sábado, 7 de novembro de 2015

Marin se recusou a entregar outros cartolas envolvidos em corrupção


Possibilidade foi oferecida ao ex-presidente da CBF durante negociação com as autoridades americanas, que podem voltar a oferecer a possibilidade de colaboração




Por
Nova York, EUA


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Durante a negociação que resultou no acordo que permite a José Maria Marin esperar em prisão domiciliar em Nova York por seu julgamento, as autoridades americanas ofereceram ao ex-presidente da CBF a possibilidade de delatar outros envolvidos no mesmo esquema de corrupção. O brasileiro recusou.

José Maria Marin em Nova York (Foto: REUTERS/Lucas Jackson)
JEx-presidente da CBF, José Maria Marin 
está em prisão domiciliar em Nova York
 (Foto: REUTERS/Lucas Jackson)


Marin é acusado de receber e repartir propinas relativas a venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil e da Copa América. Durante a investigação das autoridades americanas, o ex-presidente da CBF foi gravado pedindo propina ao empresário J. Hawilla, um dos principais colaboradores da Justiça americana no caso.

A investigação do FBI não cita nomes de outros dirigentes brasileiros, mas indica que Marin dividia os subornos com outros dois cartolas. Um deles é citado apenas como "seu antecessor" - ou seja, Ricardo Teixeira. O outro seria um dirigente com alto cargo na Conmebol, na Fifa e na CBF".




José Maria Marin alegou ser inocente. E, como tal, não ter o que ou a quem delatar. Esta posição, porém, não é definitiva. O processo contra Marin nos EUA apenas começou. Na medida em que o processo avançar, as autoridades americanas podem voltar a oferecer a possibilidade de colaboração ao brasileiro.

Trump Tower Marin Nova York (Foto: Martin Fernandez)Marin está em seu apartamento na Trump Tower, em Nova York (Foto: Martin Fernandez)


Durante os últimos cinco meses, período em que o dirigente esteve preso na Suíça, discutiu-se apenas o processo de extradição e em que condições o brasileiro aguardaria por seu julgamento. Não está descartada a hipótese de sua defesa pedir até um relaxamento nas condições de sua prisão domiciliar.
O ex-cartola está usando uma tornozeleira eletrônica e é vigiado de dentro do apartamento por um agente de uma empresa de segurança privada durante 24 horas por dia. Há câmeras instaladas na porta do apartamento e em todas as saídas do prédio. É Marin quem tem que pagar os custos de todo esse aparato.

Marin está preso em seu apartamento no 41o andar da Trump Tower, um prédio na área mais cara da cidade. Nova York tem seis restaurantes com três estrelas (nota máxima do ranking) no Guia Michelin: quatro deles estão no raio de um quilômetro do apartamento de Marin. Também a menos de um quilômetro de sua casa estão famosos pontos turísticos da cidade, como o Central Park, o MoMA (Museu de Arte Moderna), o Rockfeller Center e o Carnegie Hall.  
  
O ex-presidente da CBF só pode sair de casa para frequentar médico, igreja, sessões do tribunal e fazer compras em um supermercado específico. Ainda assim, precisa negociar cada saída com as autoridades e sempre que pisar fora de seu apartamento terá que ser acompanhado por um segurança.
Para convencer os americanos de que não pretende fugir, Marin pagou US$ 3 milhões (quase R$ 12 milhões) e ofereceu como garantia o apartamento em Nova York. Além disso, assinou um instrumento jurídico que permite aos EUA tomar posse de outros bens no Brasil até completar o valor de US$ 15 milhões (R$ 57 milhões).


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