Após cinco semanas tratando dedo do pé
esquerdo, oposta entra no finalzinho do jogo contra o Pinheiros, o seu
primeiro pelo Osasco na Superliga
Por Danielle Rocha
Rio de Janeiro
Sheilla não quer se apressar no retorno
(Foto: Fabio Rubinato/AGF/Divulgação)
Quando Luizomar de Moura olhou em sua direção e a chamou para entrar em
quadra, no finalzinho do terceiro set da partida contra o Pinheiros, Sheilla
ficou surpresa. Tinha sido liberada para voltar a saltar nos treinos um
dia antes, depois de cinco semanas de molho por conta de uma fratura no
quarto dedo do pé esquerdo. Sem pensar duas vezes, a oposta entrou para
sacar, ajudou em algumas defesas e contribuiu para a vitória do Osasco
por 3 sets a 0 no confronto que marcou a sua estreia com a camisa da
equipe paulista na Superliga. Apesar de não esconder a ansiedade para
voltar logo à velha forma, ela sabe que não pode apressar o retorno.
- Foi muito legal poder voltar. Não pensei que ele fosse me colocar no
jogo. Esperava que fosse levar mais um tempo. Fiquei surpresa. Ainda
sinto um pouco de dor no local e acho que vai continuar a incomodar
durante um tempo, mas espero já contra o Rio do Sul (na sexta-feira)
jogar um pouquinho mais. Ainda não posso saltar muito e tenho que ter
cuidado para não tomar um pisão das meninas. É perigoso e tenho que
ganhar confiança aos poucos - disse.
De forma instintiva, Sheilla tem procurado preservar a perna esquerda
quando faz ataques de fundo. Tem também feito trabalho para fortalecer
joelhos e tornozelos. Espera no máximo em uma semana e meia ter as
condições ideais de jogo.
- Quando me machuquei no quarto lá de casa, lembro que pensei na hora:
"Quebrei". Mas tinha jogo e eu ia jogar. Não tinha noção do que havia
acontecido. Aí vi que tinha que ficar parada para depois não correr o
risco de ter de operar.
Aos 29 anos, a bicampeã olímpica, que concorre ao prêmio de melhor
atleta do ano do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), aproveitou o período
de recuperação para visitar a família em Belo Horizonte e fazer um curso
de investimentos. Comemorou o dia em que conseguiu calçar o tênis,
quase um mês após a contusão.
- Eu estava louca de vontade de jogar. Só de voltar a treinar foi bom.
Eu não aguentava ficar vendo todo mundo treinando, jogando e eu só
fazendo fisioterapia.
Para a próxima temporada, Sheilla planeja ter mais tempo para
descansar. Esta semana encontrou o técnico José Roberto Guimarães em um
evento e durante a conversa disse que gostaria de ficar fora de alguns
torneios da seleção brasileira. Ele acenou de forma positiva. A jogadora
também gostaria de se dedicar um pouco mais à vida pessoal. Sonha em
ser mãe, só não sabe se terá tempo para isso.
- Essa vontade de ter uma família aumenta quando você vai ficando mais
velha. Mas é complicado... Dizem que o ideal para engravidar seria no
ano pós-olímpico. Mas eu não posso correr com isso por ser 2013 o ano
ideal. Provavelmente só vou poder ter filho depois dos Jogos de 2016
(risos). Ainda estou firmando namoro e a gente vai adiando, abrindo
mão.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/12/recuperada-de-fratura-sheilla-volta-quadra-estava-louca-para-jogar.html