Possibilidade foi oferecida ao ex-presidente da CBF durante negociação com as autoridades americanas, que podem voltar a oferecer a possibilidade de colaboração
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Durante a negociação que resultou no acordo que permite a José Maria Marin esperar em prisão domiciliar em Nova York por seu julgamento, as autoridades americanas ofereceram ao ex-presidente da CBF a possibilidade de delatar outros envolvidos no mesmo esquema de corrupção. O brasileiro recusou.
JEx-presidente da CBF, José Maria Marin
está em prisão domiciliar em Nova York
(Foto: REUTERS/Lucas Jackson)
Marin é acusado de receber e repartir propinas
relativas a venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil e da Copa
América. Durante a investigação das autoridades americanas, o ex-presidente da
CBF foi gravado pedindo propina ao empresário J. Hawilla, um dos principais
colaboradores da Justiça americana no caso.
A investigação do FBI não
cita nomes de outros dirigentes brasileiros, mas indica que Marin dividia os
subornos com outros dois cartolas. Um deles é citado apenas como "seu
antecessor" - ou seja, Ricardo Teixeira. O outro seria um dirigente com
alto cargo na Conmebol, na Fifa e na CBF".
José Maria Marin alegou ser inocente. E, como
tal, não ter o que ou a quem delatar. Esta posição, porém, não é definitiva. O
processo contra Marin nos EUA apenas começou. Na medida em que o processo
avançar, as autoridades americanas podem voltar a oferecer a possibilidade de
colaboração ao brasileiro.
Marin está em seu apartamento na Trump Tower, em Nova York (Foto: Martin Fernandez)
Durante os últimos cinco meses, período em que o
dirigente esteve preso na Suíça, discutiu-se apenas o processo de extradição e
em que condições o brasileiro aguardaria por seu julgamento. Não está
descartada a hipótese de sua defesa pedir até um relaxamento nas condições de
sua prisão domiciliar.
O ex-cartola está usando uma tornozeleira
eletrônica e é vigiado de dentro do apartamento por um agente de uma empresa de
segurança privada durante 24 horas por dia. Há câmeras instaladas na porta do
apartamento e em todas as saídas do prédio. É Marin quem tem que pagar os
custos de todo esse aparato.
Marin está preso em seu apartamento no 41o andar
da Trump Tower, um prédio na área mais cara da cidade. Nova York tem
seis restaurantes com três estrelas (nota máxima do ranking) no Guia
Michelin: quatro deles estão no raio de
um quilômetro do apartamento de Marin. Também a menos de um quilômetro
de
sua casa estão famosos pontos turísticos da cidade, como o Central Park,
o MoMA (Museu de Arte Moderna), o Rockfeller
Center e o Carnegie Hall.
O ex-presidente da CBF só pode sair de casa para frequentar médico,
igreja, sessões do tribunal e fazer compras em um supermercado específico.
Ainda assim, precisa negociar cada saída com as autoridades e sempre que pisar
fora de seu apartamento terá que ser acompanhado por um segurança.
Para convencer os americanos de que não pretende fugir, Marin pagou US$ 3
milhões (quase R$ 12 milhões) e ofereceu como garantia o apartamento em Nova
York. Além disso, assinou um instrumento jurídico que permite aos EUA tomar
posse de outros bens no Brasil até completar o valor de US$ 15 milhões (R$ 57
milhões).
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