sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Rodada do Mundial tem zebra argentina e artilheiro sem um dedo

Sul-americanos arrancam empate diante da Dinamarca. Croata canhoto Ivan Cupic, que perdeu o dedo anelar da mão esquerda, é o maior goleador no Catar


Por
Doha, Catar



Depois de um dia de abertura com apenas um jogo, o da derrota do Brasil diante do Catar, o Mundial masculino de handebol teve um segundo dia agitado nesta sexta-feira, com a estreia de 22 equipes, incluindo o quarteto favorito ao título no Catar. Espanhóis e franceses, campeões mundiais e olímpicos respectivamente, tiveram dificuldades, mas abriram o Mundial com vitória. A Croácia também triunfou e, para isso, contou com o brilho do artilheiro canhoto Ivan Cupic, que não tem parte do dedo anelar da mão esquerda. A Dinamarca, por outro lado, foi surpreendida pela zebra Argentina. Os Hermanos arrancaram um empate muito celebrado diante dos vice-campeões mundiais. A rodada ainda teve clássico nórdico e jogadores do Bayern de Munique torcendo por Alemanha e Polônia.

Jogador Handebol sem dedo (Foto: Divulgação / IHF)
Mesmo sem um dedo, Cupic foi o artilheiro da 
rodada do Mundial do Catar (Foto: Divulgação 
/ IHF)


saiba mais

O SporTV transmite ao vivo os principais jogos do Mundial do Catar, incluindo a partida entre Brasil e Espanha, neste sábado, às 12h (de Brasília) - os assinantes do Canal Campeão também podem assistir à partida pelo SporTV Play. O GloboEsporte.com acompanha os jogos do Brasil em tempo real.


o artilheiro sem dedo

Tricampeã olímpica, a Croácia esperava ter vida fácil no Grupo B, com os adversários mais fracos em relação aos outros grupos. Só que a estreia desta sexta mostrou que o time dos Balcãs não pode relaxar para garantir a primeira colocação da chave. A Áustria fez frente aos croatas, que venceram por 32 a 30, empurrados pelas estrelas do time. Eleito o melhor do mundo do ano de 2013, o central Domagoj Duvnjak anotou seis gols. Ainda melhor foi o canhoto Ivan Cupic. O ponta-direita, que não tem duas falanges do dedo anelar da mão esquerda, anotou 11 gols e foi o artilheiro da primeira rodada do Mundial.

Cupic perdeu o dedo às vésperas das Olimpíadas de Pequim, em 2008. Aos 22 anos, ele sofreu um acidente bizarro. Seu anel de casamento ficou preso em uma cerca quando o croata tentava saltá-la, provocando a amputação das duas falanges superiores. Cupic continuou jogando em alto nível e ajudou a Croácia a levar o bronze nos Jogos de Londres.


zebra argentina

O resultado mais surpreendente da rodada foi o empate arrancado pela Argentina diante da vice-campeã mundial Dinamarca, pelo Grupo D. Com uma defesa forte, os argentinos por vezes marcaram individualmente o astro Mikkel Hansen e conseguiram neutralizá-lo. O melhor jogador do mundo ainda teve duas chances de dar a vitória aos dinamarqueses nos segundos finais, mas parou no goleiro na cobrança de falta com o cronômetro já zerado. O placar de 24 a 24 foi comemorado pelos sul-americanos como um título. O ponta-direita Federico Pizarro foi o destaque argentino, com oito gols.

Argentina arranca empate com a Dinamarca no Mundial de handebol (Foto: Getty Images)
Mikkel Hansen cobrou falta com cronômetro 
zerado, mas não evitou o empate (Foto: 
Getty Images)


bayern na arquibancada

Neuer assistiu à vitória da Alemanha na estreia do Mundial de handebol (Foto: Reprodução/Instagram)Lewandowski e Neuer foram ao jogo entre Alemanha e Polônia (Foto: Reprodução/Instagram)


Também pelo Grupo D, Alemanha e Polônia se enfrentaram na rodada e tiveram uma torcida especial no Lusail Hall. Os jogadores do Bayern de Munique prestigiaram a partida. O atacante polonês Robert Lewandowski e o goleiro alemão Manuel Neuer rivalizaram na arquibancada. Melhor para o arqueiro, que viu a Alemanha vencer por 29 a 26 e apagar a má impressão deixada por ter chegada ao Mundial por um convite polêmico. A Federação Internacional de Handebol (IHF) tirou a Austrália da competição alegando que o continente da Oceania não tinha nível técnico para disputar a competição no Catar. Por ter ficado na quinta colocação no último Mundial, a Alemanha herdou a vaga.

cartão vermelho


No handebol, o cartão vermelho é algo raro, que os árbitros utilizam para agressões ou quando o jogador toma a punição de dois minutos por três vezes. Nesta sexta, o principal jogador de Belarus, Siarhei Rutenka, foi excluído com o cartão vermelho aos 18 minutos do primeiro tempo na derrota diante da Espanha. O árbitro considerou que ele agrediu o armador Viran Morros (veja o lance no vídeo). Rutenka não concordou com a marcação, mas teve que deixar a quadra. Os dois jogadores são companheiros de equipe no Barcelona.


clássico nórdico

Dos confrontos da primeira rodada, um dos que mais prometia era o clássico nórdico entre a Islândia, vice-campeã olímpica de Pequim 2008, e a Suécia, vice-campeã olímpica de Londres 2012. A torcida compareceu para apoiar as equipes e se vestiu a caráter, com as tradicionais fantasias de vikings. Em quadra, porém, o espetáculo não foi tão grande. Liderada por Niclas Ekberg, a Suécia passeou e venceu por 24 a 16 em partida do Grupo C.

Torcedores se fantasiam em clássico nórdico do Mundial do Catar (Foto: Divulgação/IHF)
Torcedores se fantasiam em clássico nórdico do 
Mundial do Catar (Foto: Divulgação/IHF)



vitória dos bleus

Também pelo Grupo C, os franceses passaram sufoco, mas venceram os tchecos por 30 a 27. Atuais bicampeões olímpicos e campeões europeus, os Bleus contaram com boa atuação dos armadores Nikola Karabatic e Michael Guigou para garantir o triunfo. Cada um anotou sete gols.

França, de Nikola Karabatic, venceu a República Tcheca no Mundial do Catar (Foto: Divulgação/IHF)
França, de Nikola Karabatic, venceu a 
República Tcheca no Mundial do Catar 
(Foto: Divulgação/IHF)


FONTE:

Central do Mercado: Fla mira Robinho e Montillo; De Arrascaeta é disputado

Em movimentada sexta-feira, Santos anuncia retorno de Elano, Riascos faz exames no Cruzeiro, Vasco apresenta Victor Bolt e Diego Tardelli deve deixar o Atlético-MG


Por
Rio de Janeiro

 
Teve de tudo no mercado da bola nesta sexta-feira: apresentação, anúncio de reforço, começo de negociação, saída e disputa por uma promessa. Em um dia movimentado, Inter, Cruzeiro e Flamengo monopolizaram as ações. O Colorado e a Raposa disputam a promessa uruguaia De Arrascaeta enquanto o Rubro-Negro mira a contratação de Robinho e do meia argentino Walter Montillo, que confirmou ter uma proposta dos cariocas.  

montagem Robinho e De arrascaeta (Foto: GloboEsporte.com)
Robinho é sonho do Fla, e De Arrascaeta está 
entre o Internacional e o Cruzeiro (Foto: 
GloboEsporte.com)


Aos 20 anos, De Arrascaeta defende o Defensor. É um meia com futuro. Tanto que gera concorrência. A ida ao clube gaúcho estava praticamente definida, porém, o mineiro apareceu com uma oferta tentadora: pagar à vista os 4 milhões de euros (R$ 10,4 milhões). A definição, então, ficou para os próximos dias.

Inter e Cruzeiro não pararam por aí. Vitinho, ex-Botafogo, contratado do CSKA, foi apresentado como reforço colorado e começou os treinos na serra gaúcha. Riascos, atacante colombiano, foi à Toca da Raposa, realizou exames médicos e está prestes a ser anunciado.  

Robinho é o reforço dos sonhos do Flamengo para 2015. Escolhido por Vanderlei Luxemburgo para ser a principal contratação para temporada, o atacante do Santos já foi procurado pela diretoria. A negociação, no entanto, não é simples. Emprestado ao Peixe até julho, o jogador tem vínculo com o Milan até a metade de 2016. Montillo, atualmente no Shandong Luneng-CHI, é outro desejo antigo dos rubro-negros. Segundo ele, o desfecho da negociação depende dos chineses e uma novela não é vista com bons olhos.

Se pode perder Robinho, o Santos reforçou-se nesta sexta. Elano voltou para a sua terceira passagem. Marquinhos Gabriel e Valencia também assinaram com o time da Vila Belmiro.


FONTE:

Quarentão, Beto resume a carreira: Fla, Vasco, cachaça e aposentadoria

Identificado com o Rubro-Negro e torcedor do clube desde criança, ex-jogador relembra rivalidade: "Contra o Vasco eu queria jogar, dobrava. Eles ficavam p..."


Por
Rio de Janeiro


Beto (Foto: Marcelo Barone)
Beto posa ao lado da camisa do Flamengo que 
vestiu em 2001, ano marcado pelo 
tricampeonato sobre o Vasco 
(Foto: Marcelo Barone)


A ausência de cabelos brancos esconde a idade, assim como a boa forma física, atípica para grande parte dos ex-jogadores de futebol. Da época em que atuava no meio-campo, pouca coisa se alterou plasticamente: o riso fácil e as declarações apimentadas permanecem. A principal mudança está na cabeça e veio a reboque da maturidade. Ex-Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e seleção brasileira, Beto completou 40 anos de idade no último dia 7 de janeiro e abriu as portas da sua casa ao GloboEsporte.com para, numa entrevista descontraída, passar a carreira a limpo. 

Da época em que vendia picolé e trabalhava como empacotador de supermercado em Cuiabá (MT), onde nasceu, ficaram as lições de uma fase árdua. Trocado por 50 pares de chuteiras – pagos pelo próprio atleta –, Beto chegou ao Rio de Janeiro e deslanchou ao ser campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995. Estourou no Botafogo e se identificou com o Flamengo, clube pelo qual torce desde pequeno; vestiu a camisa de Fluminense, Vasco, Grêmio e São Paulo; utilizou a 10 de Maradona no Napoli; e também atuou no Japão. Com a Seleção, faturou a Copa América. Foi uma carreira vitoriosa face às dificuldades.

Apesar das turbulências enfrentadas pessoal e profissionalmente, Beto teve cabeça para, hoje, ser dono do próprio nariz. Vive numa cobertura no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, com a esposa, Marcela, e os filhos Pedro Henrique e Heloísa. Em casa, camisas enquadradas e fotos em que aparece nos gramados remetem aos tempos de boleiro. Em vez de arrumar o meio-campo, agora o ex-jogador ajuda a administrar o buffet da mulher, mas espera virar empresário no futebol e sonha ver o filho – a quem ensina e aconselha – a seguir sua trajetória. Ser treinador, porém, não está nos planos de Beto.

– É dor de cabeça voltar à rotina de novo. Viagem, concentração (risos)... É melhor me deixar fora de campo mesmo. O jogador vai falar: "Você também fazia, não posso fazer (risos)?" Não dá para mim, não (risos) – diverte-se.

Beto (Foto: Marcelo Barone)
Ex-jogador curte o terraço de sua cobertura, 
que fica a duas quadras da praia (Foto: 
Marcelo Barone)


Confira a entrevista completa:

Você passou por momentos complicados no Mato Grosso. Como lidou com eles?

Foi difícil, sofrido. Meus pais me ajudavam muito, e trabalhei bastante. Com 10 anos eu vendia picolé num sol de 40 graus na cabeça, fui empacotador no supermercado que meu pai trabalhava, limpei peixe de madrugada na feira do porto de Cuiabá, carpei quintal, fiz de tudo um pouco. Tinha o sonho de jogar futebol. Falo até hoje que sou realizado, porque todas as metas que tracei eu alcancei com êxito. Quando vim para Nilópolis, onde a família do meu pai morava, no Rio, fui ver um Fla-Flu em um Maracanã abarrotado. E pensei: "Imagina eu jogando aqui?" No ano seguinte eu estava fazendo preliminar.


Você se mudou para o Rio de Janeiro pouco tempo depois e vivenciou a euforia de uma cidade grande. Por que começou a andar armado?
Foi aquela empolgação. Pelas companhias, você é induzido aos erros da vida. Mas tive cabeça boa para ver que aquele não era meu caminho, não era para mim. Quem tem de andar armado é policial, como sempre falo. Às vezes até por precaução, negócio de torcida, coisa assim, confusão, mas nos conscientizamos de que não é para nós. Trabalhar é focar no futebol, ter amizades boas, e pensei muito. Vejo os erros do passado e falo: "Era maluquice". Hoje penso diferente, tenho família, filhos. Trazendo uma imagem ruim, criamos a criança num ambiente ruim. No Mato Grosso foi onde experimentei drogas e vi que não era aquilo. Parei. Andar armado foi na época de profissional, no Botafogo, no Flamengo. Tinha amigo policial, que andava comigo. Eu achava o máximo e queria fazer o mesmo. Hoje é tranquilidade.


Houve deslumbramento pela fama? 
Falo por mim, porque cheguei em 93. No ano seguinte o Brasil foi tetra e eu ainda estava na base do Botafogo. Fui chamado para completar o treino e fiquei. Em 95 estava na Seleção principal. Não enfrentava fila nos lugares onde chegava. Arrumavam mesa no melhor local, era tratado de outra maneira. Quem veio lá de baixo e não tinha nada, quando chega a um lugar cheio e é tratado como rei, com mesa cativa e entrada pelo outro lado para não pegar fila, se deslumbra, sim. Tem que ter cabeça. O Rio de Janeiro acaba com qualquer jogador novo. Se não tiver cabeça, vai se afundar, porque não está acostumado a assédio. Para chegar ao topo é rápido, e para cair, mais rápido ainda.


Você conquistou vários títulos, ficou famoso e jogou por grandes clubes, além da Seleção. Ainda se surpreende por ter sido trocado por 50 pares de chuteiras?
Isso virou uma história que até hoje me perguntam: "Beto, esse lance é verdade?" E o detalhe é que quem pagou (pelas chuteiras) fui eu, não foi nem o Botafogo. Paguei com meus primeiros salários. Parcelei o pagamento em dez vezes e fui pagando com muita felicidade, mas não doei para o clube (Dom Bosco, do Mato Grosso), que não me dava um real. Dei para o Jamil, que trabalha lá até hoje, carregando bola, chuteira, ajudando os garotos. É um cara que não teve reconhecimento de quase ninguém. Foi através das chuteiras que vim ao mundo do futebol. Hoje vemos um jogador de 15 anos ganhando 40 mil reais. Surreal. Quando chega com 20 acha que está bem. É um absurdo. Quando fui convocado para a seleção brasileira em 95, meu salário era de R$ 1.500. Era destaque no meu clube, mas fui para a Seleção ganhando isso. Imagina se fosse a época agora, nossa senhora! (risos)

Mosaico Beto (Foto: Arquivo Pessoal)
Ex-meio-campista, que brilhou no Rio de 
Janeiro, passou também por Napoli e 
Seleção Brasileira (Foto: 
Arquivo Pessoal)


Falando em pagamento, o que fez quando recebeu seu primeiro salário?
Fomos jogar a despedida do Ronaldo: Botafogo e Cruzeiro, no Mineirão. Cada jogador ganhou R$ 600. Eu era louco por tênis, e na época a Mizuno tinha lançado um muito bonito. Falei: "Vou comprar". Fui no shopping e comprei por 400 e poucos reais. Os caras falaram: "Você é maluco!". Eu ficava contando o dinheiro o tempo todo. Era muito dinheiro na mão. Ganhava 300 e naquele dia ganhei 600 num só dia. Era dinheiro para caramba. Quando cheguei na concentração os caras ficaram malucos. Eu realizei um sonho. Marcou bastante. Os caras me zoaram, mas senti o prazer de comprar uma coisa com meu esforço, meu dinheiro. Logo em seguida, fui para a Seleção, ganhei um patrocínio da Nike e pensei: "E agora? (risos)." Eu podia ter esperado mais um pouquinho para ficar todo de Nike (risos).


Que momento acredita ter sido o melhor da sua carreira?
No Botafogo minha trajetória foi muito boa. Na Seleção principal também... No Napoli, usei a camisa 10 do Maradona, o maior ídolo da história do clube. E fui bem lá. No Flamengo teve o tricampeonato e a Copa dos Campeões. Fui o capitão do time, estava muito bem, ali deslanchei. Em 99, achei que seria convocado para a Copa América e não fui. Nunca esqueço. Mas numa quarta à noite, estava num hotel no Espírito Santo assistindo ao Jornal Nacional e vi o pessoal treinando. Pensei: "Sacanagem, era para eu estar lá, mas o cara não me levou." E vi no canto o Leonardo conversando com o Luxemburgo e com a comissão toda. No dia seguinte, me chamaram. Recebi a ligação e nem acreditei. O Leonardo pediu dispensa, e o Luxa mandou me chamar. Foi um presente e fomos campeões.


Você falou algumas vezes na seleção brasileira, e inclusive a camisa está num quadro no alto da parede desta sala. O que representou a amarelinha?
Foi o ápice de tudo. Quando você chega lá é igual trocar de cargo: está na empresa desde o início e quer ser gerente, chegar no topo. Todos têm o sonho de jogar na Seleção. Fui campeão, fiz gol. O Brasil tinha sido tetra em 94, e eu praticamente estava com eles em 95, vestindo o mesmo material. Dunga, Jorginho, Taffarel, Aldair, Roberto Carlos, Ronaldo... Passa um filme na cabeça, você não imagina que está ali com eles. Para acordar desse sonho disso é difícil. Fui um privilegiado.


Teve algum gol mais expressivo nesses anos de carreira?
Um que marcou bastante foi contra a Argentina, na final do Pré-olímpico. Estávamos perdendo por 2 a 0 e fiz o primeiro gol, de esquerda. O jogo acabou 2 a 2 e fomos campeões lá dentro (assista à reportagem sobre o jogo no vídeo abaixo). Esse gol marcou não só a mim, mas muita gente, que fala comigo: "Aquele gol contra a Argentina, hein? Que chutão!" E eu não chutava a gol (risos). O Zagallo que martelou isso na minha cabeça. Quando o treino acabava, eu tinha a mania de ir logo tomar banho, e o Zagallo falava: "Pode voltar". Ficávamos o Danrlei, que era o goleiro, e eu treinando finalização. Fui pegando e, desses treinamento, comecei a fazer gol de fora da área. Passei a ver que, quando você trabalha um pouco mais, consegue êxito.



Há 15 anos você fez embaixadinhas na final do Carioca, contra o Vasco. Ainda é parado pelos torcedores para falar deste lance?
(Risos) A galera ainda fala bastante disso. Falei para os meus companheiros que faria uma surpresa, mas teríamos de ganhar. No fim, falei para o juiz: "Professor, quando estiver para acabar, o senhor me avisa". Aí ele respondeu: "Beto, não vai me ferrar, não, né?" Quando estava para acabar, ele mesmo veio até mim e falou: "Falta tanto, vou encerrar". Aí a bola estava com nosso time, a torcida pedindo, fui lá na lateral, levantei a bola e saí fazendo (a embaixadinha) (assista à reportagem sobre o clássico no vídeo abaixo). O Maracanã desabou (risos).



Você sempre admitiu ser torcedor do Flamengo. O que acha dos atletas que dizem não ter time?
Não aceito. Desde que comecei no Botafogo, falava que era flamenguista. Hoje, se não fosse flamenguista, seria botafoguense. Foi o clube que me projetou, tenho gratidão. A minha família toda torce para o Flamengo, e tive a sorte de ganhar títulos lá. No Vasco falaram que não iam bater palma... No segundo jogo já estavam me aplaudindo, porque dentro de campo eu dava o sangue pelo que estava vestindo. É o meu trabalho, o clube está me pagando. Eu acho que os jogadores deveriam revelar o time para o qual torcem, porque você agrada a torcida jogando, dando o máximo. Não adianta querer conquistar por entrevista se não corresponder em campo.


Após tantos anos no mundo do futebol, você fez amigos no esporte?
Sou um cara que não vivo em casa de jogador de futebol, porque não gosto. Vivo em um outro mundo. Jogador de futebol é muito vaidoso. Vaidade de bens que não leva a nada. Agora, quando encontro o Fernando, jogamos pelada, tem o Carlos Alberto, o Andrezinho, um amigo do caramba que está na Coreia. São coisas que guardo. Adriano, Julio César... Não vivo muito com eles, mas sempre que nos encontramos é uma amizade boa, porque vencemos juntos. Mas não gosto de ficar na casa de um e de outro. Gosto de ficar no meu mundo, com minha família e amigos fora do futebol, onde não tem vaidade. Eu vivo assim.


Beto e bola (Foto: Foto: Marcelo Barone)
Beto diz que não teve problemas com bebida durante a época em que jogava (Foto: Marcelo Barone)


O apelido de "Beto Cachaça" o acompanhou durante algum tempo. Como isso surgiu?
Veio da rivalidade entre Vasco e Flamengo, justamente no tricampeonato. Picharam que o sérvio (Petkovic) tinha que morrer, que o Edilson era cheirador, o Zagallo era gagá e botaram meu nome por gostar de sair, gostar de pagode, essas paradas todas. O meu negócio é dentro campo, fora faço o que quiser, como sempre disse. Gosto de tomar cerveja, de fazer churrasco com os amigos. O mais importante é o trabalho. O extracampo não pode interferir. Quem não gosta de tomar uma cerveja, de um churrasco? Está querendo time de santo? Está querendo quem não saia? Pega o time do presídio, leva para o jogo e devolve para lá (risos). Não tem jeito. Sou tranquilo com isso, era mais da rivalidade do jogo, por eu ser flamenguista. Eu podia não jogar nenhum jogo, mas contra o Vasco queria jogar. Isso matava os vascaínos de raiva, porque dentro de campo, contra o Vasco, eu dobrava. Eles ficavam p... Mas quando fui para lá, eles tiveram carinho enorme, me apoiaram. São coisas que você fala: "Lá atrás xingavam e agora estão batendo palmas para mim". A imagem muda. O futebol é engraçado.


A bebida atrapalhou em algum momento?
Eu sempre me policiei. Se visse que estava chegando 3h ou 4h para treinar às 9h, cansado, percebia que tinha de segurar, pois estava me prejudicando. Então, recuava. Não me prejudicou porque me segurei.


Você falou da vontade de enfrentar o Vasco, em especial. Por quê?
Além da rivalidade, que é tremenda, acho que tem o fato de ser flamenguista. Vinha a parte do jogador e do torcedor. Não queria perder de jeito nenhum. Tinha amigos vascaínos que iriam me zoar, sabia que eu iria ouvir (se perdesse). Tanto que, quando perdemos por 5 a 1, na Páscoa, muita gente ficou em cima. O Eurico deu chocolates, os caras falando de presente de Páscoa... Eu ficava chateado, não queria sair. Falava: "Se zoar, vai dar 'caô'" (risos). Joguei a final do tri com infiltração. Aos 30 minutos, o Zagallo queria que eu saísse, mas gritei: "Ainda dá". Hoje não tem mais isso. Sou flamenguista, mas torci muito pela volta do Eurico. Sempre falei: "Quando vocês perderem esse cara, o Vasco não vai ser a força que é." "Ah, mas o cara rouba", respondiam... Se o cara rouba ou deixa de roubar, ele faz pelo clube. Ele saiu, e o Vasco caiu duas vezes. Com ele, nunca (o Vasco foi rebaixado pela primeira vez no ano em que Eurico Miranda deixou a presidência e Roberto Dinamite assumiu, em 2008). Quando atrasava, ele ia lá conversar, tranquilizar os jogadores... Era uma voz só.


Beto (Foto: Marcelo Barone)Camisa utilizada na vitória sobre a Argentina, no Pré-Olímpico de 1996 está exposta na sala de casa (Foto: Marcelo Barone)


O que faltou na tua carreira?
Faltou disputar uma Copa do Mundo. Fui para a Copa América. Não disputei Olimpíadas porque me machuquei. Mas queria ter jogado uma Copa. Atuei pela Seleção, Flamengo, Europa e, infelizmente, não disputei um Mundial. Ficou um vazio por isso.


A fase é de pré-temporada. Como vê a movimentação dos clubes do Rio de Janeiro?
O Botafogo está triste. Na nossa época já era assim, mas tínhamos um grupo focado em 95, apesar do salários atrasados. Se o clube não se reestruturar, não vai sair disso. A Série B vai ser difícil. Vimos o Vasco quase não subir. Então tem que ter um trabalho diferenciado. O Flamengo está começando o ano bem, trazendo peças importantes... O Luxemburgo está querendo formar um time com a cara dele da época dos títulos importantes. Ele quer voltar a essa imagem de novo, é um puta treinador. Está trazendo peças que farão uma equipe forte. Como torcedor, estou otimista. Eles deveriam esquecer o Carioca para encaixar o time certo em busca de títulos importantes.
Sem a Unimed, vai ser difícil para o Fluminense, pois 60% são jogadores do patrocinador. As contratações foram mais modestas. O Conca e o Fred não sabem se ficam ou se saem... O presidente acha que consegue sem a Unimed, mas quem é tricolor vai ter de esperar para ver o que será feito (risos). E torço para que seja um ano bom para o Vasco. Eurico falou que tem seis pontos garantidos no Brasileiro (risos). Ele é demais! O clube está se reestruturando para poder contratar. O rombo é grande. Por enquanto está em ritmo de pré-temporada (risos). Não adianta trazer bons jogadores sem ter um grupo forte.


Você parou há menos de dez anos, mas o futebol mudou bastante neste período. O que vê de diferente em relação à sua época?


Beto (Foto: Marcelo Barone)
Churrasco é uma das opções de lazer de Beto 
(Foto: Marcelo Barone)


Hoje os jogadores são "boyzinhos", não batem de frente com juiz, com o próprio companheiro. Erram e aplaudem. Não têm coragem de xingar, de dar um esporro. Antigamente discutíamos, queríamos sair na porrada em campo para ganhar. Hoje não tem isso. Os jogadores são mimadinhos, usam fone no ouvido, gelzinho... Mudou bastante. Nós nos rebelávamos, batíamos de frente por bem, para ganhar. Hoje não tem isso. Fico chateado porque passam a mão na cabeça. Acabou a vontade de estar no campo, de querer ganhar. Tem que se cobrar mais dentro de campo. Era bom. Falávamos que íamos deitar e rolar, e o outro time respondia. Aquela rixa sadia, que vai para o campo, mas no fim do jogo todos se abraçam. Acabou esse negócio. Promovíamos o jogo, acabou a rivalidade. Ficamos tristes porque era bom, zoava durante a semana, falava que o time era fraco, perguntava: "Quem é fulano? Nunca ouvi falar nele."


O que tem feito durante o período longe do futebol profissional?
Tenho viajado pelo Brasil com o pessoal do master do Flamengo. Tem um grupo de jogadores de Cuiabá para botar para treinar, converso com eles quando estou lá, mas sei que é difícil. E dia a dia é com a família. Minha esposa tem um buffet e também uma distribuidora. Ajudo a administrar o buffet, colocar nos lugares, fizemos uma parceria com uma casa de festas. É uma coisa boa. Ela faz tudo, orçamento, manda propostas por email, o que oferece, o que não oferece. É torcer para que tudo dê certo. Ela é muito dedicada, companheira. Isso é bom. Às vezes você começa a ganhar muito e esquece a família. Eu gostava de sair, saía porque era solteiro. Hoje em dia sou bem casado, casado há dez anos com a Marcela. Temos nossas brigas de casal, mas estamos juntos, somos felizes. Ela fala: "Se você fosse jogar bola com seus amigos e voltasse logo, tudo bem. Mas você estende" (risos). A hora boa é depois, com churrasco, cerveja, baralhinho com os amigos, conversa. Aí acabo esquecendo da hora (risos).


Você está pensando em ser empresário, então? Ser treinador também é uma opção?
Eu penso em ser empresário, até estive esses dias com o Cláudio Guadagno, o Macarrão. Eles me perguntaram o que eu estava fazendo e tal. Hoje estou com a cabeça mais para esse lado. Treinador, não. É dor de cabeça, voltar à rotina de novo, viagem, concentração (risos)... Me deixa fora de campo mesmo. O jogador vai falar: "Você também fazia, não posso fazer?" (risos). Não dá para mim, não (risos).


Beto e família (Foto: Foto: Marcelo Barone)
Beto posa ao lado da esposa, Marcela, 
e dos filhos Pedro Henrique e Heloísa 
(Foto: Foto: Marcelo Barone)


Já caiu a ficha de que, agora, você é um quarentão?
Rapaz, até agora eu penso, 40 anos... Que isso! Uns não acreditam, dizem que sou gato (risos), mas quem me conhece, sabe que não. Fico feliz por estar com a saúde boa, de bem com a vida, podendo jogar bola, fazer as minhas coisas. A comemoração foi legal, fizemos um jantar na churrascaria, rimos, brincamos... É bom poder proporcionar isso a quem você gosta. Não tem preço que pague. É fruto do que fiz. O que mudou no Beto com a maturidade? Enxergo as coisas diferentes, gastos desnecessários, coisas que bota na balança. Começo a me policiar melhor. Chego aos 40 sem crise (risos), com filhos, esposa, meu pai, que é vivo, irmãos. São coisas que paro e penso: "Olha o que tenho, olha onde cheguei." Se tivesse feito tudo errado, nem estaria aqui. Isso pesa. Conquistei praticamente tudo o que queria e sinto-me realizado.


E qual é o seu maior sonho?
Espero que se concretize: é ver meu filho deslanchar no futebol (o filho dele está na base do Flamengo). E com certeza estarei firme e forte para ver, pois ele tem qualidade para isso. Não quero falar como pai, e sim pelo que as pessoas falam para mim. Dou esporro, explico, mostro, porque são poucos os filhos de ex-jogadores que têm êxito. Eu mostro vários exemplos a ele, falo do que passei. Hoje ele tem as melhores chuteiras, mora bem, come bem, coisas que não tive. Eu jogava no asfalto, tirando rodela do dedão (risos). Os dirigentes da base falaram que ele é muito bom e tem uma conduta excelente. Aquilo me encheu de felicidade. Eu falo a ele: "Quero ver o teu pai tirar onda com o seu dinheiro, e não o contrário." Conversamos bastante, e ele tem a cabeça boa.


FONTE:
http://glo.bo/1BEjPAi

Inspirado no Cruzeiro, René Simões quer time do Botafogo destemido

Técnico espelha-se no atual campeão brasileiro, diz que está satisfeito com o nível dos jogadores - em campo e fora -, e vai dar folga ao grupo após o jogo-treino de sábado


Por
Niterói, RJ

Rene Simões Treino do Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSPress)Treinador elogiou Jefferson 
(Foto: Vitor Silva / SSPress)


Cinco dias de trabalho intenso no Cefat, em Várzea das Moças, fizeram René Simões começar a confiar na equipe do Botafogo. A filosofia de jogo é simples, mas, segundo ele, difícil de ser colocada em prática: "Quero que joguem quando tiverem a bola e se defendam quando não a tiverem". A ideia de "não se acovardar" e a inspiração do técnico de formar um time ofensivo vêm do atual campeão brasileiro, o Cruzeiro, que marcou 67 gols na competição nacional do ano passado.

- Quero que meu time tenha 11 jogadores quando tiver a bola e 11 quando não tiver. Não quero o time se acovardando. Tem que jogar como o time grande que é. Eu venho falando e propondo isso. Futebol está sendo jogado assim. O que me deixa feliz, por exemplo, é que o Cruzeiro campeão teve o ataque mais positivo do campeonato. Na minha cabeça, eu copio o Cruzeiro, gosto do jeito que jogam, jogam bonito. O Atlético-MG jogou assim também - disse René.

Apesar de estar satisfeito com suas opções para o ataque alvinegro, a grande referência do treinador ainda é na defesa. René voltou a frisar que o grande reforço do Botafogo é o ídolo Jefferson.

- Liderança? Tem um tal de Jefferson (risos). O grande reforço do Botafogo é o Jefferson. Quando ele chegou aqui, vimos os olhinhos brilhando de alguns jogadores. Ele tem a responsabilidade de liderar esses jogadores e de ser a referência para toda a torcida do Botafogo. O Jefferson é impressionante, até na hora de comer ele tem um nível de excelência... - elogiou o treinador.

O comprometimento do grupo alvinegro com as atividades realizadas no Cefat rendeu aos jogadores uma folga domingo, após o jogo-treino com o Gonçalense. René contou que foi questionado pelos atletas se haveria a possibilidade de voltarem para suas casas ao término da semana. A resposta foi dada com tranquilidade:

- Falei que, por mim, não via problema algum. Mas perguntei se o grupo que voltaria para treinar comigo segunda-feira seria o mesmo que saiu daqui. Ficou combinado que sim. Após o jogo, eles podem encontrar suas famílias, sair juntos... E retornam na segunda de manhã.

Neste sábado, às 16h30 (de Brasília), o Botafogo faz um jogo-treino contra o Gonçalense, no Cefat, em Várzea das Moças. Para assistirem à partida, os torcedores terão que levar um quilo de alimento não perecível.

* Estagiária, sob supervisão de Gustavo Rotstein



FONTE:
http://glo.bo/15eYHE4

Fim da fila: René Simões joga duro, e Jobson larga atrás por vaga no Bota

Jogador, que já teve problemas com o treinador, é o único atacante do elenco que ainda não foi testado entre os titulares nos primeiros treinos de 2015


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Rio de Janeiro


jobson, botafogo (Foto: Satiro Sodre)
Jobson ainda não foi testado entre os titulares 
pelo técnico René Simões e larga atrás por 
vaga no Bota 2015 (Foto: Satiro Sodre)


Entre idas e vindas, Jobson soma quatro passagens pelo Botafogo. No clube, o atacante teve momentos marcantes, como a reta final do Campeonato Brasileiro de 2009, quando foi o responsável direito por livrar o Alvinegro do rebaixamento à Série B. A identificação, no entanto, não garante prestígio. Na atual temporada, há uma nova realidade: começa no fim da fila.  

René Simões, nos primeiros treinos do ano, deixou claro que Jobson terá de ter paciência e esperar. Na última terça-feira, quando começou a esboçar o time para o Campeonato Carioca, o treinador formou o ataque titular com Rodrigo Pimpão e Bill. Ao longo da atividade, porém, outros jogadores receberam chances. Sassá, Murilo, Tássio, Henrique... Jobson foi o único atacante a não treinar entre os titulares.  

A cena se repetiu na manhã de quinta-feira, em novo trabalho tático. Jobson iniciou a atividade formando o ataque da equipe reserva com Tássio. Minutos depois, no entanto, foi sacado do treino. Enquanto a maior parte do grupo trabalhava com René, Jobson treinava finalizações com outros poucos jogadores do outro lado do campo.  


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- Volto a dizer que o Botafogo não é clínica de reabilitação. Ele está sendo tratado como todos os outros jogadores. O Jobson vai ter que buscar o profissional que ele tem que ser. Ele não vai ter um tratamento especial. Nós vamos tratar todos os jogadores com profissionalismo, que é para todos - disse René Simões, nesta quinta, após oito dias de convivência com comandado.  

Nos primeiros dias de preparação, Jobson não tem se deixado abalar pela situação. Bem-humorado, mantém sorriso no rosto e aparenta entrosamento com o restante do elenco. Nos intensos trabalhos físicos em Várzea das Moças, debaixo de um sol escaldante, mostra disposição e é um dos mais elogiados pelos preparadores físicos.

- Vamos, Jobson. Excelente. Essa é a hora do sacrifício - elogiou o preparador físico Marcello Campello, na última segunda.


O histórico de problemas extracampo é o que mais pesa contra o atacante. Não somente no Botafogo, mas também com o próprio René Simões. Emprestado ao Bahia em 2011, Jobson teve grandes atuações sob o comando do treinador, porém, acabou afastado por problemas disciplinares. René conviveu de perto com o talento do atleta, conhecendo, da mesma forma, o outro lado do jogador.

O prestígio de outrora com o torcedor alvinegro também já não é mais o mesmo. Na reta final do Campeonato Brasileiro, o atacante mostrou disposição e lutou para evitar o rebaixamento. A velocidade e o poder de decisão, no entanto, não foram os mesmos de passagens anteriores. O pênalti isolado na derrota para o Figueirense (veja vídeo acima), em novembro, irritou boa parte da torcida. O lance afundou ainda mais o Botafogo e causou a ira do então técnico Vagner


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Amistoso do Botafogo, no Engenhão, será realizado com portões fechados

Clube encara Shandong Luneng sem torcida em função de obras no estádio. Diretoria quer postergar data de jogo contra o Boavista, pelo Carioca, para poder atuar no local


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Rio de Janeiro


Obras Engenhão (Foto: Philippe Matta)
Obras no local terminam dia 31 de janeiro 
(Foto: Philippe Matta)


O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, reuniu-se, nesta sexta-feira, com representantes da Prefeitura. Em pauta, o Engenhão. A reabertura do estádio está mantida para o próximo dia 24, quando o Alvinegro enfrenta o Shandong Luneng, da China. 
Entretanto, por medida de segurança, a partida será realizada com os portões fechados.

As obras ao redor e dentro do estádio só deverão ficar prontas no dia 31, portanto, o público não poderá comparecer ao amistoso contra equipe chinesa.

- Por conta dessa situação, achamos melhor realizar esse amistoso com portões fechados até para preservar a integridade de todos. O entorno estará com muito entulho, a obra estará acontecendo... Não tem condições de receber público. É arriscado - disse o presidente alvinegro que, nos próximos dias, vai acompanhar a vistoria do Corpo de Bombeiros e do Gepe no estádio.

A situação do Engenhão reflete ainda no Campeonato Carioca. O Botafogo já solicitou à Ferj a transferência da partida contra o Boavista, programada para 31 de janeiro, para o dia 1º de fevereiro, data em que a obra estará finalizada.



O clube não recebeu o retorno da Federação, porém, trabalha com outras duas opções.

- Volta Redonda e Moça Bonita são alternativas viáveis - declarou o presidente do Glorioso.


Na manhã de quinta-feira, o estádio foi atingido por um incêndio em parte de sua cobertura, atingindo os setores Sul e Oeste. As chamas foram controladas e ninguém se feriu.


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http://glo.bo/15dPDz9

Maringá pega o "mordido" Sesi em busca da terceira vitória na Superliga

Equipe paranaense começou 2015 com duas vitórias e está na sexta colocação do torneio de vôlei. Partida será neste sábado, em São Paulo, às 21h30


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Maringá


maringá vôlei (Foto: Wellington Carvalho/CBV )
Equipe não pode ficar na defensiva, lembra 
ponteiro Renato (Foto: Wellington 
Carvalho/CBV )


A equipe do Ziober Maringá enfrenta o Sesi São Paulo neste sábado, às 21h30, pela Superliga de Vôlei. A equipe paranaense venceu as duas partidas no torneio desde o reinício dos jogos em 2015, e um novo resultado positivo mantém o time dentro da zona de classificação para os playoffs. O Maringá está na sexta colocação com 23 pontos, enquanto o time paulista está na quinta posição com 28 pontos.

A partida promete ser bastante complicada para o Maringá, que pega o Sesi pressionado por vitória depois do tropeço contra o UFJF, de Minas, na rodada anterior. Entre as armas do Sesi-SP está o central Lucão, dono do segundo melhor saque da competição.
- Tivemos uma boa semana de treinos, recuperamos nossa confiança depois da última derrota, disse Lucão. 

O central também demonstra bastante conhecimento das principais armas do Maringá, e destacou a força da defesa da equipe.

- Nós temos grande potencial de saque e ataque, mas eles têm uma defesa e um passe muito bons, o líbero, Thiago Brendle, está em ótima fase, analisou. 

O Maringá também fez a tarefa de casa e conhece os pontos mais fortes da equipe paulistana. O ponteiro Renato Russomano lembrou que o adversário é bastante ofensivo e, para vencer, a estratégia não pode ser apenas de se defender fora de casa. 

- Nosso passe e nossa defesa estão evoluindo, mas o Sesi-SP tem o saque do Lucão e o ataque do Lucarelli, que são muito fortes. Não poderemos nos dar ao luxo de ficar na defensiva, nosso sistema de saque e bloqueio precisa ser agressivo, comentou Renato.


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Perto de fazer história no UFC, Vitor Belfort afirma: "Sou viciado em vitória"

Se faturar o cinturão dos pesos médios contra Chris Weidman, lutador será o primeiro a ser campeão de três categorias. Esporte Espetacular exibe especial domingo


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Rio de Janeiro



Ele detém o recorde de atleta mais jovem a ser campeão do UFC. Aos 19 anos, Vitor Belfort conquistou o título dos pesos-pesados e, depois, também foi campeão dos meio-pesados. Neste domingo o Esporte Espetacular exibirá uma entrevista com o brasileiro que está se preparando para lutar no dia 28 de fevereiro. Aos 37 anos, ele vai enfrentar o americano Chris Weidman com objetivo de conquistar o cinturão dos pesos-médios, o que ficou na posse de Anderson Silva por 10 defesas seguidas, desde 2006. Caso vença a luta, Vitor entra para história mais uma vez. 
Será o único lutador do mundo a conquistar o cinturão em três categorias diferentes do UFC. O foco e a determinação dele são impressionantes. Só pensa na luta e na conquista do cinturão.
- Só tenho uma coisa em mente. Chama-se Chris Weidman. Eu só penso nele. Eu sou viciado em vitória -  disse em entrevista ao Esporte Espetacular..

Thiago Asmar e Vitor Belfort em entrevista nos Estados Unidos (Foto: Priscila Carvalho)Thiago Asmar e Vitor Belfort em entrevista nos Estados Unidos (Foto: Priscila Carvalho)


A produção do Esporte Espetacular passou uma semana nos Estados Unidos acompanhando os passos de Vitor em casa, na academia, na fisioterapia, nos treinamentos e na rotina com a família. A reportagem de Thiago Asmar, com produção de Priscila Carvalho, será dividida em três momentos, em três domingos: trajetória da carreira, vida pessoal e família, e a terceira será com foco na preparação para a luta. 

Um dos dramas pessoais do lutador foi o desaparecimento da irmã, Priscila, há 11 anos. Ele teve que superar o trauma para seguir carreira.  

- Eu aprendi que o sofrimento é a receita mais poderosa para você se tornar forte. É no sofrimento que a gente cresce – diz.

Neste domingo, o Esporte Espetacular começa às 10h, logo após o AutoEsporte



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Bolt supera drama e festeja segurança no Vasco: "Nunca pensei em desistir"

Apresentado nesta sexta-feira, volante diz que gosta de levar o sobrenome do velocista jamaicano, ensaia comemoração famosa e lembra dificuldades na carreira


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Rio de Janeiro


vasco victor bolt (Foto: Edgard Maciel de Sá)Bolt segura a camisa do Vasco em Pinheiral: mais um reforço para 2015 (Foto: Edgard Maciel de Sá)


Victor Bolt tem 27 anos. Mas sorri como um menino diante da grande chance de sua carreira. Depois de passagens por Olaria, Benelenses-POR, Bahia e Madureira, o volante foi apresentado oficialmente nesta sexta-feira pelo Vasco. Mais do que a oportunidade de vestir a camisa de um grande clube brasileiro, o jogador festejou a segurança financeira que essa oportunidade lhe dará. Muito para quem até pouco tempo precisava completar a renda familiar jogando Futebol de 7 também pelo Madureira.

Era uma válvula de escape, como o próprio Bolt resume, diante dos constantes "atrasos salariais dos clubes pequenos". Fora de campo, Victor também viveu um drama em 2012: a perda do pai quando jogava no futebol português. Chegou a ficar um mês "sem cabeça para o futebol". Duas dificuldades do passado que lhe dão ainda mais motivação para correr em campo e justificar a comparação com o velocista jamaicano.

- O interesse do Vasco me deixou muito feliz. Agora tenho uma fonte de renda segura e vou fazer de tudo para me firmar no clube. Já passei por muitas dificuldades. A experiência no Futebol de 7 foi uma válvula de escape. Nem todo time pequeno paga em dia. Mas sempre fui jogador de campo e nunca pensei em desistir do meu sonho. Nem mesmo depois da perda do meu pai. Fiquei um mês sem conseguir jogar. Só pensava nele. Mas superei isso e agora consegui realizar meu sonho de vestir a camisa de um grande clube - frisou.

O apelido curioso surgiu no Futebol de 7. Tudo por que Bolt corria feito um louco durante os 50 minutos da partida. Foi quando um jornal deu início à comparação. Ele gostou. E já sonha comemorar um gol pelo Vasco imitando o famoso gesto do recordista dos 100 metros rasos - com o tempo de 9s58. Na última Série C do Campeonato Brasileiro, foi um dos artilheiros do Madureira com quatro gols marcados.

- Joguei mais adiantado e marquei quatro gols. Agora espero marcar pelo Vasco e comemorar como o Bolt. Gosto do apelido. É um atleta de alto nível, que adora brincadeiras. Até meu sobrinho de dois anos me chama assim. Acho que consigo correr os 100 metros em uns 12 ou 13 segundos (risos) - garantiu.

Treino regenerativo

Após o coletivo da última quinta, o elenco vascaíno realizou um trabalho regenerativo na academia do CT João Havelange na manhã desta sexta-feira. Apenas os goleiros foram a campo sob a supervisão do coordenador científico Alex Evangelista. Os jogadores voltam a treinar na parte da tarde, a partir de 16h30.

victor bolt vasco comemoração (Foto: Edgard Maciel de Sá)
Victor repete o gesto característico de Bolt e 
sonha em repeti-lo após um gol pelo Vasco 
(Foto: Edgard Maciel de Sá)


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Empresário não salda dívida, e transferência de Adriano se complic

Imperador ainda não saiu do Brasil, e imprensa francesa já descarta a sua chegada ao Le Havre. Christophe Maillol tem até segunda-feira para apresentar orçamento


Por
Paris


A novela da transferência de Adriano para o Le Havre, clube da segunda divisão francesa, teve um novo e importante capítulo nesta sexta-feira. O Le Havre apresentou o seu orçamento para o ano de 2015 na sede da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), entidade que controla as contas dos clubes franceses, sem contar com o dinheiro de Christophe Maillol, empresário que pretende comprar o clube e levar o Imperador para a França. A ida do centroavante brasileiro, que continua no Brasil, pronto para viajar a qualquer momento, está condicionada à chegada dos recursos de Maillol.

Sem esse dinheiro, a atual diretoria já avisou que não pode trazer Adriano. O novo orçamento não só não inclui compra de jogadores, como prevê ainda a venda de atletas no valor de cerca de 3 milhões de euros (R$ 9 milhões) para equilibrar as contas internas do clube. Além disso, para poder assegurar a manutenção do time no segundo escalão francês, o atual presidente, Jean-Pierre Louvel, e alguns membros da diretoria tiveram de dar garantias financeiras através de seus bens pessoais. O GloboEsporte.com tentou entrar em contato com Christophe Maillol, mas o francês não respondeu. 



adriano imperador frança (Foto: Claudia Garcia)
Adriano não deve mais jogar no Le Havre 
(Foto: Claudia Garcia)


Durante o dia, alguns sites de jornais franceses já descartavam a chegada de Adriano. No entanto, o “Le Parisien” fala em novas datas para Maillol. Na próxima segunda-feira, a DNCG dará uma resposta ao novo orçamento para o ano de 2015. E, da parte do Le Havre, o empresário, que está negociando a aquisição do clube há cinco meses, tem agora até dia 23 de janeiro para transferir cerca de 8 milhões de euros (R$ 24 milhões).

Logo depois, Maillol terá de conseguir os restantes 12 milhões (R$ 36 milhões) para comprar definitivamente o clube, embora o francês tenha afirmado em uma entrevista recente a uma rádio francesa que a primeira parcela já tinha sido saldada. Se nada acontecer até à próxima sexta, Maillol irá falhar pela quarta vez a aquisição de um clube de futebol na França - os outros que estiveram quase a ser comprados pelo empresário, foram o Grenoble, o Nîme e o Nantes.



FONTE:
http://glo.bo/1BCgPo2

Livio Orichhio: a razão de Nurburgring não receber mais o GP da Alemanha

Nesta semana, Bernie Ecclestone descartou circuito e confirmou Hockenheim como sede da corrida de 2015, encerrando revezamento que durava desde o ano de 2008



Livio Oricchio - Especialista GloboEsporte.com (Foto: GloboEsporte.com)

Bernie Ecclestone anunciou, nesta quinta-feira, que o GP da Alemanha deste ano, décimo do calendário, dia 19 de julho, será disputado no Circuito de Hockenheim. Originalmente a prova seria realizada no Circuito de Nurburgring, em respeito ao acordo de alternância entre uma e outra pista, já que a edição de 2014 foi em Hockenheim.

Provavelmente por causa de problemas financeiros, os novos proprietários de Nurburgring não poderiam investir o necessário para garantir o evento. Dentre as maiores dificuldades de todos promotores de GP está pagar a desafiante taxa cobrada por Ecclestone, a temida Promoter Fee.

gp da alemanha nurburgring (Foto: Agência AFP)
Placa no tradicional circuito de Nurburgring, 
na Alemanha (Foto: Agência AFP)


Quando o dirigente inglês começou a se envolver com a F-1, em 1970, como empresário do piloto austríaco Jochen Rindt, os promotores de GP negociavam equipe a equipe o valor a lhes ser pago para participar das corridas. No livro “No Angel”, de Tom Bower, uma espécie de biografia de Ecclestone, o homem que comanda a F-1 explica que foi por conta de ver os times, em especial os ingleses, em situação econômica difícil, por receberem quanto os promotores bem entendiam, que decidiu tomar a iniciativa de ser um líder dos interesses da F-1. Daí surgiu a Formula One Constructors Association, Foca, no fim de 1972.

Unidas, escuderias como Lotus, McLaren, Brabham, do próprio Ecclestone, Tyrrell, March, teriam maior poder de barganha. “Elas mal recebiam para pagar as despesas de viagem”, afirma o inglês. Já equipes como Ferrari, Matra, Alfa Romeo, pertencentes a montadoras, além de estáveis financeiramente, recebiam mais dos promotores e eram politicamente aliados da Fisa, braço esportivo da FIA, inimiga da Foca.

Desde então Ecclestone nutre esse ressentimento com os promotores de GP. O diretor executivo da F-1 tem hoje 84 anos. O que antes era algo que não pesava no orçamento das despesas para promover um GP, hoje representa o seu maior custo. A união das equipes fez com que Ecclestone revertesse o jogo: se os promotores desejassem organizar uma etapa do Mundial teriam de pagar o que as equipes, através de Ecclestone, exigiam.

Ao longo dos anos, a mudança foi tão grande que atualmente nada menos de 12 das 20 provas do calendário são promovidas pelos governos dos países que estão no calendário. Os recursos vêm de empresas estatais. Há apenas oito promotores privados que, com certeza, fazem esforços enormes para poder pagar o cobrado pela Formula One Management (FOM), dirigida por Ecclestone - a Foca não mais existe, e ainda ter um pequeno lucro.

A substituição do local da corrida na Alemanha, este ano, de Nurburgring para Hockenheim, é uma consequência direta dessa revisão conceitual que a F-1 experimenta nas últimas décadas. Do fim dos anos 90 para cá, o perfil do promotor mudou bastante.


Plataforma de negócios

Que interesse tem um país em fazer um investimento elevado para fazer parte do campeonato da F-1? Não se trata apenas de pagar a taxa do promotor, mas construir um autódromo de alto nível, por exemplo. Resposta: não é apenas para a satisfação de seus cidadãos. E não é mesmo. Os governos utilizam a F-1 como plataforma para se expor no mundo dos negócios. A F-1 atinge todos os continentes, são 600 milhões de telespectadores por ano. É algo bastante representativo.

Num mundo de economia cada vez mais globalizada, demonstrar capacidade para receber e organizar com sucesso uma etapa do sofisticado Mundial de F-1 é um excelente cartão de visita aos interessados em investir. Os mais recentes no campeonato representam mercados emergentes. Em outras palavras, a F-1 passou a ser usada por nações para se apresentarem ao mundo.

Curiosamente, até mesmo países que até há pouco mais de 20 anos adotavam severos regimes totalitários, ou mantinham suas fronteiras completamente fechadas para a cultura ocidental, enxergam hoje a F-1, expressão máxima do capitalismo, dessa forma. Agora visam a se inserir no universo dos negócios globalizados e mostram-se sensíveis aos valores cultivados pelo ocidente. A Rússia é o melhor exemplo, estreante na F-1 no ano passado. Já haviam aderido a essa estratégia a Hungria, ainda em 1986.

Mais: a Malásia, desde 1999, os árabes, com Bahrein, 2004, Abu Dabi, 2009, China, 2004, Índia, 2011 a 2013, Coreia, 2010 a 2013, e Cingapura, desde 2008. A partir deste ano volta o México e em 2016 haverá a estreia de outra nação que procura a todo custo mostrar ao mundo que existe e dispõe de imensos recursos naturais: Azerbaijão. Uma etapa da F-1 será disputada nas ruas de Baku, sua capital.

Como brilhante homem de negócios que é, Ecclestone enxergou nesse interesse dos governos em promover seus países através da F-1 uma forma de gerar ainda maior receita. Do começo dos anos 70, quando as transmissões das corridas pela TV começaram, até o início dos anos 2000, a venda de direitos de TV foi a principal fonte de arrecadação da F-1. 

Mas a história começou a mudar com a revisão no perfil dos promotores. Ecclestone passou a cobrar muito mais. Um governo pode pagar valores bem mais elevados que um promotor privado. Apesar do caráter de confidencialidade entre a FOM e os promotores, esses valores são mais ou menos conhecidos pela maioria no paddock, ainda que não sejam oficiais.

Países europeus, continente das nove equipes hoje, pagam para promover cada edição do seu GP cerca de US$ 18 milhões (R$ 48,6 milhões). Mônaco, pelo interesse da F-1, menos, US$ 12 milhões (R$ 32,4 milhões). Assim como os norte-americanos, por ser o maior mercado de várias empresas que investem na F-1. Estima-se que os organizadores da prova em Austin, no Texas, paguem o mesmo de Mônaco.


Governos pagam bem mais

Mas para quem passou a fazer parte do calendário mais tarde e Ecclestone identificou o uso da F1 com uma plataforma comercial, a história muda. E bastante. Bahrein, Abu Dabi, China, Cingapura, Rússia não enviam para a conta da FOM menos de US$ 40 milhões (R$ 108 milhões) todo ano. O mesmo que pagará o Azerbaijão. Acredita-se que o México não chegue a tanto. Por fazer parte do campeonato desde 1973, o Brasil deve recolher para a FOM pouco mais dos europeus.

Um dado demonstra bem no que se transformou a Promoter Fee da F-1: enquanto em 2014 a FOM recebeu algo como US$ 410 milhões (R$ 1,107 bilhão), proveniente da venda de direitos de TV, o arrecadado com o pagamento da taxa dos promotores chegou a US$ 490 milhões (R$ 1,323 bilhão).

Todo esse dinheiro vai para o caixa da FOM, junto de outras fontes de receita, como a exploração comercial dos espaços publicitários nos autódromos, venda das áreas VIP, e depois distribuído entre os donos dos direitos comerciais, a empresa de capital inglês CVC, as equipes, a FIA, além de custear as despesas do Formula One Group, a quem a FOM pertence.

Existe uma certa revolta dos promotores privados contra Ecclestone por o dirigente exigir valores da Promoter Fee, na hora de renovar os contratos, que só poderiam ser cumpridos pelos governos de nações.

Se o GP dá ou não lucro, para os governos pouco importa, pois capitalizam com a propaganda que a F-1 fará de seus países, por quatro dias, de quinta-feira a domingo. Não existe vitrine melhor para se expor. Além do imenso universo que a F-1 atinge, essas nações se veem associadas a esporte, alta tecnologia, velocidade, lastro financeiro para sustentar o evento, enfim, agrega valores nobres.

“Estamos muito satisfeitos com o que a F-1 nos proporciona. Já iniciamos as conversas para a extensão do nosso contrato”, afirmou ao hoje repórter do GloboEsporte.com, em 2013, Muhamed al Khalifa, um dos responsáveis pela introdução do GP de Bahrein no calendário.

Os detalhes do porquê Nurburgring não receberá o GP da Alemanha, dia 19 de julho, são desconhecidos. Mas diante do fato de Ecclestone ser irredutível na cobrança dos valores acordados em contrato, quem apostar na impossibilidade de os promotores pagarem a elevada taxa e bancar as despesas de organização tem chances enormes de acertar.

A F-1 está se tornando um evento voltado não apenas para a TV como também para nações com o perfil de parte significativa das que hoje fazem parte no calendário. Com isso, corridas tradicionais, como as de Monza, Silverstone, Montreal, Spa-Francorchamps, organizadas por empresas privadas e não ligadas a governos, fazem de tudo para se manter no campeonato. Por vezes, desprezando até mesmo ter lucro. Para a F-1 como empresa, essas provas clássicas, apesar da tradição, contribuem bem menos financeiramente, daí sua “importância relativa”.


FONTE:
http://glo.bo/15c4jii