A Vila Belmiro passou 41 dias fechada. Ultimamente, o Santos vinha
priorizando jogos no Pacaembu, onde consegue boas rendas. Mas ainda vai
demorar um pouco para que o estádio alvinegro assista uma boa partida de
futebol. Isso porque Peixe e Galo, num show de erros, ficaram longe de
disputar um confronto à altura de suas tradições. Menos mal para o time
da casa, que aproveitou suas duas únicas chances de gol e venceu por 2 a
1, neste sábado à noite, pela décima rodada do Campeonato Brasileiro. A
equipe mineira, que comandou o segundo tempo, errou demais tanto no
último passe, quanto nas finalizações, e acabou castigada.
Com o triunfo, o Santos vai a 11 pontos e se afasta da zona de
rebaixamento, subindo para o 13º lugar. Já o Atlético, com a mesma
pontuação, mas dois jogos a mais que o Peixe, cai para 15º e volta a
ficar perigosamente perto da linha vermelha.
O Santos só voltará a jogar no dia 27, contra o Flamengo, na Vila, pela
12ª rodada. O jogo do Alvinegro Praiano contra o Grêmio, que seria no
próximo fim de semana, passou para o dia 5 de outubro. Já o Galo, no dia
24, domingo, recebe o Vasco, em Ipatinga.
CONFIRA A TABELA E A CLASSIFICAÇÃO DO BRASILEIRÃO
Santos e Atlético-MG fizeram um jogo equilibrado, mas sem brilho algum na Vila (Foto: Ag. Estado)
Jogo esquisito; vantagem santista
Havia alguma coisa fora da ordem na Vila Belmiro. A jogada do segundo
gol santista sobre o Atlético-MG, aos 43 minutos do primeiro tempo, foi a
evidência mais concreta disso. Borges converteu um pênalti que foi
sofrido pelo zagueiro Bruno Aguiar, que recebeu passe de calcanhar de
outro defensor, Durval. Bruno e Durval, nem de longe, lembram atacantes
habilidosos, mas acertaram uma ótima tabela. Realmente, não era um jogo
normal.
Como também não foi comum a postura do Santos em campo. Três zagueiros,
seis jogadores no meio de campo e apenas Borges mais à frente, perdido
entre os zagueiros do Atlético. Sem Neymar e Ganso, com a Seleção
Brasileira, foi um esquema bem mais retraído, para explorar
contra-ataques. Algo muito raro em jogos do Peixe nos últimos tempos. O
santista se acostumou a ver o Peixe agredindo, tomando a iniciativa. O
técnico Muricy Ramalho surpreendeu ao escalar o meia Felipe Anderson na
armação de jogadas e o jovem Wesley Santos na lateral-esquerda, no lugar
de Léo, abatido por uma sinusite. Wesley não comprometeu, já Felipe
mostrou indecisão em vários lances, pecado mortal para um criador de
jogadas.
O Atlético, marcando muito forte, conseguiu prender o Santos, vigiando
muito bem as investidas alvinegras. O Galo marcou forte Diogo, Felipe
Anderson e Borges. Aliás, isolou o centroavante santista do restante da
equipe. Com a bola, procurava sair rápido, sobretudo em jogadas pela
direita, com Patric. O problema dos visitantes é que o Santos tem
volantes de qualidade. Com seus meias anulados, Muricy soltou bem Arouca
e Danilo. Este, aos 23 minutos, recebeu a bola pela meia esquerda,
cortou para a perna direita e acertou um lindo chute, com efeito,
abrindo o placar.
O Galo não se entregou e empatou logo em seguida, num pênalti claro
cometido por Bruno Rodrigo em Magno Alves. Jônatas Obina ignorou o
ritual do goleiro santista Rafael, que, como sempre, pulou e correu
sobre a linha para tentar desestabilizar o batedor. O atleticano não deu
a mínima e bateu no meio do gol.
O Peixe, então foi para o abafa e passou a jogar a bola alta na área,
tentando explorar a altura de seus zagueiros. Ironicamente, foi pelo
chão que os defensores resolveram, no lance do pênalti convertido por
Borges.
Chutões, faltas, sono...
O primeiro tempo não foi lá essas coisas. Mas pelo menos houve os três
gols. Duro mesmo foi o segundo tempo. Um festival de chutões pelo alto,
faltas, passes tortos e pouquíssimas chances de gol. O Atlético esteve
mais bem posicionado, jogando praticamente dentro do campo do Santos,
mas sem conseguir ameaçar efetivamente o gol de Rafael.
Já o Santos tentava surpreender em algum contra-ataque. Havia espaço
para isso. Faltava, porém, qualidade. Ao contrário do que aconteceu na
etapa inicial, Danilo e Arouca ficaram muito presos, mais preocupados em
marcar. Felipe Anderson sumiu, Borges, sozinho na frente, mal via a
bola.
Aos poucos, o Galo passou a colocar a bola no chão em vez de tentar os
chutões na direção do gol. E passou a ameaçar. Rafael fez uma boa defesa
para cortar passe de Magno Alves para Jônatas Obina. A torcida
atleticana, sentindo o melhor momento de sua equipe, passou a fazer
barulho. Neto Berola, que entrou para atuar pela direita, dava algum
trabalho, sempre rondando a área com perigo. Faltava aos mineiros,
porém, o último passe.
Tudo o que o Peixe queria era o fim do jogo. Muricy reforçou a já
cerrada defesa com a entrada de mais um zagueiro: Vinícius Simon. Agora,
eram quatro defensores em linha fechando a entrada da área, afastando a
bola para onde desse.
E ficou nisso. O Atlético tentou pressionar, mas não teve qualidade para furar o bloqueio santista.
SANTOS 2 X 1 ATLÉTICO-MG
Rafael, Bruno Aguiar, Bruno Rodrigo e Durval; Pará, Arouca, Danilo,
Felipe Anderson (Roger Gaúcho) e Wesley Santos (Vinícius Simon); Diogo
(Tiago Alves) e Borges. |
Giovanni; Patric, Réver, Leonardo Silva e Guilherme Santos
(Wesley); Toró, Serginho, Caio (Giovanni Augusto) e Daniel Carvalho
(Neto Berola); Magno Alves e Jônatas Obina. |
Técnico: Muricy Ramalho |
Técnico: Dorival Júnior |
Gols: Danilo, 23, Jônatas Obina, 26, Borges, 41 do primeiro tempo; |
Cartões amarelos: Danilo, Bruno Rodrigo, Borges (Santos), Toró, Caio, Rever, Neto Berola (Atlético)-MG |
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 16/7/2011. Árbitro:
Arílson Bispo da Anunciação (BA), auxiliado por Adaílton José de Jesus
Silva (BA) e José Oliveira dos Santos (BA). Público e renda: 4.717
pagantes/R$ 84.700,00
FONTE: http://globoesporte.globo.com/jogo/brasileirao2011/16-07-2011/santos-atletico-mg.html |