Capitão revela existência de vídeos com informações do Corinthians para minimizar os erros no Japão: ‘Esperamos oito anos para jogar esse torneio’
Cech cita Ronaldo como exemplo de jogador
(Foto: Cahê Mota/GLOBOESPORTE.COM)
(Foto: Cahê Mota/GLOBOESPORTE.COM)
No Stamford Bridge há mais de nove anos, Cech já conviveu com muitos brasileiros. Desde Belletti e Deco até os mais recentes Oscar e Lucas Piazon. Mas sua melhor memória do país do possível rival Corinthians vem do distante 1994. Ainda um adolescente - tinha 12 anos na época -, o goleiro guarda com carinho o tetracampeonato da Seleção nos Estados Unidos.
– Lembro bem de grandes jogadores como Romário, Bebeto, Dunga e toda geração de 1994, quando vocês venceram a Itália nos pênaltis, na decisão. Eu me recordo que ficava vendo aquele Mundial e pensava: “Uau, como eles jogam!” – resumiu, antes de colocar Ronaldo Fenômeno como o nome do primeiro jogador que vinha à sua cabeça no futebol mundial.
Identificado com a torcida azul principalmente após uma fratura na cabeça, em outubro de 2006 - a partir daí nunca mais tirou o capacete para jogar -, o tcheco foge à regra que perseguiu a constelação azul nos últimos anos. Cech nunca teve seu nome envolvido em polêmicas e talvez por isso seja o único sobrevivente capaz de conquistar, ao lado de Terry e Lampard - que já estavam no clube antes de 2003 - o único título que falta para uma geração que mudou o clube de patamar. De mediano, o Chelsea virou gigante. De 11 títulos em 98 anos, ganhou 12 na década seguinte. E que não se engane quem ache que a vitória sobre o Bayern de Munique, nos pênaltis, na final da Liga dos Campeões, foi capaz de dar a sensação de dever cumprido a quem viveu esse ciclo.
– Tivemos que esperar oito anos para vencer a Champions League e poder jogar essa competição. Sabemos o quão difícil é se classificar para o Mundial de Clubes. Então, quando se tem essa chance única, é preciso aproveitar – decretou.
Cech faz a festa com o troféu da Liga dos Campeões da última temporada (Foto: AFP)
Para não perder a oportunidade rara, o Chelsea tem feito, ao melhor estilo Cech, sem alarde, o dever de casa. Ainda com o compromisso de enfrentar o Sunderland, sábado, fora de casa, pela Premier League, os Blues evitam comentários mais profundos sobre o que os espera no Japão. O goleiro, por sua vez, deixou claro que tudo já está pronto para que a equipe não seja surpreendida e demonstrou conhecimento sobre o Corinthians, provável rival da decisão.
– É um clube muito tradicional, com muitos torcedores e que obviamente está indo para o Mundial com o mesmo objetivo nosso, que é vencer. Antes, já temos tudo pronto para a viagem. Já temos os vídeos, as análises dos times que podemos enfrentar, mas agora temos que seguir focado no nosso jogos aqui (em Londres) e não temos tempo ainda para nos preparar para o Corinthians ou em quem vamos enfrentar lá no Japão. Vai ser um desafio muito interessante. O estilo de futebol é muito diferente do que estamos acostumados. Estou ansioso para essas partidas. Gosto de jogar contra times que apresentam formas diferentes de jogar.
Cech, à direita, chegou ao Chelsea em 2004 e
trabalhou com Mourinho, no centro (Foto: Getty)
trabalhou com Mourinho, no centro (Foto: Getty)
Antes de tudo, quão importante é essa competição para vocês? Já é uma preocupação ou é algo que ainda não tire o sono?
É muito importante para nós, até por nunca termos tido a chance de disputá-la. Obviamente, queremos esse bonito troféu em nossa carreira. Particularmente, nunca estive nesta competição e quero muito vencê-la, fazer as coisas direito. Está claro que significa, sim, muito para todos nós, clube e jogadores.
A essa altura da temporada, quando vocês ainda estão se adaptando a um novo estilo, um novo treinador, tentando voltar a jogar bem, pode ser uma coisa positiva, já que um título traz confiança, ou algo que possa atrapalhar, por conta da viagem, desgaste e tudo mais?
Acho que a motivação é o fato mais importante disso tudo, a oportunidade de conquistar um título. Trocamos de treinador, não conseguimos ainda os resultados que queríamos e podíamos. Essa é uma grande competição e, se fizermos as coisas bem e vencermos, ganharemos uma confiança enorme. Fará com que os torcedores se sintam melhor, que os jogadores se sintam melhor. Temos que nos preparar da melhor maneira possível para vencer.
Petr Cech com seu tradicional capacete durante partida do Chelsea (Foto: Getty Images)
É um clube muito tradicional, com muitos torcedores e que obviamente está indo para o Mundial com o mesmo objetivo nosso, que é vencer, ser campeão. Já temos tudo pronto para a viagem. Já temos os vídeos, as análises dos times que podemos enfrentar, mas agora temos que seguir focado no nosso jogos aqui (na Inglaterra) e não temos tempo ainda de pensar no Corinthians ou em quem vamos enfrentar lá no Japão. Temos outros compromissos antes. Mas vai ser um desafio muito interessante. O estilo de futebol é muito diferente do que estamos acostumados. Por outro lado, também temos muitos jogadores brasileiros no elenco. Estou ansioso para essas partidas. Gosto de jogar contra times que apresentam formas diferentes de jogar.
Se eu te perguntar sobre o futebol doméstico do Brasil, você conhece muita coisa? O que vem a sua cabeça?
Cech com a seleção tcheca na Copa de 2006:
lamento por não pegar o Brasil (Foto: Getty Images)
lamento por não pegar o Brasil (Foto: Getty Images)
O Mundial de Clubes é o único título que você nunca conquistou com a camisa do Chelsea, se levarmos em conta que até agora nunca participou da Liga Europa. Ser campeão seria concluir da melhor maneira possível essa longa história ao lado de nomes como Terry e Lampard?
Não se sabe quando teremos uma nova oportunidade. E é exatamente por isso que estou indo para lá com a consciência de que teremos que fazer tudo certo, porque, se não vencermos, será necessário muita paciência para conseguir uma vaga novamente. Por isso, temos que ganhar.
Você teve alguma relação com essa competição no passado? Há algum jogo que você lembre em especial de ter acompanhado, que te marcou?
Não é fácil de acompanhar, até pela diferença de horário. Para ser honesto, eu buscava seguir mais os times que nos eliminavam na Champions League e disputavam a competição. Tentava ver quão bem eles chegavam a esse torneio. Lembro disso com o Liverpool, em 2005, com o United, que nos venceu na final de 2008. Mantive os olhares para ver se eles conseguiriam o título ou não. Agora, finalmente somos nós que temos essa chance. Sei que o Barcelona venceu no ano passado e tudo que espero é poder levantar o troféu este ano.
Qual é sua relação com o futebol brasileiro em geral? Desde a infância, você tem algum ídolo, alguma inspiração?
Na República Tcheca, eu não via a liga, a única coisa que via era a Copa do Mundo. Lembro bem de grandes jogadores como Romário, Bebeto, Dunga e toda a geração de 1994, quando vocês venceram a Itália nos pênaltis, na decisão. Eu me recordo que ficava vendo aquele Mundial e pensava: “Uau, como eles jogam!”. O Brasil tinha muitos jogadores vindo para a Europa, como Cafu, fantástico, Ronaldo, Ronaldinho... Em toda geração, vocês têm grandes jogadores. Foi um pouco decepcionante em 2006, quando perdemos (Rep. Tcheca) para Gana na fase de grupos e não avançamos na Copa. Se passássemos, iríamos enfrentar o Brasil. Nunca joguei contra vocês.
E sobre o país especificamente, o que você conhece? Já esteve lá?
Minha meta é ir com a seleção tcheca na Copa de 2014. Podemos ver a paixão com que vocês tratam o futebol. No Brasil, todo mundo joga futebol, é algo que vocês têm no sangue. A tradição é enorme. Adoraria viver essa experiência de disputar a Copa no Brasil.
Para finalizar, vou te falar algumas palavras e você me diz o que vem a sua mente. Um jogador?
Ronaldo.
Um goleiro?
Schmeichel.
Uma defesa?
O pênalti de Robben na prorrogação da final da Champions League.
Um gol?
De Didier (Drogba), que nos permitiu seguir vivos na final da Champions League.
A final da Champions League diante do Bayern de Munique.
Uma frustração?
A semifinal da Champions League de 2009, diante do Barcelona, em Stamford Bridge.
Um sonho?
Vencer uma Copa do Mundo.
Brasil?
Samba.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/noticia/2012/12/fa-da-geracao-do-tetra-cech-afirma-mundial-e-importante-para-o-chelsea.html
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