Eurico fez um pronunciamento e não
abriu para perguntas (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)
Na
cerimônia de lançamento do Centro Avançado de Prevenção, Recuperação e
Rendimento Esportivo
(Caprres) em São Januário, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, falou
num "futuro radioso" do clube com a obra de mais de R$ 1 milhão para
prevenção e tratamento dos atletas vascaínos. Também comentou débitos do
passado - dizendo que pagou mais de R$ 80 milhões de "dívidas herdadas"
-, mas deixou o presente de lado. A cinco rodadas do fim do Brasileiro,
o Vasco vive situação dramática para escapar da zona de rebaixamento. A
coletiva de imprensa, porém, não foi aberta a perguntas dos
jornalistas. Na saída do evento, questionado sobre o momento do time -
na lanterna da competição, a cinco pontos do primeiro time fora do Z-4
-, ele não assegurou a permanência na Série A - como vinha fazendo desde
o início do Brasileiro, quando chegou a dizer que o Vasco iria disputar
o título Brasileiro e de todas as competições do ano.
- Só
digo uma coisa. Para mim, ainda não acabou. Continuo acreditando. Ponto.
O resto todo é firula - disse Eurico Miranda, seguido por integrantes
da diretoria vascaína, ao se retirar da Sala do Conselho de Beneméritos,
que era sala Chico Anysio na gestão Dinamite.
Em uma semana
marcada por polêmicas com o Fluminense, Eurico não deu entrevista. Após
perder o clássico do último domingo, viu o rival
debochar nas redes sociais com a imagem de um charuto apagado, a legenda "O charuto apagou. Ponto" e a hashtag #EuEscolhiApagar - em alusão à corrente vascaína #EuEscolhiAcreditar. Na terça-feira, o meia tricolor Vinícius lembrou que o time ainda
enfrenta Chapecoense, Avaí e Figueirense - três adversários diretos do
Cruz-Maltino na luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro - e
que
jogadores e torcedores ficarão felizes em caso de derrotas nessas partidas porque prejudicaria o rival.
Dia de orgulho para os vascaínos, obra dessa dimensão passa a ser
referência não só para os dias atuais, mas para o futuro do Vasco. Desde
que voltei assumi o compromisso de recuperar todo o complexo de São
Januário, tão abandonado nos últimos anos"
Eurico Miranda, presidente do Vasco
No
evento, Eurico se restringiu ao projeto que será financiado pela Ambev.
Coordenador científico do Vasco, Alex Evangelista, apresentou os
detalhes da construção. O prédio de dois andares terá 600 metros
quadrados e vai ficar no
estacionamento dos atletas, ao lado do portão de entrada dos jogadores.
As obras começam em até 15 dias e têm previsão de término em 120 dias,
aproximadamente quatro meses.
- Dia de orgulho para os vascaínos, obra dessa dimensão passa a ser
referência não só para os dias atuais, mas para o futuro do Vasco. Desde
que voltei assumi o compromisso de recuperar todo o complexo de São
Januário, tão abandonado nos últimos anos - disse o presidente.
Imagem do prédio do Caprres, prevista para
ser inaugurado no primeiro semestre de 2016
(Foto: Divulgação / Vasco)
O novo espaço do Caprres vai contar com equipamentos modernos como
câmera termográfica, que avalia o processo
inflamatório do jogador, esteira para corrida de alta velocidade com
gravidade zero, piscina especial com recursos de inteligência,
laboratório de odontologia desportiva, laboratório de baropodometria
(para fazer palmilha para o pé dos atletas) e biomecânica (análise da
marcha do jogador) e máquina de gelo ao lado da fisioterapia.
-
Queremos um centro de referência mundial, com o Vasco vanguardista
sempre foi. Temos conceito de lesão zero, desde o início do ano isso
está sendo aplicado, com a parceria vamos idealizar a obra física para
darmos segmento para o futuro. Nossa obra terá esse desenho, tem que ter
arquitetura pensada, temperatura, com teorias científicas, práticas que
envolvem todos os lugares que já vimos no mundo. Viajando pelo Japão,
com a seleção da Alemanha, com a NBA nos EUA, unimos teorias e
formatamos esse projeto - explicou Evangelista.
Prédio terá piscina especial com recursos de
inteligência para tratamento de jogadores
(Foto: Divulgação / Vasco)
Mesmo com o time em situação delicada, na lanterna do Campeonato
Brasileiro e com 96% de risco de rebaixamento segundo cálculos do
matemático Tristão Garcia, a crise no futebol não impediu o projeto, em
parceria com a Ambev e
avaliado em mais de R$ 1 milhão.
A empresa responsável por bebidas como o Guaraná Antártica e a cerveja
Brahma renovou seu contrato com o Vasco por mais dois anos. O primeiro
compromisso, iniciado em 2010 e com cinco anos de duração, rendeu frutos
como a reforma dos vestiários, a montagem da atual academia, a
instalação do placar eletrônico de São Januário e a sonorização do
estádio.
"MILAGRE VASCAÍNO"
No
início do evento, Eurico apresentou toda a diretoria que estava na mesa.
O vice-presidente de futebol, José Luis Moreira, o vice médico Egas
Manoel Fonseca, o primeiro e segundo vice-geral Fernando Horta e Silvio
Godoi, além do gerente de marketing da Ambev, Sandro Leite, compuseram a
mesa. Evangelista mostrou fotos e um pequeno vídeo do centro de
recuperação e disse que a obra vai deixar o clube como pioneiro na área
de tecnologia esportiva.
- Queremos um centro de referência
mundial, com o Vasco na vanguarda como sempre foi. Temos conceito de
lesão zero e desde o início do ano isso está sendo aplicado, com a
parceria vamos idealizar a obra física para darmos segmento para o
futuro. Nossa obra tem arquitetura pensada, com temperatura ideal, com
teorias científicas, práticas que envolvem todos os lugares que já vimos
no mundo. Viajando pelo Japão, com a seleção da Alemanha, com a NBA nos
EUA, unimos teorias e formatamos esse projeto - explicou Evangelista.
Coordenador científico, Alex Evangelista foi
quem apresentou o projeto, Vasco (Foto:
Paulo Fernandes/Vasco.com.br)
Após
a apresentação do projeto e de algumas palavras do representante da
Ambev, Eurico, "antes de finalizar", disse que em 11 meses de gestão sua
diretoria reformou o ginásio e fez outras intervenções no clube. Ele
também disse que o clube conseguiu pagar mais de R$ 80 milhões em
dívidas de gestão anteriores, sem citar Roberto Dinamite. Após o
pronunciamento, Eurico foi questionado sobre a quais dívidas se referia -
se eram trabalhistas, fiscais ou cíveis. O presidente disse que em
outro momento vai apresentar a lista de compromissos cumpridos, sem dar
detalhes. O presidente do Vasco, referindo-se a "entendidos" da crônica
esportiva, disse que, para ele, transparência não é dizer como paga as
contas, mas pagá-las.
- Vamos ter muito mais (dívidas) pela
frente. Esse é o tipo de administração que fazemos. Eu queria registrar
isso. Apesar de estar com toda nossa capacidade de arrecadação
comprometida e de termos que fazer nosso dia a dia, vou repetir: pagamos
mais de R$ 80 milhões de dívidas herdadas. E dívidas que tiveram que
ser pagas, porque senão não conseguiríamos realizar absolutamente nada.
Muitos questionam como que a gente consegue pagar isso: chama-se
"milagre vascaíno". Só o Vasco consegue fazer algo semelhante. O futuro
se apresenta radioso, principalmente com a concretização dessa obra.
Para os entendidos, que gostam de coisa de transparência, transparência,
para mim, é honrar os compromissos. Não é dizer que nós temos os
compromissos, não. É que eles sejam honrados. Os compromissos passam a
ser da instituição, não daqueles que passaram por aqui. Mas temos
obrigação de honrar os compromissos - afirmou Eurico.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2015/11/eurico-faz-lancamento-do-caprres-referencia-para-futuro-do-vasco.html