Sem ganhar um título desde agosto de
2012, ex-número um do mundo sai atrás, mas consegue se recuperar e
conquista o ATP de Halle, na Alemanha
Por GLOBOESPORTE.COM
Halle, Alemanha
No primeiro set, em pleno tie-break, quando o tenista precisa, acima de tudo, controlar os nervos, Roger Federer mostrava exatamente o contrário. Ao devolver um ataque de Mikhail Youzhny
para fora, no que seria uma simples troca de bola, o suíço número três
do mundo não se conteve.
Com toda a força e cara fechada, jogou sua
raquete direto na grama. Também pudera.
Desconcentrado, Federer via ir
por água abaixo, ao menos naquele momento, a chance de acabar com o
jejum de títulos que o acompanhava desde agosto do ano passado, quando
venceu o Masters 1000 de Cincinnati.
Mas a diferença de Federer é exatamente essa. Quantos jogadores, numa
situação dessas, com tudo remando contra, conseguem se reencontrar?
Melhor, se reinventar? Roger consegue. E o fez. De virada, o suíço
derrotou o freguês, mas que endureceu demais, Mikhail Youzhny, por 2
sets a 1, com um 6/7(5), 6/3 e 6/4, e conquistou seu sexto título no ATP
de Halle, na Alemanha, fechando com chave de ouro o ensaio antes do
Grand Slam de Wimbledon, quando a lenda tentará buscar seu oitavo título
na grama sagrada do torneio.
Federer venceu pela sexta vez em Halle, na Alemanha (Foto: Getty Images)
Federer não se encontra no início
Youhzny começou sacando. E desde o início do duelo mostrou
superioridade diante de Roger Federer. Quando tinha o serviço em mãos, o
russo exibia confiança, arriscava-se, fazia caras e bocas nas
comemorações e confirmava os saques com tranquilidade. Do outro lado, a
conhecida categoria de Federer não era vista. Uma devolução aqui, outra
acolá... No mais, o número três do mundo tinha sérias dificuldades em
confirmar seus serviços.
Mesmo assim, Federer conseguiu "arrastar" o set até o tie-break, diante
de uma torcida surpresa em Halle, que parecia mais uma vez não crer que
a "zica" do suíço era "verdadeira". Talvez o próprio tenha passado a
acreditar nas superstições, quem sabe? Afinal de contas, mostrou que
apesar de dizer que a seca de títulos nos últimos dez meses não
incomoda, o tiram do sério. Ao menos neste domingo.
Youzhny venceu o primeiro set, mas viu a lenda Federer virar o jogo (Foto: Agência AP)
Quando perdia por 4 a 3 o tie-break, após mais uma falha, Federer
atirou sua raquete contra a grama, como se dissesse para ele mesmo ser
impossível cometer um ato falho em uma jogada tão simples para a sua
categoria. Desse jeito, desconcentrado, ele viu Mikhail fechar o
primeiro set em 7/6(5), saindo na frente na briga pelo título do ATP de
Halle, na Alemanha.
Lenda ressurge
O segundo set veio e a história parecia se repetir. De um lado, Youhzny
batia forte, conseguia "achar" as paralelas da grama de Halle. Federer
confirmava seus serviços, um game ou outro, até com maior facilidade,
mas o jogo ainda tinha a cara do russo. Foi quando veio o game sete.
E como num passe de mágica, a magia de Federer voltou. Confiante como
nunca na partida, o suíço abriu 4 a 3 no jogo. No game seguinte, exibiu
seu repertório e colocou 5 a 3, quebrando o serviço de Youzhny. Depois,
bastou sacar e fechar o set em 6/3, ressurgindo para o jogo e levando a
decisão para o terceiro set.
No último e derradeiro set, Youzhny já era um "passageiro" nas mãos de
Federer. Se antes comandava as ações, agora o russo sofria até para
sacar. Com cinco aces em todo o terceiro set, Federer quebrou o serviço
do rival no sétimo game e abriu 4 a 3. Depois, chegou ao placar de 5 a 3
e administrou os games seguintes para fechar em 6/4, vencer Mikhail
Youzhny (o 14º triunfo sobre o rival, sem perder uma partida) e acabar
com a "zica" que o acompanhava desde o Masters 1000 de Cincinnati, em
agosto do ano passado.
Federer conseguiu se recuperar e voltou a jogar um tênis acima da média (Foto: Agência AP)
FONTE: