O dia 13 de novembro de 2010 tornou-se histórico para o torcedor do
Bahia: o dia em que o Tricolor voltou. Após sete anos longe da elite do
futebol brasileiro, o Bahia retornou à Série A, depois de passar, até
mesmo, pelo purgatório da Série C. Foi um dia para extravasar a alegria.
Em Pituaçu, mais de 30 mil pessoas comemoravam. Outros milhões pelas
ruas de Salvador. Em casa, na companhia da família, uma ilustre
torcedora, com muita experiência no verbo extravasar, também festejou. A
partida entre Bahia e Portuguesa marcou a cantora tricolor Claudia
Leitte.
Cantora Claudia Leitte não esconde o amor pelo Tricolor baiano (Foto: Eric Luis Carvalho/Globoesporte.com)
Fã declarada do Esquadrão baiano, a musa do axé transformou-se na musa
da nação tricolor. E, no maior momento do clube nos últimos anos,
Claudinha não ficou de fora. Além da emoção de acompanhar a partida, a
cantora lembra que subiu ao palco poucas horas depois para um show e não
deixou o momento do time do coração passar em branco.
- Aquele Bahia e Portuguesa para mim foi inesquecível. Eu assisti em
casa com o Márcio, meu marido, e o Davi (filho). O Márcio gritava: “Vai,
Jael!”. E o Davi subia no sofá e gritava “Bahêa”. Foi massa demais.
Além de ter sido o jogo do acesso, eu fui cantar depois em Sauípe. Eu me
vesti de Mulher Maravilha, foi massa demais. Uma emoção danada. Foi
lindo - relembrou a cantora.
Show de "Michael Jackson"
O jogo que marcou Claudia Leitte levou uma multidão ao estádio de
Pituaçu. Bahia e Portuguesa fizeram o embate pelo qual a torcida do
Bahia esperou durante sete anos. Com a bola rolando, o show ficou por
conta de um atacante com nome de artista. Adriano "Michael Jackson"
comandou a festa e marcou duas vezes. O atacante ainda sofreu um
pênalti, que foi desperdiçado por Jael.
No segundo tempo, o capitão Nen marcou nos acréscimos o gol que deu
números finais à partida e selou o acesso do Bahia à Série A, após um
hiato de sete anos. A emoção tomou conta da cidade, e a torcida do
Bahia, eleita naquela temporada como Torcida de Ouro pela CBF, fez a
festa ao som da música que embalou a subida tricolor: "Xalaialaia, vamos
subir, Esquadrão.
Futebol de botão estimula paixão
Depois do acesso em 2010, Claudinha se vestiu de
Mulher Maravilha (Foto: Fred Pontes/Divulgação)
Filha de um tricolor do Rio de Janeiro, Claudia Leitte não era muito
ligada a futebol, mas, ainda criança, viu nascer uma paixão pelo Bahia, a
partir da torcida do irmão pelo maior rival, o Vitória. A influência de
uma amiga tricolor também ajudou.
- Minha relação com o Bahia é massa. Eu sou uma mulher que não entende
muita coisa de futebol, mas gosto muito. Assisto a todos os jogos. Eu
virei Bahia influenciada por uma amiga que torcia pelo time. Eu comecei a
gostar, mas ainda não era "aquela coisa". Mas fiquei apaixonada quando
comecei a jogar futebol de botão com meu irmão.
Ele era Vitória e sempre
me fazia jogar com o Bahia. Aí comecei a ficar
apaixonada. Além disso,
meu pai levava a gente para o estádio. E meu pai é torcedor do
Fluminense. Aí, ele ficava no meio, eu de um lado e meu irmão do outro –
contou a cantora.
No palco ou em cima do trio elétrico, Claudia Leitte faz questão de
sempre lembrar o amor pelo Esquadrão de Aço. Antes de ser uma das
principais puxadoras de trio do carnaval baiano, Claudinha era apenas
uma foliã. E, nas ruas da Avenida Sete de Setembro, circuito mais
tradicional da festa, a cantora acompanhou por muitos anos um ritual
ligado ao futebol no meio da folia.
- No carnaval, eu lembro muito da relação que tinha entre o Bell
(Marques, vocalista do Chiclete com Banana) e Ricardo Chaves. Aquela
coisa de, no meio da avenida, em cima do trio, o Bell deixar a camisa do
Bahia amarrada em um fio, e o Ricardo vir depois, pegar e cantar o hino
do Bahia, era algo sempre maravilhoso – disse a cantora.
Claudinha tem até bandeira com o seu rosto no meio da torcida (Foto: Eric Luis Carvalho/Globoesporte.com)
Os anos se passaram e, de foliã comum, Claudinha virou torcedora
ilustre. Nas arquibancadas de Pituaçu, ela é muito mais que isso. A
cantora ganhou uma homenagem dos torcedores em uma bandeira com o seu
rosto e as cores do Bahia.
- Ver meu rosto em uma bandeira no meio da torcida é massa demais.
Porque eles querem ver o bem do Bahia e me colocam ali no meio, então é
algo muito emocionante. Ver meu rosto ali é algo que arrepia – disse.
Tricolor de coração, mas 'Neymarzete' assumida
Neymar ganha beijo de Claudia Leitte durante evento
(Foto: Photo Rio News / Agência O Globo)
Claudinha não esconde de ninguém a paixão pelo seu time do coração, mas
também não tem vergonha da sua admiração pelo grande jogador do futebol
brasileiro na atualidade: Neymar. O craque do Santos e a cantora são
garotos-propaganda de uma marca de refrigerante. Eles sempre se
encontram em eventos comerciais e mantêm relação através das redes
sociais. Em um dos encontros, Claudia Leitte chegou a brincar com o
atacante, questionando
quando ele jogaria no Bahia. Na conversa com a equipe do GLOBOESPORTE.COM, a cantora não mediu palavras para elogiar o craque.
- Eu não entendo muito de futebol, mas olho para ele e vejo que é
especial. É um ser fadado ao sucesso. Uma pessoa muito especial. Ele é
muito precioso. Espero que se mantenha assim. Meu filho, o Davi, fica
louco quando o vê jogar. O nome do filho dele também é Davi. Então,
quando a gente se encontra, a gente conversa sobre os filhos. No Twitter
também, ele é sempre atencioso. Espero que mantenha esse sucesso e essa
humildade - disse, depois de mostrar uma gravação em áudio do filho
Davi cantarolando: "Eu quero ser Neymar."
- Eu mostrei para o Neymar quando a gente se encontrou. Ele adorou - completou.
Arisco, o pequeno Davi confirmou a idolatria pelo craque e mostrou
dúvida quando perguntado sobre quem tem a preferência no seu coração, o
Bahia ou Neymar. Mas terminou decepcionando o pai e fazendo a mãe cair
na gargalhada.
- Bora, "Bahêa!" Mas Neymar é mais forte - disse o pequeno Davi Leitte.
bahia 3 x 0 portuguesa
Omar, Ananias, Alison, Nen, Ávine; Fábio Bahia, Marcone, Hélder, Morais; Adriano e Jael |
Weverton, Preto Costa, Maurício, Paulo Sérgio, Ademir Sopa (Marcos
Paulo); Marco Antônio, Gláuber, Romano (Athirson), Héverton; Fabinho e
Dodô (Zé Carlos) |
Técnico: Márcio Araújo |
Técnico: Sérgio Guedes |
Gols: Adriano Michael Jackson, aos 4 e 27minutos do primeiro tempo. No segundo tempo, Nen, aos 47.
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Cartões amarelos: Marcone e Alison (Bahia) e Preto Costa (Portuguesa). |
Estádio: Estádio de Pituaçu, em Salvador. Data: 13/11/2010. Competição: Campeonato Brasileiro (Série B). Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa-RS). Auxiliares: Alexandre Kleiniche (RS) e Cleriston Clay Barreto. Renda: R$ 760.737,50. Público: 32.157 pagantes. |