Central da
seleção feminina de vôlei conta os detalhes da recuperação após operar
os dois joelhos. Objetivo é voltar a atuar em alto nível antes das
Olimpíadas do Rio 2016
Por Emilio Botta
Sorocaba, SP
A ansiedade e expectativa da central
Thaísa
em retornar às quadras é grande. Em visita a Sorocaba, cidade a 100
quilômetros da capital paulista, a melhor central do mundo falou com a
reportagem do
GloboEsporte.com sobre o processo de
retorno aos treinos, a expectativa pelo tri olímpico e questões fora de
quadra, como ser considerada uma das musas da modalidade
(confira trechos da entrevista no vídeo, clicando no Link da FONTTE no Final da Postagem).
Bicampeã
olímpica com a seleção brasileira feminina de vôlei, a jogadora passou
por cirurgia nos dois joelhos, por conta de lesões nos tendões
patelares. Após três meses de recuperação, Thaísa já realiza alguns
trabalhos em quadra e o objetivo é voltar a atuar em alto nível para ser
novamente lembrada pelo técnico José Roberto Guimarães.
–
Está indo super bem, estou um pouco cansada desse processo de
recuperação. Estava treinando no chão e estou fazendo um pouco de salto,
tenho que ter muito cuidado. Muita gente me questionou dizendo que sou
muito corajosa por operar os dois joelhos e, realmente, não é fácil. Foi
o momento perfeito, porque dá tempo de eu voltar e entrar no ritmo para
as Olimpíadas. Foi necessário, já passou a pior parte, da choradeira e
agora é só treinar um pouquinho e pensar na recuperação.
Tem
aquela frase que muitas pessoas usam: 'No país do futebol, o vôlei é o
melhor do mundo'. Temos mais títulos que o futebol, fomos passo a passo
conquistando e entrando na casa das pessoas. Caímos na graça dos
brasileiros e isso é bom."
Thaísa, central da seleção feminina de vôlei.
Além
da pressão pessoal, por retornar em alto nível, Thaísa revela que a
expectativa em torno da sua recuperação por parte do torcedor também é
um fardo a mais para carregar.
– O meu primeiro maior desafio
vai ser voltar e ganhar o ritmo que eu tinha. Porque todo mundo fica com
a expectativa da melhor central do mundo, vai voltar melhor e eu me
cobro muito para voltar nesse ritmo. Nunca fiz cirurgia alguma e o
desafio é voltar melhor do que nunca. O segundo desafio vai ser ir bem
na Superliga, mantendo o ritmo de jogo e ter uma convocação, que é mais
do que merecimento.
Por conta da cirurgia, Thaísa ficou fora
da última convocação da seleção brasileira. Tanto no Grand Prix, nos
Estados Unidos, como nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, as brasileiras
foram derrotadas pelas seleções americanas. Em Omaha, saíram com o bronze, enquanto em Toronto levaram a prata. Os
dois torneios simultâneos serviram como uma espécie de laboratório para
o técnico José Roberto Guimarães, que aumentou o leque de opções para
futuras convocações.
Thaísa vislumbra a medalha de ouro com a
seleção brasileira feminina de vôlei
(Foto: Reprodução/ GloboEsporte.com )
–
Acho que levar muitas meninas deu oportunidades para todas mostrarem o
seu valor. O Zé tem uma lista maior de atletas para convocar. Quanto
mais opção ele tiver, melhor. Agora ele tem uma lista maior de atletas e
isso é muito importante.
Sobre o sucesso da modalidade,
Thaísa faz uma comparação com o futebol, esporte mais popular no país e
que recentemente não tem obtido bons resultados. A popularidade do vôlei
se dá ao momento vitorioso que, segundo ela, é melhor que o do futebol
pentacampeão do mundo.
Thaísa é ativa nas redes sociais (Foto: Editoria de Arte)
–
Tem aquela frase que muitas pessoas usam: 'No país do futebol, o vôlei é
o melhor do mundo'.
Acho que a gente conquistou isso, o carisma, aquele
jogo legal, raramente você vê briga, pode levar uma criança e a família
para ver um jogo de vôlei. No futebol muita gente deixar de ir por
conta de brigas e tudo o que vemos por aí. Isso cativa muito as
famílias, e outro porque aos poucos fomos conquistando muitas medalhas e
muitas vitórias, talvez hoje mais que o futebol. Temos mais títulos que
o futebol, fomos passo a passo conquistando e entrando na casa das
pessoas. Caímos na graça dos brasileiros e isso é bom.
A
supremacia brasileira tem mantido não só as brasileiras na liga
nacional, como tem atraído inúmeras jogadores estrangeiras. Mercado
inverso, por exemplo, como o de outras modalidades como futebol e
basquete, que perdem cada vez mais jogadores para outros países.
–
O Brasil tem essa potência no vôlei e isso faz com que estrangeiras
queiram vir para cá e nós fazemos força para ficar aqui. Algumas saíram
por conta de ranqueamento, alguns times não têm investimento tão alto,
mas se não fosse isso ninguém teria saído. Todo mundo quer tirar uma
casquinha do nosso treinamento.
Considerada uma das musas do
vôlei brasileiro, a jogadora não se incomoda com o rótulo, mas deixa
claro que isso não interfere em nada dentro da quadra. Para a central,
beleza não marca ponto.
– Há muitos anos quando começou esse
negócio de musa, eu sempre falei que não adianta ter rostinho bonito e
não colocar a bola no chão. Ninguém vai te deixar fazer ponto porque
você é bonitinha. Eu não me considero uma musa, me acho bonita,
interessante e chamo atenção de muitas pessoas, sou vaidosa. Não gosto
de me rotular como musa, faço as coisas mais por me sentir bem e achar
bonita. Deixo esse negócio de musa para quem gosta.
Adepta e
presente nas redes sociais, Thaísa acha importante interagir com o
torcedor através das diversas plataformas existentes na internet.
–
Eu acho legal. Não é tanto o treino que bomba, mas, sim, o que você faz
fora da quadra: um almoço, fisioterapia e uma coisa que eles não estão
acostumados a ver. Acho legal, muito do nosso sucesso é por conta do
torcedor. É importante dar atenção à todos os outros aspectos, dentro de
um limite para não atrapalhar nossa rotina.
Neste ano, ela
foi assunto após participar do Carnaval no Rio de Janeiro. Com foco na
conquista da terceira medalha de ouro nas Olimpíadas, a central afirma
que será desfalque na Sapucaí. Nos sonhos dela, a festa da medalha
dourada está desenhada.
– Vejo muitas dificuldades, porque as
equipes evoluíram muito e aprenderam a ver nossa equipe jogar. Temos
uma equipe mais experiente e isso me um pouco mais de conforto. Seria
perfeito fazermos uma festa linda e nós apresentando o vôlei com
maestria e se Deus quiser mais um campeonato ganho, o tri olímpico.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/sorocaba/volei/noticia/2015/09/ansiedade-cirurgia-e-rotulo-de-musa-thaisa-e-busca-pelo-tri-olimpico.html