Ruim no primeiro tempo, melhor no segundo. Foi assim que
Jayme de Almeida analisou o Flamengo na primeira partida da final do Carioca,
neste domingo, no Maracanã, contra o Vasco (veja melhores lances ao lado). E, entre altos e baixos, definiu o
1 a 1 como ‘ótimo’. Placar que mantém o Rubro-Negro com a vantagem de atuar por
nova igualdade no próximo domingo para ser campeão. E dá tranquilidade para
enfrentar o León, quarta-feira, em nova decisão, no Rio, porém, pela
Libertadores.
- O resultado foi ótimo. Temos uma sequência de jogos com
responsabilidade. O Flamengo foi muito abaixo no primeiro tempo, pela postura
de decisão.
Flamengo e Vasco é sempre jogo pegado, difícil. O Vasco entrou para
decidir e o Flamengo devagar. No segundo tempo, empatamos o jogo, teve
expulsão, tivemos um a mais, mas o Vasco se defendeu bem e dificultou. O empate
não é ruim, não podíamos sair desesperadamente. Não foi um jogo bonito. Foi com
muitas faltas. Não acho que se deve jogar feio em final. Toda hora a partida
parava. Encostou, é falta. O jogo passou e se jogou muito pouco futebol – disse
o treinador na sala de entrevistas do Maracanã.
Confira a entrevista na íntegra:
O jogo
O resultado foi ótimo. Temos uma sequência de jogos com
responsabilidade. O Flamengo foi muito abaixo no primeiro tempo, pela postura
de decisão. Flamengo e Vasco é sempre jogo pegado, difícil. O Vasco entrou para
decidir e o Flamengo devagar. No segundo tempo, empatamos o jogo, teve
expulsão, tivemos um a mais, mas o Vasco se defendeu bem e dificultou. O empate
não é ruim, não podíamos sair desesperadamente. Não foi um jogo bonito. Foi com
muitas faltas. Não acho que se deve jogar feio em final. Toda hora a partida
parava. Encostou, é falta. O jogo passou e se jogou muito pouco futebol.
Arbitragem
Acho que ele apitou muita falta. Toda hora que encostava e
caia, dava falta. O futebol tem contato, não é só encostar. Ficou feio, com o
jogo toda hora parando. Na primeira bola do segundo tempo, o rapaz devia ter
sido expulso, quando o garoto tabelou e ele agarrou. Depois, teve a mão na
bola. Na terceira, quando foi dar o Vasco achou que não podia. Acho que ele
achou que foi culpado e tudo passou a ser falta. O jogo ficou amarrado, feio.
Mas seguimos na luta e semana que vem vamos decidir de novo.
Semana decisiva
Vou ser bem honesto e que me entendam bem. Nem parei para
pensar no León. Primeiro, foi o Emelec com minha cabeça toda. Depois, Vasco. E
a partir de amanhã vamos pensar em uma estratégia. Temos uma ideia, é um time
que sai bem para o ataque. Se nos jogarmos para cima, corremos riscos. É
preciso ter cuidado. Temos que montar o time, ver quem vai poder jogar, porque
vai ser uma pedreira.
Flamengo criou pouco?
O Vasco se defendeu bem. Não é fácil. O Vasco ficou atrás, é
forte fisicamente, e temos que dar os méritos. Eles se posicionaram com duas
linhas de quatro e não deram espaços. Tentamos, podíamos ter jogado um pouco
mais pelos flancos, mas não posso deixar de enaltecer os meninos que correram e
lutaram. O jogo estava complicado, nervoso. Podíamos ter trabalhado um pouco
mais a bola para entrar na defesa.
Foi certo poupar jogadores?
Acho que fizemos um esforço enorme no Equador. Além do jogo
e da viagem, alguns jogadores sentiram cansaço. Hoje não decidia. Quarta tem
jogo e domingo também. Colocamos um time para encarar o Vasco forte,
equilibrado. Quarta-feira vamos tentar entrar com o que temos de melhor, por
ser um jogo que decide.
Paulinho decidiu o jogo?
O Paulo é um menino que desde o ano passado nos ajudou
muito. Fez uma Copa do Brasil e final do Brasileiro muito bom. Infelizmente,
sentiu um problema no último jogo com o Cruzeiro. Tentou treinar na volta,
trabalhar, mas estava abaixo do que poderia. Tivemos que tirá-lo, recuperamos e
está voltando a ser o jogador do ano passado. Nos ajuda muito na parte ofensiva
e está nos brindando com gols de todos os lugares. Gostamos muito de trabalhar
com ele por se dedicar muito e correr atrás. Tem velocidade e tem finalizado
bem.
Como foi a conversa com o time no intervalo?
O Flamengo do primeiro tempo não estava jogando uma decisão.
Flamengo e Vasco é guerra no bom sentindo, tem que ter luta. Fiz uma cobrança
dura no sentido de sermos o Flamengo que jogou com o Emelec. Acho que
entenderam e melhoraram a postura.
Saída do Léo foi por qual motivo?
Ele estava mancando. Na metade do primeiro tempo, deu uma
dividida que sentiu o tornozelo. Já estava pensando em trocar. O Vasco queria
tirar alguém com cartão amarelo, começou a pressionar e tirei para o juiz não
compensar a expulsão por uma falta boba.
Carlos Eduardo está fora dos planos?
Não está fora dos planos. Todo jogador do Flamengo... O
Welinton não jogava desde janeiro, foi bem para caramba. Então, todos estão nos
planos.
E os lesionados?
Vamos ver os treinos de segunda e terça para definir a
equipe, quem vai concentrar. Não podemos abrir mão de colocar quem esteja bem
por ser um jogo que vale muito. Temos que botar os melhores e tenho tentado
fazer desta maneira, preservando todos. Todo mundo tem sua importância. Jogamos
com várias equipes e nunca deixamos de buscar a vitória.
O estilo calmo dá certo?
Não consigo ficar gritando. Gritar para ninguém ouvir é
coisa de maluco. Não tem como melhorar alguma coisa, passar uma instrução. Se
parar, dá para chamar, mas no meio do jogo? Com a gritaria da torcida, nem quem
está do meu lado escuta. Não quer dizer que acho que tudo está ótimo. Prefiro
acertar no intervalo.
Qual o motivo para a ausência de João Paulo?
O João Paulo está com um problema na coxa, recebeu uma
pancada fortíssima, ia marcar um jogador que busca o jogo o tempo inteiro. O
jogador do Vasco ali é chato no bom sentido. Deu trabalho, mas ficamos
satisfeitos por usar o Frauches, que não é da posição, mas deu o seu melhor.
Os desfalques prejudicaram?
Foram problemas onde tivemos que improvisar nas duas
laterais, perdemos os quatro jogadores de origem. Não podia botar o menino do
juniores em uma decisão dessas. O Frauches foi bem ali em um jogo com o
Atlético-MG, marcando o Neto Berola, depois contra o Grêmio também.
FONTE: