sábado, 4 de março de 2017

“Em abril, lançamos a candidatura do Lula. Não tem como tirá-lo do jogo”: Lindbergh Farias fala ao DCM


FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/em-abril-lancamos-a-candidatura-do-lula-nao-tem-como-tira-lo-do-jogo-lindbergh-farias-fala-ao-dcm/



por : 


Lula e Lindbergh
Lula e Lindbergh


POR ROBERTO DE MARTIN, jornalista, ator, mineiro de Matias Barbosa e pai da Eva.

O senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, quer Lula já. “Eu defendi isso e praticamente não tem ninguém contra. Antecipar a candidatura do Lula para abril, até porque a gente não sabe se esse governo Temer acaba”, disse ao DCM.
“Temos muitos fatores imponderáveis. Uma delação do Eduardo Cunha, por exemplo. O povo não aceita eleições indiretas”.
Lidbergh criticou duramente a liberação da bancada petista para apoiar Eunício Oliveira, candidato de Temer, para presidente do Senado.
Para ele, alguns membros do partido não entendem o recado das ruas, tampouco o significado negativo da atitude, buscando uma conciliação com quem vem “rasgando a Constituição” desde a retirada de Dilma do poder. “Há uma parte do PT muito acomodada, burocratizada, que se adaptou a uma política de conciliação exagerada”, afirma.
A seguir, sua entrevista:
DCM: A ideia do PT é lançar já a candidatura de Lula?
Lindbergh Farias: Eu defendi isso e praticamente não tem ninguém contra. Antecipar a candidatura do Lula para abril, até porque a gente não sabe se esse governo Temer acaba. Temos muitos fatores imponderáveis. Uma delação do Eduardo Cunha, por exemplo.
E se o governo Temer cair e as eleições forem indiretas, com Rodrigo Maia e Eunício Oliveira comandando o Congresso? 
Eles não vão conseguir fazer isso. O povo não aceita eleições indiretas.
No TSE, se Temer for afastado pela chapa, tem um debate que diz que a eleição seria direta, além de outras PECs que tramitam no Congresso. Claro que a ideia deles é levar o Temer até 2018, mas pode ser que não consigam, que o governo desmonte. Eu acho que eles vão ter muita dificuldade de colocar eleição indireta. Acho que não é “Lula 2018”, é “Lula agora”. Com um plano para tirar o Brasil da crise, apresentando propostas, enfim, fazendo esse lançamento em abril, maio, o mais rápido possível.
Por que o PSDB tem cada vez mais espaço no governo Temer?
Os amiguinhos do Temer são muito barra pesada. O Cunha está preso, Geddel saiu, Padilha está todo enrolado, Moreira Franco também, Jucá. O Temer, primeiro, está refém da mídia, da burguesia, e segundo do PSDB, porque em torno do PMDB não há figuras para tocar o barco.
Ele tenta ser aceito com essa aliança com o PSDB, mas eu diria a você o seguinte: se tem um partido que perdeu com esse impeachment, com o golpe, esse partido foi o PSDB, porque eles estavam com 35% dos votos em 2015, com o Aécio, agora têm menos de 10%, atrás do Bolsonaro.
Como vê um eventual crescimento do Bolsonaro?
Acho que temos que ter cuidado. Ele teria muitas dificuldades numa campanha porque fala bastante besteira, como por exemplo que o salário da mulher tem que ser menor etc, mas o crescimento dele a gente não pode subestimar, até porque tem uma base real, com um discurso autoritário, cada vez maior no País. A lógica da criminalização da política como um todo.
E o aumento do desemprego, aumento da crise, convulsão social – veja o que aconteceu no Espírito Santo, o que está acontecendo no Rio de Janeiro – isso tudo é um terreno fértil para o discurso da ordem, autoridade. Tem uma parte da sociedade brasileira que hoje, se pudesse, fechava o Congresso Nacional e iria por um caminho autoritário. A tendência é que tenha mais espaço para esse tipo de discurso em 2017.
Acho, inclusive, que o PSDB foi irresponsável porque foi àquelas passeatas de verde e amarelo e em nenhum momento demarcou campo contra aqueles que defendiam intervenção militar. E acabou que essa turma comeu a base social do próprio PSDB, porque o Bolsonaro cresceu em cima dos eleitores de Aécio, Alckmin etc.
E a indicação de Aloysio Nunes para o Ministério das Relações Exteriores?
A política externa do governo Temer é um desastre completo. Eles atacaram a integração latino americana, fragilizaram o Mercosul, com a tese de acabar com a união aduaneira. Se acabassem com ela, o Mercosul iria virar uma espécie de “Alca-Sul”, ou seja, os Estados Unidos iam fazer um acordo de livre-comércio com o Paraguai e pronto, valeria para toda a área do Mercosul.
Mas no meio de tudo isso houve um desastre para eles que foi a vitória do Donald Trump. O que o governo Temer era uma aproximação estratégica dos Estados Unidos, e a política do Trump muda tudo. Até rever o Nafta, que é um acordo de livre-comércio com o México, ele quer, imagina fazer um acordo de livre-comércio com países da América do Sul. É um fracasso total.
Então, a entrada do Aloysio Nunes, ao meu ver, significa um Itamaraty mais do confronto do que da diplomacia. No momento em que tem uma vitória do Trump o que deveria ser feito? Aprofundar a integração entre os países da América do Sul e não o contrário.
O Itamaraty sob o comando de Aloysio Nunes Ferreira vai ser, portanto, mais ideológico, no pior sentido da palavra. Vai fomentar mais divisão na parte sul da América, menos sobriedade, menos preocupação com o que é melhor para as relações comerciais com o Brasil, e um Itamaraty que vai estar em confronto permanente com a Venezuela, Equador, Bolívia. Eu acho que, infelizmente, o Aloysio Nunes como ministro das Relações Exteriores significa isso.
Alexandre de Moraes no STF vai ajudar a estancar a sangria do governo?
Eu fiz um questionamento na sabatina pedindo para ele se declarar impedido em relação à Lava-Jato e o fato de ele ser revisor da operação. Não fez porque não pôde, já que quem o indicou pensou na atuação dele na Lava-Jato. É isso.
O governo pelo qual ele foi indicado tem cinco ministros e o próprio presidente da República aparecendo nas delações premiadas. Ele conseguiu ser aprovado no Senado, mas não resolveu o problema com a sociedade, porque as pessoas estão vendo essa indicação como mais um movimento para blindar a cúpula do PSDB e do PMDB.
É a velha história do Romero Jucá, que falava em estancar a sangria, fazer um acordo com todo mundo, inclusive com o Supremo. Está havendo uma série de ações nesse sentido. A nomeação de Moreira Franco para um ministério, agora a transferência de delegados da Polícia Federal, eles estão interferindo na PF.
O Temer indicou ele para tentar se safar. Lembra daquela gravação do Jucá? “Fazer um acerto entre todo mundo, com o Supremo, delimitar onde está”. Aquela gravação é o que o Temer está fazendo. É isso mesmo. É um roteiro.
Por que uma ala do PT está contra o “discurso do golpe”? 
Acho que falta a compreensão por parte do PT do que significava a simbologia de estarmos juntos na chapa com quem apoiou o golpe. E não só isso. Estarmos juntos com quem está rasgando a Constituição para retirar direitos dos trabalhadores.
A gente tem que entender que o golpe não foi um golpe que aconteceu só com o afastamento da Dilma. O golpe está em curso. Ele começa com o afastamento dela, mas o que eles querem é restaurar o neoliberalismo, retirar direitos dos trabalhadores, entregar o patrimônio público nacional. Então, num momento como esse é muito mais importante a gente preservar nossa posição, apostar tudo nas mobilizações sociais para 2017, do que criar uma grande confusão em nossa base social, nos movimentos sociais, para estar junto com a turma que está fazendo tudo isso com o País.
Mas eu acho que esse episódio teve uma lição muito grande, porque houve um levante, uma rebelião da base petista e da esquerda brasileira, que disse para os seus parlamentares: nós não aceitamos apoio a golpista. Foi muito forte o movimento de baixo para cima. E isso levou à mudança de posição na Câmara dos Deputados, e aqui no Senado, infelizmente, a gente não conseguiu fechar questão. Mas tivemos seis votos contra o Eunício Oliveira e quatro votos favoráveis a ele.
Diante disso, eu acho que a esquerda do PT vai ter que definir um pouco o seu rumo para o próximo período. Há uma disputa em curso no Congresso. Há uma parte do PT muito acomodada, burocratizada, que se adaptou muito a uma política de conciliação exagerada.
Fisiologismo por cargos na Mesa Diretora?
Cargos na Mesa, mas mais do que isso. Um pessoal que não entende que neste momento nós temos que fazer uma luta, um enfrentamento permanente contra esses que deram um golpe no País, e apresentar uma alternativa, que eu acho que é o presidente Lula, mas com outro programa. Chegou a hora de entrar no debate sobre a tributação de grandes fortunas, porque nesse país os mais ricos não contribuem. Quem paga imposto no Brasil é trabalhador. Chegou o momento de desmontarmos o sistema da dívida. São 500 bilhões por ano em juros.
Eu acho que quando a gente olha para trás fica claro que fizemos uma política excessivamente de conciliação. Um exemplo é que não fizemos nada em relação à democratização dos meios de comunicação. Era para ter feito.
Por que não fez?
Por acreditar demais numa política de conciliação de classes, como se fosse possível juntar burguesia e trabalhadores. Não. Nós temos um lado que são os trabalhadores. Esse próximo período, se o Lula for eleito novamente, a gente só vai ter condições de fazer um governo de reformas profundas se comprarmos algumas brigas. Por isso eu falei do sistema tributário, dos juros. Temos a maior taxa de juros do mundo.
Então, por trás desse debate do PT tem também essa visão, de uns que acham que fomos expulsos do governo, mas que temos, novamente, que correr para fazer uma política de conciliação com a burguesia, quando a burguesia, na verdade, nos esfaqueou.
Quem são esses setores com quem eles querem fazer uma política de conciliação? Alguns membros do PT ficam atrás dessa ilusão. A gente tem é que formar uma frente popular nesse país, com um programa bem claro, levantar o povo, o trabalhador, contra essa retirada de direitos em curso. Nosso caminho é aprofundar as relações com os trabalhadores. Não é ficar acenando para setores da Fiesp, como se isso fosse nos dar novamente uma outra política de alianças.
Portanto, há um debate na esquerda e dentro do PT sobre que rumos tomarmos. Só que acho que tem uma coisa muito boa. Essa base do PT que se levantou, se rebelou nesse processo contra o apoio a quem participou do golpe contra a Dilma, pode fazer mudanças também. Esse pessoal está dizendo para dentro do PT: Chega. Nós queremos um outro PT, o PT das origens, o PT que tem capacidade de luta, o PT que não esteja adormecido e burocratizado nas estruturas, nos cargos.
lindbergh farias
Chega-se a pensar em expulsão ou punição a alguns parlamentares que apoiarem candidatos do governo Temer?
Não. O debate não está aí. Estamos começando o debate dentro do próximo congresso do PT. Acho que não é o caso de expulsão de ninguém. O debate é na política. O que a militância não está disposta é lutar nas ruas, mas fazer aqui dentro pequenos acordos. Isso desmoraliza a militância.
Qual é a justificativa, por exemplo, do senador José Pimentel apoiar o Eunício Oliveira?
Isso eu preferiria que você perguntasse para ele.
Não comentaram dentro de partido em algum momento?
Eu acho que seria bom vocês conversarem com ele. A justificativa de que não pode se isolar aqui dentro, no Senado, e que é importante estar na Mesa. Mas na verdade não é a Mesa que fecha a pauta. Quem decide o que pautar é o presidente, às vezes escutando os líderes. Então, do que adianta isso em relação à votação de projetos? A gente não ganha nenhum voto estando na Mesa.
Como o vê a entrevista do senador Humberto Costa para a Veja?
Eu prefiro não comentar, eu queria não comentar isso. O meu silêncio já fala muito.
O senhor daria uma entrevista para a Veja?
Não. Não daria.
Quem governa o Brasil?
O sistema financeiro. Na verdade, esse governo Temer é completamente fraco, o que houve foi uma aliança entre parlamentares deste grupo que está no governo Temer, de políticos que queriam fugir da Lava Jato, fizeram aliança com o mercado financeiro, que tinha a suas posições bem definidas, e foi feito um acordo: “eu tento me livrar aqui,  ganho esse governo, e vou aplicar a política do mercado financeiro”. A política deles é muito clara. Acenaram desde a Ponte para o Futuro um cenário que era o seguinte: “olha, o país está em crise econômica e as empresas estão em dificuldade. Nós temos um plano para você, que é apertar ao máximo o trabalhador, reduzir salário, retirar direitos e também os fundos públicos, o orçamento”. Porque hoje mais de 30% do orçamento da União é desviado para pagar juros para o rentismo, ou seja, sistema financeiro, duzentas grandes empresas que aplicam em títulos da dívida pública, que ganham 8% de juros reais por ano. Para que investir na produção se você tem 8% de juros reais por ano?
Como reagir hoje ao golpe?
Acho que em 2017 a nossa grande questão é mobilizar o povo. Nós parlamentares não conseguiremos barrar nada, o nosso trabalho tem que ser mais para denunciar o que está acontecendo, tentar ajudar nas mobilizações, porque esse ano será de graves crises. A economia não vai melhorar, porque não tem governo, não tem uma proposta para sair da crise. Teremos um agravamento da crise social, da crise política.
Nós que defendemos um Brasil mais justo só temos uma saída: colocar o povo nas ruas. Eu digo isso e peço ajuda às pessoas, porque se isso não acontecer, eles vão passar o trator por cima, vão entregar tudo. E eu acho que nós temos condição de colocar o povo nas ruas, principalmente em relação à reforma da Previdência, porque é muito concreta, afeta diretamente o trabalhador, O cara faz a conta. Portanto, termos um 2017 melhor ou pior do que o ano passado, vai depender da nossa capacidade de mobilizar a sociedade.
Acha possível uma aliança suprapartidária, pensando inclusive nessas discordâncias internas do PT e de outros partidos também, como o próprio PMDB?
Claro que eu vejo. Acho que primeiro nós temos que juntar os movimentos sociais, as forças de oposição, PT, PC do B, Psol, PDT com o Ciro Gomes, Requião do PMDB, e outras pessoas dentro desse processo. Acho que essa é a aliança, de um campo popular, de quem defende um projeto de desenvolvimento nacional, não voltar a fazer uma aliança com determinados setores do PMDB, porque essa turma, na verdade, tem um projeto oposto ao nosso.
O senhor foi absolvido pelo STF na Lava Jato?
Sim. O problema é o desgaste disso. A imprensa, quando aparece um nome, principalmente do PT, é seletiva. Eles protegem tudo do PSDB, os nomes deles, é uma coisa impressionante. Quando é do PT eles vão para cima. E quando mostra que determinado político não tem nada a ver com a questão, o espaço também é muito pequeno. Mas o fato é que eu sempre tive plena consciência.
Tem gente que está na política porque defende ideias. Eu comecei muito garoto, ainda como líder estudantil, defendendo um Brasil e um mundo diferente. Continuo lutando por isso. Então, às vezes você fica chateado de ser colocado num balaio com um bocado de gente que é patrimonialista. Infelizmente, esse Congresso tem gente que é lobista de interesses privados. A bancada dos bancos aqui é gigantesca.
Está tudo dominado, senador?
O Congresso? Claro. Por isso eu digo que a unidade que tem no Parlamento a favor do governo Temer é da burguesia, que se expressa aqui. Então, o campo popular no Congresso, de defesa dos trabalhadores, é minoria atualmente. Eu sabia que esse processo contra mim não teria nada, mas eu lamento que a cobertura da imprensa não seja a mesma, caso fosse um político do PSDB, por exemplo.
Na hora que aparece um nome do PT eles tentam desmoralizar, mas na hora que você prova que não tem nada, o espaço, infelizmente, é muito pequenininho. Mas ainda bem que nós temos as redes sociais hoje em dia, porque imagina se não tivéssemos? Imagina se não houvesse o DCM, por exemplo, e outros sites.
A gente cresceu, vocês cresceram. Isso aqui tem uma repercussão grande. A Globo não me entrevista porque eu falo mal dela, nem eu fico preocupado em dar entrevista para ela, mas eu sinto que às vezes a gente faz gravação aqui que tem um alcance muito maior do que com eles, da grande imprensa. Nós estamos equilibrando esse jogo. É claro que a discussão da democratização da mídia continua colocada como questão central, mas o avanço dos últimos anos foi muito importante.
Por que o PT não avançou na regulamentação da mídia no governo Lula?
Hoje quando se conversa isso com o Lula, ele concorda. Era uma ilusão muito grande de uma política de conciliação, que a gente viu no que deu: houve um golpe. Porque a burguesia brasileira não tem um projeto nacional, é uma burguesia que não tem compromisso com a democracia, não tem elaboração intelectual. Fico cada vez mais impressionado com a baixa capacidade desses setores.
Se o Lula for condenado, o PT tem outra opção para 2018?
Eles vão tentar tirar o Lula do jogo, mas não tem como.
Tiraram a Dilma, senador…
Eu espero que não aconteça isso com o Lula. Tem delegado da PF falando que perdeu o “timing”. Eu acho que fica cada vez mais difícil, porque eles começaram uma cruzada contra o Lula, mas tivemos vários depoimentos de testemunhas que desfazem o que eles falaram. O Lula está liderando as pesquisas, nas últimas subiu muito, eles vão ter muitas dificuldades. Vai ter um impacto tão grande, que é difícil, por exemplo, explicar isso no exterior.
Porque, internacionalmente, esse golpe contra a Dilma foi um desastre para os apoiadores desse governo. Tirar o Lula do jogo nesse momento, sem crime, sem nada, vai ter uma repercussão muito grande. Seria o segundo grande momento do golpe. Não está tão simples para eles. Por isso eu acho que temos de antecipar a candidatura do Lula, viajar o País. Nós seguiremos dificultando para eles.
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Sobre o Autor

O novo PMDB é pior que a antiga Arena, por Fábio de Oliveira Ribeiro



FONTE:
http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/o-novo-pmdb-e-pior-que-a-antiga-arena-por-fabio-de-oliveira-ribeiro



FÁBIO DE OLIVEIRA RIBEIRO





por Fábio de Oliveira Ribeiro
Em sua nova propaganda veiculada através do Facbook, o PMDB afirma que a reforma da previdência é essencial para que o governo possa custear programas sociais e construir estradas. Diz o texto:
“Se a reforma da Previdência não sair”
Tchau Bolsa Família
Adeus Fies
Sem Novas Estradas
Acabam Programas Sociais”
A propaganda é evidentemente um engodo. Desde que o usurpador chegou ao poder programas sociais foram extintos ou drasticamente reduzidos até se tornarem irrelevantes. Tudo isto ocorreu antes da reforma da previdência. Portanto, os dois temas não estão relacionados e o próprio Michel Temer já demonstrou publicamente que pretende construir um Estado que cuide apenas dos interesses da elite brasileira e internacional.
O texto também relaciona a reforma a reforma da previdência à construção de estadas como se as duas coisas fossem custeadas pela mesma fonte. Outra mentira deslavada. As obras públicas são pagas com impostos diretos recolhidos ao Estado. A previdência é custeada por empregados e empregadores. A única previdência custeada pelo Estado é a dos servidores civis e militares, mas nesta Michel Temer não pretende mexer.
Desde que a Arena encontrou seu fim com a redemocratização do Brasil, o PMDB se tornou o partido político mais importante do país. De uma maneira ou de outra, os peemedebistas sempre estiveram no governo ou deram sustentação ao governo mediante suborno (compra de votos para reeleição de FHC, por exemplo). Nas últimas duas décadas o Brasil nunca precisou reformar a previdência para construir estradas.
É evidente, portanto, o abuso retórico cometido pelo PMDB. Para reduzir os custos dos empregadores, Michel Temer quer enfiar a reforma da previdência privada goela abaixo dos trabalhadores brasileiros. Ele se comporta como se não tivesse que dar satisfações ao povo e como se os brasileiros fossem idiotas dóceis que podem ser facilmente manipulados com algumas frases de efeito.
Se levarmos em conta esta propaganda, podemos concluir que o usurpador e seu partido já incorporaram todas as características do regime que dominou o Brasil de 1964 a 1988. Além de autoritário, Michel Temer pressupõe que é totalmente livre para agir e que não tem obrigação de prestar contas de suas ações aos cidadãos brasileiros. O PMDB virou um clone tardio da Arena. Se vestir uma farda, o usurpador poderia ser confundido com um general-presidente dos anos 1970. Portanto, convêm lembrar o que os generais fizeram quando estiveram no poder. Farei isto recorrendo a uma fonte isenta.

(The Brazilian Economy – Growth and Development, Werner Baer, third edition, printed USA, 1989, p. 86)
Do fragmento acima transcrito, podemos concluir que a Ditadura Militar aumentou os investimentos públicos na economia. Os programas governamentais (incluindo investimentos em infraestrutura, como a construção de estradas por exemplo) foram fatores determinantes para que a economia crescesse independentemente das forças de mercado. Nenhuma redução de direitos trabalhistas e previdenciários foi necessária (ou referida como necessária no texto) para que o milagre brasileiro se tornasse uma realidade. A única crítica feita ao período é o aumento da concentração de renda. O autor dá a entender que o mercado seria mais capaz de distribuir renda do que o Estado. Todavia, nunca é demais lembrar que quando atuam num mercado totalmente livre de regulação os agentes privados visam o maior lucro com o menor custo.
Ao extinguir programas sociais, congelar investimentos em saúde e educação, revogar direitos trabalhistas e reformar a previdência, o usurpador pretende libertar as forças de mercado. Isto certamente produzirá duas coisas: mais exclusão social e; uma maior concentração de renda. Isto ocorrerá, por exemplo, mediante a redução de contribuições dos empregadores ao INSS.
Os militares foram capazes de aumentar a proporção de investimentos públicos em relação ao PIB de 17,1% (1947) para 22,5% (1973). Em troca da redução da reforma da previdência, Michel Temer não oferece aos brasileiros nem mesmo o aumento dos investimentos públicos na economia. Muito pelo contrário, ele pretende reduzir a participação do Estado na economia através de privatizações para que os agentes privados possam lucrar mais num curto espaço de tempo.
Na década de 1970 a Arena produziu crescimento econômico com baixa distribuição de renda mediante o aumento dos investimentos estatais. O novo PMDB pretende produzir um aumento da concentração de renda mediante redução de investimentos públicos e a revogação de direitos previdenciários e trabalhistas. Portanto, apesar das semelhanças aparentes o partido do usurpador pode ser considerado uma antítese piorada da Arena.

Lava Jato: Fachin rejeita mais um pedido de liberdade de Eduardo Cunha



FONT:

http://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-fachin-rejeita-mais-um-pedido-de-liberdade-de-eduardo-cunha




8 de março, mulheres negras e reforma da Previdência, por Juliana Borges



FONTE:

http://jornalggn.com.br/noticia/8-de-marco-mulheres-negras-e-reforma-da-previdencia-por-juliana-borges




Foto: Lula Marques/Agência PT


do Justificando

por Juliana Borges

O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, se aproxima numa preocupante conjuntura internacional e nacional, o que acaba ampliando seu simbolismo e representação de luta.
O capitalismo passa por uma profunda reorganização e uma crise que impacta tanto no campo econômico quanto no campo político e simbólico. A ascensão de representantes de uma agenda conservadora acontece em diversas partes do globo, desde as guerras em territórios árabes com o avanço do Estado Islâmico, produto de intervenções ocidentais sistemáticas na região, passando pelo contexto dos conflitos e guerras no território africano também com esta configuração político-religiosa, os golpes e derrotas nos países latino-americanos que, até então, contavam com hegemonia progressista, a ascensão de políticos de extrema-direita na Europa, culminando na eleição de Donald Trump nos Estados Unidos com uma pauta nacional-protecionista e extremamente conservadora e retrógrada no campo dos direitos civis e democráticos.
O sequestro do Estado pelo Capital tem se aprofundado e, se antes eram necessárias mediações nesta relação por uma classe política, não necessariamente proveniente do sistema, hoje o capitalismo tem apresentado, sem mediações, suas próprias representações para a “gerência” do Estado e seus interesses. Soma-se a isso, o aprofundamento da crítica e apatia à democracia como sistema político vigente numa crise de representação e participação. A democracia representativa tem contado, cada vez, com menos adeptos entusiastas.
No entanto, é também nestes territórios, tendo referência principal os países do sul global, que tem emergido resistência e contestações tanto ao modelo econômico quanto a modelos políticos autoritários. Novas formas de interação, ação e organização surgem utilizando-se, principalmente, das redes e tecnologias sociais para transpor a participação do campo digital para o ativismo também nas ruas. As mulheres são a linha de frente nos processos destes territórios.
É neste sentido que o 8 de Março ganha contornos centrais.
Há muito, mulheres tem produzido e construído ação pelo entendimento de que não há luta emancipatória e anticapitalista sem as lutas estruturais contra o machismo e o racismo. Da compreensão de intelectuais militantes, como Audre Lorde, de que não há hierarquia de opressões, conjugando-se à teoria da interseccionalidade, mulheres tem construído lutas e ações contra opressões que perpassam todas as relações sociais e que se combinam, indissociadas, da opressão econômica.
Neste contexto que podemos pensar as lutas protagonizadas por mulheres no Brasil no último período e em como elas conectam-se a esta nova onda internacional de resistência feminista.
A esta emergência feminista conecta-se a emergência do feminismo negro. Articulando as lutas necessárias no país contra a ofensiva retrógrada do governo golpista de Michel Temer ao chamado internacional por uma mobilização de mulheres numa luta “contra ataques neoliberais” em escala global.
O Feminismo Negro e interseccional tem como ponto central a inter-relação das opressões, ou seja, não abre mão da luta contra a opressão econômica, mas aponta que estas se relacionam com outras. Se “raça informa classe e classe informa raça”, como bem dito por Angela Davis, está no âmago do Feminismo Negro e na atuação das mulheres de diversas etnias, como base na pirâmide das desigualdades, a luta geral e sistêmica. Em outras palavras, o Feminismo Negro em si é anticapitalista.
No Brasil, nenhuma discussão pode ser feita sem a relação com a questão racial. Foram 328 anos de período escravocrata, tendo os corpos negros desumanizados como a primeira mercadoria do país e sendo a economia da escravidão o sustentáculo da economia brasileira. Além disso, a própria formação de identidade nacional surge a partir das divergências entre a elite portuguesa, que chega ao país fugindo das tropas napoleônicas, e a elite local em torno da abolição da escravidão. Ou seja, a nossa ideia de brasilidade e nação é construída a partir da divergência pela permanência da escravização de negros no país. Isto não é pouca coisa. Assim também deve centrar as discussões e luta política com o 8 de Março.
A luta contra a Reforma da Previdência é uma luta das mulheres negras
O mote de vários atos do Dia Internacional da Mulher este ano é a luta contra a Reforma da Previdência e pelo fim da violência. Algumas de nós pode não fazer a conexão direta entre estas pautas e a vida das mulheres negras, mas elas tem centralidade nas condições de vida da população negra brasileira.
A proposta de Reforma Previdência enviada pelo golpista Michel Temer ao Congresso poderia ser sintetizada como o fim do acesso à aposentadoria pela maioria trabalhadora, e negra, da população. Os impactos serão mínimos em curto prazo e desastrosos em médio e longo prazo. A proposta pretende fixar 25 anos de contribuição mínima e 49 anos de contribuição para acessar o sistema previdenciário com integralidade. Além disso, ela equipara a idade mínima para se aposentar.
Nesta proposta, as mulheres negras, base da pirâmide social e, portanto, recebendo os piores salários e ocupando os trabalhos mais precarizados, que significam ausência de carteira assinada, morrerão trabalhando. Os impactos desta precarização da vida já são visíveis. Segundo a pesquisa “Retratos da Desigualdade”, realizada pelo IPEA, enquanto que as mulheres brancas tinham a expectativa de vida em 73,8 anos, as mulheres negras tinham esta expectativa reduzida para 69,5 anos. Na diferenciação de inserção no mercado de trabalho, as mulheres negras também estão em desvantagem, sendo 66% das mulheres brancas inseridas no mercado, ao passo que 61% de mulheres negras estão inseridas (IBGE).
Mas a diferenciação também ocorre na qualidade destes postos de trabalho. Dos 6, 6 milhões de pessoas ocupando o trabalho doméstico, 92% são mulheres, destas, 61% são mulheres negras. (IBGE, 2011). Não é preciso dizer que a maioria deste contingente trabalha de modo informal. Outro fator que piora nossas vidas é a equiparação da idade mínima. São as mulheres as principais responsáveis pelo cuidado na sociedade patriarcal, isto acarreta em duplas e triplas jornadas de trabalho. A diferença tanto de tempo de contribuição quanto de idade mínima era um importante, se não o único, mecanismo que reconhecia esta divisão sexual do trabalho e, portanto, os efeitos do patriarcado na vida das mulheres.
O argumento utilizado é do déficit previdenciário. Uma falácia! O sistema previdenciário estava em equilíbrio com o crescimento econômico, portanto geração de postos de trabalho e contribuição, que garantia o crescimento das receitas. Além disso, ao indicar o déficit, o governo omite outras fontes de recursos destinados à previdência que, se contabilizadas, demonstram que o sistema é, na verdade, superavitário.
As desigualdades aumentam e aprofundam os riscos de violência. 59, 4% dos registros de violência doméstica na Central de Atendimento à Violência – Ligue 180 são de mulheres negras (2013). 62,8% das vítimas de morte materna são negras, uma situação que poderia ser perfeitamente evitada com acesso à informação e atenção no pré-natal e parto. (SIM/MS, 2012). As maioria das mulheres que afirmam ter passado por algum tipo de violência obstétrica também são mulheres negras, compondo 65, 9% dos dados (2014). Ainda, as mulheres negras tem duas vezes mais chances de serem assassinadas do que as mulheres brancas (MJ/2015), entre 2002 e 2013 houve um aumento de 54,2% dos homicídios de mulheres negras (ONU Mulheres e SPM/2015) e entre 2000 e 2014 houve crescimento de 567% da população carcerária feminina, sendo 68% de mulheres negras e em situação de prisão por crimes que poderiam, sem dúvidas, ter utilizadas alternativas penais que não o cárcere (MJ/2015).
Com a crise sistêmica que temos vivido em escala global, e com a ofensiva de retrocessos em mínimos direitos adquiridos com muita luta no Brasil com o pós-golpe, passamos por um momento no qual o descarte dos corpos negros, que seguem desumanizados, irá aprofundar-se.
O 8 de Março tem origens revolucionárias. A data foi escolhida em uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas para lembrar uma greve iniciada pelas mulheres russas por pão que iniciou o processo que culminou com a Revolução Bolchevique em 1917, sendo, no pós-guerra, adotado pela ONU. O Feminismo Negro, por sua vez, tem, como dito, um forte viés de luta anticapitalista dadas as condições de vida das mulheres negras no Brasil e no mundo.
Neste sentido, o 8 de Março é uma data de todas as mulheres, mas neste cenário de aprofundamento da exploração sexista, racista e capitalista, o Dia Internacional da Mulher tem forte relação e interesse para as mulheres negras.
Seguindo as formulações de grandes e importantes feministas negras como Angela Davis, Sueli Carneiro e Lélia Gonzalez de que é preciso “Enegrecer o Feminismo”, este 8 de Março torna-se, diante de tantos ataques, fundamental para todas nós. Vamos enegrecer o 8 de Março lutando contra retrocessos sobre nossos corpos e vidas. Aposentadoria fica, Temer sai! Paramos pela vida das mulheres!
Juliana Borges é Feminista Negra. Pesquisadora em Antropologia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde cursa Sociologia e Política. Foi Secretária Adjunta de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo (2013).

Ocupação Laura Cardoso no Itaú Cultural



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/ocupacao-laura-cardoso-no-itau-cultural



Foto: Bob Sousa/ Divulgação





Jornal GGN – Aberta ao público desde o dia 22 de fevereiro, a mostra “Ocupação Laura Cardoso” homenageia a atriz brasileira e seus 70 anos de carreira, no Itaú Cultural, em São Paulo. Por meio de fotos, vídeos, textos e cenários, o público é convidado a mergulhar nos diversos trabalhos da artista, que relembrou sua trajetória em entrevista ao jornalista Amilton Pinheiro, para o Estadão. A exposição fica em cartaz até 30 de abril.

Do Estadão
Por Amilton Pinheiro
Laura Cardoso, 89, sente-se radiante ao falar de sua personagem, dona Sinhá, a vilã da novela das seis, Sol Nascente, da Globo. “Ela é uma delícia de fazer. Eu estava sentindo muita falta dela, porque fiquei afastada por problemas de saúde. Quando voltei, foi com tudo. A novela realmente precisava do meu personagem”, revela a atriz, por telefone, com exclusividade ao Estado, com a segurança conquistada depois de mais de sete décadas de profissão.
As cortinas que se abriram em 1943, quando ela começou aos 15 anos, na rádio Cosmos (atual rádio América), na rua da Consolação, em São Paulo, estão presentes na entrada da Ocupação Laura Cardoso, dedicada à sua vida e carreira, aberta desde o dia 22 de fevereiro, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista.
O espectador é convidado a entrar na Ocupação por meio de três portas com grandes cortinas vermelhas que levam aos espaços que se interligam como os cômodos de uma casa. Neles, está o material (fotos, textos, vídeos, trechos de filmes, depoimentos de colegas, discos, etc.) que vai contar um pouco de sua trajetória extraordinária. “Eu sempre acho que é demais para mim. Quando soube da exposição disse: ‘Aí meu Deus, não mereço’”, confessa, sem falsa modéstia. 
Laura – que nasceu no bairro da Bela Vista, filha de imigrantes portugueses –, ainda menina, gostava de subir em um caixote para recitar poesia para a avó. Em sua biografia Laura Cardoso: Contadora de História, de Julia Laks, lançada pela Coleção Aplauso da Imprensa Oficial de São Paulo, ela indaga se foi naquele momento que nasceu a sua vontade em ser atriz.
Foram muitos papéis marcantes em mais de sete décadas de profissão, desde radionovelas, teleteatro, apresentações em circo, até o momento em que foi trabalhar na pioneira Tupi, cumprindo uma importante passagem pelo teatro até chegar ao cinema. 
Um dos seus melhores trabalhos foi no filme Através da Janela, de Tata Amaral, em 2000, quando interpretou Selma, mãe que vivia uma relação dúbia com o filho único. Quando a diretora a convidou para o papel, Laura não ficou nenhum um pouco intimidada com a personagem que tinha uma relação quase incestuosa com o filho.
“É uma mãe que ama o filho de forma absoluta. Há um momento um pouco pesado, porque ela sente uma atração por ele. Isso é mostrado numa cena rápida, mas o espectador consegue identificar aquele sentimento. Ela ama tanto aquele filho, que acha tão lindo, tão bom, que tem uma atração”, explica.
Outra mulher marcante que interpretou foi Isaura, da novela Mulheres de Areia, remake que a Globo realizou em 1993. A personagem era mãe das gêmeas Ruth e Raquel, vividas pela atriz Glória Pires. “Eu sempre defendi Isaura, que parecia não gostar da filha boa, a Ruth, e só tinha atenção e carinho pela outra, Raquel, que era má. Ela amava as duas, mas queria ajudar desesperadamente aquela que mais necessitava dos seus cuidados. É o lado psicológico que toda mãe tem, de querer proteger o filho desajustado, sem rumo”, diz a atriz, mãe de duas filhas, duas netas e um bisneto.
O encenador Antunes Filho, que a dirigiu na peça Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, em montagem de 1992, garante ter ficado impressionado com a capacidade de compreensão que Laura tinha da personagem Dolor. Foi ela, confessaria, que transformou aquele seu trabalho numa das coisas mais lindas que realizou. 
Laura jamais recusou fazer algum personagem, mas se lamenta de não ter feito uma homossexual, papel que foi parar nas mãos de Vida Alves. “O que me fascina é assumir outras personalidades”, disse em relação à profissão que escolheu.
Três décadas de incentivos às artes Entidade festeja a data com outras quatro homenagens a mulheres que ajudaram a moldar a cultura nacional
Ainda em 2017, o Itaú Cultural abrirá o seu espaço expositivo (Ocupação) a cinco mulheres que se dedicaram às artes e à cultural brasileira, começando com a da atriz Laura Cardoso. Depois virão, sem ordem cronológica, a psiquiatra Nise da Silveira, a escritora e ensaísta, Conceição Evaristo, a cantora e apresentadora Inezita Barroso e a crítica de arte Aracy Amaral. “São grandes mulheres que ajudaram a construir o repertório da cultura e da arte brasileira”, explica Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.
A instituição completa nesta quinta, 23, três décadas de existência, incentivando a cultura por meio de renúncia fiscal e parte sem uso de incentivos. Segundo Saron, é certamente uma das empresas que mais investem sem recorrer a Lei Rouanet. “No ano passado, investimos 200 milhões de reais, dos quais 100 milhões não foram incentivados”, revela.
Para comemorar os 30 anos da instituição, será realizada uma série de atividades que vai pontuar o sentido de perenidade do legado do Itaú Cultural, explica Saron. “Vamos lançar um livro contando o que fizemos nestes anos e o lançamento do novo edital Rumos, que sairá em setembro e que queremos que atinja outras regiões, fora do eixo Rio-São Paulo, ampliação das nossas parcerias.” / A.P.
Serviço
Ocupação Laura Cardoso, de 22 de fevereiro a 30 de abril
Local: Itaú Cultural
Endereço: Av. Paulista, 149 - São Paulo, SP.
Visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 20h. Sábado e Domingo, das 11h às 20h
Entrada Franca.


Mais informações: (11) 2168-1776