Manifestante é detido acusado de agredir oficial da Guarda. Grupo, que pede a paralisação das obras do campo de golfe olímpico, afirma que oficiais foram violentos
Um protesto contra as obras do campo de golfe olímpico acabou em confusão na manhã do último sábado, na Barra da Tijuca. Manifestantes e oficiais da Guarda Municipal do Rio de Janeiro entraram em atrito, e um ativista foi detido, acusado de agredir um guarda e resistir à prisão. Os manifestantes afirmam que os guardas agiram violentamente ao recolher o acampamento do grupo, que faz parte do “Ocupa Golfe”, movimento que pede a paralisação da obra do campo olímpico de golfe, que está sendo construído em área de proteção ambiental.
Confusão entre guardas municipais e
manifestantes do "Ocupa Golfe"
(Foto: Reprodução)
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Na madrugada da última quinta, a Guarda Municipal acabou com a ocupação em frente ao futuro campo de golfe olímpico que durava desde o dia 6 deste mês na Avenida das Américas, em protesto contra a obra. Cerca de 30 pessoas se revezavam em barracas e espalharam cartazes, retirados na última segunda-feira pela Guarda Municipal e pela Comlurb.
Os ativistas, porém, voltaram ao local, com guarda-sóis e cadeiras, que foram levados pela Guarda Municipal no sábado. O grupo afirma que a ação da Guarda foi violenta. A Guarda Municipal comentou o caso em nota.
Confira a nota da Guarda Municipal
A ação de ordenamento faz parte da rotina da Guarda Municipal, não havendo qualquer repressão às manifestações em si. A GM-Rio vem acompanhando a ação no local e orienta os manifestantes quanto às regras da legislação municipal. Neste sábado, um dos ativistas foi detido após agredir um guarda municipal e resistir à prisão. Ele foi encaminhado para a 16a. DP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado.
entenda a situação do campo de golfe olímpico
No fim de novembro, a Justiça negou o pedido do Ministério Público (MP)
para suspender a licença ambiental da obra do campo de golfe das
Olimpíadas, que poderia paralisar a atividade. O MP pretende recorrer da
decisão. Este mês, o vereador Renato Cinco (PSOL) abriu pedido para
instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal –
colheu até agora oito de 17 assinaturas necessárias.
Campo olímpico de golfe está sendo
construído em área de proteção
ambiental (Foto: André Durão)
Enquanto
o foco do Ministério Público é no aspecto ambiental – o campo de golfe
está sendo construído em uma Área de Proteção Ambiental (APA) que estava
parcialmente degradada e uma área de 58 mil m² do Parque de Marapendi
foi desapropriada -, a CPI e os manifestantes também levantam questões
econômicas. Entre elas está a isenção da cobrança de IPTU no terreno que
depois dos Jogos será um campo de golfe público. O grupo “Golfe Para
Quem?” também pediu que a prefeitura revelasse uma carta que diz ter
recebido da Federação Internacional de Golfe comprovando não ser
possível realizar a disputa olímpica nos dois campos existentes na
cidade, o Itanhangá e o Gávea Golf. A prefeitura alega que a construção
do campo de golfe foi autorizada em votação realizada no último dia útil
de trabalho em 2012 da Câmera dos Vereadores.
Na
última terça-feira, uma manifestação na porta do Theatro Municipal, na
entrada do Prêmio Olímpico Brasileiro, reuniu cerca de 30 pessoas
cobrando investimento em locais existentes, como a pista de atletismo
Célio de Barros e o parque aquático Julio De Lamare. Os manifestantes
conseguiram assinaturas de nomes como Torben Grael, Virna e Toni Garrido
para uma Comissão Popular de Inquérito sobre o campo de golfe. Chegaram
a ludibriar o governador Luiz Fernando Pezão, que ao perceber do que se
tratava, riscou a sua assinatura
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