Nos tempos de meia, treinador do Flu levou o modesto Puebla ao seu primeiro título nacional, em 83, e ficou marcado como sétimo maior goleador
Um trabalho que deu frutos também no México. Se a identificação com o São Paulo, a carreira supervitoriosa como treinador e o êxito imediato com o Fluminense transformam a história de Muricy Ramalho em exemplo de sucesso no Brasil, não é preciso muito tempo na companhia do técnico em solo mexicano para saber que a vocação para vencer também se fez presente longe de casa.
Ainda de cabelos longos e revoltos, e logo após a frustração de não ter ido para a Copa de 78, o então apoiador de estilo hippie, como ele mesmo definiu, resolveu tentar a sorte na América do Norte. Mais do que isso, não apostou em clube dos grandes centros, como o América, adversário desta quarta, pela Libertadores, ou o Chivas, de Guadalajara. Seu destino foi a desconhecida Puebla, localizada a pouco menos de duas horas de carro da Cidade do México, com fauna e flora ricas, mas que estava longe de ser atraente pelo futebol. Esta, por sinal, era a missão de Muricy, que ainda não carregava o Ramalho em sua “nomenclatura profissional”.
Missão dada, missão cumprida. Essa poderia ser a frase dita pelo atual treinador do Fluminense. Entre 1979 e 1985, foram seis anos de idolatria, bom futebol e uma temporada histórica: 1982-83. Como principal jogador da equipe, Muricy conduziu o modesto Puebla ao primeiro título mexicano de sua vida. Fato que só se repetiria em 1989-90, e garantiu ao brasileiro a eternidade no clube.
Foi no “Franja”, como o time é chamado, que Muricy encerrou a carreira, em 1985, e, oito anos mais tarde, iniciou a trajetória como treinador. De volta ao México para comandar o Fluminense em partida contra o América, nesta quarta, às 21h50m (de Brasília), no Azteca, pela terceira rodada do Grupo 3 da Libertadores, o ex-meio-campo já não exibe mais as alvoroçadas madeixas, mas precisou de poucos minutos para reforçar a certeza da grandiosidade do feito realizado quase 30 anos atrás.
Mesmo à paisana, bastou que o comandante tricolor colocasse o pé no setor de desembarque do Aeroporto Internacional Benito Juaréz para que fosse cercado por jornalistas ávidos por informações sobre o compromisso diante dos americanistas e recordações do período em Puebla, onde, inclusive, realizou seu casamento.
Muricy, porém, foi sucinto na resposta, apesar de reiterar sua gratidão e carinho pelo país.
- Tenho amigos no México, já passei férias por aqui. É um país que me abriu as portas.
Além do título conquistado em 83, Muricy chamou a atenção dos mexicanos também por demonstrar sua faceta de goleador: em 154 jogos, foram 57 gols, que o colocam na sétima posição na lista de artilheiros do clube.
Elogios ao futebol mexicano e atenção com altitude
Tendo como exemplo o próprio passado, o treinador chegou ao México ciente da necessidade de repetir o sucesso, dessa vez pelo Fluminense. Em comparação, Muricy Ramalho falou sobre a evolução do futebol mexicano ao longo dos anos e fez elogios.
- Mudou a estrutura dos clubes. Na nossa época, não existia CT, treinávamos onde jogávamos. Hoje em dia todos têm uma estrutura. Mudou a parte econômica, se paga e se contrata mais. Por isso, o futebol mexicano está em alta.
Já acostumado com os estádios mexicanos, o técnico manteve a seriedade até mesmo ao comentar o reencontro com o Azteca. O estádio, palco do tricampeonato mundial da Seleção, em 1970, é especial para os brasileiros, e leva Muricy a ter outras boas recordações.
- Não penso em 70, penso em quando jogamos por lá. Até fui com o São Caetano em 2003 e me classifiquei na Libertadores no Azteca contra o próprio América.
Preocupação mesmo, só a mudança da velocidade da bola devido a altitude de 2.235m é capaz de causar em Muricy. E isso também é fruto da experiência em Puebla.
- Os goleiros sofrem demais. Eu mesmo, não era de bater faltas, e quando cheguei lá fiz um monte de gols assim. Justamente por essa questão da bola.
No primeiro treino na Cidade do México, na tarde de segunda-feira, o treinador enfatizou as questões das finalizações e velocidade da bola. Com dois pontos em dois jogos em casa, o Fluminense é o terceiro colocado em sua chave, e um tropeço dificultará muito sua vida. O exemplo para dar a volta por cima, porém, está perto. Logo ali, em Puebla.
Muricy (3º agachado da esquerda para direita) no time campeão em 82-83 (Foto: Puebla80s.blogspot.com)
Missão dada, missão cumprida. Essa poderia ser a frase dita pelo atual treinador do Fluminense. Entre 1979 e 1985, foram seis anos de idolatria, bom futebol e uma temporada histórica: 1982-83. Como principal jogador da equipe, Muricy conduziu o modesto Puebla ao primeiro título mexicano de sua vida. Fato que só se repetiria em 1989-90, e garantiu ao brasileiro a eternidade no clube.
Foi no “Franja”, como o time é chamado, que Muricy encerrou a carreira, em 1985, e, oito anos mais tarde, iniciou a trajetória como treinador. De volta ao México para comandar o Fluminense em partida contra o América, nesta quarta, às 21h50m (de Brasília), no Azteca, pela terceira rodada do Grupo 3 da Libertadores, o ex-meio-campo já não exibe mais as alvoroçadas madeixas, mas precisou de poucos minutos para reforçar a certeza da grandiosidade do feito realizado quase 30 anos atrás.
Mesmo à paisana, bastou que o comandante tricolor colocasse o pé no setor de desembarque do Aeroporto Internacional Benito Juaréz para que fosse cercado por jornalistas ávidos por informações sobre o compromisso diante dos americanistas e recordações do período em Puebla, onde, inclusive, realizou seu casamento.
Muricy, porém, foi sucinto na resposta, apesar de reiterar sua gratidão e carinho pelo país.
- Tenho amigos no México, já passei férias por aqui. É um país que me abriu as portas.
Além do título conquistado em 83, Muricy chamou a atenção dos mexicanos também por demonstrar sua faceta de goleador: em 154 jogos, foram 57 gols, que o colocam na sétima posição na lista de artilheiros do clube.
Elogios ao futebol mexicano e atenção com altitude
Muricy celebra conquista em gramados mexicanos
(Foto: Puebla80s.blogspot.com)
(Foto: Puebla80s.blogspot.com)
- Mudou a estrutura dos clubes. Na nossa época, não existia CT, treinávamos onde jogávamos. Hoje em dia todos têm uma estrutura. Mudou a parte econômica, se paga e se contrata mais. Por isso, o futebol mexicano está em alta.
Já acostumado com os estádios mexicanos, o técnico manteve a seriedade até mesmo ao comentar o reencontro com o Azteca. O estádio, palco do tricampeonato mundial da Seleção, em 1970, é especial para os brasileiros, e leva Muricy a ter outras boas recordações.
- Não penso em 70, penso em quando jogamos por lá. Até fui com o São Caetano em 2003 e me classifiquei na Libertadores no Azteca contra o próprio América.
Preocupação mesmo, só a mudança da velocidade da bola devido a altitude de 2.235m é capaz de causar em Muricy. E isso também é fruto da experiência em Puebla.
- Os goleiros sofrem demais. Eu mesmo, não era de bater faltas, e quando cheguei lá fiz um monte de gols assim. Justamente por essa questão da bola.
No primeiro treino na Cidade do México, na tarde de segunda-feira, o treinador enfatizou as questões das finalizações e velocidade da bola. Com dois pontos em dois jogos em casa, o Fluminense é o terceiro colocado em sua chave, e um tropeço dificultará muito sua vida. O exemplo para dar a volta por cima, porém, está perto. Logo ali, em Puebla.
Muricy (primeiro da direita para esquerda) com troféu e camisa do título (Foto: Puebla80s.blogspot.com)
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