Jaqueline está de volta às quadras no Osasco
(João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)
A primeira semana de treinos foi puxada. Longe das quadras desde o fim
da última Superliga, Jaqueline sente as dores do retorno, agravadas pelo
longo tempo afastada. O sorriso da ponteira, no entanto, se mantém ali.
De contrato renovado para jogar no Osasco, Jaqueline está feliz. Depois
da traumática perda de seu primeiro filho, ainda durante a gravidez, a
jogadora diz que o pior passou.
- Eu já passei por tantas coisas na carreira... Uma trombose na mão,
três operações no joelho, fora o doping que me tirou da seleção. E agora
foi isso. Mas não disso me fez deixar os meus objetivos. Agora, estou
muito mais consciente do que vou fazer. Já superei.
Para isso, contou com a ajuda de amigos e, principalmente, do marido
Murilo. O retorno, no entanto, precisava ser com o melhor ambiente
possível. Embora tenha tido o nome diversas vezes ligado ao novo time do
Sesi, Jaqueline escolheu permanecer no Osasco para sua terceira
temporada seguida.
- Foi tudo muito rápido. Depois da Superliga, fiquei sabendo da
gravidez e não conversei com ninguém. Depois de tudo, eles me acolheram
de braços abertos. Eu já me sinto em casa lá, Já são seis anos ao todo
lá, com os intervalos em que joguei no Rio e na Itália. Todo mundo lá me
conhece, sabe do meu caráter. Eu me dedico muito ao que eu faço. Eu não
queria sair do Brasil agora, então era a melhor opção. Quando me
chamaram, não pensei duas vezes. Sei que vai ser um ano especial.
O Osasco, no entanto, sofreu algumas perdas em relação à equipe que
chegou à final da última Superliga.Para Jaqueline, o novo time é mais
jovem, mas tem qualidade de lutar mais uma vez pelo título da
competição.
- É uma equipe mais jovem, mas que vai dar trabalho. São jogadoras que
vão querer mostrar serviço. Vai ser um time muito difícil de ganhar.
A chegada de mais uma equipe forte, o Sesi, não preocupa Jaqueline. A
ponteira acredita que o equilíbrio da competição é ainda melhor para o
fortalecimento do vôlei brasileiro.
Jaqueline em ação pelo Osasco no ano passado (Foto: Maurício Val/VIPCOMM)
- Poderia até ser melhor, se abrissem mais equipes. O Sesi vai ser uma
equipe forte também. A gente fica até mais tranqüila, sabendo que o
vôlei aqui está ficando ainda mais forte. Infelizmente, o São Caetano
acabou, mas graças a Deus apareceu o Sesi. Sei que vai ser um ótimo
campeonato e que não vai dever a nenhum campeonato no mundo.
O caminho até voltar ao seu melhor ainda é longo. Jaqueline acredita,
no entanto, que estará pronta para atuar nas primeiras competições da
equipe, a Copa São Paulo e o Sul-Americano, em agosto. O maior objetivo,
porém, é mesmo a seleção. A ponteira, que conversou com o técnico José
Roberto Guimarães após a perda do bebê, diz que vai lutar para retornar
ao grupo, mas reconhece que ainda não é o momento.
- Eu quero estar bem, retornando à seleção ou não. Vou sempre trabalhar
para ajudar. Nós (ela e Zé Roberto) conversamos antes de elas viajarem.
Eu sei que não dá para me levar com todas aquelas jogadoras lá. Com a
seleção, eu sempre dei o meu máximo. O Zé sabe que eu sempre tive uma
responsabilidade grande no time. Tudo o que eu puder fazer, vou fazer.
Enquanto luta para recuperar sua melhor forma, Jaqueline ainda sonha
com Olimpíadas. A jogadora espera voltar em breve à lista do técnico
para poder disputar os Jogos de Londres.
- Desde o início do ciclo eu estou na seleção. Venho buscando isso o
tempo inteiro. Vou tratar de dar o meu melhor sempre para poder disputar
uma vaga. Sei que surgiram novas jogadoras, e isso que é bom. Vamos ter
uma seleção fortalecida sempre.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2011/07/apos-novo-turbilhao-jaqueline-volta-quadras-e-garante-vai-ser-especial.html