Apesar das baixas
de Gerson, Osvaldo e Fred, treinador entende que Tricolor pode atuar
mais do que na derrota para o Inter, com vermelho a Marcos Jr e Antônio
Carlos
Por Hector Werlang
Porto Alegre
Jogar mal, ter dois jogadores expulsos, perder o jogo, ter
sido prejudicado pela arbitragem e sair da zona da Libertadores não foram
suficientes para tirar o tom ameno da fala de Enderson Moreira. Em entrevista
coletiva na noite desta quarta-feira, após o 1 a 0 adverso contra o
Internacional (veja melhores momentos no vídeo acima), no Beira-Rio, em Porto Alegre, o treinador manteve a calma. Mas
mostrou contrariedade com uma série de eventos na 18ª rodada do Brasileirão.
Primeiro de tudo: Enderson não justificou a derrota pelo
árbitro Flávio Rodrigues Guedes. Porém, se disse “indignado” com a não expulsão
de Alex, que fez falta dura em Pierre. O Tricolor, para o treinador, pode jogar
mais apesar de sofrer com os desfalques - não atuou com Gerson, Osvaldo e Fred.
- As duas equipes não jogaram o que poderiam jogar. Até os
15 minutos, controlamos. Chances de bola parada, uma jogada ainda com o Gustavo
Scarpa. O Inter cresceu e ficou equilibrado. No segundo tempo, difícil avaliar.
Equilibrado enquanto esteve 11 contra 11. É sempre difícil jogar aqui. Não
tinha domínio. O Marcos Junior foi expulso e terá atenção chamada. Agora, quem
a chama do árbitro? Alex fez algo impossível do árbitro não ter visto. Um carrinho
frontal. Pierre está com a caneca esfolada. É a minha indignação. Não quero
justificar a derrota. Tivemos um jogador merecidamente expulso, Antônio Carlos
deve ter falado algo. Isso será falado internamente. Precisamos jogar mais e temos condições. Fico chateado
com isso. Por qual motivo não se pode expulsar um jogador da casa? Qual o
problema? Uma jogada mais ríspida, mais faltosa e o árbitro deixou passar. Ele
tem de ser criterioso. Foi um erro grave. E ainda sofremos um gol no final -
avaliou o comandante.
Enderson Moreira à beira do campo do
Beira-Rio (Foto: NELSON PEREZ
/FLUMINENSE F.C.)
Com o resultado, o Flu estacionou nos 30 pontos. Caiu para quinto.
E, nas últimas cinco partidas, ganhou apenas uma.
Algo normal dentro da competitividade do torneio, de acordo com Enderson:
- A gente ainda faz um campeonato bom. A gente está em
quinto. Podemos cair a sexto. Quem está atrás tem que estar mais preocupado. É
claro que, como treinador, avalio. Vejo o que pode ser feito. Claro que temos
desfalques. Todos os jogos que perdemos era para ter resultado melhor.
Chapecoense e Vasco, fomos melhores. Às vezes, futebol te leva a uma sequência
ruim. Isso está ocorrendo agora. Outras equipes tiveram isso antes e outras
ainda terão. É difícil ter regularidade. Vamos avaliar bem e buscaremos os
próximos três pontos.
A volta ao Rio ocorrerá na tarde desta quinta-feira. No
domingo, o rival é o Figueirense no Maracanã.
A íntegra da coletiva:
Quatro jogadores suspenso
Lamento muito. Tento de todas as formas manter uma base, mas
temos desfalques. Vamos nos preparar, encontrar alternativas. É importante
reagir. Os times de cima, muitos deles têm tropeçado. É importante fazer uma
grande vitória para continuar perto do G-4 ao final do turno.
Dois jogos fora de casa, duas derrotas
A importância é o próximo jogo. O gol de hoje...a bola ia
para fora, desviou no Cavalieri e entrou. Futebol não é uma ciência exata. Temos
de continuar trabalhando. Daqui a pouco as coisas modificam e voltam a
funcionar muito bem. O planejamento é ganhar o próximo jogo.
Fred e Osvaldo voltam?
Difícil falar de Fred e Osvaldo. Treinaram e estão na preparação
física. Amanhã vamos ver e ter uma noção.
Muitas expulsões
Difícil falar. Quando se tem árbitro que não faz o óbvio, é difícil
ter o controle. Tem coisas que são na cara e fáceis de acertar. Os jogadores
têm lado emocional. São lances isolados. O jogador se dedica e se vê um lance
fácil de ser apitado, eu entendo, mexe com o lado emocional. Não há
desequilíbrio. É uma reclamação por se sentir injustiçado. É diferente do lance
do Marcos Junior, um lance infantil. Ele precisa maturar, tem feito grandes
jogos. Ele precisa reconhecer o erro. Isso não pode voltar a se repetir, é um
estrago enorme.
Reclamar na CBF
Ficamos de mãos atadas. Não pode, à beira do campo, levantar
o braço. É de ficar indignado. São dois lances de cartão amarelo tanto do Marcos
Junior quanto do Alex. É revoltante chegar no vestiário e ver um jogador com a
canela esfolada, um lance que poderia ter quebrado a perna dele. Se coíbe muita
coisa, mas se deixa passar a violência.
Ronaldinho Gaúcho
A gente tinha duas saídas para o Ronaldo, que vinha de um
período longo de inatividade. Ele vinha de sequência no Mexicano e não teve
pré-temporada. Uma delas era só colocá-lo em jogo após boa preparação. Aí,
teríamos dificuldades. Não poderíamos abrir mão dele. A outra era de que ele
pudesse fazer de forma gradativa, buscando condicionamento durante os jogos. Ele
busca a melhor condição. A gente sabe que é difícil pegar campeonato pela
metade. Ele está se esforçando, se dedicando. Ele é genial, ele pode decidir um
jogo. Estamos avaliando. É claro que, com essa sequência de jogos, um ou outro
ele terá de ficar de fora. O que pesa é a sequência... quando jogo toda quarta
e todo o domingo apresenta dificuldade de recuperação. Vamos avaliar.
Dificuldade com desfalques
Futebol é um esporte coletivo. Quando cheguei, tentei manter
um padrão. À medida que se tem muita mudança, se perde entrosamento. O que flui
de maneira natural, fica dificultado. Futebol é entrosamento, conhecimento. A
questão do Fred é muito forte. Ele é referência, prende a bola e é exímio
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