Técnico da seleção feminina relembra derrota que tirou o Brasil da final na Itália e que ainda o faz dormir mal, e projeta um 2015 de muito trabalho, de olho no time americano
O único tropeço aconteceu na hora que não podia. Passados dois meses da derrota para os Estados Unidos, na semifinal do Mundial da Itália, o técnico José Roberto Guimarães ainda não conseguiu ter um sono tranquilo. Relembra aquele momento amargo, que tirou da seleção a chance de conquistar o título que falta para sua galeria, e acabou por confirmar o que vinha prevendo desde 2012: o time americano está credenciado para ficar com uma vaga na final dos Jogos Olímpicos Rio. Apesar do revés, o treinador considerou 2014 como um bom ano dentro de quadra. Fora dela, lamenta o momento turbulento pelo qual passa o vôlei, marcado pelas denúncias de irregularidades contra a antiga gestão da CBV, que implicaram na suspensão do patrocínio do Banco do Brasil.
José Roberto Guimarães durante o Grand Prix
(Foto: Divulgação/FIVB)
Evita opinar sobre a rixa entre a Confederação e a Federação Internacional (FIVB), tendo como consequência a renúncia às finais da Liga Mundial. O treinador acredita que o momento ruim irá passar e que a modalidade seguirá trabalhando para corresponder às expectativas de disputar as Olimpíadas em casa. Já a partir de janeiro, ele passará mais tempo fora do país, acompanhando competições na Turquia, Rússia, Itália e Japão. O intuito é se reciclar e acompanhar os adversários mais de perto. Quer observar também as brasileiras que atuam no exterior.
Está de olho em sua quarta medalha de ouro nos Jogos, que poderá ser a terceira consecutiva da equipe. Está ciente do tamanho da pressão que o grupo começará a sofrer com a proximidade do evento. E acredita que estão prontos para passar por ela.
- Acho que 2014 foi razoavelmente bom. Não foi como 2013, onde ganhamos as cinco competições. Mas a gente foi deca do Grand Prix e fomos terceiros no Mundial, perdendo um jogo. O mais importante foi a preparação, foi ter podido jogar contra as melhores seleções do mundo, dar continuidade à preparação para 2016, que é nosso grande alvo. Acho que vamos ter um 2015 bastante movimentado e espero que a gente consiga um número maior de jogadoras, até porque vamos ter duas frentes, com o Pan e o Grand Prix mais ou menos acontecendo na mesma data. Houve uma mudança no calendário, então, a gente precisa reestruturar o planejamento. Dá para fazer duas seleções. Vamos decidir o que é melhor, mas acho que a expectativa para a temporada é boa. O mais importante é que a cabeça está nas Olimpíadas.
Confira o restante da entrevista:
Mundial da Itália
Preparação para 2016
Zé Roberto orienta jogadoras durante a partida
contra os EUA no Mundial (Foto: FIVB)
De olho nas adversárias
Pressão pelo terceiro ouro olímpico
Denúncias e protestos dos jogadores
FIVB x CBV
FONTE:
http://glo.bo/1HefqU8