Tricolor baiano abre placar diante do Santa
Cruz, na Fonte Nova, mas, diante de mais de 30 mil torcedores, vê
adversário aplicar virada e despenca na tabela da Série B
Por GloboEsporte.com
Salvador
O
Bahia teve um sábado para ser esquecido. Em uma partida cercada por
expectativas positivas, o Tricolor fracassou diante de sua torcida. Na Arena
Fonte Nova, com mais de 30 mil torcedores nas arquibancadas, a equipe baiana
abriu o placar contra o Santa Cruz e sentiu o gostinho de voltar ao G-4. Mas durou
pouco: o Santinha conseguiu virar, venceu por
2 a 1, tomou o lugar do Esquadrão na tabela e
empurrou a equipe para a 7ª posição.
Após
a partida, a frustração era nítida nos semblantes dos tricolores que deixavam a
Fonte Nova. Visível também nos rostos dos jogadores, como Gustavo Blanco, que
deixou o campo emocionado. Explícito na cara preocupada do técnico Charles
Fabian.
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Vai ser difícil dormir hoje, digerir essa derrota, mas temos que ficar tristes,
lamentar pelo resultado... Mas amanhã tem que estar trabalhando, levantar o
astral e a cabeça. Porque terça [contra o ABC, na Fonte Nova] a gente tem que
ganhar. Tem que ganhar os dois próximos jogos – afirmou Charles, em entrevista
coletiva após o jogo.
Bahia é batido pelo Santa Cruz na tarde
deste sábado (Foto: Antônio Carneiro
/ Pernambuco Press)
Era
o momento de dar explicações. Pressionado diante da imprensa, o técnico
explicou as opções que fez para montar o time. Rômulo e Eduardo juntos?
Funcionou, professor? Ele avaliou e decretou: o problema do Bahia não estava na
dupla. O que faltou, para Charles, foi verticalização de jogo.
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Os dois jogadores são de qualidade. O problema não foi o Rômulo nem o Eduardo.
O Rômulo fez uma boa partida... Eles só precisavam ser mais agudos. Mas a ideia
de jogo nossa, no primeiro tempo... Se você pegar vários lances, tem Rômulo
dominando sozinho; Souza só; Eduardo com um pouco mais de dificuldade, porque o
volante estava muito colado nele... Infelizmente, a gente não conseguiu
verticalizar o jogo, o que eles faziam muito bem, puxavam em velocidade... A
gente cadenciou demais na saída. Tivemos esse pecado da girada de bola curta e
a falta de verticalização - analisou.
Mas
e Juninho na lateral esquerda? Ávine não estava à disposição? Charles é claro: achou
que o jovem atleta da base poderia render em campo. E, segundo o treinador,
rendeu. O técnico fez questão de ressaltar que o problema o Tricolor não foi
individual. A grande questão a ser resolvida é colocar o coletivo para
funcionar bem.
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Achei que não era momento para ele jogar. Achei que Juninho me daria uma resposta
mais positiva. A gente se apega a algumas situações individuais... O problema do
Bahia não foi individual. O time deixou, na parte coletiva, em algumas situações.
São jogos de decisão. Foi uma final. Infelizmente, o Tiago a gente estava
usando muito... Achei que não era o momento, quis usar um pouco o Tchô. Às
vezes a gente é feliz, outras não. A gente está ali para tomar a decisão em
segundos. Demorou muito para fazer a substituição, e o juiz mandou bater.
Alguns detalhes passam, mas não devemos individualizar isso com um atleta, por
um resultado que foi o grupo que não conseguiu. Não foi um ou outro. Às vezes,
o jogador oscila, mas de forma alguma a gente pode individualizar uma atuação, que
não foi ruim. Poderia ter sido melhor, com certeza. Eles têm consciência disso.
Poderia verticalizar mais. A gente não verticalizou, não foi contundente. No
segundo gol mesmo, perdemos a bola na frente, houve o contra-ataque, tomamos o
gol. Às vezes acontece. Tem que procurar tomar as precauções defensivas - disse.
O
Bahia volta a campo na próxima terça-feira, às 21h30 (horário de Brasília),
quando recebe o ABC na Arena Fonte Nova. Com o resultado desta tarde, a equipe
baiana estacionou na 7ª posição, com 54 pontos – apenas um ponto a menos que o
4º colocado, o Santa Cruz.
Confira
abaixo outros assuntos abordados pelo técnico do Bahia.
MUDOU TIME DE MAIS?
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Não tem tanta modificação. A única coisa diferente do time foi a entrada do Rômulo,
do Maxi, que vinha jogando... A mudança foi o posicionamento de Rômulo. Mas, se
pegar o time passado, só entrou o Rômulo, Maxi e o Cicinho. Juninho, não tinha
outro lateral. E ele jogou muito bem. Fez uma boa partida. Há mudanças táticas,
trocar um lateral pelo outro, questão de opção. Mas só mudou Rômulo, Roger por
Maxi... Mas não houve grandes mudanças
COMO MOTIVAR OS JOGADORES?
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A gente tem que concentrar forças. Jogar em clube grande, tem que saber administrar
situações. O cara não pode jogar num clube grande e achar que só vai receber elogios.
Quem joga em clube grande tem que saber que vai ser criticado e cobrado, tem
que estar preparado. É nessa hora que você vê quem são os jogadores que têm
personalidade. A gente precisa desse tipo de jogador, com personalidade, que
chama a responsabilidade, que sabe que o momento é ruim, mas tem que trabalhar
forte e passar por cima das adversidades. O torcedor vai cobra, imprensa, diretoria,
comissão técnica... Tem que estar preparado para tudo.
O TORCEDOR SENTE QUE O ACESSO JÁ ERA... E AGORA?
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É no momento da derrota. Todo mundo tem esse sentimento. Na terça, quando
ganharmos, o sentimento vai mudar. Vamos ganhar do Boa. Isso vai mudar. A gente
precisa esquecer rápido a derrota. Futebol é assim. Tem esse ciclo, é rápido,
muda. Terça a gente ganha, e muda isso. De repente, tivemos rodadas em que ganhamos
e os resultados ajudaram. Tem que jogar, ganhar, tentar fazer o torcedor voltar
a confiar. O torcedor confia no acesso quando ganha. Se não ganha, desconfia. Mas
nós que estamos aqui temos que acreditar sempre.
(OBS. DO BLOG:
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