CHAPECOENSE
Treinador
elogia desempenho tático da equipe no empate por 1 a 1 na estreia do
Brasileirão. Ele vê time seguro em campo contra o campeão paulista
Por Alexandre Alliatti, São
O técnico da Chapecoense, Vagner Mancini, oscilou entre a satisfação e o
incômodo com o empate por 1 a 1 com o Corinthians, neste sábado, em
Itaquera, na largada do Campeonato Brasileiro. O treinador valorizou o
resultado e celebrou o desempenho de sua equipe. Mas diagnosticou que o
resultado foi injusto. Na visão do comandante, o mais leal à partida
seria a vitória.
- Estamos satisfeitos, porque vimos todos de muita atitude, o que fez
com que o campeão paulista chutasse duas bolas no primeiro tempo e
nenhuma no segundo. A Chape foi dona das ações e merecia a vitória –
disse Mancini.
Wellington Paulista comemora gol da Chape
contra o Corinthians (Foto: RICARDO
MOREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)
O treinador sublinhou que tirar um ponto do Corinthians em São Paulo é
resultado a ser valorizado. E se mostrou particularmente feliz com o
desempenho tático de seus comandados.
- A avaliação é muito boa. Enfrentamos o campeão paulista aqui dentro.
Se todos sabíamos que seria difícil, na prática o que se viu foi
exatamente isso, um jogo de muita parte tática, com duas equipes bem
ajustadas. A Chape iniciou bem a partida, ao longo dos 90 minutos foi
melhor em muitos momentos. Ficamos satisfeitos com o desempenho. É o
inicio do Brasileiro, e é importante conquistar pontos, ainda mais fora
de casa.
Mancini também criticou a arbitragem. A Chapecoense reclamou de um
pênalti ainda no primeiro tempo – e um impedimento no segundo.
- Sempre falo para que esqueçam arbitragem. Hoje, vamos sair daqui
lembrando muito bem dos erros. A Chape deveria estar levando mais dois
pontos. Todo mundo que viu o jogo sabe disso. Mas sou um defensor dos
árbitros no meu vestiário. Peço a meus atletas que não esquentem o jogo.
A sede por um futebol melhor jogado me faz exigir isso dos meus
atletas.
CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA DE VAGNER MANCINI
- As alterações vêm de encontro ao que vejo no jogo. Tínhamos um time
mais rápido que o Corinthians. Com o Túlio, não queria perder
intensidade de marcação. Ganharíamos em altura, mas perderíamos o
controle em um setor de campo onde a Chape vinha muito bem. A opção do
Arthur foi em função disso. Não quer dizer que o Túlio não entraria em
outra característica.
- Jandrei foi muito bem, muito seguro. Foi uma opção minha pelo que vi
no treinamento. Disse aos goleiros minha opção. Disse que faltava ver o
Jandrei. Ele entra em uma situação difícil, fora de casa, contra uma
equipe poderosa, e faz um grande jogo.
Condição física da equipe
- Até tínhamos uma certa dúvida sobre o fator físico da equipe. Fizemos
uma viagem longa na quinta, o jogo foi dois dias depois, e nos
mostramos fisicamente muito bem. A mudança de algumas peças vai nos
fazer ter um gás para um bom jogo. O Wellington Paulista sentiu um certo
desconforto e achei melhor tirar. Naquele instante, achei melhor,
porque tinha que voltar para a marcação.
Modificações nos próximos jogos
- Com o passar do tempo, vamos ter que fazer algumas intervenções.
Temos um jogo contra o Lanús que vale uma vaga para a gente. São jogos
em que vou ter que mexer nas peças para que o time fisicamente supere
não só uma maratona de jogos, mas também de viagens.
- Estudamos bem o Corinthians. É uma equipe que conta com um meio-campo
muito rápido e uma circulação muito interessante. Sabíamos que seria
importante marcar bem adiantado ou reduzir o campo de jogo. Isso acabou
dando certo. Levamos um gol cedo, mas a equipe se reestruturou, fez
ótimo segundo tempo. Em meses, ter um nível como esse faz você acreditar
que alguns jogos nos deram a chance de maturar bem a equipe.
Certamente, isso vai ter que ser usado em outros jogos do Brasileiro. O
que vale é jogar bem o Brasileiro. É ele que te sustenta.
- Iniciamos o ano com 26 jogadores e eles ainda estão jogando. Não
tivemos a saída de ninguém. Somente a chegada do Seijas, que deve ser
incorporado essa semana. Não tenha dúvida que outros atletas deverão
chegar. Há uma maratona de jogos. Por isso, sabemos a importância que
vai ter a chegada de outros jogadores, até para mexer bem na equipe.
Jogar bem aqui hoje não qualifica a jogar bem em Chapecó contra o
Palmeiras. São jogos diferentes, com situações atípicas. A chegada de
novos jogadores é algo que a gente pensa.
- Foi a zaga do momento de hoje. Não quer dizer que será de quarta ou
sábado. Várias situações podem acontecer. Hoje, tive que aumentar a
estatura da equipe. Eles foram muito bem. Victor fez duas partidas muito
boas. Há uma disputa leal, saudável.
- Jogar fora de casa diante de uma equipe de qualidade faz com que você
tenha uma estratégia. O único lance em que erramos a marcação foi o gol
do Corinthians. O Fagner faz a diagonal, e a bola entra na nossa zaga.
São lances em que, por mais que a marcação esteja montada, a quebra de
linha acontece. Acho que para jogar o Estadual, onde tem que propor o
jogo, e entrar num Brasileiro quando todas as equipes têm orçamento
maior e elenco maior, tem que ser inteligente.