficarão prontas
Secretário-executivo
do Ministério do Esporte e coordenador do grupo de trabalho que
administra a Matriz de Responsabilidades, Luís Fernandes, admite as
dificuldades de gestão enfrentadas pelo governo federal nos projetos da
Copa, principalmente na área de infraestrutura, que conta com
investimentos federais, estaduais, municipais e privados. Segundo o
secretário, são obras complexas, que apresentam diferentes problemas de
planejamento e execução que afetam não apenas os projetos para o
Mundial.
Secretário admitiu dificuldades na gestão das obras (Foto: Lucio Rila / Agência Estado)
- É uma lista grande de obras com uma governança complexa. Envolve
projetos do governo federal, dos governos estaduais e dos governos
municipais. No caso da mobilidade urbana, predominantemente ações de
Estados e Municípios. Então, durante a execução começam a haver
problemas em algumas obras e identifica-se a necessidade de que outras
sejam incorporadas...
Não é um problema da Copa, é um problema do Estado
brasileiro como um todo. Não vou responsabilizar um ou outro nível da
Federação, mas o Estado tem que aprender a ser mais ágio - afirmou Luís
Fernandes.
Com relação ao aumento de custos na maioria das
obras, o secretário defende que as mudanças ocorreram principalmente
porque em 2010, quando a Matriz foi assinada, os projetos ainda eram
muito simples e não contavam com estimativas detalhadas de preços e
materiais.
- A primeira montagem da Matriz foi feita a partir de
uma projeção de valores ainda sem muita precisão dos elementos de cada
obra. Essa projeção é sempre muito variável. É um aprendizado que
estamos aplicando para a os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Vamos divulgar o valor concreto das obras apenas quando forem lançadas
as licitações, porque assim a previsão dos investimentos já será muito
mais precisa.
Apesar dos problemas, Luís Fernandes se disse
confiante de que as obras serão entregues a tempo da Copa. Segundo o
secretário, os atrasos não provocarão nenhum risco para a organização do
Mundial.
As obras ficarão prontas. Tudo que é essencial vai funcionar"
Luís Fernandes, secretário do ME
- O ideal seria ter entregue tudo nos prazos, mas isso não quer dizer
que a qualidade vai ser afetada. Apenas teremos um esforço administrativo maior. Vamos fazer uma grande Copa do Mundo,
assim como fizemos uma grande Copa das Confederações. As obras ficarão
prontas. Tudo que é essencial vai funcionar. Vamos entrar agora em um
período de entregas. De março até maio acredito que a maioria estará
concluída.
O secretário também fez questão de destacar que a maior parte das
obras de infraestrutura prevista na Matriz estão mais relacionadas com
benefícios para a população das cidades-sedes que propriamente com a
realização do Mundial.
- Fundamentais mesmo para a realização
da Copa do Mundo são os estádios e as obras complementares de operação
destes estádios, tanto é que estes são os itens que contam com
especificações detalhadas da Fifa. Apesar disso, a visão do governo
sempre foi de que a Copa é mais que um evento. É uma oportunidade para
antecipar e acelerar investimentos em infraestrutura. A Matriz então
traz um plano de obras que o país já precisava há muito tempo e que
levaria um longo período para serem realizadas se não tivéssemos a Copa.
O Mundial ofereceu a oportunidade de antecipar investimentos.
Ainda
segundo Luís Fernandes, todas as obras que foram excluídas da Matriz
acabaram incorporadas no Pac da Mobilidade e devem ser concluídas depois
da Copa do Mundo, mantendo assim o legado para as cidades.
Veja um panorama das obras de infraestrutura da Matriz para cada cidade-sede:
Obras em Confins só serão totalmente concluídas depois da Copa (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
A
capital mineira conta atualmente na Matriz com investimentos totais de
R$ 1,8 bilhão em obras de mobilidade urbana e reformas no aeroporto de
Confins.
Na área de mobilidade, são sete projetos, sendo que
apenas um está concluído até o momento. Os demais devem ser entregues
até maio. O investimento estimado para o setor é de R$ 1,4 bilhão, cerca
de R$ 100 milhões menor que a estimativa da Matriz assinada em 2010.
No
aeroporto, são três projetos, com custo de R$ 430 milhões. De acordo
com a Infraero, Confins estará pronto para atender à demanda no período
da Copa com a entrega da reforma dos terminais 1 e 2 e a conclusão do
terminal 3, prevista para este mês de março. Porém, a reforma completa
do aeroporto só deve ser finalizada em setembro deste ano, depois do
Mundial.
*a reforma do aeroporto só deve ser totalmente
concluída em setembro de 2014
Ampliação DF-047 deve ser concluída em maio (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Estão
previstos na Matriz investimentos de R$ 695 milhões em mobilidade
urbana e reformas no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.
Inicialmente,
a capital federal ganharia um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para a
Copa. No entanto, a obra foi paralisada pela Justiça por irregularidades
na licitação e acabou sendo retirada da Matriz. Um outro projeto -
ampliação da pista de acesso ao aeroporto - foi incluído e tem previsão
de conclusão para maio.
Apesar de não estar na Matriz, o governo
local promete entregar também até maio outra obra de mobilidade urbana:
o BRT (Bus Rapid Transit) que ligará as cidades do Gama e de Santa
Maria ao centro de Brasília. O projeto faz parte do Pac da Mobilidade e
tem custo de R$ 600 milhões.
Especificamente no aeroporto, duas
obras foram realizadas pela Infraero e concluídas em novembro de 2012:
reforma do terminal de passageiros e construção de um módulo
operacional. O espaço então passou por uma licitação de concessão e um
consórcio privado assumiu as demais obras previstas, como a construção
de dois novos terminais que devem ser entregues até maio.
*O aeroporto de Brasília foi cedido para um
consórcio privado, que ficou responsável pela
conclusão da reforma
Trincheira Santa Rosa, parte do VLT, ainda está em obras (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Na capital do Mato Grosso, estão previstos na Matriz investimentos de R$ 1,8 bilhão em mobilidade urbana e no aeroporto.
Na
área de mobilidade, são três projetos, com custos estimados em R$ 1,718
milhões. O corredor da avenida Mário Andreazza e as obras de
acessibilidade no entorno da Arena Pantanal devem ser entregues até este
mês de março. No entanto, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), previsto
para ficar pronto em junho, corre o risco de não ser concluído a tempo
do primeiro jogo da Copa na cidade, no dia 13 de junho.
Além das
obras da Matriz, os governos estadual e municipal ainda prometem outras
53 obras de mobilidade na cidade, sendo que 16 estão prontas, como os
viadutos do Despraiado, da Sefaz e da UFMT. Porém, algumas obras que já
foram entregues apresentaram problemas de estrutura denunciados pelo
Crea, como a a trincheira do Santa Rosa, que teve fissuras identificadas
nas paredes laterais.
Já no aeroporto, são duas obras
previstas na Matriz. Uma delas, a construção de um novo módulo
operacional, foi concluída ainda em 2011. Porém, a reforma e ampliação
do terminal de passageiros só deve ficar pronta em abril.
Conclusão da reforma do aeroporto Afonso Pena fica para 2016 (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
A
Matriz de Responsabilidades da Copa prevê investimentos de R$ 623
milhões na área de mobilidade urbana e no aeroporto de Curitiba.
Em
mobilidade, são 11 projetos, todos com previsão de entrega até maio.
Uma das obras previstas na Matriz de 2010 acabou excluída: a construção
do corredor metropolitano.
No Aeroporto Afonso Pena são três
obras, sendo que uma já está concluída: a reforma da pista para táxi das
aeronaves. A ampliação do terminal de passageiros e a ampliação do
pátio das aeronaves devem ser entregues até maio deste ano. No entanto, a
Infraero já informou que uma segunda etapa da reforma só deve ser
concluída em março de 2016.
*segundo a Infraero, aeroporto estará pronto
para atender demanda na Copa, mas reforma
só será concluída em 2016
Obras no porto de Mucuripe devem ficar prontas em maio (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
A
capital cearense conta com investimentos de R$ 948 milhões previstos na
Matriz para obras de mobilidade urbana, no aeroporto Pinto Martins e no
terminal marítimo de Mucuripe.
Na área de mobilidade, são seis
projetos com previsão de entrega até maio. Entre as obras estão listados
três BRTs (Dedé Brasil, Paulino Rocha e Aberto Craveiro) e de um VLT
(Parangaba / Mucuripe).
No aeroporto Pinto Martins, a reforma e
ampliação do terminal de passageiros e do pátio de aeronaves deve ser
entregue neste mês de março. Porém, a Infraero anunciou que a reforma
completa só será concluída em fevereiro de 2017. Na Copa do Mundo, o
aeroporto ganhará um terminal remoto temporário, com capacidade para 400
mil passageiros. Estruturas semelhantes já foram utilizadas em outros
eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e a
Eurocopa de 2004, em Portugal.
Fortaleza ainda receberá a reforma
do Porto de Mucuripe, com a implantação do terminal marítimo de
passageiros, construção de um cais, pavimentação e urbanização de via
interna de acesso e estacionamento e pátio. A previsão de conclusão é
para maio.
*Segundo a Infraero, aeroporto estará pronto
para atender demanda na Copa, mas reforma
só será concluída em 2017
Parte da reforma do aeroporto de Manaus está pronta (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Manaus
conta com previsão de investimentos de R$ 534 milhões na Matriz para
obras no aeroporto e no porto. Na área de mobilidade urbana, os dois
projetos previstos no documento de 2010 acabaram excluídos.
Apesar
de ter ficado sem obras de mobilidade na Matriz, o governo local
implantará um sistema de faixa exclusiva para ônibus na principal via de
acesso à Arena da Amazônia.
No aeroporto, parte da reforma do
terminal de passageiros e do estacionamento já foram entregues e uma
nova etapa deve ser concluída até abril. Segundo a Infraero, com estas
obras, o aeroporto estará pronto para atender à demanda na Copa, porém, a
reforma completa só deve ser finalizada em setembro.
Manaus ainda terá a reforma do terminal hidroviário, com previsão de conclusão em maio.
*Segundo a Infraero, aeroporto estará pronto
para atender demanda na Copa, mas reforma
só terminará em setembro
Reforma do porto de Natal deve ser entregue em maio (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Na
capital do Rio Grande do Norte, a previsão de investimentos pela Matriz
é de R$ 1,1 bilhão na área de mobilidade urbana, no aeroporto e no
porto.
Em mobilidade, a cidade conta com três projetos, todos com
previsão de entrega em maio. No mesmo mês também deve ser entregue a
construção do terminal marítimo do porto.
Natal ainda vai ganhar
um novo aeroporto no município de São Gonçalo do Amarante. A construção
da pista de pouso e decolagem e o pátio das aeronaves já foram
concluídos pela Infraero, que passou as obras de construção do aeroporto
para uma concessionária privada, que deve entregar o novo terminal até
abril.
*O aeroporto de São Gonçalo do Amarante foi
cedido para uma concessionária privada, que
concluirá a obra
Aeromóvel está entre as melhorias do Aeroporto Salgado Filho (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Porto
Alegre foi a cidade que sofreu a maior exclusão de projetos da Matriz
em comparação com a versão do documento assinada em 2010. Os dez
projetos de mobilidade urbana previstos foram deixados de fora, sendo
incluído apenas um: a pavimentação e urbanização do entorno e das vias
de acesso ao Beira-Rio, que deve ser entregue até abril. Ainda assim, o
governo local corre para entregar também antes da Copa o corredor
exclusivo das avenidas Beira-Rio e Padre Cacique, que foram incluídos na
lista de obras do Pac da Mobilidade.
No aeroporto Salgado Filho,
os investimentos estão orçados em R$ 87 milhões. Um módulo operacional
já está concluído e a primeira fase da ampliação do terminal de
passageiros e dos pátios e pistas das aeronaves deve ficar pronta até
maio, o que, segundo a Infraero, será suficiente para atender à demanda
durante a Copa. Um equipamento antineblina também deve ser instalado
antes do Mundial. Porém, a reforma completa do aeroporto só será
concluída em 2016.
*segundo a Infraero, aeroporto estará pronto
para atender demanda na Copa, mas reforma
só será concluída em 2016
Porto de Recife é uma das poucas obras já concluídas (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Em
Recife, estão previstos investimentos de R$ 918 milhões para obras de
mobilidade urbana e no porto de acordo com a Matriz de
Responsabilidades. A única obra prevista em 2010 para o aeroporto acabou
excluída do documento. Segundo a Infraero, o terminal já está preparado
para atender à demanda na Copa.
Em mobilidade, são sete projetos
previstos na Matriz, sendo que um deles está concluído: o viaduto da
BR-408, que da acesso à Arena Pernambuco. As outras obras devem ser
entregues neste mês de março. Além disso, o governo local já concluiu
outros sete projetos independentes de mobilidade voltados para a Copa.
A
reforma do porto também foi finalizada em outubro do ano passado. O
terminal marítimo ganhou reforma em um dos armazéns, a construção de um
anexo e a pavimentação para a construção de um estacionamento.
BRT Transcarioca deve ser entregue neste mês de março (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Para
o Rio de Janeiro, estão previstos na Matriz investimentos de R$ 2,2
bilhões em obras de mobilidade urbana e no aeroporto do Galeão. A
reforma do porto, prevista em 2010, acabou sendo excluída da Matriz e só
deve ser realizada para as Olimpíadas de 2016.
Em mobilidade, o
Rio conta com três projetos. O principal deles, a construção da
Transcarioca, tem previsão de conclusão para este mês de março. Ainda
serão feitas a reurbanização do entorno do Maracanã e a modernização da
estação multimodal do estádio.
No aeroporto, já foi entregue
parte da reforma do terminal de passageiros 1. A reforma do terminal 2
deve ser concluída até abril, assim como a recuperação e revitalização
dos sistemas de pistas e pátios das aeronaves. Segundo a Infraero, estas
obras serão suficientes para atender à demanda durante a Copa, mas a
reforma completa do aeroporto só será concluída em 2015.
*segundo a Infraero, aeroporto estará pronto
para atender demanda na Copa, mas reforma
só será concluída em 2015
Nova torre do aeroporto de Salvador será entregue em abril (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Na
capital baiana estão previstos investimentos de R$ 172 milhões pela
Matriz em obras de mobilidade urbana e reformas no aeroporto e no porto.
Na
área de mobilidade, são dois projetos. A construção de estruturas de
acessibilidade no entorno do estádio da Fonte Nova foi concluída. Já a
construção de rotas de pedestres na região, orçada em R$ 7 milhões, está
paralisada, apesar da previsão de término até maio. O projeto,
inclusive, apresenta diversos problemas identificados pela reportagem do GloboEsporte.com.
Principal
obra de mobilidade listada na Matriz de 2010, o BRT de acesso ao
aeroporto foi excluído do documento. Em contrapartida, o governo local
promete entregar até a Copa uma nova linha do metrô que facilitará o
acesso ao estádio da Fonte Nova.
O aeroporto já teve a reforma do
pátio de aeronaves concluída e ainda deve receber até abril uma nova
torre de controle e a reforma do terminal de passageiros. De acordo com a
Infraero, estas intervenções serão suficientes para atender à demanda
durante a Copa. A reforma completa do aeroporto só deve ser concluída em
julho, com o Mundial já em andamento.
O porto de Salvador também deve ganhar até maio um terminal marítimo de passageiros e a urbanização de toda a região.
*Segundo a Infraero, aeroporto estará pronto
para atender demanda na Copa, mas reforma
só será concluída em julho
Entorno da Arena Corinthians ganhará novos acessos (Foto: Portal da Copa / Divulgação)
Em
São Paulo, a Matriz prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões, sendo que a
80% destes recursos serão aplicados nos aeroportos de Guarulhos e
Viracopos.
Em mobilidade urbana, o projeto para São Paulo foi
bastante alterado em razão da mudança de estádio. Na versão da Matriz de
2010, o Morumbi era o estádio da cidade e a única obra prevista era a
construção da Linha Ouro do metrô, um monotrilho que ligaria o aeroporto
de Congonhas à arena. Com a exclusão do Morumbi e a construção da Arena
Corinthians, em Itaquera, o governo local se voltou para a região com o
que chamou de Polo Institucional de Itaquera. São intervenções viárias
que devem ser entregues até abril. Atualmente, as obras estão com 83% de
conclusão.
Já os aeroportos recebem alguns dos maiores
investimentos de toda a Matriz. Em Guarulhos, a Infraero já concluiu
três obras: revitalização de pistas e pátios, terraplanagem do terminal 3
e primeira fase de construção do terminal 4. O aeroporto foi então
cedido para uma concessionária privada, que deve concluir o restante da
reforma até maio. Em Viracopos, a Infraero também construiu um módulo
operacional e depois passou a administração para a iniciativa privada,
que deve terminar as obras também até maio.
São Paulo ainda
receber a reforma no porto de Santos. O alinhamento do cais de
Outeirinhos, construído há quase um século, prevê que até seis navios
possam estar atracados ao mesmo tempo, além de mais conforto e agilidade
no embarque. A ideia é que a cidade de Santos possa receber hotéis
flutuantes e dois transatlânticos com capacidade para até sete mil
pessoas.
*Os aeroportos de Guarulhos e Viracopos
foram cedidos para consórcios privados,
que concluirão as reformas
*Colaboraram
as equipes de reportagem do GloboEsporte.com nas cidades de Cuiabá,
Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/03/100-dias-da-copa-so-18-das-obras-de-infraestrutura-foram-entregues.html