O Joinville teve o gosto do ponto heroico tirado no fim. Com
um a menos desde o começo da partida, em virtude da expulsão de Naldo, o JEC
segurou a pressão, se organizou e sentiu que poderia estrear com 0 a 0 fora de
casa. Porém, o Fluminense anotou no final (veja os melhores momentos no vídeo). Resultado normal na avaliação do
técnico Hemerson Maria.
Principalmente porque a partida na noite deste sábado
foi a primeira da equipe na Série A do Campeonato Brasileiro e o time carece de
algum tempo para que o que considerou “adaptação” para a disputa na elite
nacional.
- Temos que melhorar. É uma competição diferente de Catarinense
e da Série B. Sabíamos disso, foi trabalhado com os jogadores, mas tem um tempo
para se adaptar. O ritmo é diferente, o adversário tem qualidade em todos os
setores. Precisamos melhoras em concentração, em ter personalidade para jogar,
o que não tivemos no começo da partida. A questão não é técnica, é emocional
também. Vai levar um pouco de tempo, não muito, para entrarmos no ritmo da
competição. Temos que jogar com a bola no pé também, não apenas de maneira
defensiva. No segundo tempo voltamos melhor, a equipe se agrupou mais e
conseguiu trabalhar a bola com personalidade e também um pouco mais de coração.
Com o tempo vem a primeira vitória, o equilíbrio em dois tempos de jogos. Temos
um grupo bom de trabalho, e que pode render mais – avaliou Maria na entrevista
coletiva após o jogo.
Joinville quase comemora êxito em conter o
Fluminense (Foto: José Carlos Fornér/JEC)
O
Joinville retorna ao Norte de Santa Catarina neste domingo e na
segunda-feira retoma os treinamentos. É quando será dada a largada aos
preparativos ao jogo diante do Palmeiras. No próximo domingo, às 16h, o
JEC estreia em casa, porém, com portões fechados, em decorrência de uma
punição.
Confira a íntegra da entrevista coletiva do treinador:
Avaliação- Além de perder o Naldo, um jogador importante no sistema
de jogo pela bola de velocidade e transição defesa-ataque, nós não atuamos bem,
não começamos bem. O Fluminense trabalhou bem a bola e a gente não teve posse. Isso
fez com que crescem e nós ficamos um pouco acuados. Depois da expulsão, fiz uma
substituição para refazer a linha de quatro, achei que ficar melhor com o
Anselmo. Terminamos o primeiro tempo desarrumados. Fomos bem na marcação, mas
com pouca posse de bola, e melhoramos no segundo tempo. Tivemos chance contra-ataques,
mantivemos a bola e na reta final, numa jogada de qualidade, o Vinícius acertou
o chute. Acredito que foi merecido o resultado, mas ficamos com o gosto amargo
pelo gol no fim. Um pouco mais de atenção na frente da área e poderíamos sair
com um ponto. Dentro do que aconteceu no jogo seria de grande valia para a sequência
do campeonato.
Pode evoluir- Na nossa proposta, penso, entramos com o intuito de marcar
na frente, com a mesma proposta do Catarinense, trabalhar a bola. Só que não conseguimos
jogar no primeiro tempo, tinha muito espaço entre nossos jogadores, não trocamos
passes e fomos encurralados. Até poderia tomar o gol no primeiro tempo. No
segundo, melhoramos bastante. Fica frustração pelo momento que tomamos o gol,
se o posicionamento fosse melhor na entrada da área, iríamos controlar bem até
o final o Fluminense, que estava ficando impaciente. Mesmo tempo que fico um
pouco contente com a estreia, tem o fator psicológico. Isso nos prejudicou no
começo, por jogar no Maracanã, por estar na Série A depois de tanto tempo. Não
é uma desculpa, até porque temos jogadores experientes. Mas temos o que
corrigir. Perder de 1 a 0 aqui é normal, um resultado considerado normal. O que
não é normal o futebol do primeiro tempo, quando estava 11 contra 11. Qualquer equipe
tem dificuldade com um a menos. Porém, temos convicção e certeza de que a
equipe vai evoluir. Temos alguns jogadores que vão entrar. Tive que colocar o Anselmo
prematuramente, ele requer mais ritmo de jogo, éum jogador que dá sustentação. Tem
que ter equilíbrio.
Não
pode é criar clima de frustração, temos mais 37 rodadas pela frente. O
comportamento do segundo tempo é o verdadeiro do Joinville, vamos
evoluir.
Hemerson Maria
Próximo jogo- Temos o jogo contra o Palmeiras (domingo), em que foge um pouco
porque não teremos a Arena lotada, e tenho certeza que estaria não fosse pelo
portão fechado. Vamos com intuito de vencer, temos capacidade. Vamos trabalhar
e colocar um onze que vai dignificar a camisa do Joinville. Peço para que o
torcedor compareça nos treinos que puder, para dar apoio ao grupo que pode
representar bem o Joinville, e vai representar.
Entrega com um a menos- O que me agrada é a entrega dos jogadores. O grupo é comprometido
e sente muito a derrota. No vestiário estava um clima de velório depois deste
jogo. Fazia muito tempo que o Joinville não perdia. Mas é um grupo que se
reergue com facilidade. Não vence uma luta quem bate sempre, mas quem assimila
o golpe. Vai ser uma noite que não termina, até pelo gol no final, mas tem que
contornar e dar a volta.
Sem tempo ruim
- Não podemos começar uma novena. O Joinville vem de um título estadual foi campeão
da Série B. Tivemos um parâmetro bom no Catarinense, mas as equipe são parecidas
com Joinville, de marcação. Enfrentamos equipe de qualidade, em que todos tem qualidade
de passe a na aproximação. Não pode é criar agora uma ansiedade de quando vai conseguir
a primeira vitória. Temos um jogo na sequência. Pelo resultado é bem provável
que não fiquemos muito atrás. Na arena podemos vencer o Palmeiras e subir.
Temos a ambição na competição, era importante começar bem, mas não é bicho de sete
cabeças perder pro Fluminense. Não pode é criar clima de frustração, temos mais
37 rodadas pela frente. O comportamento do segundo tempo é o verdadeiro do Joinville,
vamos evoluir. Tem jogadores de qualidade que vão agregar. É aos pouco e com
paciência. Não podemos a cada resultado negativo achar que está tudo perdido. Temos
37 rodadas ainda, vamos ter sequências de derrotas e também de vitória. O que
não pode é perder o equilíbrio, para não decepcionar.
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