Última parceria do
país no feminino é derrotada por suíças. Bruno e Alison são batidos por
inspirado time da Holanda. Cheios de raça, cariocas vão à semifinal
Por Gabriel Fricke
Rio de Janeiro
(OBS. DO BLOG:
PARA ASSISTIR OS VÍDEOS CLIC
NO LINK DA FONTE NO FIM
DA MATÉRIA ABAIXO)
O
dia começou complicado para o Brasil nas areias da Praia de Copacabana,
na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde é disputado o Grand Slam do
Circuito Mundial de vôlei de praia. Líderes dos rankings olímpicos
feminino e masculino da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e
representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016, Ágatha/Bárbara
Seixas e Alison/Bruno Schmidt tentaram, mas não conseguiram evitar as
derrotas nas quartas de final, respectivamente, para as suíças Forrer e
Vergé-Dépré e para os holandeses Brouwer e Meeuwsen. Agora, cabe a Pedro
Solberg e Evandro representar o país nas semifinais.
Evandro e Pedro festejam a vitória
(Foto: Gustavo Oliveira/WBR Photo)
Em
um confronto duríssimo, eles levaram a melhor contra os austríacos
Doppler e Horst, por 2 sets a 1. No primeiro, os brasileiros fecharam em
22 a 20 em uma cravada espetacular de Evandro. No segundo, os europeus
endureceram o duelo. As duplas trocaram as liderança algumas vezes,
disputaram ponto a ponto, mas quando Evandro forçou o saque e errou, os
rivais fecharam em 19/21.
No tie-break, a história parecia se repetir,
quando o gigante de 2,10m teve uma sequência espetacular.
Foi só começar
a tocar a música "Negro Drama", do grupo Racionais MC's, uma de suas
favoritas, que ele se inspirou e usou todo seu repertório. Foi o atleta
mesmo fechou o jogo em 15/12 e sacramentou a classificação.
- A
música faz muita diferença para mim. Essa letra, se vocês forem
observar, tem um pouco do que aconteceu na minha vida e eu gosto muito
de escutar dentro de quadra. Pedi para o DJ Doido para colocar nos
momentos mais difíceis em quadra. Vamos manter o mesmo foco, o mesmo
objetivo e a mesma humildade. Agora é descansar e pensar na semifinal.
Um passo de cada vez - relatou o carioca Evandro.
Os dois
agora enfrentam justamente os holandeses Brouwer e Meeuwsen, que bateram
os brasileiros Bruno Schmidt e Alison. O jogo será às 19h (de
Brasília).
HOLANDESES INSPIRADOS TIRAM ALISON/BRUNO
Alison
"Mamute" e Bruno Schmidt vinham jogando muito bem na competição no Rio
de Janeiro, mas não esperavam pegar pela frente os holandeses Brouwer e
Meeuwsen em um dia inspiradíssimo. Os estrangeiros sacaram absurdamente
bem, sobretudo no segundo set, e saíram com a vitória por 2 sets a 0 em
um jogo bastante disputado na Praia de Copacabana.
Bruno Schmidt e Alison tentaram de tudo, ]
mas o dia era da Holanda (Foto:
Matheus Vidal / CBV)
A
primeira parcial foi uma das mais equilibradas de todos os jogos do
torneio até agora. As duplas trocaram de vantagem várias vezes na
tentativa de fechar, mas os visitantes conseguiram quando Alison atirou
na rede, a bola foi fora e, após o pedido do desafio, a arbitragem deu
contra os donos da casa: 27/25. O segundo parecia mais tranquilo e tudo
indicava que haveria tie-break, mas os holandeses se desdobraram para
reverter a desvantagem, corrigiram algumas falhas e, com o saque
fortíssimo, venceram: 21/19.
- Só quem assistiu o jogo sabe
que os meninos estavam endiabrados. Sacaram como nunca. É mérito pra
caramba. Eles buscaram no saque, tiveram muita atitude e usaram o vento a
favor. Buscamos até o fim, mas saímos de cabeça erguida. Essa dupla
jogou o torneio todo super bem e esperávamos isso. O que eles sacaram
hoje mostrou que entraram nesse torneio com um giro a mais. Mas nosso
intuito é estar melhor mais para frente. Demos nosso melhor. Quem viu o
jogo sabe que eles fizeram mais de cinco aces no segundo set e estávamos
bem na frente - falou Bruno Schmidt.
FEMININO: QUEDA DE ÁGATHA/BÁRBARA, E BRILHO DE WALSH
Único
time brasileiro ainda na disputa no torneio feminino, Ágatha e Bárbara
acabaram surpreendidas pela consistência do time suíço, que pouco falhou
e, assim, saiu com o resultado positivo. Apesar da eliminação, o jogo
foi duríssimo, e o placar ficou em 2 a 1. No primeiro set, o jogo das
mandantes não encaixou, e as suíças se aproveitaram para fechar em
18/21. O segundo foi emocionante. As donas da casa ficaram atrás na
maior parte do tempo, mas se recuperaram e fecharam em 23/21. No
terceiro, apesar da torcida a favor e de um empate que deu esperanças em
11 a 11, a equipe europeia teve dois match points até fechar em 13/15.
Foi o jogo mais longo de todo o Grand Slam entre as mulheres, com 1h08.
-
Eu acho que temos que parabenizá-las, têm todo o crédito porque jogaram
muito contra a gente. O saque delas foi bom e elas aproveitaram as
chances que tiveram. Lutamos até o último ponto. Cometemos alguns erros e
tivemos uma dúvida em quem sacar, porque ambas são muito boas. Temos
muito a melhorar e é só o começo, mas, claro, queremos sempre vencer.
Ficamos chateadas, porque sempre damos nosso máximo, mas sabemos que o
vôlei de praia é assim, ou você vence ou você perde, e por isso é
importante estar bem focada para ter um bom resultado. No geral, foi uma
boa partida, dá para crescer em alguns pontos e vamos trabalhar mais.
Na próxima vez que as encontrarmos, estaremos melhores - prometeu
Bárbara Seixas.
Babi salta para atacar contra as suíças
(Foto: Matheus Vidal/CBV)
Melhor
dupla da Suíça, Forrer e Vergé-Dépré ficaram muito contentes de bater a
parceria número 1 do mundo no ranking olímpico da FIVB. Atualmente, as
suíças estão em 14º na corrida olímpica, ou seja, dentro da zona de
classificação, o top-17. Ambas comentaram sobre a pressão sofrida por
Ágatha e Bárbara por serem o último time brasileiro no feminino em um
torneio em casa e sobre a importância de derrotar quem representará o
dono da casa nos Jogos. As vencedoras vão encarar Kolosinska e Brzostek,
da Polônia, às 18h (de Brasília).
- É incrível. Está muito
calor aqui, mas eu estou tremendo por causa da emoção de estar no Rio
(risos). Elas tinham a pressão e nós sabíamos que poderíamos jogar
livremente. Vamos enfrentar as polonesas e tentar aproveitar cada ponto,
curtir a torcida, apesar de hoje ter estado contra a gente (risos) -
disse Vergé-Dépré.
Suíças vencem brasileiras Ágatha e Bárbara
Seixas (Foto: Gustavo Oliveira/WBR Photo)
-
Eu acho que focamos bem em todos os pontos. Quase não conseguimos
passar para a fase de mata-mata. Fizemos dois jogos duros contra times
da Alemanha na sexta. Mas conseguimos nos superar hoje e estamos
extremamente felizes - completou Forrer.
Quem também fez um
jogo eletrizante foi Kerri Walsh. Mostrando estar totalmente recuperada
de sua cirurgia no ombro feita em setembro do ano passado, a tricampeã
olímpica e sua parceira April Ross jogaram demais em uma partida
duríssima contra Ludwig/Walkenhorst, da Alemanha e fizeram 2 a 1,
parciais de 21/16, 27/29 e 6/15, em 58 minutos. Elas agora vão defrontar
Borger e Büthe, também alemãs, nas semifinais, às 16h.
Ross e Walsh comemorando a vitória sobre
as alemãs (Foto: Paulo Frank / CBV)
A competição segue neste sábado com as semifinais.
Todos os jogos têm entrada franca em Copacabana. A final será no domingo.
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FONTE:
ca-dupla-do-brasil-na-semi-walsh-avhttp://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2016/03/pedroevandro-vence-e-e-unianca-no-rio.html