Atlético-MG tem melhor aproveitamento da
história no turno do Brasileirão, enquanto o lanterna a esta altura,
desde que tem 20 clubes, sempre cai
Por Rodrigo Breves
Rio de Janeiro
Atlético-MG, de Ronaldinho, faz uma campanha
irrepreensível (Foto: Pedro Vilela / Futura Press)
O que o Atlético-MG fez no primeiro turno do Campeonato Brasileiro,
nenhum outro time havia conseguido até hoje. Um aproveitamento recorde
de 79,6%, com um jogo a menos (contra o Flamengo). No entanto, mesmo que
perca a partida que foi adiada para 26 de setembro, a equipe mineira
vai seguir com o melhor percentual na era dos pontos corridos: 75,4% se
perder, 77,2% se empatar ou incríveis 80,7% se vencer. Diante de todos
esses números, a torcida atleticana tem motivos para se animar com um
possível título, mas os adversários também podem manter as esperanças em
desbancar o líder.
Além do bom momento de Ronaldinho e seus companheiros em campo, o
otimismo alvinegro ainda pode ter como base o que aconteceu de 2003 para
cá. Em nove Brasileiros disputados com o atual regulamento, o campeão
do turno ficou com a taça em sete oportunidades, ou seja, 78% das vezes.
Por outro lado, o melhor desempenho em um turno até então havia
acontecido em 2008 com o Grêmio: 71,9%. E, no fim da competição, o
Tricolor gaúcho acabou vendo o São Paulo levantar a taça.
A vantagem para o segundo colocado é mínima, já que o Galo mantém
apenas um ponto de vantagem para o Fluminense. Nos últimos dois anos,
porém, Corinthians e o próprio Tricolor carioca tinham a mesma vantagem e
ficaram com o título. Seria apenas coincidência? Para os principais
perseguidores, mais um dado: o máximo de diferença que uma equipe já
tirou em um turno para ser campeã foi oito pontos. Isso foi conseguido
pelo São Paulo em 2008 e pelo Flamengo em 2009, o que coloca na briga,
além do vice-líder Flu, o Grêmio e o Vasco. Para qualquer outro clube, o
feito seria inédito.
Ao contrário do que aconteceu nas últimas duas temporadas, o G-4 do
Brasileirão é formado por equipes que não têm vaga assegurada na
Libertadores 2013. Portanto, não há motivo para Atlético-MG, Fluminense,
Grêmio e Vasco perderem interesse ao longo da competição. E, para esses
times, vale lembrar que 69% dos que estavam na zona de classificação
para a competição continental ficaram com as vagas, enquanto 64% dos
quatro primeiros em nove anos de pontos corridos seguiram neste seleto
grupo após mais o returno.
Esta não é a primeira vez que o Galo termina entre os quatro melhores
do primeiro turno. Os mineiros já fecharam a metade da competição na
zona da Libertadores em 2003, mas não confirmaram a vaga e terminaram em
sétimo. A boa notícia para o Atlético é que o "campeão do turno" sempre
garantiu presença no torneio continental no ano seguinte, mesmo quando
perdeu o título. Vasco e Flu ficaram duas vezes no G-4 do turno e se
mantiveram lá em apenas uma oportunidade. O Grêmio apenas uma vez e
permaneceu entre os quatro até o fim do campeonato.
O Figueirense vai precisar de um feito inédito para não amargar um
rebaixamento na temporada 2012. Desde que o Brasileiro é disputado por
20 clubes com a fórmula dos pontos corridos, em 2006, o lanterna do
primeiro turno sempre caiu para a Série B. Mesmo em 2005, com 22 times
na disputa, o último colocado também não resistiu. A salvação só veio
nos dois anos anteriores. Por sinal, em 2003 e 2004, todos os
integrantes da zona de rebaixamento na metade do Brasileirão se salvaram
no fim. Quem sabe os atuais integrantes do Z-4 não repetem a façanha.
Em números gerais da era dos pontos corridos, 34 times acabaram o turno
no Z-4 (ou Z-2 em 2003) e 16, ou 47%, acabaram mesmo sendo rebaixados.
Desconsiderando os três primeiros anos e contando apenas a competição
com 20 participantes, o percentual de queda sobe para 58% (14 em 24). O
que significa que, se a média se mantiver neste ano, pelo menos dois
entre Figueirense, Sport, Atlético-GO e Palmeiras estarão disputando a
Segundona em 2013.
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