Azzurra não joga bem, mas conta com dupla de ataque para garantir a classificação. Italianos voltam a jogar no domingo
De quebra, os italianos comemoram o fim de um jejum incômodo. A Itália não vencia uma partida em uma fase final de uma competição oficial (Eurocopa e Copa do Mundo) há seis jogos (quatro anos). O último triunfo havia sido na Euro de 2008, por 2 a 0, contra França.
Cassano comemora o primeiro gol italiano (Foto: EFE)
Necessidade faz Itália mudar
A obrigação de vencer fez Cesare Prandelli mudar a Itália. Não somente nomes, mas também o esquema. O treinador deixou de lado o 3-5-2, optando pelo 4-4-2. Maggio, Bonucci e Giaccherini deram lugar a Abate, Barzagli e Balzaretti no time titular. Com isso, De Rossi foi adiantado para o meio-campo. Outra mudança foi Di Natale no lugar de Ballotelli. Antes do jogo, o atacante do Manchester City sentiu o joelho e ficou como opção no banco de reservas.
Treinador da Azzurra entre 2000 e 2004 e atual comandante da Irlanda, Giovanni Trapattoni avisou que, mesmo com os irlandeses sem chances de classificação, seus compatriotas não teriam vida fácil nesta segunda-feira.
Promessa feita e cumprida, pelo menos no início do jogo. Mesmo com um meio-campo pouco inspirado e com Pirlo em noite apagada, a Itália até teve a iniciativa do jogo e um maior domínio territorial (teve 64% de posse de bola na etapa inicial). No entanto, aparentemente nervosa, encontrou dificuldades para furar o ferrolho armado por Trapatonni, ao mesmo tempo em que, exposta a contra-ataques, levou sustos nos raros momentos em que a Irlanda se arriscava no ataque.
Gol suado de Cassano
Uma blitz de pouco menos de cinco minutos, porém, resultou no primeiro gol da Azzurra. Aos 30, Di Natale girou na área e chutou forte. A bola explodiu em St. Ledger, e os italianos pediram pênalti, alegando que o zagueiro irlandês havia cortado com a mão. O árbitro turco Cüneyt Çakır mandou o jogo seguir, mas o lance acordou a Itália. Na sequência, Cassano arriscou de longe, e Given falhou, mas deu sorte que a bola saiu pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio, Cassano desviou na primeira trave de cabeça. Damien Duff ainda tentou afastar, mas a bola já havia cruzado a linha. Silêncio no estádio predominantemente irlandês. Alívio italiano, já que, a essa altura, Espanha e Croácia empatavam por 0 a 0.
Bonucci tampa a boca de Balotelli e evita polêmica na comemoração do 2º gol (Foto: Getty Images)
Balotelli sai do banco para decidir
As duas seleções voltaram sem mudanças para a segunda etapa, mas a Itália seguiu atacando. Pensando em garantir logo sua vitória e, consequentemente a classificação, Cassano, De Rossi e Di Natale concluíram com perigo em três boas oportunidades antes dos dez minutos.
Aos poucos, porém, o jogo esfriou. A Irlanda arriscou com Andrews de fora da área, mas Buffon estava atento. Pouco para um segundo tempo que prometia. Um gol irlandês naquele momento, no entanto, eliminaria a Itália, o que deu contornos de dramaticidade ao jogo. A aflição dos italianos ainda aumentou com a lesão de seu principal defensor. Chellini, sozinho, machucou o músculo da coxa e deu lugar a Bonucci.
Preocupado com a passividade italiana, Prandelli mudou seu ataque. Diamanti e Balotelli substituíram Cassano e Di Natale. E foi justamente jogador do Manchester City que selou a classificação. Aos 43, após escanteio, Balotelli acertou uma linda puxeta na área para marcar um golaço. Na comemoração, o polêmico atacante, que vem sendo alvo de críticas por parte da imprensa italiana, ensaiou um desabafo, mas foi impedido por Bonucci, que teve até de tampar a boca do companheiro. Com polêmica ou não, os 2 a 0 garantiram a sofrida classificação italiana.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/eurocopa/noticia/2012/06/cassano-e-balotelli-marcam-italia-vence-irlanda-e-avanca-quartas.html