terça-feira, 14 de julho de 2015

Após estreia no Pan, Gabi Zanotti pede mais capricho nas fizalizações

Apesar da vitória tranquila sobre a Costa Rica, no torneio de futebol dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a seleção brasileira desperdiçou inúmeras oportunidades



Por
Vitória, ES


Gabriela Zanotti, meia capixaba da seleção brasileira feminina de futebol (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Gabriela Zanotti, meia capixaba da seleção brasileira feminina de futebol (Foto: 
Reprodução/TV Gazeta)


A eliminação precoce na Copa do Mundo de futebol feminino ficou para trás e a seleção brasileira estreou com uma vitória tranquila sobre a Costa Rica, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Na partida, vencida por 3 a 0, o placar ainda poderia ser mais folgado, se o Brasil não tivesse desperdiçado inúmeras oportunidades, segundo a meia Gabriela Zanotti.

- Fizemos um bom jogo, mas poderíamos ter aproveitado melhor as oportunidades que criamos. Poderíamos ter aberto uma vantagem maior com o saldo de gols, mas pecamos em algumas finalizações. Temos que ser mais eficientes daqui pra frente - cobrou.

A jogadora capixaba iniciou a partida no banco de reservas, mas, na segunda etapa, entrou no lugar de Andressa Alves e quase deixou a sua marca. Em um contra-ataque rápido, Gabi serviu Cristiane, na grande área. Ao invés de chutar para o gol, a centroavante tentou o passe pelo meio para Raquel, mas a defesa da Costa Rica fez o corte parcial. No rebote, a capixaba chutou para uma grande defesa da goleira Diaz

- O contra-ataque foi muito bom, porém mais uma vez não concluímos em gol, talvez tenha faltado um pouco de tranquilidade na conclusão do lance. Mas, de qualquer forma, fiquei feliz com a minha participação, sei que posso dar muito mais que isso, espero que as oportunidades  continuem aparecendo e o gol vai sair na hora certa - declarou a capixaba.

Nesta quarta-feira a seleção brasileira feminina volta a campo pelo torneio de futebol dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Pela segunda rodada do Grupo B, o Brasil enfrenta o Equador, às 18h35 (de Brasília), no Estádio da Hamilton.


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Matheus Santana deixa para trás título de promessa e briga por ouro no Pan

Um dos principais nomes da seleção brasileira de natação, velocista de 19 anos tenta subir ao pódio no pan-americano pela primeira vez, nos 100m livre e 4x100m livre



Por
Direto de Toronto, Canadá
 
O nadador Matheus Santana tem tatuagens nos dois braços (Foto: GloboEsporte.com)O nadador Matheus Santana tem tatuagens nos dois braços (Foto: GloboEsporte.com)


Passou o tempo em que era chamado de "revelação", "promessa", "novo Cielo". O nome Matheus Santana hoje já se sustenta sozinho. Há quase dois anos na seleção adulta, o carioca de 19 anos deixou de ser aquele menino promissor do Botafogo para virar um dos destaques da seleção principal da natação brasileira. O maior compromisso nesta "nova função" será na noite desta terça-feira, quando terá duas chances de estrear no pódio dos Jogos Pan-Americanos, nas finais dos 100m livre e do 4x100m livre. 

- Não me sinto pressionado. É uma coisa natural. Já venho na seleção adulta há um tempo. A importância dessa competição e das outras é igual. Eu costumo encarar sempre com muita seriedade qualquer competição. Me sinto pronto, me sinto tranquilo, sabendo do que tenho que fazer. Espero que dê tudo certo - afirmou o detentor do recorde mundial júnior dos 100m livre.

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Matheus Santana 100m livre (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/COB)
Matheus Santana promete mostrar força no 
Pan (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/COB)


Nas expressões, na forma de falar e de lidar com as responsabilidades da vida de um atleta de ponta, Matheus Santana não parece ser um adolescente de 19 anos. Focado, está sempre mentalizando suas provas e os tempos que tem na mira para as próximas competições. Os números para o Pan estão bem gravados na sua mente, mas o nadador só os compartilha com sua comissão técnica.
 
-  Não costumo anotar os tempos em nenhum lugar, mas guardo na minha cabeça, memorizo e todos os dias eu tento lembrar  para tentar alcançar o objetivo - disse o nadador do Unisanta, que passou em oitavo para a final dos 100m livre e ainda disputa o 4x100m livre. As duas provas são ainda nesta terça-feira.

Matheus Santana quarto (Foto: Lydia Gismondi)Matheus Santana tem papel motivacional colado em seu quarto (Foto: Arquivo pessoal)


Além dos números, frases motivacionais também sempre estão na cabeça e ao alcance de sua vista. Matheus tatuou no braço: "Ever Tried. Ever Failed. No Matter. Try Again. Fail Again. Fail Better" (Já tentou. Já falhou. Não importa. Tente de novo. Falhe de novo. Falhe melhor). O pensamento também está em uma folha de papel colada no teto do seu quarto em Santos.

Hoje, nem mesmo as tradicionais comparações com Cesar Cielo lhe incomodam mais. Desde que começou a se destacar no esporte, o carioca é alvo de comparações com o campeão olímpico, principalmente por quebrar alguns recordes das categorias de base do experiente atleta. 

- Acho que já é uma coisa que passou. Tinha muito isso quando eu era juvenil, quando era mais novo. Mas agora já estou há dois anos na seleção adulta, já competi com ele várias vezes e ganhei uma vez. Então, acho que essa comparação ficou meio para trás. As pessoas começaram a ver que Cielo é Cielo e eu sou eu - ressaltou.

Junto com o amadurecimento dentro da piscina, Matheus vem ganhando mais responsabilidades também fora dela. Passou a ser mais rigoroso no controle de sua diabetes, com quatro e cinco aplicações diárias de insulina por dia, além de uma dieta mais rigorosa. O corte do Mundial júnior de 2013, devido ao índice de hemoglobina glicada muito alto, fez cair a ficha do nadador sobre a  importância  dos cuidados com a doença.

- Hoje em dia eu sou muito mais atento com essa questão da minha vida. Eu também tenho ajuda da Unisanta, que montou uma equipe multidiscilplinar com tudo o que eu preciso. Isso ajudou muito - disse Matheus. 


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Canadá tem "ajudinha", e dupla do Brasil divide medalha: "Mérito é nosso"

Edson Isaías e Hans Mallmann cruzam na frente no K2 200m, mas organização dá empate técnico: "Os oficiais de prova que ficam na torre decidem o que fazer"



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Direto de Toronto


Edson Isaias Hans Mallmann canoagem (Foto: Gabriel Fricke)Edson Isaías e Hans Mallmann ficaram com o bronze na K2 200m  (Foto: Gabriel Fricke)


Ao cruzarem a linha de chegada, a festa já estava pronta. Mas, logo depois, Edson Isaías e Hans Mallmann souberam que a comemoração seria dividida. Na categoria K2 200m, a dupla brasileira terminou na terceira posição, com o tempo de 34s345. Logo atrás chegaram os canadenses Mark de Jonge e Pierre-Luc Polin, com 34s350. Para a organização, no entanto, a diferença de tempo não foi suficiente para separar os rivais. As duas duplas, então, ficaram com o bronze.

Após a prova, Edson Isaías disse não se importar com a “ajudinha” para os rivais. Mas fez questão de ressaltar que a conquista foi brasileira.

– Dizem que houve empate técnico. Pelo menos estamos levando a medalha. Pode ser (que o fator casa interfira), mas não posso afirmar. Esse tempo já faz uma grande diferença. Não tenho nada contra eles, mas quem estava no pódio primeiro era a gente. Eles que entraram. Todo o mérito é nosso – afirmou.



A organização também não quis entrar em polêmica. Segundo uma porta-voz dos Jogos, são os oficiais de prova que decidem o resultado final em casos assim.

– Normalmente , quando há empates assim, o resultado é decidido no photofinish. Os oficiais de prova que ficam na torre decidem o que fazer. Eles acharam que teriam de dar a medalha para Brasil e Canadá. Não tenho mais detalhes – afirmou.

O ouro ficou com os argentinos Ezequiel di Giacomo e Ruben Rezola, com 33s955, enquanto a prata foi para os cubanos Fidel Vargas e Reinier Torres.

Edson já havia conquistado a prata no K1 200m. O Brasil ganhou outras medalhas no dia. Isaquias Queiroz foi ouro no C1 200m, e Valdenice Conceição foi bronze na mesma prova entre as mulheres.


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Atento, treinador cuida de perto de fase adolescente do xodó Flavinha

Técnico da promessa, Alexandre Carvalho reconhece que, aos 15, ginasta ganha maturidade para manter o foco. Para 2016, esperança é principalmente na trave



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Toronto, Canadá

Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano (Foto: Washington Alves/Exemplus/COB)Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano (Foto: Washington Alves/Exemplus/COB)


Toda vez que compete, Flavinha tem consigo um ''elemento'' extra que, apesar de não ter um nível alto de dificuldade, pode ajudar nas suas apresentações de ginástica artística. Sempre sorridente, a pequena brasileira tem jeito de menina e é dona de um dom natural de cativar. Seja a torcida, seja as próprias adversárias. Após a conquista do bronze no individual geral, a atleta de apenas 15 anos confessou que até mesmo as adversárias a olham desta forma especial.

Apesar dos 1,33m de altura, o xodó Flavinha já está entrando na fase da adolescência. A atleta diz que tem uma rotina normal, mas com mais treinos e concentração do que outras meninas de sua idade. O técnico, que a acompanha desde os 12 anos, reconhece que será um momento de atenção especial.

- É uma fase que o técnico tem que tomar bastante cuidado. A família é muito importante, a dela apoia muito e acredita no trabalho. Realmente é um ponto de cuidado na carreira do atleta. A Flávia entende o quanto isso é importante. Porque as meninas da idade dela querem sair, passear, e ela tem que estudar e treinar - explicou o treinador.


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O bronze no individual geral (prova que reúne os quatro aparelhos) não foi o primeiro de Flavia Saraiva no Pan de Toronto. Um dia antes, no domingo, havia conquistado também a terceira posição com a equipe feminina do Brasil. A pequena ainda pode subir no pódio no solo e na trave. Por mais que tenha evoluído na prova mais completa, seu técnico aponta a trave como sua maior preocupação, sobretudo para os Jogos do Rio 2016. Para Alexandre Carvalho, é neste aparelho que a atleta pode surpreender ainda mais.

 Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano (Foto: Eric Bolte/Reuters) 
Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano 
(Foto: Eric Bolte/Reuters)


- Até as Olimpíadas muita coisa pode acontecer. Mas o objetivo para 2016 é colocar ela na final entre as oito melhores (de aparelhos), principalmente na trave. Ela mostrou que pode disputar entre as melhores sim (no individual geral). Precisa melhorar um salto e já está treinando um novo. Mas realmente a trave é o aparelho forte dela - disse Alexandre.

Sucesso de simpatia

Na briga pelo individual geral, Flavinha travou uma boa disputa com duas americanas. Madison Desch ficou com a prata. Mas Amelia Hundley nao pôde alcançá-la e terminou em quarto. Mesmo fora do pódio, a atleta dos Estados Unidos elogiou e declarou que é difícil não se encantar ao ficar perto da brasileira.

- Ela é tão fofa! Estávamos aquecendo juntas e, quando ela parou, me senti gigante ao seu lado. Ela é incrível, tem grande forma e execução. Parece ter muita disciplina e treinar pesado - disse.

Flavia confessa que até as rivais se rendem, e Alexandre reconhece que isso é normal no cotidiano da ginasta, que está na seleção adulta há um ano. Mas o técnico acredita que o principal é usar sua "simpatia" com naturalidade.

- A Flavia é muito nova e acaba levando tudo com naturalidade. Ela é pequenininha, todos acham bonitinha. Ela tem que saber usar bem isso. É natural, nada forçado. Tem que continuar com essa simpatia.

As finais por aparelhos na ginástica artística do Pan de Toronto começam nesta terça-feira. O destaque do dia será o campeão olímpico Arthur Zanetti. Nas argolas, o brasileiro busca a medalha de ouro inédita em Jogos Pan-Americanos.

Madison Desch Ellie Black e Flavia Lopes Saraiva Pan-Americano (Foto:  Ezra Shaw/Getty Images)
Madison Desch Ellie Black e Flavia Lopes Saraiva 
Pan-Americano (Foto: Ezra Shaw/Getty Images)


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Embalado pelo vento, Isaquias vence C1 200m e conquista mais um ouro

"Só nasce um Ayrton Senna, um Ronaldinho, um Usain Bolt. Ele é desse tipo", diz primeiro treinador do brasileiro. No K1 200m, Edson Isaias fica com a prata



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Toronto, Canadá

Isaquias posa para foto com as três medalhas que conquistou em Toronto (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)Isaquias posa para foto com as três medalhas que conquistou em Toronto (Foto: Divulgação/ Confederação Brasileira de Canoagem)


Nem a chuva forte, que apertou ainda mais na hora de sua prova, nem os adversários, nem a torcida a favor dos canadenses... Nada parou Isaquias Queiroz. Após conquistar uma prata com Erlon Silva no C2 1000m e o primeiro ouro da história brasileira nos Jogos Pan-Americanos na segunda-feira no C1 1000m, a fera da canoagem velocidade se consagrou em seu primeiro Pan ao subir novamente no topo do pódio, nesta terça. Desta vez, a prova foi o C1 200m. Na prova curta, o baiano disparou nas águas de Welland, no Canadá. O atleta de 21 anos largou atrás, deu um sprint final e passou todo mundo, completando a prova com o tempo de 39s991 - a prata ficou com Jason McCoombs, do Canadá, com 41s333, e o bronze com Arnold Rodriguez, de Cuba, com 41s459. A arrancada, embalada pelo vento, gerou brincadeiras sobre o estilo de Usain Bolt.

- Até dá para fazer uma comparação sim (risos). Mas tenho que me preparar muito ainda para chegar aos pés daquele deus da corrida. Estou firme na preparação e espero conseguir continuar tendo resultado nos meus treinamentos. Para mim, as medalhas significam que o trabalho está sendo feito. A satisfação é muito grande de ajudar o Brasil, somos uma nação inteira, um time só, então fico muito feliz. Agora é manter o foco - comentou o brasileiro.

O recorde mundial da prova é 38s137, do ucraniano Iurii Cheban. O tempo foi registrado durante o Mundial da categoria, disputado em agosto de 2014, em Moscou, na Rússia.

Isaquias é o grande nome da canoagem brasileira para as Olimpíadas Rio 2016 (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)
Isaquias é o grande nome da canoagem brasileira 
para as Olimpíadas Rio 2016 (Foto: Divulgação
/Confederação Brasileira de Canoagem)


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Isaquias recebe sua segunda medalha de ouro no Pan de Toronto (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)Isaquias recebe sua segunda medalha de ouro no Pan de Toronto (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)


Ex-técnico de Isaquias em Ubaitaba, no sul da Bahia, onde nasceu e cresceu, Figueroa Conceição afirmou que Isaquias é um atleta do calibre do jamaicano.

- Só nasce um Ayrton Senna, um Ronaldinho, um Usain Bolt. Ele é desse tipo.
Não tem tempo ruim para ele. Isaquias afirmou que a ventania ajudou no Canadá.
- Eu e meu treinador (Jesús Morlán) estávamos até conversando disso antes, do vento... Como eu não treino o C1 200m, minha saída é devagar. É sempre ruim. Acho que o vento me favoreceu. Se treinar bastante, não tem sol, chuva, não tem tempo ruim - disse.

Marca registrada da canoagem brasileira por seu estilo único, o “Maluco Beleza” tem, além das três medalhas no Pan de Toronto, dois títulos mundiais no C1 500m, prova não-olímpica, um ouro e uma prata no Mundial de Velocidade júnior em Brandenburg, na Alemanha, em 2011, e dois bronzes no Mundial adulto, em Duisburg 2013 e Moscou 2014. Isso com apenas 21 anos. 

Sem um rim, o atleta do Club Athlético Paulistano saiu de Ubaitaba, interior da Bahia, onde deu duro na infância. Era cuidado pelos irmãos em casa, já que a mãe passava o dia na rodoviária como servente. Aos três anos, sofreu queimaduras em um acidente doméstico, e o médico disse que iria morrer. Sobreviveu. Aos cinco, foi sequestrado, mas voltou aos braços da mãe. Aos 10, caiu de uma árvore, teve uma hemorragia interna e perdeu um rim. Começou na canoagem um ano depois.
No início, era uma brincadeira. Mas viu que poderia ser profissional. Treinou, treinou, treinou e, somado ao talento inato, se tornou um vencedor. Hoje, é "fominha de medalhas". 

- A gente sempre quer, né? Eu cheguei aqui no Canadá para ficar com três ouros. Consegui no C1 1000m e C1 200m, e no C2 1000m não deu. Meus parceiros achavam que eu era capaz de conseguir três ouros, mas com uma prata e dois ouros estou muito satisfeito.

Ele ainda quer chegar mais longe. O sonho, claro, é ser campeão olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. O Brasil já tem três vagas garantidas (no C1 1000m, K1 1000m e K1 500m).
Teoricamente, a primeira é de Isaquias. A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), vai divulgar uma lista oficial mais perto dos Jogos Olímpicos, baseada em índices técnicos. A seleção, contudo, pode se classificar para mais provas no Campeonato Mundial de canoagem de velocidade e paracanoagem em Milão, na Itália, de 19 a 23 de agosto.

O DIA EM WELLAND

Edson Isaias, com a medalha de prata conquistada no K1 200m (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)Edson Isaias levou a prata no K1 200m (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)


O Brasil iniciou o dia com um sexto lugar em Welland, mas logo depois se recuperou e conquistou uma prata. As irmãs Beatriz e Ana Paula Vergutz disputaram o K2 500m, se esforçaram bastante, mas terminaram com o tempo de 1m53s152. A vitória foi das cubanas Yusmari Mengana e Yurieni Guerra. A Argentina ficou com a prata, com Sabrina Ameghino e Alexandra Keresztesi. Karina Alanis e Maricela Montemayor, do México, foram terceiro.

Edson Isaias da Silva foi bem no K1 200m. Fez o tempo de 36s239, atrás apenas do canadense Mark De Jonge, com 35s733, e levou a segunda colocação. Uma surpresa, segundo ele, já que seu tempo das preliminares foi o terceiro melhor. Cesar de Cesare, do Equador, levou o bronze, com 36s431. Da área de imprensa, jornalistas e membros da delegação do Brasil chegaram a comemorar, achando que ele tinha ficado na frente.

- Essa prata é merecida porque, se formos ver, temos medalhistas olímpicos aí. É por detalhes, não dá para dizer quem é favorito, mas no domingo eu não era favorito, entrei com o terceiro melhor tempo e hoje, olha aí, esse resultado para o Brasil. Isso mostra ao povo brasileiro que a canoagem está em alta.

Valdenice Conceição terminou em terceiro no C1 200m (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)Valdenice Conceição terminou em terceiro no C1 200m (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)


Valdenice Conceição também medalhou para o Brasil. No C1 200m, chegou ao terceiro lugar no pódio com o tempo de 53s143. Em primeiro, a canadense Laurence Vincent Lapointe, com 49s685, e Anggie Avegno Salazar, do Equador, cravou 51s998, o que lhe garantiu a prata. Pouco depois, Edileia Matos dos Reis competiu no K1 200m para mulheres. Ela fez o tempo de 46s074, ficando em quinto. A prova foi vencida por Yusmari Mengana, com o tempo de 42s946.

Mas ainda havia tempo para mais uma medalha do Brasil na canoagem. Na categoria K2 200m, que encerrou as disputas da modalidade em Toronto, Hans Mallmann e Edson Isaias terminaram na terceira posição, com o tempo de 34s345. Logo atrás chegaram os canadenses Mark de Jonge e Pierre-Luc Polin, com 34s350. Para a organização, no entanto, a diferença de tempo não foi suficiente para separar os rivais, e as duas duplas ficaram com o bronze.

Hans Mallmann e Edson Isaias comemoram muito o bronze na K2 200m (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)
Hans Mallmann e Edson Isaias comemoram 
muito o bronze na K2 200m (Foto: 
Divulgação/Confederação 
Brasileira de Canoagem)


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Dupla de universitários garante final inédita para o Brasil no badminton

Daniel Paiola e Hugo Arthuso, que cursam faculdade de direito e engenharia mecânica respectivamente, vencem dominicanos e fazem primeira final da história do país



Por
Toronto, Canadá


Badminton: Daniel Paiola e Hugo Arthuso vencem dominicanos e lutam pelo ouro no Pan (Foto: William Lucas/ Inovafoto)
Badminton: Daniel Paiola e Hugo Arthuso 
vencem dominicanos e lutam pelo ouro no 
Pan (Foto: William Lucas/ Inovafoto)


O jogo mais importante da história do badminton brasileiro. Essa era a realidade da partida entre Daniel Paiola e Hugo Arthuso contra os dominicanos William Cabrera e Nelson Javier, pela semifinal de duplas dos Jogos Pan-Americanos. A vitória foi verde-amarela por 2 a 0, parciais de 21/13 e 21/19, o que fez com que, pela primeira vez na história, o Brasil conseguisse chegar a uma decisão na modalidade. A luta pelo ouro será nesta quarta-feira, ainda sem adversário definido. Os responsáveis pela marca dividem a vida entre o esporte e os estudos em Campinas, interior de São Paulo. Daniel faz direito e sonha em ser promotor, enquanto Hugo quer uma vaga no setor de aviação:

- Sempre gostei muito de carro, de avião. Faço engenharia mecânica graças a uma bolsa que todos nós jogadores temos. Então a gente treina de manhã e tarde e estuda a noite - explicou.

Daniel Paiola; Hugo Arthuso; badminton; jogos pan-americanos (Foto: GloboEsporte.com)Daniel Paiola; Hugo Arthuso; badminton; jogos pan-americanos (Foto: GloboEsporte.com)


Já Daniel tem muita história no badminton brasileiro. Em 2011, subiu ao pódio no Pan de Guadalajara com a medalha de bronze, mas ainda não tinha conseguido disputar uma final. O estudante de direito ainda não está satisfeito com o resultado no Canadá:

- É uma satisfação muito grande, estou muito feliz, mas eu quero o ouro, amanhã a gente vai para cima. O adversário não está definido, mas vencemos recentemente os americanos, que são favoritos para passar para a final. Vai ser difícil, mas a gente confia. Estamos bem felizes - disse Daniel, que havia sido eliminado nas quartas de final na chave de simples.

O jogo começou tranquilo e no primeiro set a vitória veio sem dificuldades, 21 a 13. Na segunda parcial, a pressão pesou um pouco no ombro dos brasileiros, que tiveram que salvar um set point para fechar a partida:

- Eu estava um pouco nervoso, bateu aquela ansiedade, mas aí veio o treino, muitas horas de saque, e o saque entrou e deu certo no fim - disse Hugo.

O badminton brasileiro já tem uma medalha de bronze na competição deste ano com a dupla mista formada por Lohaynny Vicente e Alex Tjong. Na tarde desta terça-feira, Luana e Lohaynny Vicente jogam a semifinal contra uma dupla canadense. Se vencerem, disputam o ouro, mas se caírem garantem o bronze. 

Badminton: Daniel Paiola e Hugo Arthuso vencem dominicanos e lutam pelo ouro no Pan (Foto: William Lucas/ Inovafoto)
Badminton: Daniel Paiola e Hugo Arthuso 
vencem dominicanos e lutam pelo ouro no 
Pan (Foto: William Lucas/ Inovafoto)


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Mesmo sem medalha, Roger Flores elogia esforço da irmã Tammy no Pan

Comentarista do SporTV diz que atleta de 24 anos é "orgulho da família". Em Toronto, ela e Juliana Veloso ficaram em quarto lugar na prova sincronizada do trampolim



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Rio de Janeiro



A medalha não veio, mas Roger Flores fez questão de elogiar, durante o "Seleção SporTV" desta terça-feira, o desempenho da irmã Tammy Galera nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Junto de Juliana Veloso, a atleta conquistou um quarto lugar na prova sincronizada do trampolim, no último dia das competições de saltos ornamentais, na segunda-feira.

Integrante da seleção brasileira, Tammy Galera é irmã do ex-jogador por parte de mãe. Aos 24 anos, ela teve também uma 11ª posição no trampolim de 3 metros individual.

– Sou de uma família de atletas e essa é minha irmã mais nova, que representa o Brasil nos saltos ornamentais, e que deve se classificar também para a Olimpíada. É um esporte amador muito pouco incentivado no Brasil e, mesmo com as dificuldades, ela consegue de uma forma muito competitiva chegar nas competições internacionais, é o orgulho da família. Tenho uma irmã também que não é mais atleta, mas que foi da seleção de ginástica olímpica. Mandei minha mãe para o Canadá: "Vai lá assistir a caçula". É sempre bom ver, por mais que não tenha conseguido uma medalha, mas o esforço, o trabalho que esse pessoal de esporte amador faz, o quanto sofrem com pouco incentivo, pouco dinheiro, pelo simples prazer de amar aquilo que fazem.

Destaque da seleção brasileira desde 2007, quando aos 16 anos disputou os Jogos Pan-Americanos do Rio ao lado de Juliana Veloso, Tammy ainda busca realizar o sonho de participar dos Jogos Olímpicos. Para 2016, as chances são grandes. Antes, ela disputará o Mundial de Kazan, na Rússia, ainda em julho.

Juliana Veloso e Tammy Galera Saltos Ornamentais Sincronizado (Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB)
Juliana Veloso e Tammy Galera Saltos 
Ornamentais Sincronizado (Foto: 
Jonne Roriz/Exemplus/COB)


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Zanetti confirma favoritismo, ganha o ouro e fecha tríplice coroa nas argolas

Campeão olímpico e mundial no aparelho, brasileiro fecha quadro de metas com título no Pan-Americano. Com 15.725, deixa americano com a prata e cubano com o bronze 


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Direto de Toronto


Arthur Zanetti ginástica ouro Pan-Americano (Foto: Thiago Bernardes/Frame/Estadão Conteúdo) 
Zanetti fica com a medalha de ouro no Pan-Americano (Foto: Thiago Bernardes/Frame/Estadão Conteúdo)


Se aquele pulo sutil ao descer das argolas pudesse emitir mais barulho, soaria como a batida de um martelo decretando que, agora, não falta mais nada. Campeão olímpico e mundial no aparelho, Arthur Zanetti manteve a sua frieza na execução e, com os tradicionais punhos cerrados, celebrou o término de sua série. Ergueu os braços porque sabia que estava dando o risco final em seu quadro de metas. Com o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, após o 15.725 na final, ampliou ainda mais seu domínio das argolas e se mantém firme entre os melhores do mundo.

- Estou feliz demais. Muito, muito, muito. Essa faltava para minha coleção. tem que agradecer a todos profissionais, os patrocinadores, a equipe, o povo brasileiro, estava lotado o ginásio. Só agradecer a eles, acho que resultado não é só meu.


- Estava engasgado, era um resultado que queria, dava para ter conquistado em 2011, mas não consegui, agora é só comemorar. Quando você quer, você se cobra mais, eu estava me cobrando, e acho que deu certo - disse Zanetti, já com a medalha no peito.

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Zanetti foi o último a se apresentar. Antes, viu os sete oponentes não passarem de 15.525 em suas pontuações. Era só fazer o que sabe, e bem. Com a saída praticamente perfeita, estufou o peito e abriu o sorriso assim que tocou o solo. Recebeu os aplausos dos presentes e o abraço do treinador: 15.725. Deixou o americano Donnel Whitenburg (15.525) com a prata e o cubano Manrique Larduet (15.450) com o bronze.

- Era o único título que faltava. Esse resultado sela e coroa uma carreira brilhante. Para o Mundial, devemos manter a mesma série, mas o nosso objetivo é a classificação por equipe - diz Marcos Gotto, técnico de ginasta, logo após a conquista.

Prata no Pan de Guadalajara 2011, Zanetti foi campeão olímpico das argolas nos Jogos de Londres 2012. Um ano depois, se manteve no topo do pódio no Mundial de Ginástica da Antuérpia, na Bélgica. No ano passado, porém, foi prata no Mundial da China. Em casa, coube ao chinês Yang Liu frear seu reinado no aparelho. Esse ano ele ainda disputará, em outubro, o Mundial de Glasgow, na Escócia.

No sábado, Arthur Zanetti já havia subido no pódio do Pan de Toronto. Ao lado da equipe formada também por Caio Souza, Arthur Nory, Francisco Barreto e Lucas Bitencourt, só viu os americanos à frente. O grande objetivo deste time é conseguir classificar o conjunto pra os Jogos do Rio 2016, e Zanetti abraçou a causa. Para ajudar, também havia feito séries de solo e salto.

Brasileiros disputam finais, Dani é quarta

Arthur Nory mostrou tranquilidade na final masculina do solo. A cada salto bem concluído, aplausos vinham da torcida presente no Coliseu de Toronto. Na última pirueta, deu um pequeno passo para trás e saiu fora do limite do tablado, o que lhe tirou pontos preciosos. Com rivais fortes na briga, ganhou 14.700 e ficou na quinta colocação. O ouro ficou com o atleta da Guatemala Jorge Vega Lopez, com 15.150 pontos. A prata foi de Donnell Whittenburg, dos Estados Unidos, com 14.975 pontos, e o bronze acabou com o outro americano, Samuel Mikulak, com 14.925.

No salto Dani Hypolito imprimiu velocidade em sua primeira performance, mas acabou se desequilibrando na aterrissagem. No segundo salto, a brasileira foi melhor, cresceu sua pontuação, e ficou com 14.062. Depois, esperou pelas rivais e quase conseguiu um bronze, que acabou ficando com a canadense Ellie Black com 14.087. A prata foi de Yamilet Peña Abreu, com 14.250, e o ouro com a cubana Marcia Jimenez Videaux, com 14.737.

A final dos saltos feminina foi marcada por erros de várias atletas. Paula Mejias perdeu a passada e não conseguiu saltar, zerando a primeira tentativa. Makarena Pinto, do Chile, quase queimou a primeira tentativa também, mas não chegou a tocar o aparelho e pôde saltar.

Além dela e de Nory, as finais da manhã ainda tiveram os brasileiros Lucas Bittencourt e Francisco Júnior na decisão do cavalo com alças. Francisco ficou em sexto lugar, com 14.450. Lucas foi o oitavo, com 12.825. O ouro ficou com Jossimar Calvo, da Colômbia, com 15.025. Ele dividiu a medalha com Marvin Kimble, dos EUA, que teve a mesma pontuação. O bronze foi de Daniel Corral Barron, do México, com14.825.



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De volta ao Rio após três anos, R10 terá ainda mais exposição no dia a dia

Nas Laranjeiras, craque terá mais vigilância do público nos treinos. Futevôlei, no entanto, será em quadra construída em sua casa



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Rio de Janeiro


Ronaldinho Gaúcho camisa Fluminense (Foto: Alexandre Vidal / Agência FotoBR)Ronaldinho Gaúcho está de volta ao Rio de 
Janeiro após três anos. Desta vez, pelo Fluminense (Foto: Alexandre Vidal / Agência FotoBR)


Depois de três anos, Ronaldinho Gaúcho volta a ser mais carioca. Na passagem que teve pelo Flamengo, o camisa 10, como sempre em sua carreira, foi o centro das atenções. E não só no campo. Tudo que o craque fazia ganhava os holofotes. Penteados, roupas, aparições na praia, nas casas noturnas... Houve muitas polêmicas, e algumas indisciplinas cometidas na época foram contornadas dentro dos muros do CT Ninho do Urubu. A saída do jogador do Rubro-Negro, no entanto, acabou sendo bastante conturbada e os problemas vieram à tona.

Nas Laranjeiras, a tendência é de que Ronaldinho fique mais exposto no dia a dia dos treinos, já que o time faz as atividades em sua sede social, sempre aberta para os sócios, diferentemente do que aconteceria em um centro de treinamento. Se o craque se atrasasse em algum treinamento, por exemplo, ficaria mais difícil de passar despercebido.

Na época em que defendeu o Atlético-MG, o craque passou por um período mais discreto. No início, chegou a morar na Cidade do Galo, CT da equipe mineira. Sua área de lazer em Belo Horizonte acabou se tornando a própria residência, que ficava afastada da área urbana e se transformou no local para as festas.

Ronaldinho Gaúcho clipe (Foto: Agência FotoBR)
Ronaldinho Gaúcho já fez participações em 
músicas de amigos (Foto: Agência FotoBR)


A casa de Ronaldinho no Rio já era um ponto de encontro de amigos e da roda de samba desde a época do Flamengo. Agora, para ficar mais recluso, construiu sua própria rede de futevôlei no quintal. Na primeira passagem pela cidade, o jogador foi visto algumas vezes na praia.
No mexicano Querétaro, Ronaldinho também viu sua vida fora dos campos ganhar destaque. O craque compensou as poucas opções noturnas da cidade onde morou com festas e badalação em sua luxuosa casa.  

No Flu, Ronaldinho deve dividir os holofotes com Fred, que deixou de lado a vida de badalação e tem mostrado-se mais caseiro. A história do craque gaúcho no Tricolor começa a ser escrita no próximo domingo, quando será apresentado aos torcedores no Maracanã antes do clássico com o Vasco. Todos os olhos estarão em cima do camisa 10.

  ronaldinho gaucho carnaval (Foto: Agência Globo)
Ronaldinho Gaúcho é adepto das festas. 
Na imagem, em um camarote em um 
carnaval (Foto: Agência Globo)


FONTE:

Tevez volta e faz Bombonera explodir: "O dinheiro não compra a felicidade"

Jogador do povo se emociona com estádio lotado em apresentação, provoca o River Plate e recebe agradecimento da família Maradona: "Voltei por isso. Isso é o Boca"



Por
Buenos Aires


Hoje, segunda-feira, não jogou o Boca - mas a Bombonera ainda assim estava lotada, pulsando como um jogo decisivo de Libertadores. Jogava Carlitos Tevez. Um dos grandes ídolos do clube finalmente consumou o seu desejo de voltar para casa, uma década depois de iniciar a aventura no exterior com o Corinthians. De lá, passou por West Ham, Manchester United, Manchester City, Juventus. Ganhou títulos, currículo internacional e dinheiro. Muito dinheiro. Acontece que, para Tevez, o futebol é muito maior do que isso.

- O dinheiro não compra a felicidade – disse o novo camisa 10, quase no fim de sua apresentação no gramado do estádio em que se consagrou.

Carlos Tevez Boca Juniors (Foto: AP)
Carlos Tevez se rende à Bombonera em seu 
retorno emocionante ao Boca Juniors (Foto: AP)


Tevez completou 31 anos em fevereiro. Está no auge de sua carreira, vindo de uma temporada de 29 gols e o vice-campeonato da Liga dos Campeões, além do título italiano e da Copa da Itália. Mais magro do que quando atuava na Inglaterra, como o próprio definiu, e sedento para voltar a dar alegrias aos xeneizes.

- Voltei por isso. Isso é o Boca. É inexplicável, somente os bosteros vão entender o que significa – contou o jogador do povo, perplexo com a festa que faziam os torcedores.
Provocaçãoao  River

Apresentou-se, portanto, uma oportunidade gigante para provocar o arquirrival River Plate - algo em que Tevez parece ter doutorado. Ele explicou por que financiou um bandeirão, exibido naquele momento pela torcida.


- Isso surgiu quando estava vendo um jogo dos contrários, que se diziam o maior da história. O maior é o Boca, primeiro porque ganha campeonatos. Aí estão todas as Copas, coisa que falta muito para eles. O maior da história somos nós, de longe. Por isso essa bandeira - afirmou.
O bandeirão, no caso, tem a seguinte mensagem acompanhando todos os troféus do Boca: "A história continua... E a escreve os que ganham".

Tevez, depois de pular com os torcedores e cantar uma música pejorativa contra o River, caminhou um pouco mais pelo gramado, chutou algumas bolas na direção da torcida e parou em frente ao camarote de Maradona. A família do Pibe agradeceu a Carlitos pela sua volta numa bandeira amarela, depois jogado em sua direção.

Diego Maradona Carlos Tevez Boca Juniors (Foto: AP)
Família de Maradona agradeceu a Carlos Tevez 
pelo seu retorno ao Boca Juniors (Foto: AP)


Pouco antes, Tevez concedeu uma entrevista coletiva. O contrato foi assinado na frente de toda a imprensa - é válido até dezembro de 2016. Ele abdicou de vencimentos mais pomposos e até de competitividade maior no futebol europeu para retornar ao clube onde foi formado. No Boca, Carlitos disputou 110 jogos e marcou 38 gols entre 2001 e 2004, conquistando quatro títulos: o Apertura, a Libertadores e o Mundial de Clubes de 2003 e a Copa Sul-Americana de 2004.

A ansiedade tomou conta de Tevez durante basicamente um ano. Foi quando ele decidiu voltar e recebeu o presidente Daniel Angelici em Turim para uma conversa formal. Teve de esperar o fim da temporada para bater o pé e conseguir sacramentar o seu retorno.

- Eu me levantava e ia dormir pensando em que dia voltaria ao Boca. O povo do Boca se identifica comigo, e eu, com o povo do Boca.

Carlos Tevez Boca Juniors (Foto: AP)
Carlitos posa com crianças da fundação que 
leva o seu nome (Foto: AP)


O negócio

O Boca, num primeiro momento, conseguiu um negócio bastante vantajoso ao tirar o seu ídolo do Juventus, da Itália. O clube argentino terá que pagar € 6,5 milhões (R$ 22,7 milhões) pelo atacante, mas receberá o valor de volta em negociação envolvendo quatro jovens jogadores.

O valor será pago em parcela única no dia 15 de dezembro de 2016. Além disso, o Boca vai emprestar a promessa Guido Vadalá, de 18 anos, até 30 de junho de 2017, recebendo € 3,5 milhões (R$ 12,2 milhões) no dia 31 de dezembro de 2016 por isso. O Juventus terá ainda opção de compra, a ser exercida até 20 de abril de 2017, no valor de € 9,4 milhões (R$ 32,8 milhões).

Outros três jovens estão envolvidos na transferência: Rodrigo Bentancur, Franco Cristaldo e Adrián Cubas. A Velha Senhora pagará € 1 milhão por cada jogador para ter a preferência de compra, totalizando os € 6,5 milhões que o Boca pagará. Se decidir exercer o direito até o dia 20 de abril de 2017, os italianos terão que desembolsar € 9,4 milhões (R$ 32,8 milhões), € 8,2 milhões (R$ 28,6 milhões) e € 6,9 milhões (R$ 24,1 milhões).


Carlos Tevez Boca Juniors (Foto: Reuters)
Tevez chutou uma dezena de bolas para a 
torcida (Foto: Reuters)


Confira os outros trechos da entrevista de Tevez:

Agradecimento à torcida
- Quero agradecer a todos por virem me ver. Desde o que escrevi quando fui à Itália já me passava pela cabeça voltar. Sentia a falta de todos. Já faz um ano que pensava. Agradeço a todos por me esperarem com esse frio. Eu estaria em casa, no quentinho. E vieram. Tenho que agradecer dentro e fora de campo.

Posição 
- Não sou do tipo que quer jogar em qualquer lugar. O técnico (Arruabarrena) me dirá a sua ideia e entraremos em acordo em cinco minutos. Ele sabe onde posso jogar.

Atlético de Madrid
- Sim. Houve a possibilidade do Atlético. O “Cholo” (Simeone) me chamou. Estava interessado e agradeço publicamente por isso, mas eu tinha uma meta que era voltar para casa.

Estreia
- Gostaria de ter jogado ontem (contra o Sarmiento), já quero estar treinando e que chegue logo sábado para poder demonstrar que estou bem.

Carlos Tevez Boca Juniors (Foto: AP)Atacante diz que houve proposta do Atlético de Madrid, mas desejo de voltar prevaleceu (Foto: AP)


Volta diferente
- O povo se identifica comigo. É mútuo. As pessoas pensam no Boca. Eu sempre pensava que um dia iria voltar para casa. Uma vez que saí, você fica sozinho e é difícil. Cada domingo. O “Mundo Boca” me devorou quando tinha 20 anos. Era muito mais difícil. Agora estou muito mais preparado. É diferente. Agora sou exemplo para meus companheiros, antes o time tinha Flaco Schiavi, hoje cabe a mim ser o conselheiro. Isso implica em sempre dar o exemplo. Aos 31 não é o mesmo que aos 20 e, vindo como venho eu, do nada, a chegar na fama...

Presidente
- O presidente (Daniel Angelici) fez muito. Viajou, entrou em contato comigo. Na primeira conversa já entramos em acordo de tudo. Era difícil. Mas graças a ele e ao Boca, esse sonho se tornou realidade. Agora tem que convencer ele para que fique. Foi ele que me trouxe. Quero que fique.

Riquelme
- Riquelme é um dos maiores. É ídolo do clube. Ele sempre disse que a 10 vai ser dele até que alguém o supere em títulos. Sou amigo de Román, não venho para superá-lo. Venho fazer a minha história, ele já a fez e é o ídolo máximo. Román há um só e é o maior.

Recepção “amigável”
- Vi todos os jogos da tarde e quando chegou 21h cortaram a minha luz. Deram-me boas-vindas à Argentina (risos). Na hora do jogo do Boca cortaram a luz, parecia de propósito, eu juro.

Felicidade
- É um dos dias mais felizes da minha vida, estou em minha casa. Desde que tinha 13 anos eu vinha aqui, era criança e vinha ao gramado e me conheciam, me davam um abraço. E hoje fazem o mesmo e não se paga com nada.

Carlos Tevez Boca Juniors (Foto: AP)
Bombonera esteve lotada para receber o ídolo 
Carlos Tevez (Foto: AP)


Dia mais feliz
- Não há melhor dia que este. Primeiro porque é o meu povo. Segundo, porque não tenho que falar inglês nem italiano (risos). Terceiro, pois estou em família.

Auge
- Aprendi muito na Itália. Como jogador e referência, sobretudo nos dois últimos anos. Volto no meu melhor momento, verdadeiramente é agora. Aos 26 ou 27 anos estava mais gordo que qualquer um. Estou melhor do que nunca, tanto física quanto mentalmente.

O “velho” Boca
- Como torcedor, acho que necessitamos de alegrias e carinho dos jogadores. Ganhar títulos, não apenas jogos. Estava acostumado a festejar campeonatos, temos que conseguir voltar com essa mística. Tratar de dizer a estes garotos o que é o Boca.

Memórias
- A Libertadores de 2003 e o Mundial de Tóquio foram impressionantes. Desde a última bola do pênalti até a minha casa, eu chorei de emoção. Depois ganhei coisas, mas não senti a mesma coisa. Quero ver se posso voltar a sentir isso.


FONTE:
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