sábado, 4 de dezembro de 2010

Último rachão do ano tem "canja" de Joel e Loco Abreu de penetra

Treinador entra em campo para encarnar em time do uruguaio, que posa para foto com time vencedor de recreativo

Por Gustavo Rotstein Porto Alegre

O Botafogo mostrou que, independentemente do resultado deste domingo, a temporada terminou em alto astral. Na manhã deste sábado, os jogadores disputaram um bem-humorado rachão em Alvorada, região metropolitana de Porto Alegre. Antes da tensão da partida contra o Grêmio, no Olímpico, que pode dar a vaga à Libertadores, o grupo mostrou descontração e um fato inusitado.
Treino do Botafogo - RachãoClima descontraído no último rachão do Botafogo antes do jogo (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
Depois de acompanhar o rachão à beira do campo, Joel Santana decidiu entrar em campo e bater uma bola. O motivo era brincar com a equipe de Herrera, Loco Abreu, Lucio Flavio e Leandro Guerreiro, que perdia por goleada para a equipe de Antônio Carlos, Somália e Caio. No fim, o time vencedor fez questão de posar para uma fotografia do “título”.
- Quis entrar para encarnar no time do Abreu, do Herrera e do Lucio. Eles perderam o ano inteiro! - brincou Joel.
A imagem, entretanto, tinha um penetra. Loco Abreu posou junto com o time vencedor, mas depois explicou:
- Não estava acostumado com rachão. Há uns que jogam sério e outros, de brincadeira. Acho que no ano inteiro ganhei uns seis ou sete. Mas posei para a foto porque recebi uma mala preta do outro time - divertiu-se o uruguaio.

Herói definido: Marquinho, o maior responsável pelo sonho tricolor

Sem gol do apoiador na última rodada do Brasileirão de 2009, possibilidade de título no domingo daria lugar a temporada agonizante na Segundona

“Mantenho minha cabeça em pé. Fale o que quiser, pode vir que já é. Junto com a ralé, sem dar marcha ré. Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé”. O trecho faz parte da letra de “Só Deus pode me julgar”, do rapper carioca MV Bill, e não à toa esta é a música preferida de Marquinho. Há duas temporadas no Fluminense, o apoiador sofreu com a perseguição da torcida em 2009, mas encarou os problemas de frente, de “cabeça em pé”, para se tornar, independentemente do que aconteça domingo, às 17h (de Brasília), no Engenhão, contra o Guarani, o grande herói caso o título do Brasileirão pare nas Laranjeiras.
Gum, Fred, Conca, Washington, Emerson… Candidatos não faltam para balançar a redes e garantir, diante do Bugre, a conquista após 26 anos para o Tricolor. Entretanto, nenhum gol será capaz de superar o chute de canhota proferido aos 26 minutos do primeiro tempo do empate com o Coritiba, no Couto Pereira, em 6 de dezembro de 2009 (assista ao vídeo acima). Neste instante, em cobrança de falta certeira, Marquinho se tornou o responsável por manter o Flu na Série A do Brasileirão e consumar o sucesso da arrancada de quem tinha 99% de risco de rebaixamento. Por tabela, permitiu que o pesadelo do torcedor se transformasse no sonho atual.
especial marquinho fluminenseMarquinho se diverte com fotos em condomínio onde vive, no Rio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Foi o maior passo da minha vida. É um dia que ficará para sempre na memória do torcedor. Até hoje, muitos que acompanham a equipe chegam e me abraçam. É algo muito gratificante. Além de ter possibilitado todo esse ano. Isso só engrandece mais esse dia para mim – revelou o apoiador.
Foi o maior passo da minha vida. É um dia que ficará para sempre na memória do torcedor. Até hoje, muitos que acompanham a equipe chegam e me abraçam. É algo muito gratificante. Além de ter possibilitado todo esse ano. Isso só engrandece mais esse dia para mim"
Marquinho, apoiador do Fluminense
Com participação efetiva na campanha deste ano – foi titular na maioria dos jogos -, Marquinho observa como torcedor os últimos passos da caminhada tricolor. A fratura no braço sofrida na vitória diante do Vasco, pela 34ª rodada, porém, é amenizada com a certeza da importância para que a história atual possa ser escrita.
Por outro lado, a eternidade como herói da luta de um rebaixamento não satisfaz o apoiador. Aos 24 anos, ele não é do tipo de se deixa deslumbrar com o sucesso. Centrado, faz da dedicação e coletividade suas principais características. Com Darío Conca como exemplo, busca mais: quer ficar marcado como um jogador identificado com o Fluminense.
- Primeiro, tenho que me firmar como um jogador marcante na história do clube. Não quero ficar só um ou dois anos. Quero um espaço só meu – disse com personalidade.
Espaço que certamente será garantido em caso de título domingo. Uma conquista confirmada quase que exatamente um ano depois de seu gol mais importante. Em bate-papo, Marquinho relembrou em detalhes da tarde inesquecível que viveu no Paraná, falou sobre seu estilo de vida, planos para o futuro e garantiu: se tudo der certo, vai ignorar a fraqueza e o gesso no braço direito para erguer o troféu e gritar “É campeão!”.
Tudo isso que está acontecendo com o Fluminense agora se deve ao seu gol diante do Coritiba, no dia 6 de dezembro de 2009. Qual a importância dele para você? Foi o ponto mais alto da sua carreira?
Foi o maior passo da minha vida. É um dia que ficará para sempre na memória do torcedor. Até hoje, muitos que acompanham a equipe chegam e me abraçam. Dizem que não tiveram a oportunidade de cumprimentar pelo gol. É algo muito gratificante. Além de ter possibilitado todo esse ano. Isso só engrandece mais esse dia para mim.
Você chegou ao Fluminense após uma boa passagem pelo Figueirense e levou quase toda a temporada sem conseguir fazer gols. Acabou quebrando o jejum em Quito, contra a LDU, pela final da Sul-Americana, e, logo depois, fez novamente em um jogo tão importante. Diria que foi o gol da perseverança?
especial marquinho fluminenseMarquinho durante entrevista no Rio de Janeiro
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Sempre acreditei que aconteceria na hora certa. Não tinha feito gols pelo clube, todo mundo perguntava, era um dos únicos sem marcar na temporada, ainda mais com minha característica de chutar bastante. Eu pensava: “Uma hora a bola vai entrar. Não é possível que não entre”. E deu certo. Hoje sou muito feliz por isso, por ter colocado meu nome na história e ter ajudado a acontecer tudo isso esse ano.
Todo o desenrolar da história esse ano valoriza ainda mais esse lance? Você hoje está lesionado, não pode ajudar em campo, mas para e pensa que tudo só está acontecendo por conta daquele chute de canhota há um ano?
Teve uns dias desses, agora que estou parado, que estava pensando. Sou um cara que gosta de ajudar. Agora, fora da equipe, viajei para São Paulo nos dois últimos jogos, estou sempre presente, vou aos treinos apoiar... Mas sei que toda a história desse ano só elevou o gol do ano passado. Todo o grupo teve seu valor, deu sua parte. A minha foi no final. Por ser o último, sou lembrado. Sou extremamente feliz por causa desse gol e ter colaborado para colocar o Fluminense onde tem que estar.
Queria que você contasse detalhes daquele lance. Como ficou decidido quem bateria a falta? Conca, Fred, você... Diante de um Couto Pereira lotado, o lance foi justamente virado para a torcia do Flu. Isso te inspirou? Como foi a atmosfera naquele momento?
Dificilmente olho para torcida em campo. A concentração tem que estar sempre em alta. Quando eu era moleque, sempre tive desvio de atenção, às vezes sumia do jogo por olhar para uma coisa ou outra. Depois de um tempo, comecei a trabalhar isso para me concentrar. A ordem era: se a falta fosse próxima, batia o Conca. De longe, era eu. E o Fred era o furão. Nunca treinava, treinava só um dia e queria bater (risos). Combinei com o Conca de bater, e o Fred começou a querer entrar na frente, mas o Conca ajudou a convencer para eu chutar. O Fred acabou dispersando a barreira, rolou a bola e ela entrou no cantinho. Foi essa felicidade toda.
Naquela época, o Cuca revezava entre você, mais na Sul-Americana, e o Dieguinho, mais no Brasileirão, na ala esquerda. No jogo contra o Coxa, em especial, ele te manteve. Você crê em destino?
Sempre pensei que tinha, sim, algo guardado. Sabia que estava buscando isso há tanto tempo e não passaria em branco. O Cuca é um cara que crê muito nisso de destino. Ele fez uma aposta e deu certo"
Marquinho, sobre gol salvador
Sempre pensei que tinha, sim, algo guardado. Sabia que estava buscando isso há tanto tempo e não passaria em branco. O Cuca é um cara que crê muito nisso de destino. Ele sempre falava para eu manter o meu jeito de jogar. Até me tirou do jogo contra o Palmeiras e eu fiquei muito bravo. Foi uma tarde que teve uma festa bonita, com mosaico. Ele disse que me tirou porque eu estava cansado da maratona. Só que no último jogo me disse: “Você que vai jogar por estar merecendo isso. Com o Rodrigo Hefner na lateral, você tem muita força física e vai segurá-lo”. Foi essa a opção, mas acabou dando tudo certo. Por isso, fiz o gol e logo fui abraçá-lo. O Cuca fez uma aposta e deu certo.
Depois de ser muito criticado pela torcida no ano passado, você virou meio que um xodó em 2010. Aquele gol foi o início de uma grande volta por cima na sua carreira?
Todo jogador precisa de um período de adaptação nos clubes. No Figueirense, todo mundo sabia como eu jogava. Quando eu cheguei, foi diferente. O René (Simões) sabia como eu atuava, mas depois chegou outro, outro, outro... O jogador tem que se adaptar aos treinadores e ao clube junto. Isso foi ruim para eu desempenhar todo o meu futebol. Já no fim do ano fui coroado com esse gol que me ajudou bastante a ser lembrado. Em 2010, a confiança cresceu, a auto-estima, treinador deu moral... Tudo isso influência muito. Fico feliz pela volta por cima. E agradeço ao torcedor pela paciência. Joguei quase todos os jogos nesses dois anos e mostrei que queria evoluir.
Esse seu estilo de entrega máxima, de querer sempre ajudar seja em qual posição for, de guerreiro mesmo, te deu a certeza de que estava no caminho certo e uma hora as coisas iam se ajeitar?
O torcedor que lembra bem, o que vai a todos os jogos, sabe da minha dedicação. Essa minha coisa de pensar que se estiver mal tenho que correr mais para ajudar de alguma forma, contribuir. Me dou ao máximo, saio de campo com câimbras, dores, mas tenho que ser útil. Se não estou no dia de acertar tudo, estou no dia de correr. Para isso, nunca estou ruim. Quem vê tudo, sabe que, no mínimo, corri. Tudo isso só me ajuda a evoluir. Olho sempre VT´s de jogo para analisar. É tudo importante.
Você diria que hoje, no Fluminense, é o período em que mais está se sentindo em casa? Por toda a amizade entre os jogadores e tudo que aconteceu.
especial marquinho fluminenseEm clima de Natal, Marquinho sonha com a estrela
do título (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Me sinto muito bem aqui. Da minha carreira, com certeza é onde mais me senti em casa. Fiquei pouco tempo no Figueirense e no Botafogo. Estive um período maior no Palmeiras, mas ainda era muito menino. Aqui no Flu tudo sempre foi muito aconchegante. O Rio é uma cidade muito boa para morar, as pessoas te tratam muito bem... Adoro o Flu. Muita coisa mudou recentemente. Não há mais atrasos, o patrocinador está junto, etc... É um clube que me faz sentir em casa. Por isso dou meu sangue mesmo.
Desde que chegou ao clube, você ficou um pouco marcado por ser um cara que joga em muitas posições e se preocupa mais em ajudar. A fama de 12º jogador, no entanto, te irritou há pouco tempo. Agora, com o Muricy, você tem jogado mais na sua posição, como apoiador. É a hora de acabar com esse rótulo?
Até um tempo atrás, eu nunca tinha falado sobre esse rótulo. Até porque, vinha entrando direto no time. Não tinha o que falar. Não podia falar que não gosto de ser assim, mas depois, quando vi que ia ficar rotulado, resolvi dar uma brecada. Não quero isso. Toda vez que a equipe precisa, não sou só eu que entro, outros jogadores também decidem. O 12º é o torcedor. Esse, sim, está sempre em campo, sempre apoiando. Prefiro me ver como um jogador do elenco. Se tiver que jogar, vou jogar. Se não tiver, vou apoiar meus parceiros. Vinha jogando ultimamente e até foi bom para o Muricy a lesão, por não ter a dúvidas quando o Deco voltou. Era para ser assim. Fique triste com a lesão, mas, por outro lado, jogadores importantes voltaram.
Gostaria que você falasse sobre o início da sua carreira lá no Sul. Como foi sua trajetória até o Flu? Existiram muitos obstáculos? Qual o maior deles?
Comecei fazendo teste com 12 anos no Juventude. Fui aprovado, mas minha família achou que eu era muito novo e não devia ficar sozinho em Caxias do Sul. Voltei para Passo Fundo e joguei futsal por um ano, até jogar no Inter por um período. Depois passei pelo Grêmio, voltava para o interior... Era muito difícil não voltar para casa. No interior do Rio Grande do Sul é complicado, há essa cultura das pessoas ficarem muito enraizadas. Por isso, quando saí de verdade, com uns 15 anos, foi um marco. Não esqueço da imagem dos meus avós, da minha mãe, que é muito colada comigo, todo mundo chorando. Esse foi o maior obstáculo: deixá-los para trás. Ao mesmo tempo, foi uma motivação porque não podia sair em vão. Me deu forças. Até hoje, falo com eles todos os dias, existe muita saudade. Sou um cara muito família, reservado, e senti muito essa parte.
Mas acredito que agora, quando eles vêm você em um clube grande, com sucesso no Rio de Janeiro e próximo de um título do Brasileirão, o orgulho seja muito grande...
especial marquinho fluminenseMarquinho espera tirar o gesso neste sábado, antes da final (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
O orgulho é enorme. Mal acaba o jogo e todo mundo já me liga. Falam: “Que coisa louca esta partida”. Ficam mais empolgados do que eu. Acabo tendo que acalmá-los. Falo que não acabou, ainda restam alguns jogos, agora só um, e digo que está chegando a hora. É importante segurar porque são empolgados demais e deixam todos ansiosos na cidade. Mas eles me ajudam bastante. Está todo mundo vindo para o Rio para a última partida. Eles que colocam na minha cabeça a grandeza que será esse título. Falam: “Vocês têm noção de que podem ser do melhor time do Brasil? Que você vão ficar na história de um clube?”. A dimensão disso tudo é muito grande, e às vezes quem está vivendo isso não tem ideia. Vai ser um marco.
E como é o Marquinho pessoa, fora dos gramados? O que você gosta de fazer nos momentos de lazer?
Sou um cara hiperativo, gosto muito de me mexer. Esse negócio aqui (aponta para o gesso) está me matando. Mas com a rotina de treinos, procuro ficar mais tranquilo. Quando tenho uma folga, vou para praia descansar, renovar as energias. Gosto muito de mar. Também curto muitos filmes. Moro com minha noiva, que é minha parceira e me leva para tudo quanto é lado. Saímos para jantar, vamos a alguns barzinhos à noite. Nada demais. Quando dá, eu saio e me divirto. Quando tem que descansar, descanso. Procuro me reservar. Sou sossegado.
Já que gosta tanto de filmes, há algum que você possa comparar ou que tenha ligação com o momento atual do Fluminense?
Não há algo específico, mas sempre que vejo um filme, seja o gênero que for, procuro tirar alguma lição para minha vida. É normal pensar: “Nossa, isso já aconteceu ou pode acontecer comigo”.
E se fosse para escolher uma música para ser a trilha dessa arrancada? Há alguma que te marque?
Sou um cara que gosta muito de rap nacional, hip hop, essas coisas. Antes de jogos escuto sempre uma música do MV Bill que fala para sempre manter a cabeça em pé. “Não importa o que vier, mantenha sempre a cabeça em pé. Venha de qualquer jeito, sempre a cabeça em pé”. Então, é isso que sempre procurei para me motivar. Por mais que estejamos mal no jogo, com pensamentos ruins, é importante manter sempre a cabeça em pé.
O maior sonho do Marquinho no momento é ser campeão brasileiro. E para o futuro? Você tem muito exemplo bem sucedido por perto, como Deco e Belletti. Pensa em um dia ser como eles?
Já estou treinando em casa, levanto devagarzinho, sem a ajuda do outro braço para conseguir erguer a taça"
Marquinho, sobre o braço fraturado
Cara, não tenho esse sonho de jogar na Europa, fazer um bom campeonato e partir. Cada jogador tem uma caminhada. Não posso querer seguir os passos do Deco ou do Belletti. Primeiro, tenho que me firmar como um jogador marcante na história do Fluminense. Não quero ficar só um ou dois anos. Quero um espaço só meu. Não digo ser um titular absoluto, porque isso não existe. De repente, só o Conca é assim, e é um exemplo. Quero ser um cara reconhecido pela galera e identificado com o Flu. Depois, vou buscar um padrão de vida. Quero que meus filhos tenham tudo e valorizem as coisas boas com a cabeça no lugar. Sem futilidades. Mas que eu possa dar as alegrias que eles vão querer buscar.
Você é o típico gaúcho? Daqueles que tem chimarrão em casa.
É muito difícil. No Rio quase não faz frio, é muito calor. Só quando meus pais vêm para cá, minha mãe principalmente. Ela não fica um dia sem o chimarrão, pode ser com 50°. Aí, procuro acompanhá-la.
Para fechar, esse braço fraturado vai ter força para levantar o troféu na segunda-feira se tudo der certo?
Já estou treinando em casa, levanto devagarzinho, sem a ajuda do outro braço, para conseguir erguer a taça. Mas, se Deus quiser, neste sábado farei um raio-x para tirar o gesso. Já melhorei muito, a dor já passou, mas perdi muita força no braço, que afinou bastante. Só que de qualquer forma, se tudo der certo, vou entrar em campo para ajudar a levantar essa taça aí.
especial marquinho fluminenseMarquinho simula gesto que espera repetir com troféu do Brasileirão (André Durão / Globoesporte.com)

Rivaldo revela que negociou mala branca quando jogava na Europa


Apoiador, então no Olympiakos(Grécia), ligou para um amigo do La Coruña (Espanha) para oferecer dinheiro pela vitória do time na Liga dos Campeões

MONTAGEM reprodução twitter rivaldo presidente e rivaldo jogador mogi mirimRrivaldo em uma entrevista coletiva como presidente
do Mogi Mirim (Foto: reprodução Twitter)
O uso da mala branca, que vem causando grandes discussões nessa fase final de Campeonato Brasileiro, é uma coisa bastante conhecida na Europa. O meia Rivaldo, que voltou ao país para presidir e jogar no Mogi Mirim-SP, no Paulistão 2011, revelou que, em 2005, foi o intermediário do Olympiakos (Grécia) na proposta de uma quantia financeira ao time do La Coruña (Espanha), que precisava vencer sua partida pela Liga dos Campeões para ajudar a classificação dos gregos.
Arquivos da mala branca: saiba como funciona o doping financeiro

- Acho que, para outro time vencer, não tem o menor problema. O que não dá é oferecer dinheiro para alguém perder. Como havia jogado no La Coruña, eu liguei para um jogador de lá e disse que meu time ofereceria um dinheiro se eles ganhassem do Mônaco(França). Mas não deu certo. E ainda acabamos desclassificados – disse ao “Lance”.
Quando atuava no próprio La Coruña, Rivaldo soube que o Real Madrid havia prometido dinheiro caso o time conseguisse vencer o Barcelona, pelo Campeonato Espanhol.
- O capitão do nosso time avisou que, se ganhássemos do Barcelona, fora de casa, o (Real) Madrid enviaria um dinheiro. Mas perdemos. Ronaldo, na época, estava voando e fez um golaço. Paciência. Mas isso aconteceu umas duas ou três vezes na minha carreira.

Joel enaltece campanha do Botafogo mesmo antes da "decisão'"

Treinador afirma que resultado de jogo contra o Grêmio não prejudicará sucesso da equipe na temporada

Joel Santana na coletiva do BotafogoJoel Santana durante coletiva no Botafogo
(Foto: Agência Photocâmera)
A vaga na Libertadores é o grande objetivo do Botafogo em 2011. Mas diante das perspectivas que se apresentaram após os primeiros jogos da temporada, a sensação é que, de antemão, o dever está cumprido. Esta é a avaliação de Joel Santana na véspera da partida contra o Grêmio, neste domingo, um confronto direto pela última vaga no G-4 do Campeonato Brasileiro.
O treinador assumiu o Botafogo em 26 de janeiro, dois dias depois da derrota por 6 a 0 para o Vasco, no Engenhão, que determinou a saída de Estevam Soares. Ele lembra que o cenário encontrado na ocasião, contrastado com o que aconteceu no restante da temporada mostra que, desde já, a campanha alvinegra é um sucesso.
- O jogo deste domingo é importante, mas o principal é pensar em todo o trabalho, que foi excelente. Não se pode dizer que, por causa de uma partida, tudo acabou.

Depois da derrota por goleada no clássico, o Botafogo reagiu e tornou-se campeão estadual após três vice-campeonatos consecutivos. Após um início irregular no Brasileiro, encontrou seu caminho e seguiu a maior parte do tempo nas seis primeiras colocações. Agora, a boa campanha poderá receber o seu toque final. Mas Joel garante que a decisão não é capaz de alterar suas emoções.
- Encaro com tranquilidade. Lógico que existe uma ansiedade normal, mas decidir é sempre bom. Pior se estivéssemos lá atrás. Foram 20 times lutando por esse objetivo, e nós seguimos nele até a última rodada. É gratificante.

Unilever vence mais uma na Superliga feminina

SUPER LIGA FEMININA DE VÔLEI  2010



Time carioca derrotou com facilidade o BMG/São Bernardo

A equipe carioca da Unilever venceu, nesta sexta-feira, o BMG/São Bernardo por 3 sets a 0, parciais de 30-28, 25-10 e 25-14, no Ginásio Paulo Cheidde, e mostrou que é uma das favoritas ao título da Superliga feminina de vôlei feminino.
Destaque da partida, a oposto Sheilla foi a maior pontuadora do confronto, com 18 acertos. Pelo lado da equipe do ABC, Thais conseguiu anotar 13 pontos.
Com o resultado, a equipe comandada pelo técnico Bernardinho conseguiu a segunda vitória na competição e na próxima rodada encara o Minas, em Belo Horizonte. O São Bernardo jogará contra o Pinheiros/Mackenzie, em casa.

Guga comemora dez anos da conquista do topo do mundo

TÊNIS INTERNACIONAL - "Recordar é Viver"



Brasileiro bateu Andre Agassi na final da Masters Cup de Lisboa de 2000 e atinigiu a liderança inédita do ranking mundial


Guga, campeão Masters Cup 2000 - foto: Arquivo Guga beija o troféu da Masters Cup de 2000 e atinge o topo do ranking mundial (Foto: Arquivo)


Neste dia 3 de dezembro são celebrados dez anos do título de Gustavo Kuerten na Masters Cup de 2000. Além da expressão do troféu em si, a vitória também rendeu a Guga a primeira posição no ranking mundial, feito nunca antes realizado por um tenista do país.
Relembre momentos marcantes da carreira de Guga!




Depoimentos importantes que vivenciaram a campanha de perto:
 
 
Gustavo Kuerten
"Na hora do título na Masters Cup, era mais a conquista em si e a possibilidade de alcançar os caras. Depois de alguns anos, e principalmente hoje, há uma maior interpretação daquela magnitude e do efeito que aquilo teve no tênis brasileiro, quebrando paradigmas no Brasil e na América do Sul. Foi até um pouco assombroso. Eu queria que as pessoas saboreassem aquele momento. Todo mundo teve sua importância no meu desejo final e na minha atuação final, do Larri ao cara que assistia aos meus jogos pela TV. Era um título de todos. Sem sombra de dúvida, foi a partida (contra Andre Agassi, na decisão da Masters Cup) mais perfeita da minha carreira. Teve até dias em que joguei melhor, mas dada a situação, o adversário, o que estava em jogo, aquela foi a maior partida. Se eu não tivesse tido um limitação física, poderia ter ido mais longe, e por ainda associar minha vida ao tênis, parece que o tempo está mais colado"




























 
Rafael Kuerten
(irmão)
"Parece que não passou tanto tempo. É legal de ver que os anos que antecederam aquilo e o próprio torneio tornaram o dia a dia em Lisboa tão normal que na hora em que ele ganhou aquele jogo e se tornou número 1 do mundo e campeão do Masters parecia algo tão natural. Se parar para pensar, foi absurdo. Mas foi muito legal. Vão se passar dez anos e estou emocionado agora de lembrar isso. Tenho de respirar fundo. Ali, não sabia se estava sonhando ou acordado. Foi um dos maiores momentos como
torcedor, irmão e parceiro dele. Não sabia se era realidade"
















 
Alice Kuerten
(mãe)
"Foi o auge da coisa, não pelo número 1, mas pela dedicação e pela humildade dele em me homenagear com o título. Tudo deu certo. Foi muito bonito, ele ganhou dos dois maiores tenistas da época (Pete Sampras e Andre Agassi). Uma coisa batalhada, uma coisa conquistada. Maravilhoso"














 
Yeveny Kafelnikov
(rival)
"Quando se há tamanha pressão para alcançar um objetivo, e você precisa vencer os melhores jogadores do mundo, é algo muito grandioso. Aquela campanha na Masters Cup de 2000 serviu para mostrar que grande campeão e grande competidor o Guga sempre foi"
















 
Andre Agassi
(rival)
"Eu me lembro muito bem da decisão. Venci Guga na primeira fase, mas ele jogou um tênis incrível nas finais da Masters Cup. Havia tanto em disputa para ele, havia tanta pressão para ser o número 1 do mundo. Poder ver um campeão como ele aumentar o nível de qualidade em seu jogo prova quanto coração e talento Guga tinha e ainda tem"












 
Magnus Norman
(rival)
"Ser capaz de ganhar de Pete Sampras e Andre Agassi na mesma competição é uma grande façanha, que nunca havia sido feita antes! Na minha opinião, Guga sempre levou samba e cor para a quadra. Eu gostava de seu estilo surfista, embora isso o tornasse muito diferente de mim, uma pessoa tímida e calma. Sempre nutri grande respeito por ele, por conta de sua gentileza dentro e fora da quadra, e até hoje acho que Guga sempre foi muito especial para o tênis"


















 
Larri Passos
(técnico)
"O que mais me vem à mente é, por exemplo, quando estou em uma cidade do Uzbequistão ali, no meu canto, e dois velhinhos que eu nunca vi na vida vêm e pedem para tirar uma foto. Isso é o maior prêmio que tenho na minha vida. Saber que o Guga foi número 1 do mundo e eu ter recebido isso de volta. Imagine: estar no Uzbequistão e receber o respeito pelas conquistas que tive com o Guga. Isso faz lembrar que ele foi número 1 do mundo"












Carlos Simon: "Ninguém nunca tentou me comprar"

Fluminense x Guarani vai ser último jogo do juiz de três Copas

Árbitro Simon - foto: Pedro Kirilos Simon está perto do apito final - foto: Pedro Kirilos
LEO BURLÁ
Quando apitar o fim da partida entre Fluminense e Guarani, o juiz gaúcho Carlos Eugênio Simon também colocará o ponto final em uma trajetória de 27 anos e 1197 mil jogos. Em entrevista exclusiva ao LANCENET!, ele fez um balanço de sua vida dentro dos gramados:
– Tive mais acertos a erros.
Concentrado para a hora do apito final, ele revelou que estuda convites. Confira a íntegra do papo com o mais importante juiz brasileiro dos últimos tempos.

LNET!: Um árbitro se prepara para a aposentadoria?
Árbitro tem idade-limite, portanto, sabia que pararia aos 45 anos. Mas 27 anos não são 27 dias. Será uma emoção muito grande.

LNET!: Apitar o jogo que poderá decidir o título brasileiro é um fecho com chave de ouro?
Com todo o respeito aos profissionais do Fluminense e do Guarani, o jogo é decidido em campo. Não penso em nada que não seja um jogo perfeito amanhã.

LNET!: O que faltou para você apitar uma final de Copa?
Estávamos cotados para 2010, mas isto não depende da gente. Entenderam que o inglês (Howard Webb) deveria apitar.

LNET!: Você se considera o maior entre todos os juízes brasileiros? Sua longevidade deve-se ao baixo nível da arbitragem nacional?

Não me considero acima de todos. Fui apenas um sujeito que trabalhou demais. Tivemos grandes árbitros como o Arnaldo Cézar Coelho, o José Roberto Wright e o Agomar Martins. O material humano é bom, é preciso lapidá-lo.

LNET!: Como avalia o trabalho de Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF?
Ele vem tentando, é um trabalhador. Há um processo de renovação, mas temos muito o que evoluir. Temos de acabar com o sorteio, regulamentar a profissão e profissionalizar os árbitros. Considero bom o trabalho do Sérgio.

LNET!: Com o fim do sorteio, qual deveria ser o modelo adotado?

Os melhores tem de apitar os melhores jogos. O sorteio prejudicou a arbitragem nacional. O único lugar onde se faz sorteio é aqui.

LNET!: Alguém já quis te comprar?
Jamais! Nunca ninguém me ofereceu nada. A corrupção não é comum na arbitragem. Houve o caso Edílson (de Carvalho, pivô de um esquema de manipulação). Só soube deste episódio.

LNET!: O que achou dos últimos episódios de corrupção envolvendo o presidente Ricardo Teixeira?

Não acompanhei a fundo.

LNET!: Quais serão seus passos após o término da sua carreira?

Há propostas para comentar e ser instrutor de árbitros. O presidente Lula me sondou para trabalhar na organização da Copa de 2014. Vou descansar e decidir.